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Sistemas de Revestimento
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Sumário
Sistemas de Revestimento
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1 - Boas Vindas
É muito bom estarmos juntos mais uma vez. Agora estudaremos os sistemas de revesti-
mentos e, ao dizermos isso, entramos em um universo de formas, cores, texturas e diver-
sos materiais que podem ser muito explorados, por ser um tema muito abrangente. Em
função do tempo, vamos nos restringir ao estudo dos revestimentos cerâmicos aderidos
e dos revestimentos argamassados à base de cimento.
a) Trabalhabilidade
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b) Resistência mecânica
c) Aderência
1 - Argamassas de Cimento
• adquirem resistências iniciais e finais bastante elevadas em comparação com ou-
tras argamassas;
• misturas pobres não possuem trabalhabilidade adequada;
• misturas ricas causam problemas de retração indesejáveis;
• caso necessário, as características de trabalhabilidade podem ser conseguidas
com o emprego de aditivos plastificantes.
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Traço
11,75 É a quantidade limite de parte da areia para esse traço, que será 1:2:11,75
Temos duas formas básicas de preparo das argamassas:
Mistura mecânica
Mistura manual
Argamassas Industrializadas
• a grande vantagem de utilizar essas argamassas é o controle da qualidade, o qual é
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muito difícil de se conseguir no canteiro de obra, principalmente porque a areia é o único
insumo não industrializado;
• encontram-se disponíveis no mercado para utilizar em: emboço, reboco, revestimento
pigmentado, assentamento de blocos e revestimentos, contra piso e chapisco rolado /
desempenado (bastando adicionar água e misturar);
• são comercializadas em sacos de 30 a 50 kg ou a granel, fornecidas em silos;
• podem ser aplicadas nos processos convencional ou projetada;
• devem atender a NBR 13281.
Tempo de utilização: tempo durante o qual a argamassa pode ser utilizada, depois de
preparada em temperatura ambiente.
Aderência: capacidade da argamassa para fixar uma peça a uma determinada base.
Pode ocorrer por dois princípios:
Tempo em aberto: tempo disponível para colocar uma cerâmica entre o momento em
que a argamassa se estende sobre a base e o momento em que perde sua capacidade
de colar adequadamente, impregnando integralmente a placa.
AC - tipo I (interior)
Argamassa que atende aos requisitos da tabela seguinte e com características de resis-
tência às solicitações mecânicas típicas de revestimentos internos, com exceção daque-
les aplicados em saunas, churrasqueiras, estufas e outros revestimentos especiais.
AC - tipo II (exterior)
Argamassa que atende às exigências da tabela a seguir. Apresenta características de
adesividade que permitem absorver os esforços existentes em revestimentos de pisos e
paredes externas decorrentes de ciclos de flutuação térmica e higrormétrica, da ação da
chuva e/ou vento, da ação de cargas como as decorrentes de movimento de pedestres
em áreas públicas e de máquinas ou equipamentos leves sobre rodízios não metálicos.
AC - tipo II (especial)
Revestimento novo sobre o antigo
• Assentamento de secagem rápida de placas cerâmicas, inclusive porcelanatos e
ardósias em pisos e paredes de áreas internas.
• Assentamento desses revestimentos com secagem rápida em áreas de grande
movimentação de pedestres, como edifícios comerciais, estações, shopping cen-
ter, etc.
• Assentamento de revestimentos novos sobre antigos como cerâmica, granilite e
epóxi, com secagem rápida.
AC - tipo III E
Argamassa colante industrializada que atende aos requisitos da tabela abaixo, similar ao
tipo III, com tempo em aberto estendido, adequada para assentamento de revestimentos
cerâmicos, porcelanatos e granitos de grandes formatos.
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As argamassas colantes industrializadas devem atender aos requisitos estabelecidos
nesta tabela.
São classificados de acordo com as especificas características, eles podem ser divididos
nos seguintes tipos:
O Emboço
Por se destinar à aplicação posterior de massa corrida e ou pinturas, esta massa não
deve apresentar fissuras que comprometam visualmente o acabamento. Principalmente
em paredes externas tais defeitos podem propiciar a penetração de águas de chuva,
vindo a prejudicar a aderência, a durabilidade do revestimento e a estanqueidade da
vedação.
É aplicada sobre o emboço, e sua espessura apenas o suficiente para constituir uma
película contínua e íntegra sobre o emboço, não devendo ultrapassar 5mm.
É o reboco que confere a textura superficial final aos revestimentos de múltiplas cama-
das, sendo a pintura, em geral, aplicada diretamente sobre o mesmo.
O Chapisco
O chapisco não deve ser considerado como uma camada de revestimento. É uma prepa-
ração da base, sendo necessário ou não, conforme a natureza da base. Tem como ob-
jetivo melhorar as condições de aderência da primeira camada do revestimento à base,
em situações críticas basicamente vinculadas a dois fatores:
a) Preparação da base:
• condições de limpeza da base;
• correção de imperfeições da base;
• tratamento das superfícies de concreto a serem revestidas;
• execução correta do chapisco nas superfícies prescritas em projeto;
• necessidade de tratamento superficial diferenciado em regiões não prescritas no
projeto.
f) Execução do reboco:
• uniformidade superficial do reboco - sem emendas ou correções - exigida para
aplicação de pinturas;
• intervalo de tempo após execução do emboço.
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Observação.:
1) Grãos instáveis quimicamente;
2) Grãos que, além de friáveis, também podem ser instáveis quimicamente;
3) O consumo de água em excesso pode ser decorrência do consumo elevado de aglo-
merantes.
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Juntas de Movimentação e de Dessolidarização: essas juntas visam permitir a movi-
mentação do pano cerâmico como um todo.
Posicionamento das juntas: as normas NBR 13753, NBR 13754 e NBR 13755, que
tratam do assentamento de revestimento cerâmico utilizando argamassa colante, reco-
mendam os seguintes parâmetros para execução das Juntas de Movimentação:
As mesmas normas acima citadas fazem as seguintes referências sobre os pontos onde
devem ser executadas Juntas de Dessolidarização:
• nos cantos verticais;
• nas mudanças de direção do plano do revestimento;
• no encontro da área revestida com pisos e forros, colunas, vigas ou outros tipos de
revestimentos;
• onde houver mudança de material que compõe a estrutura-suporte de concreto para a
alvenaria.
As normas da ABNT não especificam valores para a largura das juntas, informando que
elas devem ser dimensionadas em função das movimentações previstas para o revesti-
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mento e em função da deformibilidade admissível do selante, respeitando o coeficiente
de forma (largura/profundidade).
1) Eflorescência
Aspectos observados:
• manchas de umidade;
• pó branco acumulado sobre a superfície.
Causas prováveis:
• umidade constante;
• sais solúveis presentes no elemento alvenaria e/ou cimento;
• sais solúveis presentes na água de amassamento ou umidade infiltrada;
• cal não carbonatada.
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Reparos:
• eliminação da infiltração de umidade;
• secagem do revestimento;
• escovamento da superfície;
• reparo do revestimento quando pulverulento.
2) Bolor
Aspectos observados:
• manchas esverdeadas ou escuras;
• revestimento em desagregação.
Causas prováveis:
• umidade constante;
• área não exposta ao sol.
Reparos :
• eliminação da infiltração da umidade;
• lavagem com solução de hipoclorito;
• Reparo do revestimento quando pulverulento.
3) Vesículas
Aspectos observados:
• empolamento da pintura, apresentando-se as partes internas das empolas na cor
branca, preta e vermelho acastanhada.
Causas prováveis:
• hidratação retardada da cal;
• presença de pirita ou matéria orgânica na areia;
• presença de concreções ferruginosas na areia.
Reparos:
• renovação da camada de reboco;
• eliminação da infiltração da umidade.
Aspectos observados:
• a superfície do reboco descola do emboço formando bolhas, cujos diâmetros au-
mentam progressivamente;
• o reboco apresenta som cavo sob percussão.
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Causas prováveis:
• infiltração de umidade;
• hidratação retardada da cal.
Reparos:
• renovação da pintura;
• renovação da camada de reboco.
5) Descolamento em placas
Aspectos observados:
• a placa apresenta-se endurecida quebrando-se com dificuldade;
• sob percussão, o revestimento apresenta som cavo.
Causas prováveis:
• a superfície em contato com a camada inferior apresenta placas freqüentes de
mica;
• argamassa muito rica;
• argamassa aplicada em camada muito espessa;
• a superfície da base é muito lisa;
• a superfície da base está impregnada com substância hidrófuga;
• ausência da camada de chapisco.
Reparos:
• renovação do revestimento:
• apicoamento da base;
• eliminação da base hidrófuga;
• aplicação de chapisco para melhoria da aderência.
Aspectos observados:
• a película de tinta descola arrastando o reboco que se desagrega com facilidade;
• o reboco apresenta som cavo sob percussão.
Causas prováveis:
• excesso de finos no agregado;
• traço pobre em aglomerante;
• traço excessivamente rico em cal;
• ausência de carbonatação da cal;
• reboco aplicado em camada muito espessa.
Reparos:
• renovação da camada de reboco.
7) Fissuras
Causas prováveis:
• expansão da argamassa de assentamento por hidratação retardada da cal;
• expansão da argamassa de assentamento por reação cimento-sulfatos ou devido
à presença de argilo-minerais expansivos no agregado;
Reparos :
• renovação do revestimento após hidratação completa da cal da argamassa de
assentamento;
• a solução a adotar é função da intensidade da reação expansiva;
b) Mapeadas
Aspectos observados:
• as fissuras têm forma variada e distribuem-se por toda a superfície.
Causas prováveis:
• retração da argamassa de base.
Reparos:
• renovação do revestimento;
• renovação da pintura.
8 - Os Revestimentos Cerâmicos
Hoje temos a nossa disposição os mais diversos formatos e modelos, que nos permitem
usar e ousar nos projetos. O revestimento cerâmico é um produto muito antigo. O primei-
ro exemplo de seu uso para colorir e decorar superfície data da civilização babilônica,
isto é, do século 6 a.C. Através dos tempos, a tecnologia de fabricação foi gradativamen-
te ampliada e aperfeiçoada.
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Pisos e paredes
Elementos decorativos
Os elementos decorativos são peças especiais próprias para criar ambientes persona-
lizados
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Faixas - são peças retangulares, decoradas, aplicadas em paredes ou pisos. Também
são conhecidas como listellos ou listels. Para pisos, o nome mais comum é barra.
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Características técnicas dos revestimentos cerâmicos
• impermeabilidade;
• facilidade de limpeza;
• incombustibilidade;
• resistência;
• antialérgico;
• efeito decorativo.
Absorção de água
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Resistência à Abrasão
Observação: Um produto, para ser classe 5, deverá resistir além dos 12000 giros, sem
dano à superfície.
Resistência ao impacto
Estas são características importantes em locais onde circulam cargas pesadas, tais como
empilhadeiras, carrinhos industriais, etc. Nessas áreas, as rodas devem ser de borracha
com pneu de ar.
Resistência à flexão
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Resistência à mudança brusca de temperatura – Choque Térmico
Resistência à gretagem
O termo “gretagem” refere-se a fissuras, como fio de cabelo, sobre a superfície esmalta-
da. O formato dessas fissuras é geralmente de forma circular, espiral ou como uma teia
de aranha.
A tendência à gretagem é medida em laboratório, submetendo a peça cerâmica a uma
pressão de vapor de 5 ATM por uma hora. Esse teste acelerado reproduz a expansão por
umidade que a peça sofrerá ao longo dos anos, depois de assentada.
A expansão por umidade é a maior responsável pelo aparecimento de gretagem em re-
vestimentos cerâmicos após o assentamento, e pode ser evitada.
Resistência ao gelo
É a capacidade que a superfície cerâmica tem de não alterar sua aparência quando em
contato com determinados produtos químicos que mancham, padronizados em norma
específica.
O resultado do teste permite alocar o produto numa classe de resistência, para cada
agente manchante ou para cada produto químico especificado na norma. As classes, em
ordem decrescente de resistência, encontram-se disponíveis na tabela, no link ao lado.
Nota: Nos revestimentos para indústrias, é necessário testar os produtos com os mesmos reagentes que
deverão resistir sob as mesmas condições de temperatura e concentração.
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Dilatação
As dilatações podem ser de dois tipos: reversíveis, por variação de temperatura; irrever-
síveis, por expansão por umidade. Ambas precisam ser absorvidas pelas juntas largas e
com rejuntamentos flexíveis.
É muito importante nas fachadas, ao redor de churrasqueiras ou fogões, etc. Essa ca-
racterística é medida com um aparelho de precisão, e o resultado significa o valor em
mícron por metro, por grau centígrado que o material aumenta por metro do tamanho
inicial, quando aquecido até determinada temperatura.
É importante comparar o coeficiente de expansão térmica de peça cerâmica com os ou-
tros materiais da construção civil.
Esse fator é crítico em ambientes úmidos, tais como piscinas, fachadas, saunas, etc.
Produtos cerâmicos porosos apresentam maior expansão de umidade, sendo que esse
fenômeno pode ser uma das causas do estufamento e da gretagem.
Essa característica é medida e expressa em mm/m e pode ser muito baixa.
Coeficiente de atrito