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Nível Técnico

Meio Ambiente

Meio Ambiente
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Sumário

1 - Boas-vindas ....................................................................................................... 05

2 - Sistema Nacional do Meio Ambiente ................................................................. 05

3 - Impacto Ambiental ............................................................................................. 06

4 - Água ................................................................................................................... 11

5 - Resolução 307 do CONAMA ............................................................................ 15

6 - Definições .......................................................................................................... 16

7 - Classificação dos Resíduos Sólidos da Construção Civil .................................. 17

8 - Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Construção e Demolição (RSCD) ..... 18

9 - Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil .............. 19

10 - Gestão Pública dos Resíduos Sólidos da Construção Civil do Município de


Belo Horizonte ......................................................................................................... 21

11 - Produção mais Limpa ....................................................................................... 23

12 - Modelo de Classificação e Separação dos Resíduos nos Canteiros de Obra. 24

13 - Proposta de Roteiro Básico para Elaboração do Projeto de Gerenciamento


de Resíduos da Construção Civil – PBH (PGRCC) ................................................ 28

14 - Desafios no Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil ..................... 31

15 - Referências Bibliográficas ............................................................................... 33

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1 - Boas-vindas

Seja bem vindo!

Nesta disciplina, abordaremos alguns assuntos sobre Meio Ambiente. Vamos estudar so-
bre Órgãos Ambientais, Impactos Ambientais, Sistema de Abastecimento e Tratamento
de Água e, por fim, o Gerenciamento de Resíduos de Construção civil.

Iniciaremos nossa caminhada estudando sobre os Órgãos Ambientais.

2 - Sistema Nacional do Meio Ambiente

Os órgãos ambientais constituem o Sistema Nacional do Meio Ambiente. Cada órgão


tem uma área de atuação e uma função específica.

Você conhece o Sistema Nacional do Meio Ambiente?

Ele é composto por organismos federais, estaduais e municipais.

I - Órgão Superior: Conselho de Governo


Função: assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas
diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais.

II - Órgão Consultivo e Deliberativo: CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambien-


te
Função: assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo diretrizes de políticas
governamentais, bem como deliberar sobre normas e padrões compatíveis com o meio
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.

III - Órgão Central: Ministério do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Amazônia Legal
Função: planejar, coordenar, supervisionar e controlar a política nacional e as diretrizes
governamentais fixadas para o Meio Ambiente.

IV - Órgão Executor: IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos


Naturais Renováveis
Função: executar e fazer executar a política nacional e as diretrizes governamentais
fixadas para o Meio Ambiente.

V - Órgãos Setoriais: órgãos ou entidades integrantes da administração federal direta


ou indireta , com funções instituídas pelo Poder Público e cujas atividades estejam as-
sociadas às de proteção da qualidade ambiental, ou aquelas de disciplinamento de uso
de recursos ambientais.

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Exemplos:

• DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral


• SPU - Serviço do Patrimônio da União
• IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
• CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear
• Capitania dos Portos
• Ministério Público Federal

VI - Órgãos Seccionais: órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de


programa e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a
degradação ambiental.

Exemplos:

• Secretaria Estadual de Meio Ambiente


• CONEMA - Conselho Estadual do Meio Ambiente
• CECA - Comissão Estadual de Controle Ambiental
• CODEL - Comitê de Defesa do Litoral
• CECAB - Comissão Estadual de Controle de Agrotóxicos e Biocidas
• CERSNU - Comissão Estadual de Radioproteção e Segurança Nuclear
• FIEF - Fundação Instituto Estadual de Florestas
• SERLA - Superintendência Estadual de Rios e Lagoas
• DRM - Departamento de Recursos Minerais
• INEPAC - Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural
• BPFMA - Batalhão de Polícia Florestal e Meio Ambiente
• DMMA - Delegacia Móvel do Meio Ambiente
• CDBG - Comissão despoluição da Baía de Guanabara
• GIFMA - Grupamento de Incêndio Florestal e Meio Ambiente
• CEEA - Comissão Estadual de Educação Ambiental
• Ministério Público Estadual

VII - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e


fiscalização dessas atividades.

Exemplo:
• Secretaria de Planejamento Urbano.

3 - Impacto Ambiental

A utilização que o homem tem feito dos recursos naturais nem sempre ocorreu conside-
rando suas características e as capacidades de recuperação dos mesmos. Aliás, só mais
recentemente ele passou a preocupar-se com os problemas ambientais. A atitude mais
comum do homem era considerar-se o ser superior da Natureza, fazendo uso dela da
forma como julgava melhor para ele.

O surgimento de problemas ambientais graves, com reflexos sobre o próprio homem,


levou-o a procurar compreender melhor os fenômenos naturais e a entender que deve
agir como parte integrante do sistema natural.
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Essa conscientização, infelizmente, ainda não alcançou uma parcela significativa da po-
pulação, que continua a provocar mudanças drásticas nos ecossistemas, alterando-os
de forma a prejudicar os seus componentes, entre eles o próprio homem.

A Natureza tem uma grande capacidade de recuperação, e os seus recursos existem


para proporcionar ao homem uma satisfatória qualidade de vida. No entanto, essa capa-
cidade não é ilimitada e, muitas vezes, um recurso natural degradado não tem condições
de voltar às suas características originais, causando a destruição de seus componentes
e sérios danos ao ser humano. Cabe ao homem entender os fenômenos naturais e
compreender como os resultados ambientais se recuperam, antes de utilizá-los. Nesse
sentido, os índios sempre foram mais sábios, agindo como parte integrante do sistema
natural, observando suas leis. Os próprios animais procuram adequar-se às característi-
cas dos ambientes onde vivem.

Ao longo de sua história, o homem vem alterando os ecossistemas, sem considerar que
os recursos disponíveis são finitos. Em muitas partes do Planeta, já existem intensas
situações de degradação, seja do solo, da água ou do ar, onde se torna difícil a sobrevi-
vência dos seres vivos.

Os problemas ambientais agravaram-se nas últimas décadas, como conseqüência do


crescimento populacional, especialmente das áreas urbanas, e da intensificação das ati-
vidades humanas, tais como a industrialização, a agropecuária, a extração de minérios
e outras ações degradadoras.

Desastre ambiental na China

Uma explosão na indústria química 101, da companhia PetroChina, na cidade de Jilin,


causou um vazamento de benzeno (substância altamente cancerígena) nas águas do
Rio Songhua, nordeste da China, num dos maiores desastres ecológicos do país, e que
atinge a Rússia e ameaça até mesmo as relações com Moscou.

Gilberto Scofield Jr. Escreve de Pequim para “O Globo”:

O benzeno já poluiu uma extensão de 80 quilômetros do rio, obrigando Harbin - capital


da província de Heilongjiang e uma das maiores cidades do país - a suspender o abas-
tecimento de água por tempo indeterminado, o que afeta mais de quatro milhões de
pessoas.

Na Rússia, autoridades da cidade de Khabarovsk, na fronteira com a China e banhada


pelo Songhua (que ali passa a se chamar Amur), decretaram estado de emergência e já
avisaram que o fornecimento de água também será interrompido.

Os governos dos dois países criaram uma linha telefônica direta para monitorar o avanço
da gigantesca mancha de benzeno, mas fontes não-oficiais disseram que Moscou vai
pedir explicações e possivelmente compensações a Pequim.
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O motivo é que só anteontem - dez dias após a explosão na fábrica - Pequim admitiu a
gravidade do vazamento. Até quarta-feira, o governo dizia que a suspensão do forneci-
mento de água, iniciada naquele dia, era uma “atividade de rotina para medir a qualidade
das águas do rio”.

A qualidade da água mal foi afetada pela explosão”, afirmou o governo de Jilin, em co-
municado repetido por autoridades ambientais de Harbin, enquanto a Companhia de
Suprimento de Água da cidade se mantinha em silêncio.

População reage com indignação

Só anteontem a Agência de Proteção Ambiental da China informou que a contaminação


do Songhua é grave, com níveis de benzeno 108 vezes acima daqueles considerados
seguros. A imensa mancha avança e ontem atingiu a parte do rio de onde Harbin retira
água para consumo.

Os moradores ficaram em pânico e houve corrida a supermercados. Já não há água po-


tável e caminhões-pipa estão sendo enviados, numa operação controlada por enormes
efetivos da polícia.

A população de Harbin reagiu com indignação. Muitos reclamaram que o governo de-
veria ter avisado sobre o perigo logo após o vazamento. No mercado negro, o preço de
uma garrafa de água está dez vezes maior e houve tumulto em volta dos carros-pipa.
Aeroportos e estações de trem ficaram lotados de pessoas que tentavam sair da cidade,
e escolas estarão fechadas até 30 de novembro.

Shi Wenqing, vice-prefeito de Harbin, disse que o governo estava armazenando água de
cidades vizinhas e que 20 milhões de litros foram enviados. Além disso, o município con-
seguiu um equipamento da empresa petrolífera Daqing Oil Field para furar cem poços.
Pelo menos dez hospitais estão de prontidão para tratar de casos de envenenamento
por benzeno.

Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, Harbin precisa de 1.400 toneladas de car-
bono ativo, substância capaz de purificar a água. Mas o governo tem até agora metade
dessa quantidade, motivo pelo qual a Rússia entrou em alerta.

O Songhua tem 1.927 quilômetros de extensão no nordeste da China e nenhuma outra


cidade ao longo de seu trajeto anunciou a suspensão do fornecimento de água. Segundo
o governo, o motivo é que somente Harbin é abastecida pelo Songhua. As outras cida-
des usariam outras fontes em terra ou outros rios.

Zhang Lanying, diretor do Instituto de Recursos Ambientais da Universidade de Jilin,


disse que o benzeno não se dilui na água e pessoas que o ingerirem em grande quanti-
dade poderão ter câncer, hepatite e doenças urinárias. Jornais chineses estão evitando
mostrar imagens de peixes e plantas mortos.

Fotos do desastre estão sendo distribuídas por agências internacionais de notícias. Não
se sabe exatamente o prejuízo até agora. O governo informou que dez milhões de yuans
(R$ 2,8 milhões) foram destinados a um fundo de emergência, e um milhão (R$ 280 mil),
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à população carente para a compra de água.

Dirigentes do Partido Comunista em Jilin e a PetroChina pediram ontem desculpas à


população. Em 13 de novembro, quando houve a explosão na indústria 101, fabricante
de benzeno, cinco pessoas morreram e pelo menos dez mil moradores da região foram
obrigados a fugir da fumaça amarelada resultante do acidente.

Embraer tem fábrica em parceria com chineses na cidade

Em Harbin fica a fábrica de aviões Harbin Embraer Aircraft Industry, uma parceria feita
em 2002 entre a brasileira Embraer e a chinesa China Aviation Industry Corp. II (Avic II).
Atualmente, cerca de 15 brasileiros, entre engenheiros e técnicos, moram na cidade.

O diretor-geral da Embraer em Pequim, Guan Dongyuan, e a assessoria da empresa em


São José dos Campos não responderam aos pedidos de informação, mas o embaixador
do Brasil em Pequim, Luiz Augusto de Castro Neves, afirmou que os brasileiros recebe-
ram férias antecipadas da Embraer devido ao problema.

- Os brasileiros geralmente tiram férias em dezembro e viajam para o Brasil. Guan Don-
gyuan me informou que a empresa decidiu antecipar as folgas dos funcionários para que
eles pudessem viajar logo para o país - disse o embaixador.

Em SP, a empresa limitou-se a informar: “A Embraer confirma a suspensão das ativida-


des da fábrica de Harbin, na China, em virtude da contaminação do rio que abastece a
cidade. A empresa acompanha com atenção a evolução dos acontecimentos”.

A companhia monta na China o modelo Embraer-145, jato para 50 passageiros.

Industrialização acelerada por trás de crise

A combinação de industrialização acelerada, grande população e práticas intensivas de


agricultura levaram a China a ter um dos maiores índices de poluição do ar do mundo,
além de acentuada degradação do solo e contaminação das fontes naturais de água,
segundo especialistas.

A poluição e a contaminação das fontes de água são cada vez maiores e, para ambien-
talistas e mesmo membros do governo, podem ameaçar o desenvolvimento econômico
do país. Dados de estações de monitoramento da qualidade da água instaladas nos sete
maiores rios do país revelam que 44% dos rios da China estão poluídos.

O presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao vêm declarando que a proteção


ambiental é uma prioridade do governo e anunciaram várias políticas de desenvolvi-
mento sustentável. Especialistas dizem que a China tem uma das melhores legislações
ambientais do mundo, mas muitas vezes não consegue implementá-la.
(O Globo, 25/11) Fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=33317

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Modificações Ambientais Provocadas pelo Homem

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Você tem observado o número de furacões, terremotos, maremotos e outros desastres
naturais que vêm acontecendo nos últimos tempos?

Pois é, como já dizia Newton, toda ação provoca uma reação (3ª Lei)

Você se lembra da 3ª Lei de Newton? Clique e refresque sua me-


mória!
http://www.fisica.ufpb.br/~romero/pdf/05_leis_de_newton.pdf

Isto tudo é uma forma de a natureza responder às intervenções irracionais do homem no


meio ambiente.

4 - Água

Você ouve bastante a mídia dizendo que a água vai acabar. O que você pensa sobre o
assunto?

A realidade é que a água não vai acabar. O que pode acabar, se não forem tomadas
medidas eficazes, é a água potável, ficando cada vez mais complexo e caro o seu trata-
mento.

Pode admitir-se que a quantidade total de água existente na Terra, nas suas três fases,
sólida, líquida e gasosa, tem-se mantido constante, desde o aparecimento do Homem. A
água da Terra - que constitui a hidrosfera - distribui-se por três reservatórios principais,
os oceanos, os continentes e a atmosfera, entre os quais existe uma circulação perpétua
- ciclo da água ou ciclo hidrológico.

Sistema de Abastecimento de Água

Conceitos

Manancial: recurso hídrico, de onde é retirada a água, podendo ser superficial ou sub-
terrâneo. A escolha do manancial depende da sua localização, da quantidade e da qua-
lidade da água disponível.

Captação: retirada da água do manancial, podendo ser feita através de tomada direta ou
utilizando sistemas de bombeamento.

Elevatória: pode ser de água bruta (sem tratamento) ou de água tratada. É constituída
de instalações de bombeamento destinadas a proporcionar o transporte da água de pon-
tos baixos para mais elevados, como, por exemplo, do local de captação para a Estação
de Tratamento de água (ETA).

Adução: transporte da água entre duas unidades do sistema de abastecimento, através


de tubulações ou canais (adutoras). Podem ser de dois tipos:
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• Adutora de água bruta (AAB): tubulação (concreto ou aço) que conduz a água da
fonte de captação (água sem tratamento) até a Estação de Tratamento de Água
(ETA).
• Adutora de água tratada (AAT): tubulação (concreto ou aço) que conduz a água
da Estação de Tratamento de Água até o reservatório principal (a partir deste
ponto, a água é distribuída para a população através de tubulações de diâmetros
menores).

Tratamento: conjunto de processos adotados visando a transformar a água bruta em


água potável. O tratamento é feito na ETA – Estação de Tratamento de Água.

Redes de distribuição: tubulações dispostas nas vias públicas, para efetuar o forneci-
mento da água às edificações.

Etapas de um sistema de Abastecimento

Um sistema de abastecimento de água é constituído pelas seguintes etapas:


1) Captação
2) Tratamento
3) Distribuição

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Fontes de captação de água

A captação de água pode ter, como objetivo, o consumo humano, industrial e outros,
sendo que, neste curso, o foco principal será a captação visando ao uso doméstico.

A água para consumo humano pode ser obtida de várias maneiras:

• captação de água de chuva (cisternas);


• mananciais subterrâneos: fontes de encostas (“olhos d’água) e poços;
• mananciais superficiais: rios, riachos, lagos, lagoas, reservatórios superficiais
(açudes).

Você sabe a diferença entre um poço comum e um poço artesiano?


http://www.sondamar.com.br/info02.htm (leitura complementar para consulta)

O poço comum é, normalmente, executado por meio de perfurações manuais. São poços
rasos, com diâmetros maiores e estão sob pressão atmosférica (quando a escavação
atinge o lençol freático, a lâmina d’ água não se eleva).

A palavra “Artesiano” tem sua origem na França, Artois ou Artesia, que significa: fenô-
meno através do qual a água do poço jorra ou eleva por si, para manter o equilíbrio do
lençol subterrâneo. O poço artesiano atinge grandes profundidades e tem pequenos
diâmetros. A água se eleva, pois está sob uma pressão maior que a atmosférica.

A água dos poços artesianos está, em sua quase totalidade, isenta de contaminação por
bactérias e vírus, além de não apresentar turbidez.

Conceito de turbidez

Alterações ocorridas no aspecto visual da água, causadas pela presença de sólidos em


suspensão, tais como partículas de rochas e contribuições de esgotos industriais e do-
mésticos.”
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Tratamento convencional

Existem várias formas de tratamento, dependendo das características da água captada.


Iremos estudar agora o tratamento convencional, que consiste nas seguintes etapas:

1) Oxidação: o primeiro passo é oxidar os metais presentes na água, principalmen-


te o ferro e o manganês, que normalmente se apresentam dissolvidos. Para isso,
injeta-se cloro ou um produto similar, o que torna essas substâncias insolúveis
na água, permitindo a sua remoção nas outras etapas do tratamento.
2) Coagulação: adiciona-se cal para manter o pH no nível adequado e depois sul-
fato de alumínio ou cloreto férrico, que têm o poder de juntar a sujeira, formando
flocos.

Conceito de pH

Valor que exprime a intensidade com que a água é ácida ou básica. Uma água é ácida
se o seu pH for inferior a 7; básica, se for superior a 7; e neutra, se for igual a 7.

3) Floculação: nessa etapa, as partículas de sujeira continuam se unindo. A água é


misturada em tanques, formando maiores flocos de impureza.
4) Decantação: com a ação da gravidade, os flocos são separados da água, indo
para o fundo dos tanques.
5) Filtração: a água decantada passa por filtros com antracito (carvão mineral),
areia e cascalho. As impurezas que não foram sedimentadas nas etapas ante-
riores ficam retidas aqui.
6) Desinfecção: mesmo filtrada, a água ainda pode conter microorganismos, que
devem ser eliminados. Para isso, utiliza-se o cloro como desinfetante. Nessa
etapa, mantém-se um residual de cloro na água tratada para prevenir a contami-
nação que pode ocorrer durante seu trajeto por redes e reservatórios.
7) Estabilização do pH: adiciona-se mais cal para obter um pH adequado à prota-
ção das tubulações da rede de distribuição.
8) Fluoretação: finalmente, adiciona-se flúor à água para prevenir e reduzir a inci-
dência de cáries dentárias.

Depois de tratada e fluoretada, a água é conduzida para os reservatórios através de


adutoras.

Distribuição

Você já parou para pensar por que são construídos reservatórios?

Os objetivos da acumulação de água em reservatórios são:

• compensar as variações de consumo;


• garantir o abastecimento quando ocorrerem paradas nos sistemas de captação e
adução;
• proporcionar a pressão mínima necessária na rede de distribuição.

Mas cuidado: os reservatórios são locais propícios para a contaminação da água!


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A partir do reservatório, a água é distribuída por gravidade para a população através de
tubulações de diâmetros menores.

Você sabe limpar caixas d’água e reservatórios? Clique aqui e descubra como!

Os reservatórios e caixas d’água:

Muitas vezes, ocorre a contaminação desses reservatórios ou mesmo a formação de al-


gas ou bactérias, que podem trazer sérios danos a nossa saúde, e por isso é necessário
a cada 6 meses promover vistorias e limpezas.

Como limpar caixas e reservatórios d’água:

• feche o registro geral do hidrômetro;


• espere toda a água armazenada ser consumida pelas torneiras, descargas ou na
limpeza doméstica;
• com a caixa vazia, promova a limpeza, usando escova, vassoura, balde, panos e
água sanitária;
• nunca utilize produtos de limpeza doméstica como sabão, detergente e desinfe-
tantes;
• encha novamente a caixa e adicione 1 gota de água sanitária para cada litro de
água, ou 1 litro de água sanitária para cada 1000 litros de água, para uma última
desinfecção;
• descarte esta água ou utilize-a para fins menos exigentes;
• tampe a caixa d’água corretamente para evitar novas contaminações e marque a
data da limpeza em algum lugar.

5 - Resolução 307 do CONAMA

Você já deve ter observado que, na maioria das obras, a produção de resíduos sólidos
da construção civil é uma constante. Porém, reduzi-los é uma forma de evitar os impac-
tos ambientais em uma cidade. Assim, resoluções como a 307, emitida pelo Conselho
Nacional de Meio Ambiente (Conama), podem ajudá-lo neste sentido, além de reduzir
custos para o setor público. Este pode reaproveitar insumos em obras públicas e, desta
forma, contribuir para o ordenamento da cidade.

Criada em cinco de julho de 2002 e em vigor desde dois de janeiro de 2003, a Resolu-
ção 307 estabelece diretrizes para a efetiva redução dos impactos ambientais gerados
pelos resíduos da construção civil, visto que o Conama considera que esses restos da
obra representam um significativo percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas
urbanas. E, em vários casos, eles são depositados em locais inadequados como aterros
de resíduos domiciliares, áreas de bota-fora, encostas e em áreas protegidas por Lei,
contribuindo para a degradação ambiental.
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Para implementar as diretrizes contidas na Resolução 307 do Conama, os responsáveis
pela produção de resíduos da construção civil têm de utilizar os programas contidos no
Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.

De acordo com essa resolução, os municípios já deveriam ter elaborado esses projetos
de gestão e os implementados desde dois de janeiro de 2004. A partir dessa data, os
geradores de resíduos sólidos têm o prazo máximo de 24 meses para incluir o Plano
Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil nos projetos de obras a
serem submetidos à aprovação ou ao licenciamento dos órgãos componentes.

Dica
Gerenciamento de resíduos é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar
resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos
para desenvolver e implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas pre-
vistas em programas e planos.

Acesse a resolução 307 na íntegra.


http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30702.html

6 - Definições

A Legislação brasileira sobre resíduos utiliza termos muitas vezes não muito conhecidos.
Antes de aprofundarmos no assunto, é necessário saber algumas definições e princí-
pios.

Resíduos da construção e demolição são os provenientes da construção, demolição,


reformas, reparos e da preparação e escavação do solo.

Geradores são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por ati-
vidades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos dessa Resolução.

Transportadores são pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do trans-


porte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação.

Agregado Reciclado é o material granular proveniente do beneficiamento de resíduos


de construção que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de
edificação, de infra-estrutura, em aterros sanitários ou obras de engenharia.

Gerenciamento de Resíduos é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou re-


ciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e
recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias ao cumprimento das
etapas previstas em programas e planos.

Reutilização é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mes-


mo.

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Reciclagem é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido
à transformação.

Beneficiamento é o ato de submeter um resíduo a operações e/ou processos com o


objetivo de dotá-los de condições que permitam sua utilização como matéria-prima ou
produto.

Aterro de resíduos da construção civil é a área onde serão empregadas técnicas de


disposição de resíduos da construção civil Classe “A” no solo.

Áreas de destinação de resíduos são áreas destinadas ao beneficiamento ou à dispo-


sição final de resíduos.

Dominando esses conceitos, você entenderá melhor a legislação e o conteúdo do cur-


so.

A resolução CONAMA 307 também estabelece alguns princípios


sobre a Geração de Resíduos Sólidos da Construção Civil (RSCC).
Essa resolução estabelece que é necessário priorizar a não-gera-
ção de resíduos e proibir a disposição final em locais inadequados,
como aterros sanitários, em bota-foras, lotes vagos, corpos-d´água,
encostas e áreas protegidas por lei.

Nossa próxima etapa será aprender sobre a classificação dos resíduos da construção
civil.

7 - Classificação dos Resíduos Sólidos da Construção Civil

Segundo a cartilha de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para a Construção Civil,


elaborada pelo SINDUSCON-MG, SENAI Paulo de Tarso e parceiros, a necessidade de
aproveitar os resíduos não resulta apenas da vontade de economizar. Trata-se de uma
atitude fundamental para a preservação de nosso meio ambiente.

O importante a ser implantado no setor é a gestão do processo produtivo, com a diminui-


ção na geração de resíduos sólidos e o correto gerenciamento dos mesmos no canteiro
de obra, partindo da conscientização e sensibilização dos agentes envolvidos, criando
uma metodologia própria em cada empresa.

Conheça agora a Classificação dos Resíduos Sólidos.

Classe A: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados. Entre eles os de


construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação, de edificações e de outras
obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplenagem. Também são
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considerados dessa categoria os de processo de fabricação e/ou demolição de peças
pré-moldadas em concreto, produzidas nos canteiros de obra.

Classe B: são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plástico, papel,
metais, vidros e madeiras.

Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou apli-
cações economicamente viáveis, que permitam a sua reciclagem. Um exemplo são os
produtos que utilizam o gesso como matéria-prima.

Classe D: são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção. Para citar


alguns exemplos, estão inclusos nesta categoria as tintas, solventes e os óleos. Também
os resíduos contaminados em demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas,
instalações industriais, entre outros.

A cartilha também direciona sobre as diretrizes a serem alcançadas


pelo setor, preferencialmente e em ordem de prioridades. Veja quais
são essas diretrizes.
• Reduzir os desperdícios e o volume de resíduos gerados;
• segregar os resíduos por classes e tipos;
• reutilizar materiais, elementos e componentes que não requisitem
transformações;
• reciclar os resíduos, transformando-os em matéria-prima para a
produção de novos produtos.

Mas quais são as vantagens para o empresário e para a sociedade em reduzir a geração
de resíduos? Dentre as vantagens da redução da geração de resíduos, tem-se:

• diminuição do custo de produção;


• diminuição da quantidade de recursos naturais e energia a serem gastos;
• diminuição da contaminação do meio ambiente;
• diminuição dos gastos com a gestão de resíduos.

Vale ressaltar que se faz necessária uma mudança da cultura junto a todos os envolvidos
no processo da construção, evidenciando a importância da preservação do meio em que
vivemos.

Os resíduos da construção civil não podem ser dispostos em aterros de resíduos domi-
ciliares, em áreas de “bota fora”, encostas, corpos d`água,
lotes vagos e em áreas protegidas por lei.

8 - Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Construção e Demolição (RSCD)

O processo de urbanização acelerada e o fato de que nunca a sociedade consumiu tanta


matéria-prima, transformando-a em tantos resíduos inúteis, impulsionaram alguns muni-
cípios brasileiros a intervir na gestão dos RCD (Resíduos de Construção e Demolição),
alterando as formas tradicionais de ação.
Os resultados por eles alcançados são parcelares, alguns provenientes de ações amplas
que perseguiram objetivos a partir do planejamento das intervenções e outros que são
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reflexos de ações pontuais, assemelhadas às iniciativas propostas na Gestão Diferen-
ciada dos RCD. Sendo parcelares, os resultados são expressão de um processo, apon-
tando, em seu conjunto, o potencial de sucesso oferecido pelas ações propugnadas na
Metodologia de Gestão Diferenciada.

A Resolução 307 do CONAMA estabelece obrigações tanto para os municípios quanto


para os geradores (pequenos e grandes).

Os municípios devem elaborar o Plano Integrado de Gerenciamento, que incorpora:

a) Programa Municipal de Gerenciamento (para gerados de pequenos volumes);


b) Projetos de Gerenciamento em obra (para aprovação dos empreendimentos dos
geradores de grandes volumes).

O Plano Integrado e o Programa Municipal devem estar elaborados


até janeiro de 2004 e implementados até julho de 2004.

Já os Geradores de resíduos devem elaborar os Projetos de Gerenciamento em obra


caracterizando os resíduos e indicando procedimentos para triagem, acondicionamento,
transporte e destinação.

Os Projetos de Gerenciamento devem ser apresentados e implementados a partir de


janeiro de 2005.

Você observou que os prazos já estouraram? Pesquise se a sua cidade está atendendo
o estipulado na legislação! Para obter esses dados, pesquise no site da prefeitura de seu
município.

9 - Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil

Como vimos, o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos é de responsabilidade


da administração municipal. Esse documento deve abordar os seguintes itens:

• diretrizes técnicas e procedimentos para serem elaborados pelos grandes gera-


dores;
• cadastramento de áreas púbicas ou privadas, aptas para recebimento, triagem e
armazenamento temporário de pequenos volumes;
• estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de beneficiamento
e de disposição final de resíduos;
• a proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não licenciadas;
• incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo produtivo;
• definição de critérios para o cadastramento de transportadores;
• ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes envolvidos;
• ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e possibilitar a sua se-
gregação.
Meio Ambiente
19
Projetos de gerenciamento de resíduos da construção civil

Já os Projetos de Gerenciamento de RCC, como mencionado, são de responsabilidade


dos geradores. Esses projetos devem estabelecer procedimentos necessários para o
manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos.

O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção (PGRC) pode ser dividido em


cinco etapas básicas:

1) Caracterização

Nesta etapa, o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos. A caracterização é


fundamental para a definição de todos os equipamentos e procedimento utilizados nas
próximas etapas.

2) Triagem

Deverá ser realizada preferencialmente pelo gerador na origem ou ser realizada nas áre-
as de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos
estabelecidas.

20 Meio Ambiente
3) Acondicionamento

O gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de
transporte, assegurando, em todos os casos em que seja possível, a condição de reuti-
lização e reciclagem. Os dispositivos devem ser apropriados para cada tipo de material,
para que evite a “contaminação dos resíduos” (principalmente os de classe A, com maior
potencial para reciclagem).

4) Transporte

Deverá ser realizado em conformidade com as etapas ante-


riores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o
transporte de resíduo. Se o gerador contratar um terceiro, é
fundamental o acompanhamento do serviço para garantir uma
disposição final adequada do resíduo. O transportador deverá
ter documento especificando a origem e a destinação do re-
síduo, em se tratando principalmente de resíduos classe A.

5) Destinação

Deverá ser prevista de acordo com o estabelecido na Reso-


lução 307. O gerador deve encaminhar os resíduos inertes
às áreas de transbordo, ou aterros. Os resíduos classe B
poderão ser encaminhados a recicladores, venda ou doa-
ções, principalmente cooperativas de catadores.

10 - Gestão Pública dos Resíduos Sólidos da Construção Civil do Município de


Belo Horizonte

Pode-se dizer que o município de Belo Horizonte é uma referência nacional no geren-
ciamento de Resíduos da Construção Civil. Diante disso, iremos apresentar agora um
Meio Ambiente
21
Estudo de caso da cidade mineira.

Em 1993, foi implantado, no município de Belo Horizonte, o Programa de Correção das


Deposições Clandestinas e Reciclagem de Entulho, cujo objetivo principal é o de promo-
ver a correção dos problemas ambientais gerados pela deposição indiscriminada desses
resíduos em sua malha urbana.

A opção pela implementação deste Programa partiu da constatação de que os resíduos


da construção civil, por corresponderem a aproximadamente 40% dos resíduos recebi-
dos diariamente nos equipamentos públicos, demandam investimentos específicos para
equacionar os problemas ambientais que acarretam especialmente quando inadequada-
mente dispostos.

O Programa de Reciclagem de Entulho da Prefeitura de Belo Horizonte possui, como


sistema de beneficiamento, duas Estações de Reciclagem de Entulho, localizadas no
Bairro Estoril e na Pampulha. Outra Estação está em implantação na CTRS-BR 040. Em
conjunto, as estações receberam em 2003, 97.760 m3 (117.312 ton./ano) de entulho,
perfazendo uma média de 8.147 m3 (9.776 ( ton./mês).

O material reciclado tem sido utilizado pela Prefeitura em obras de manutenção de ins-
talações de apoio à limpeza urbana, em obras de vias públicas e, ainda, em obras de
infra-estrutura em vilas e aglomerados.

A PBH iniciou a instalação da rede de Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes


– URPV para atender os pequenos geradores - até 2m3 - em parceria com os carrocei-
ros, o que tem contribuído significativamente para a preservação ambiental da cidade.
Elas funcionam como instalação auxiliar na captação de resíduos de construção prove-
nientes de pequenas obras e reformas evitando-se, assim, a disposição irregular desses
resíduos e viabilizando o encaminhamento da parcela de recicláveis para as estações
de beneficiamento.

22 Meio Ambiente
URPV - Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes

Vale destacar que a Prefeitura de Belo Horizonte possui 23 URPV


distribuídas nas nove regionais, com previsão de implantação de
mais 05 (cinco).

11 - Produção mais Limpa

Você já ouviu falar sobre P+L?

A prefeitura de Belo Horizonte utiliza uma metodologia baseada na Produção + Limpa


(P+L)

A Produção mais Limpa consiste de um programa de aplicação de uma estratégia eco-


nômica, ambiental e técnica, integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a
eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, através da não geração, minimiza-
ção ou reciclagem dos resíduos gerados, com benefícios ambientais e econômicos para
os processos produtivos.

A realização desse programa é feita em várias etapas. Conheça cada uma dessas eta-
pas.

1) Escolha do processo construtivo: identificação, na obra, do processo ou etapa de


trabalho, onde será implementada a metodologia de Produção mais Limpa.

2) Sensibilização: é nesta etapa que os responsáveis pela implantação do Programa,


principalmente a alta gerência, deverão envolver os colaboradores da empresa. Apre-
sentam-se os principais conceitos sobre o mesmo, assim como os possíveis conflitos
decorrentes de sua implantação, em vista das mudanças de comportamento que ocor-
rerão na empresa.
Meio Ambiente
23
3) Formação do grupo de trabalho (Ecotime): os membros do Ecotime deverão ser
escolhidos de acordo com as necessidades do Programa, levando-se em conta o(s)
processo(s) a ser (em) implantado(s). O Ecotime será responsável pela sobrevivência
do programa. É fundamental definir claramente a missão do grupo, como também as
atribuições e responsabilidades de cada componente.

4) Repasse da metodologia: consiste da demonstração da implantação do Programa


conforme metodologia empregada pelo CNTL/SENAI. Os membros do Ecotime terão
conhecimento do escopo e conteúdo do projeto com o objetivo de atender as datas e
prazos pré-estabelecidos.

5) Medição de campo: consiste do levantamento das entradas de matérias-primas/in-


sumos e saídas de resíduos.

6) Quantificação: consiste da definição, avaliação e acompanhamento de indicadores


ambientais, de processo e de desempenho.

12 - Modelo de Classificação e Separação dos Resíduos nos Canteiros de Obra

Conheça os passos para a implantação da coleta seletiva dos resí-


duos....

1º passo: planejamento das ações a serem efetivadas e onde serão implantadas, a fim
de direcionarmos os esforços para o atingimento das metas.

2º passo: mobilização do pessoal por meio de palestras, para a chefia da obra, funcio-
nários e outros colaboradores, complementada por afixação de cartazes, mensagens em
contra-cheques e outros meios apropriados.

3º passo: caracterização dos RCC gerados nas principais fases da obra, sendo variável
durante sua execução. A tabela abaixo ilustra os principais resíduos gerados em cada
fase.

24 Meio Ambiente
01 – Processo substitutivo da alvenaria tradicional
02 – Lajes fragmentadas, tijolos
03 – Solo proveniente das escavações
04 – Sobra de concreto
05 – Quebra de tijolos
06 – Aço agregado nas lajes demolidas
07 – Aço (sobra no corte das barras de aço)
08 – Sucata de perfis metálicos usados na montagem da estrutura do sistema
Dry-wall
09 – Sucata proveniente do corte de tubos de cobre
10 – Sucata metálica de latas de tintas ou massa de correr, tubos metálicos de
silicone para rejunte ou espuma expansiva
11 – Sucata de perfis de alumínio caso as esquadrias estejam sendo fabricadas
no canteiro de obra
12 – Sacaria de cimento ou argamassa pronta
13 – Plástico
14 – Caixa de papelão das cerâmicas e /ou azulejos
15 – Quebra de vidros ocorridos na demolição
16 – Pode ocorrer quebra de vidro na instalação destes
17 – Provenientes dos recortes de gesso cartonado
18 – Sucata de gesso usado para proteção de pisos acabados

Outros resíduos importantes a considerar, não listados acima, são: argamassa, PVC e
madeira.

Dica
Estima-se que entre 20 e 35% dos RCC em uma caçamba de “entu-
lho” sejam resíduos Classe B e D. Como normalmente uma caçam-
ba de entulho tem até 6m³, estes resíduos seriam responsáveis por
1,2 a 2,1 m³ em cada caçamba.

4º passo: avaliação da viabilidade do uso dos componentes do entulho. Os resíduos


Classe A poderiam ser utilizados, após moagem, na própria obra ou como agregado em
sub-base de estrada, sub-base de pisos/calçadas, confecção de tijolos e bloquetes para
piso intertravados. Os de Classe B e D irão voltar ao ciclo de produção, ou seja, serão
reciclados. Quanto aos de Classe C, ainda não há uma solução econômica para reutili-
zação.

Meio Ambiente
25
5º passo: desenvolvimento de todo processo e providência de acordos, contratos, licen-
ças, autorizações e demais documentos que permitam a utilização do RCC. Tais docu-
mentos se fazem necessários para o controle do que sai da obra e para verificar se o seu
destino está sendo respeitado.

6º passo: desenvolvimento e documentação dos procedimentos adotados para seleção,


acondicionamento, despacho e retirada RCC da obra. Providência de recipientes para
acondicionamento dos materiais a serem segregados. Em cada pavimento, devem-se
ter recipientes para coleta seletiva. Esses recipientes serão identificados conforme o
material a ser selecionado. No andar térreo, ter-se-ão baias para acumular os resíduos
coletados. A normalização do padrão de cores para os resíduos é dada pela Resolução
CONAMA Nº 275, de 19 de junho de 2001.

7º passo: estabelecimento da logística do transporte para retirada dos resíduos sele-


cionados. Essa medida tem como objetivo principal a retirada dos resíduos, evitando o
acúmulo destes no canteiro de obra, o que pode desestimular a coleta seletiva .

8º passo: capacitação de todos os envolvidos, por meio de treinamento geral, realiza-


do com todos os funcionários para que destinem o resíduo ao recipiente apropriado, e
treinamento específico para os funcionários que irão efetuar a remoção dos RCC dos
recipientes para as baias. Promoção, para os demais materiais, de uma coleta simples,
sem segregação e enviar para transbordo apropriado.

Ações, tratamento e destinação dos Resíduos Sólidos de Construção Civil

Cada tipo de resíduo possui uma destinação diferenciada. A seguir,


alguns exemplos:

Terra de remoção – Classe A:

• utilizar na própria obra;


• reutilizar na restauração de solos contaminados, aterros e terraplanagem de jazi-
das abandonadas;
• utilizar em obras que necessitem de material para aterro, devidamente autoriza-
das por órgão competente ou em aterros de inertes licenciados.

Tijolo, produtos cerâmicos e produtos de cimento – Classe A:

• Estações de Reciclagem de Entulho da PBH;


• Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes da PBH até 2m³;
• Brechó da Construção, quando os materiais estiverem em condições de uso;
• Aterros de inertes licenciados.

Argamassas – Classe A:

• Estações de Reciclagem de Entulho da PBH;


• Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes da PBH até 2m³;
• Aterros de inertes licenciados.

26 Meio Ambiente
Madeira – Classe B

Empresas e entidades que utilizem a madeira como energético ou matéria-prima.

Metais - Classe B:

• empresas de reciclagem de materiais metálicos;


• cooperativas e associações de catadores;
• depósitos de ferros-velhos devidamente licenciados.

Embalagens, papel, papelão e plásticos – Classe B:

• empresas de reciclagem de materiais plásticos e papelão;


• cooperativas e associações de catadores;
• depósitos e ferros-velhos devidamente licenciados;
• embalagens de cimento e argamassa: caberá ao gerador buscar soluções junto
ao fornecedor do produto.

Vidros – Classe B:

• empresas de reciclagem de vidros;


• cooperativas e associações de catadores;
• depósitos e ferros-velhos devidamente licenciados.

Gesso e derivados - Classe C:

Até o momento, não existe, no município de Belo Horizonte, uma destinação adequada,
cabendo ao gerador buscar soluções junto ao fabricante.

Resíduos perigosos e contaminados (óleos, tintas, vernizes, produtos químicos e


amianto) – Classe D:

• empresas de reciclagem de tintas e vernizes;


• empresas de co-processamento;

Não existe uma destinação adequada para grande parte dos resíduos perigosos ou con-
taminados, cabendo ao gerador buscar soluções junto ao fabricante.

Resíduos orgânicos

É preciso acondicionar os resíduos produzidos durante as refeições em sacos plásticos.


Os sacos devem ser colocados nos locais e horários previstos pela empresa concessio-
nária de limpeza pública, sendo ela responsável pela coleta, transporte e destinação final
desses resíduos.

Meio Ambiente
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13 - Proposta de Roteiro Básico para Elaboração do Projeto de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil – PBH (PGRCC)

A Prefeitura de Belo Horizonte propôs um roteiro para a elaboração do Projeto de Geren-


ciamento de Resíduos da Construção Civil. Abaixo listamos alguns itens fundamentais
para a elaboração desse projeto.

1 - Informações gerais

Identificação do Empreendedor
Pessoa Jurídica: razão social, nome fantasia, endereço, CNPJ, responsável legal pela
empresa (nome, CPF, telefone, fax, e-mail);
Pessoa Física: nome, endereço, CPF, documento de identidade.

Responsável Técnico pela Obra:


Nome, CPF, endereço, telefone, fax, e-mail e CREA.

Responsável Técnico pela elaboração do PGRCC:


Nome, endereço, telefone, fax, e-mail e inscrição no Conselho Profissional;
Original da Anotação de Responsabilidade Técnica – ART no respectivo Conselho
Profissional.

Equipe técnica responsável pela elaboração do PGRCC


Nome, formação profissional e inscrição em Conselho Profissional.

Caracterização do empreendimento

a) Localização: endereço completo e indicação do local, utilizando base cartográfi-


ca em escala 1:10.000;
b) Caracterização do sistema construtivo;
c) Apresentação de planta arquitetônica de implantação da obra, incluindo o can-
teiro de obras, área total do terreno, área de projeção da construção e área total
construída;
d) Números totais de trabalhadores, incluindo os terceirizados;
e) Cronograma de execução da obra.

2 - Demolições
Apresentar licença de demolição, se for o caso.

3 - Elementos do PGRCC
Caracterização dos resíduos sólidos:

Classificar os tipos de resíduos sólidos produzidos pelo empreendimento, adotando a


classificação da Resolução CONAMA 307/02 (Classes A, B, C e D, acrescida da Classe
E: resíduos comuns, ou seja, de característica doméstica, considerados rejeitos).

Estimar a geração média semanal de resíduos sólidos por classe e tipo de resíduo (em
kg ou m3).

28 Meio Ambiente
Descrever os procedimentos a serem adotados durante a obra para quantificação diária
dos resíduos sólidos gerados, por classe/tipo de resíduo.

Minimização dos Resíduos: descrever os procedimentos a serem adotados para mini-


mização da geração dos resíduos sólidos, por Classe.

Segregação dos Resíduos:


Na origem: descrever os procedimentos a serem adotados para segregação dos resídu-
os sólidos por Classe e tipo.

Nas Áreas de Triagem e Transbordo - ATT: identificar a área e o responsável.

Acondicionamento/Armazenamento:
Descrever os procedimentos a serem adotados para acondicionamento dos resíduos
sólidos, por Classe/tipo, de forma a garantir a integridade dos materiais.

Identificar, em planta, os locais destinados à armazenagem de cada tipo de resíduo.

Informar o sistema de armazenamento dos resíduos identificando as características


construtivas dos equipamentos e/ou abrigos (dimensões, capacidade volumétrica, mate-
rial construtivo, etc).

Transporte:
Identificar o(s) responsável(is) pela execução da coleta e do transporte dos resíduos
gerados no empreendimento (nome, CNPJ, endereço, telefone), os tipos de veículos e
equipamentos a serem utilizados, bem como os horários de coleta, freqüência e itinerá-
rio.

No caso de transporte de terra e entulho, apresentar a Licença de Tráfego de Veículo,


conforme art. 220, da Lei 8616, de 14/07/2003, Código de Posturas.

Transbordo de Resíduos:
Localizar, em planta, a(s) unidade(s) de transbordo, em escala 1:10.000

Destinação dos resíduos:


Indicar a(s) unidade(s) de destinação para cada classe/tipo de resíduo. Todas as unida-
des devem ser autorizadas pelo poder público para essa finalidade. Indicar o responsá-
vel pela destinação dos resíduos (próprio gerador, município ou empresa contratada).

4 - Comunicação e Educação Ambiental

Apresentação do Plano de Comunicação e Educação Ambiental:

Descrever as ações de sensibilização, mobilização e educação ambiental para os tra-


balhadores da construção, visando atingir às metas de minimização, reutilização e se-
Meio Ambiente
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gregação dos resíduos sólidos na origem bem como seus corretos acondicionamentos,
armazenamento e transporte.

5 – Cronograma de Implantação do PGRCC

Apresentar o cronograma de implantação do PGRCC para todo o período da obra.

Texto Complementar

Como referência para definição de grande gerador, a Prefeitura Municipal de Belo Hori-
zonte irá requerer a apresentação do PGRCC dos empreendimentos que se enquadram
nas situações abaixo descritas.

1) Empreendimento enquadrado na Lei N.º 7.277, de 17 de janeiro de 1997, que institui


a Licença Ambiental:

I. os destinados a usos não residenciais nos quais a área edificada seja igual ou
superior a 6.000 m2;

II. os destinados a uso residencial que tenham mais de 150 unidades;

III. os destinados a uso misto em que o somatório da razão entre o número de uni-
dades residenciais por 150 (cento e cinqüenta) e da razão entre a área da parte
da edificação destinada ao uso não - residencial por 6.000 m2 (seis mil metros
quadrados) seja igual ou superior a 1 (um);

IV. os parcelamentos de solo vinculados, exceto os propostos para terrenos situa-


dos na ZEIS - Zona de Especial Interesse Social - com área parcelada inferior a
10.000 m2 (dez mil metros quadrados);

V. os seguintes empreendimentos e os similares:

a) aterros sanitários e usinas de reciclagem de resíduos sólidos;


b) autódromos, hipódromos e estádios esportivos;
c) cemitérios e necrotérios;
d) matadouros e abatedouros;
e) presídios;
f) quartéis;
g) terminais rodoviários, aeroviários;
h) vias de tráfego de veículo com 2 (duas) ou mais faixas de rolamento;
i) ferrovias, subterrâneas ou de superfície ;
j) terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
l) oleodutos, gaseodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos
sanitários;
m) linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230kv (duzentos e trinta
quilo
volts);
n) usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia; primária,
acima de 10 mw (dez megawatts);
30 Meio Ambiente
o) obras para exploração de recursos hídricos, tais como barragens, canalizações de
água, transposições de bacias e diques;
p) estações de tratamento de esgotos sanitários;
q) distritos e zonas industriais;
r) usinas de asfalto.

14 - Desafios no Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil

1 - Construtoras

Implementar a gestão dos resíduos no sistema de gestão dos seus empreendimentos e


viabilizar a constituição de uma bolsa virtual/eletrônica de resíduos da construção civil.

2 – Poder público

Promover, pelo manejo diferenciado e pela reciclagem, a correção dos problemas am-
bientais decorrentes da deposição indiscriminada de resíduos da construção na malha
urbana de Belo Horizonte, além de reduzir a quantidade de resíduos destinados para
aterramento, reintegrando-os ao ciclo produtivo.

3 – Fabricantes de materiais

Desenvolver produtos e embalagens cujos resíduos possibilitem a reutilização ou reci-


clagem.

Rede programática de gerenciamento dos RCC

A prefeitura de Belo Horizonte utiliza-se de vários instrumentos para a divulgação e cons-


cientização da população sobre a minimização e a destinação adequada dos Resíduos
de Construção Civil.

Conheça o fôlder distribuído com o intuito de informar a população.

Meio Ambiente
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Chegamos ao fim de mais uma disciplina do curso de capacitação de docentes do
SENAI.

32 Meio Ambiente
15 - Referências Bibliográficas

Companhia de Saneamento de Minas Gerais


www.copasa.com.br

Sondamar Poços Artesianos


www.sondamar.com.br

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência


www.jornaldaciencia.org.br

Universidade Federal da Paraíba - Departamento de Física


www.fisica.ufpb.br

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte


www.pbh.gov.br/

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),Vocabulário Básico de Recursos


Naturais e Meio Ambiente – 2004.

5º Congresso Brasileiro de Geotecnia Ambiental REGEO’2003 – Porto Alegre, RS.

Agenda Ecológica Gaia 1992

Governo Federal, Manual Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos.


www.resol.com.br

Mota, Suetônio; Introdução à Engenharia Ambiental – Rio de Janeiro:ABES, 1997.


292p

SINDUSCON-MG; SENAI-MG. Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção


Civil. 2. Ed. Ver. E Aum. Belo Horizonte: SINDUSCON-MG, 2005. 68p

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Anotações

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