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22/03/2017

Universidade Federal de Minas Gerais


Escola de Engenharia
Depto. de Engenharia de Materiais e Construção

. Mistura de materiais de pequena


granulometria com adição de água
proporcionando coesão entre os grãos
e possibilitando aplicações diversas
diversas..
MATERIAIS DE REVESTIMENTO Principais constituintes : aglomerantes,
(EMC 809) agregados minerais, água e aditivos.
aditivos.
Módulo Argamassas

Prof. Antonio Junior


Prof.
Prof. Mauro Vieira

Camadas do revestimento . Sistemas de aderência :

•Chapisco e massa única


Mecânico migração de pasta de
aglomerante para os poros da base /
intertravamento de produtos da hidratação
do cimento no interior dos poros do
substrato

Químico colagem (independente dos


poros) / considerável adição polimérica na
argamassa.. Introdução de sistema de
argamassa
colagem forças covalentes ou forças de
van der Waals

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Argamassas contendo somente cimento como


aglomerante, geralmente, possuem pouca
trabalhabilidade..
trabalhabilidade
. Trabalhabilidade
É alterada de forma positiva a medida em que O acréscimo de água, até certo limite, melhora
esta propriedade, porém piora todas as outras, e
decresce o módulo de finura do agregado,
deve ser sempre evitado.
evitado.
mantém--se a continuidade da granulometria e
mantém
decresce o teor de grãos angulosos
A trabalhabilidade é o resultado da
combinação de outras propriedades do material
A utilização de cal repercute favoravelmente fresco tais como plasticidade, consistência,
(diminui a tensão superficial da pasta e retenção de água, massa específica, coesão
contribui para molhar perfeitamente os interna, adesão e velocidade de endurecimento
agregados), devendo
devendo--se se analisar a influência sob sucção
sucção..
deste aglomerante nas demais propriedades

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. Consistência (NBR 13276/02) . Retenção de água (NBR 13277/95)

É a capacidade da argamassa fresca em


manter sua consistência ou Argamassas de cal tem maior capacidade
trabalhabilidade quando sujeita a de retenção da água que as de cimento
solicitações que provocam perda de água (maior finura, maior superfície específica,
maior capacidade de adsorção de suas
partículas formação de um gel na
Sem retenção adequada de água além
superfície das partículas com até 100 % de
de não se manter plástica o tempo
água em função do volume da partícula)
suficiente para seu manuseio adequado,
terá menor resistência quando endurecida
umidade da argamassa garantida por O aumento da capacidade de retenção
tempo insuficiente para as completas de água pode ser conseguido com
reações de hidratação do cimento e aditivos (base celulose ou incorporadores
carbonatação da cal de ar)

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A plasticidade de um sistema é a expressão Também conhecida como adesão inicial,


da possibilidade de uma pequena força depende das características de
externa causar o deslocamento de partículas
em relação a outras sem saírem de suas trabalhabilidade da argamassa, bem
esferas de atração como porosidade ou rugosidade da base

Propriedade pela qual a argamassa tende a Ocorre pela ancoragem mecânica da


reter a deformação, após a redução do pasta e da argamassa aos poros e
esforço de deformação
irregularidades da base, sendo esta
ancoragem função da natureza da
É influenciada pelo teor de ar, natureza e teor
dos aglomerantes e pela intensidade da argamassa, da base e de fatores externos,
mistura tais como a condição de limpeza da base

A elasticidade é a capacidade que a


Capacidade das argamassas resistirem às tensões
argamassa apresenta em se deformar sem
de tração, compressão ou cisalhamento às quais
o revestimento pode estar sujeito que ocorra ruptura (ou através de
microfissuras imperceptíveis), retornando às
suas dimensões iniciais quando cessam as
A resistência mecânica é influenciada
solicitações que lhe são impostas
basicamente por por::
. natureza dos aglomerantes
. natureza dos agregados A ocorrência de fissuras decorre da
. proporção aglomerante/agregado elasticidade e resistência à tração
. relação água/cimento da mistura fresca
inadequadas diante das tensões de tração
resultantes da retração de secagem,
. técnica de execução do revestimento retração térmica ou ações externas ao
revestimento

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O grau de fissuração é função dos seguintes


parâmetros:
parâmetros:
. Teor e natureza dos aglomerantes (o aumento . Preparo de base
da finura aumenta a trabalhabilidade e a
retenção de água)
. Teor e natureza dos agregados (teor adequado Condições da alvenaria/estrutura para
de finos, granulometria contínua, proporção recebimento da argamassa de regularização :
aglomerante/agregado adequada) . remoção de materiais pulverulentos (pó,
. Capacidade de absorção d´água da base barro, fuligem) vassoura e se necessário
condições ambientais lavagem..
lavagem
. Técnica de execução (grau de compactação . remoção de fungos (bolor) e microorganismos
do revestimento, momento adequado para solução de hipoclorito de sódio (4 a 6 % de
sarrafeamento e desempeno) cloro) seguida de lavagem com água.
água.

Umidecimento prévio
. remoção de substâncias gordurosas e
eflorescências solução de 5 a 10 % de ácido
. Em climas quentes e secos é importante o pré
pré--
muriático seguida de lavagem com água
água..
umidecimento das bases
bases.. Desaconselha-
Desaconselha-se esta
operação em alvenarias de blocos de
. base de concreto remoção de película de concreto (principalmente em paredes
desmoldante (escova de aço e detergente), externas) que podem apresentar consideráveis
apicoamento, remoção e/ou tratamento de variações dimensionais por alteração do teor
pregos e arames (zarcão), tratamento de de umidade.
umidade. Recomenda-
Recomenda-se neste caso a
brocas com o próprio concreto ou utilização de argamassas com boa
argamassas com aditivo adesivo capacidade de retenção de água

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. Chapisco
Argamassa de cimento e areia grossa
Camada áspera e irregular
Consiste em salpicar sobre superfícies lisas
Espessura máxima 5 mm
ou pouco rugosas (tijolos furados e
maciços, blocos de concreto elementos Funções
estruturais de concreto armado) uma Uniformizar a superfície irregularmente
camada irregular e descontinua de Regularizar absorção d’água
argamassa forte de cimento e areia lavada Aumento da área de contato
Aumento da aderência
Proporcionar ancoragem

Tipos de chapisco
•Tradicional ou convencional Chapisco tradicional ou convencional
•Industrializado ou desempenado •Base umedecida
•Rolado / mecanizado •Chapa-se a argamassa com enérgica com colher de pedreiro
•Aplicação sobre malha de peneira
•Textura uniformemente rugosa
•Cobrimento parcial: em bases já irregulares e pouco porosas
•Cobrimento total: em bases lisas e porosas
•Aplicado em alvenarias e estruturas

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Chapisco tradicional ou convencional Chapisco industrializado ou desempenado

Desvantagens •Base umedecida


•Desperdício de argamassa no lançamento •Argamassa industrializada
•Rendimento mediano •Aplica-se a argamassa com desempenadeira dentada
•Formação de cordões de espessura de até 4 mm
Vantagens
•Geralmente aplicado em estruturas de concreto
•Custo baixo

Chapisco industrializado ou desempenado Chapisco rolado

Vantagem •Base umedecida

•Bom rendimento •Argamassa industrializada ou produzida em obra


•Camada uniforme •Aplica-se a argamassa aplicada com rolo de textura
Desvantagem •Aplicado tanto em alvenarias, quanto em estruturas
•Custo elevado •Espessura de 2 a 3 mm
•Devem-se prover andaimes

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Chapisco rolado
Cura do chapisco
Desvantagem
•Maior controle da produção de argamassa e da execução •Intervalo de 3 dias para execução da próxima
•Menor aderência da camada;
camada subsequente •Molhar o chapisco de 2 a 3 vezes ao dia
Vantagem durante os 3 primeiros dias de vida.
•Alto rendimento
•Facilidade na execução
•Dispensa andaimes

. Recomenda-
Recomenda-se sempre chapiscar as alvenarias
externas e as superfícies de concreto.
concreto.

Avaliação da eficiência do . A decisão de chapiscar ou não as alvenarias


chapisco internas deve ser tomada na fase de projeto, após
realização de ensaios e apreciação dos
•Não apresentar desagregação ao resultados..
resultados
toque;
•Não apresentar escorrimento; . Aconselha-
Aconselha-se em regiões de clima muito seco e
•Teste de aderência com espátula; quente efetuar a cura do chapisco (para se evitar
a rápida evaporação da água de amassamento
•Superfície rugosa ou cordões bem e consequente enfraquecimento e perda de
formados. resistência de aderência)
aderência).

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. Traço 1 x 3 (cimento e areia lavada grossa)


para alvenarias (para estruturas de
concreto utilizar o mesmo traço porém
substituindo a água de amassamento por
uma mistura de água mais resina – ou
utilizar chapisco industrializados que já
apresentem aditivos adesivos)
adesivos).

. Emboço

É a segunda camada de revestimento que se


aplica a alvenaria.
alvenaria.

Finalidade servir de base ao revestimento final


(regularização)).
(regularização

Deve ser executado após a completa


solidificação das argamassas das alvenarias e
do chapisco.
chapisco.

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As paredes devem estar arrematadas


(instalações elétricas, hidráulicas e gás
embutidas) Principais funções:

Registros e válvulas com canopla devem ser


posicionados segundo as mestras • Vedação

• Regularização da superfície
Os marcos das portas devem estar assentados
• Proteção da base contra agentes nocivos

• Preparação para as camadas subsequentes

Execução:
Exemplos de traços (práticos)
(práticos)::
. Colocação de taliscas p/ execução das mestras
. Industrializadas ensacadas
ensacadas;; (mesmo prumo afastadas de +/-
+/- 1,50 m)
definindo a espessura do emboço (1,5 a 2,0 cm)
cm);

. 1:1:6 (cimento / cal aditivada / areia lavada . Mestras cantos e internas espaçadas de 2,00 a
média) ; 2,50 m (linhas
(linhas));
. 1 saco (20 kg) de prépré--misturado cimento/cal
aditivada : 3(externo) / 4 (interno) latas (18 litros) . Após a secagem das mestras faz-
faz-se o enchimento
de areia lavada média
média;; e sarrafeamento dos espaços entre as mestras (do
teto para o piso
piso));
. 1 lata (18 litros) de cimento : 1 saco (20 kg) de
filler calcário aditivado : 8 latas (18 litros) de areia . Após sua projeção a argamassa deve ser
apertada contra a parede (aumenta a aderência
lavada média
média.. e diminui o volume de vazios do revestimento
fresco, o que contribui para evitar fissuras de
retração de secagem)

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Fixação das Taliscas


Fixação das Taliscas
• Elaborar plano de revestimento

• Distância compatível com a régua ou até 2 metros

• Verificar a espessura e prumo

Guias ou mestras
Guias ou mestras
• Executar após fixação das taliscas (1 dias);

• Preenchimento das faixas verticais;

• Remoção das taliscas

e preenchimento

dos vazios.

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Preenchimento Sarrafeamento e desempeno

• Executar após enrijecimento das mestras • Iniciar após o preenchimento dos vãos entre as mestras;

• Umedecer a superfície • Utilizar uma régua em movimentos zigue-zague de baixo


para cima;
• Iniciar o preenchimento de cima para baixo
• Utilizar desempenadeira,

deixar a superfície plana,

homogênea e áspera.

Sarrafeamento e desempeno Aplicação do emboço em quinas e cantos


• Utilizar desempenadeira de quina ou de canto

• Tomar cuidado para não

propiciar uma camada

vulnerável a agentes

agressivos

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. O sarrafeamento só deve ser realizado


após um certo período (na obra diz-
diz-se que
o pedreiro espera a argamassa “puxar”).
“puxar”). O
sarrafeamento realizado com a espera de
tempo inferior ao adequado após a
aplicação da argamassa resulta em fissuras
provocadas pela perturbação precoce
desta argamassa.
argamassa.

Exemplos de traços (práticos):


. Reboco (ou massa única)
. Industrializadas ensacadas;
ensacadas;

Camada única de . 1:2:8 externo e 1:2:10 interno (cimento / cal


argamassa aplicada aditivada / areia lavada fina) ;
sobre o chapisco,
. 1 saco (20 kg) de pré pré--misturado cimento/cal
sarrafeada com régua, aditivada : 4(externo) / 5 (interno) latas (18 litros) de
alisada com areia lavada fina
fina;;
desempenadeira de
madeira e feltrada . 1 lata (18 litros) de cimento : 1 saco (20 kg) de filler
calcário aditivado : 10 latas (18 litros) de areia
(espuma de poliuretano) lavada fina
fina..

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Execução:
. Após o desempeno, procede
procede--se a operação
. Idêntica ao emboço comum;
comum; de feltramento ou camurçamento, que
consiste na operação de fricção da superfície
do revestimento, com espuma de poliuretano
. Após o sarrafeamento → desempenadeira de (esponja) ou desempenadeira de espuma,
madeira → borrifa
borrifa--se água → feltro ; através de movimentos circulares de modo a
retirar o excesso de pasta surgido na operação
de desempeno e a deslocar os grãos de
. A aplicação da desempenadeira de madeira deve agregado, preenchendo
preenchendo--se e/ou alisando-
alisando-se
ser realizada após um intervalo de tempo mínimo pequenas irregularidades, até a obtenção de
(verificado pelo pedreiro na obra no momento em uma textura final homogênea com o mínimo
que pressiona com o polegar a superfície do de vazios (“camurçada
(“camurçada”)
”)..
revestimento e este não afunda).
afunda). A operação de
desempeno promove fluxo de pasta para a superfície Durante o camurçamento pode-
pode-se umedecer
para que os grãos do agregado fiquem envoltos pela a superfície ou a espuma com nata de
mesma (aumenta a resistência mecânica da argamassa para o preenchimento dos vazios e
superfície)).
superfície melhor homogeneização da textura
camurçada

. Espessuras maiores que 30 mm e menor que 50 O mercado da construção civil


mm chapar a argamassa de duas vezes, só está cada vez mais cheio de
sarrafeando e desempenando a 2a. camadacamada.. inovações, inovações estas que
Para espessuras acima de 50 mm deve- deve-se melhoram a qualidade,
proceder o encasque (no caso de fachadas produtividade e a economia dos
deve--se realizar projeto do revestimento
deve serviços a serem realizados.
Dentre estas novidades deste
utilizando--se
utilizando tela eletro
eletro--soldada fixadas ramo, podemos citar a máquina
mecanicamente à pólvora) de projetar reboco, que é um
ótimo recurso que já esta sendo
adotado em algumas
construtoras.

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Dentre os diversos
Dispensa o uso da colher de pedreiro; fatores que favorecem
a escolha do método
mecanizado, está a
A máquina de projetar reboco aplica o reboco no substrato
economia com a mão-
com muita pressão através de ar comprimido com o auxílio de-obra, porque esta
de um mangote com uma pistola na extremidade, isto faz máquina dispensa a
com que a argamassa seja projetada na superfície da necessidade de
parede com muito mais força do que no sistema contratação de muitos
trabalhadores, pelo
convencional, e, o melhor, sem variar a intensidade
fato da mesma
desta força de aplicação, mesmo em lugares de difícil possuir uma alta
acesso. Constata-se então, que esta máquina permite um produtividade.
resultado mais uniforme e de alta qualidade.

Massa única externa.

• Devem ser previstas juntas de assentamento e de


movimentação.

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. NBR 7.200 – Execução de revestimento de


paredes e tetos de argamassas inorgânicas –
Procedimento

. NBR 13
13..749 - Revestimentos de paredes e tetos
de argamassas inorgânicas – Especificação (a
seguir resumo dos principais itens)

. Aderência:
. Prumo: Ensaio de percussão → avaliar 1 m2 a cada 50 m2
dprumo δ H/900, onde H = altura da parede (m
(m); de teto e a cada 100 m2 de parede (0s
revestimentos que apresentarem som cavo nesta
inspeção, por amostragem, deverão ser
. Nivelamento
Nivelamento:: integralmente percutidos)
dnível δ L/900, onde L = comprimento do maior
vão do teto (m (m); Ensaio de resistência de aderência à tração
(conforme NBR 13 13..528
528),
), em pontos escolhidos
. Planeza
Planeza:: aleatoriamente ou a cada 100 m2 ou menos da
área suspeita.
suspeita. O revestimento será aceito se de
as ondulações nãnão
o devem superar 3 mm em cada grupo de 06 ensaios realizados (com idade
relação a uma régua de 2 m de comprimento. igual ou superior a 28 dias) pelo menos quatro
As irregularidades abruptas não devem superar valores forem iguais ou superiores aos mínimos
2 mm em relação a uma régua com 20 cm de exigidos (ver quadro apresentado a seguir)
comprimento .

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CARVALHO JR., Antônio Neves. Apostila da Disciplina Técnicas


de Revestimento/CECC-
Revestimento/CECC-DEMC. Belo Horizonte. MG, 1999.
CINCOTTO, Maria Alba et al. Argamassas de revestimento :
características, propriedades e métodos de ensaio. São
Paulo. SP. Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 1995.
EP/EN-1. Recomendações
Convênio EPUSP – ENCOL. PROJETO EP/EN-
para Execução de Revestimentos de Argamassas para
Paredes de Vedação e Tetos. Desenvolvimento
Tecnológico de Métodos Construtivos para Alvenarias e
Revestimentos, São Paulo. SP, 1988.
SABBATINI, Fernando Henrique. Argamassas - Notas de Aula.
USP. São Paulo.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimento
de paredes e tetos de argamassas inorgânicas -
Especificação – NBR 13749/1996.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimento
de paredes e tetos com argamassas - Materiais, preparo,
aplicação e manutenção - NBR 7200/98.

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