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Qualidade PBQP – H
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Sumário
10 - Encerramento .................................................................................................. 74
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1 - Boas vindas
Antes de iniciarmos os estudos sobre os requisitos da Norma ISO 9001:2000, vamos en-
tender um pouco sobre o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat,
em especial, o Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras
de Construção Civil, seus principais agentes, objetivos, projetos, ações e benefícios...
A busca por esses objetivos envolve um conjunto bastante amplo de ações, entre as
quais se destacam as seguintes: qualificação de construtoras e de projetistas, melho-
ria da qualidade de materiais, formação e requalificação de mão-de-obra, normaliza-
ção técnica, capacitação de laboratórios, aprovação técnica de tecnologias inovadoras,
bem como comunicação e troca de informações. Dessa forma espera-se o aumento da
competitividade no setor, a melhoria da qualidade de produtos e serviços, a redução de
custos e a otimização do uso dos recursos públicos. O objetivo de longo prazo é criar
um ambiente de isonomia competitiva, que propicie soluções mais baratas e de melhor
qualidade para a redução do déficit habitacional no país e, em especial, o atendimento
das famílias consideradas de menor renda.
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Histórico
Em 1990, o Governo Federal lançou o PBQP, cujo principal objetivo era modernizar a
cadeia produtiva nacional, dar orientação e auxiliar as empresas no enfrentamento da
abertura comercial brasileira. Em uma de suas ações, foi feito um levantamento da situ-
ação habitacional brasileira, que, como sabemos, deixava muito a desejar. A partir dos
dados coletados, estruturou-se o PBQP-H. Instituído pela Portaria MPO nº 1341, de 18
de dezembro de 1998, como Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Cons-
trução Habitacional (PBQP-H), teve o seu escopo ampliado para Programa Brasileiro da
Qualidade e Produtividade do Habitat, em 21 de julho de 2000.
A busca da Qualidade na Construção Civil está longe de ser um processo simples, que
possa ser alcançado com medidas unilaterais ou meramente punitivas por parte do go-
verno. Por isso, o papel do Estado tem sido o de articular e mobilizar o setor privado para
a importância da adoção de programas da Qualidade, modernização tecnológica e de
gestão. Dessa forma, o Programa deve contribuir para a redução dos custos das unida-
des habitacionais e de sua infra-estrutura, tanto inicial, quanto ao longo de sua vida útil,
e para a melhoria da sua qualidade final, permitindo maior acesso à moradia às classes
de menor renda.
As principais ações a serem implementadas pelo Governo Federal por meio do PBQP-H
são:
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Justificativa e conceitos
Adesão voluntária e gestão compartilhada
O PBQP-H procura se articular com o setor privado a fim de que este se responsabilize
pela gestão compartilhada do Programa. Nesse sentido, sua estrutura envolve, desde
o início, entidades representativas do setor, compostas por duas Coordenações Nacio-
nais, que desenham as diretrizes do Programa em conjunto com o Ministério das Cida-
des. Tais diretrizes são estabelecidas em fórum próprio, de caráter consultivo, o Comitê
Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação – CTECH, cuja presidência é
rotativa entre entidades do governo e do setor.
É um Programa que não se vale de novas linhas de financiamento, mas, sim, que procura
estimular o uso eficiente de recursos existentes, provenientes de diferentes fontes (OGU,
FGTS, Poupança, etc.) e aplicados por diferentes entidades (CAIXA, BNDES, FINEP,
SEBRAE, SENAI, etc.), neste contexto, focados em objetivos claramente definidos. Da
mesma forma, o programa conta com grande contrapartida privada, sendo os recursos
novos, oriundos do Governo Federal, destinados basicamente para custeio, estruturação
de novos projetos e divulgação.
Princípios
• atuação integrada do poder público - para ampliar a otimização dos recursos e
das ações, com maior sintonia entre as políticas de habitação municipais, estadu-
ais e federal;
• descentralização - para fazer com que as aplicações correspondam à realidade
de cada unidade da federação, ampliando o controle e a efetividade das ações;
• parceria entre agentes públicos e privados - para cumprir uma tarefa que é de
toda sociedade, pois a ação do poder público, isolada, será limitada;
• participação da sociedade civil - para assegurar que as ações do poder público
estejam em conformidade com as necessidades e prioridades da população, e
contem com a experiência de diversos setores da sociedade.
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Objetivos do programa PBQP-H
Objetivo geral:
Objetivos específicos:
Etapas
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Projetos
tem como objetivo “Elevar para 90%, até o ano de 2002, o percentual médio de confor-
midade com as normas técnicas dos produtos que compõem a cesta básica de materiais
de construção.”
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A possibilidade de reduzir custos, sem prejuízo da Qualidade, depende de uma articula-
ção dos agentes públicos e privados no sentido de elevar, progressivamente, o desen-
volvimento tecnológico, a melhoria dos métodos de gestão e os níveis de conformidade
dos produtos. Dessa forma, poderão ser gerados a melhoria do padrão da Qualidade
dos produtos, o aumento da produtividade das empresas do setor e, conseqüentemente,
a redução de preços médios de mercado, ampliando assim o acesso à moradia para a
população brasileira.
Benefícios
Não há dúvidas de que este é o setor mais interessado e que, certamente, será o mais
beneficiado com as mudanças que, se espera, virão através do PBQP-H. Vejamos, en-
tão, que cenário econômico poderemos ter.
As mudanças deverão tornar o mercado mais uniforme e competitivo, sendo que, mais
uma vez, vai se sobressair quem souber perceber melhor as tendências e oferecer um
produto adequado e diferenciado.
Para as empresas
Pela própria definição da Qualidade, na qual o produto deve se adequar ao cliente, fica
claro que o consumidor final da habitação terá muito a ganhar com a qualificação do se-
tor. Dessa forma, seja proprietário ou locador, ele: usufruirá materiais e serviços de maior
qualidade; terá acesso a tecnologias de construção diferenciadas; terá maior confiança
no imóvel que adquirir ou alugar; e terá, principalmente, redução nos custos e preços
mais competitivos.
Para a sociedade
Também é fácil visualizar os ganhos que toda a sociedade terá com o aumento da Qua-
lidade no habitat. Este, na verdade, significa muito mais do que a habitação de cada
família. O habitat é o lar de todos, aí incluídos não só a espécie humana, mas todos os
seres vivos. Ou seja, fauna, flora, recursos hídricos, recursos energéticos, etc. Então po-
demos dizer que a sociedade se beneficiará com os cuidados com o meio ambiente que
a qualidade proporciona; e a geração de empregos advinda do crescimento do mercado
e suas exigências.
Não seria exagero afirmar que o SiAC é a própria razão da existência do nosso curso.
Em última instância, o interesse maior de toda empresa construtora é o de se qualificar
para estar apta a participar de licitações e requerer financiamentos de órgãos públicos,
bem como para obter o atestado de qualidade do SiAC do PBQP-H e, com isso, aumen-
tar a sua competitividade no mercado. Daí a necessidade de estudarmos exaustivamen-
te essa norma.
Esse Referencial é um documento único, aplicável a toda empresa construtora que pre-
tenda melhorar sua eficiência técnica e econômica, bem como sua eficácia, por meio da
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implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade, independentemente do sub-
setor onde atua, respeitadas as especificidades definidas no documento de Requisitos
Complementares indispensável ao subsetor em questão. Os subsetores que podem ser
cobertos são os previstos no Regimento Específico da Especialidade Técnica Execução
de Obras.
Generalidades
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Escopo de aplicação
Quando algum requisito desse referencial não puder ser aplicado devido à natureza de
uma empresa construtora e seus produtos e serviços, isso pode ser considerado para
exclusão.
Referência Normativa
Como já dito, a aplicação do presente referencial normativo não impede a empresa cons-
trutora de implementar e de se certificar pelo referencial da norma NBR ISO 9001:2000,
e tampouco a exime de respeitar toda a legislação a ela aplicável.
Termos e Definições
A Norma NBR ISO 9001:2000 estabelece requisitos para sistemas de gestão da quali-
dade. Como todo sistema, o sistema de gestão da qualidade possui muitas inter-relações
entre os diversos requisitos que o compõem. Aplica-se a todas as atividades relativas à
qualidade de um produto ou serviço, envolvendo desde a fase de identificação inicial até
a satisfação final dos requisitos e expectativas dos clientes.
Lembramos que a Norma deve ser aplicável a qualquer tipo de organização, mas, nesta
disciplina, daremos uma ênfase maior ao setor da construção civil.
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4 - Requisito 4 - Sistema de Gestão da Qualidade
Este requisito define que a empresa deve estabelecer, documentar, implementar e man-
ter um sistema da qualidade, bem como melhorar continuamente a sua eficácia de acor-
do com os requisitos desta Norma.
Quando a empresa construtora optar por adquirir externamente algum processo que
afete a conformidade do produto em relação aos requisitos, ela deve assegurar o con-
trole desse processo. O controle de tais processos deve ser identificado no Sistema de
Gestão da Qualidade.
Dirigir e operar uma organização com sucesso requer que sua gestão seja feita de forma
sistemática e transparente. Convém que o sucesso seja resultante da implementação
e da manutenção de um sistema de gestão projetado para melhorar continuamente a
eficácia e a eficiência do desempenho da organização mediante a consideração das
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necessidades das partes interessadas. A gestão de uma organização inclui, entre outras
modalidades, a gestão de qualidade. Convém que a alta direção estabeleça uma organi-
zação voltada para o cliente:
Exemplos de atividades para estabelecer uma organização orientada para clientes in-
cluem:
4.2.1 - Generalidades
Nota 1: em todos os requisitos, sempre que constar que a empresa construtora deve
“estabelecer procedimento documentado”, significa que ela deve: “elaborar, documentar,
implementar e manter” esses procedimentos.
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Comentários complementares relevantes
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Comentários complementares relevantes
Registros da Qualidade devem ser instituídos e mantidos para prover evidências da con-
formidade com requisitos e da operação eficaz do Sistema de Gestão da Qualidade.
Registros da Qualidade devem ser mantidos legíveis, prontamente identificáveis e re-
cuperáveis. Um procedimento documentado deve ser instituído para definir os controles
necessários à identificação, armazenamento, proteção, recuperação, tempo de retenção
e descarte dos registros da Qualidade. Devem também ser considerados registros oriun-
dos de fornecedores de materiais e serviços controlados.
Registros são evidências objetivas de que a atividade planejada foi realizada. Essas
informações podem estar contidas em meio físico (papel), eletrônico (computador), ou
outros meios (filmagens, gravações, etc.). Espera-se que sejam estabelecidas práticas
que assegurem a disponibilidade das informações contidas nos registros pertinentes,
quando necessárias.
A direção da empresa construtora deve assegurar que os requisitos do cliente são deter-
minados com o propósito de aumentar a satisfação do cliente (ver 7.2.1 e 8.2.1).
Toda organização tem partes interessadas, tendo cada parte necessidades e expectati-
vas. As partes interessadas das organizações incluem:
Necessidades e expectativas
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• identificar suas partes interessadas e manter uma resposta equilibrada às suas
necessidades e expectativas;
• traduzir em requisitos as necessidades e expectativas identificadas;
• comunicar os requisitos a toda a organização; e
• focalizar a melhoria de processo para assegurar valor às partes interessadas iden-
tificadas.
• conformidade;
• garantia de funcionamento;
• disponibilidade;
• entrega;
• atividades pós-realização;
• preço e custo do ciclo pelo fato do produto; e
• impacto ambiental.
As políticas são um norte para aqueles que executam as atividades. No ambiente de uma
organização, existem várias políticas relacionadas com assuntos diversos (ex.: políticas
de vendas, políticas de recursos humanos, políticas de compras, etc.). Essas políticas
orientam as pessoas envolvidas com essas atividades. Se a política de recursos huma-
nos contempla o desenvolvimento de pessoal, sempre que surge uma vaga no quadro de
pessoal, é de se esperar que seja dada preferência aos funcionários da empresa antes
de buscar candidatos no mercado de trabalho.
Porém, com o passar dos anos, essa mesma política pode se tornar inadequada e/ou
obsoleta, merecendo ser revisada. Isso também vale para as demais políticas existentes,
incluindo a Política da Qualidade. Para que as políticas se tornem efetivas, é necessário
que estas sejam comunicadas e entendidas por todos os envolvidos. Toda política deve
ser definida de forma que possa ser verificada a sua real implementação.
5.4 - Planejamento
Estabelecer objetivos globais para a Qualidade, muitas vezes, pode não ser suficiente
para alcançá-los. Em algumas situações, é necessário desdobrá-los para os níveis de
processos e/ou atividades. Os objetivos de redução de prazo, custo e/ou melhoria da
Qualidade são exemplos típicos dessa situação. Vejamos:
É necessário que os objetivos sejam estabelecidos de forma que possam ser medidos e
que sejam coerentes com a Política da Qualidade.
É evidente que o planejamento dos processos do sistema de gestão deve assegurar que
eles sejam monitorados continuamente e que os resultados sejam eficazes em atingir os
objetivos. Com isso queremos dizer que, se um objetivo do sistema de gestão é asse-
gurar agilidade na prestação de serviços, não serão definidos processos burocráticos,
lentos e que não assegurem esse resultado.
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A comunicação dos requisitos do cliente não é algo que precise ser realizado diretamen-
te pelo representante da direção, porém é de sua responsabilidade assegurar que isto
aconteça. O relato do desempenho do sistema de gestão é algo que ocorre tipicamente
nas reuniões de análise crítica da direção.
Não se pode esperar pessoas motivadas a perseguir objetivos que desconhecem e/ou
que não possam gozar da satisfação em ver os resultados alcançados. Também não é
possível que se esperem correções de problemas que não sejam percebidos.
5.6.1 - Generalidades
A análise crítica do Sistema de Gestão da Qualidade deve ser planejada em uma fre-
qüência tal, que assegure a tomada de ações corretivas e/ou preventivas em tempo
hábil. Reuniões de análise crítica muito espaçadas podem conduzir a organização a
uma postura mais corretiva e não preventiva, limitando-se a uma postura reativa para os
problemas.
Por outro lado, uma freqüência demasiadamente elevada pode fazer com que não se
tenha uma boa visualização da evolução do desempenho do Sistema de Gestão. Tipi-
camente, a freqüência semestral tem sido adotada, porém, em algumas organizações,
as reuniões de análise crítica não se dão em períodos constantes (ex.: de seis em seis
meses), mas sim vinculadas ao término de empreendimentos (ex.: conclusão de obras
civis).
As entradas para a análise crítica pela direção devem incluir informações sobre:
a) os resultados de auditorias;
b) acompanhamento de ações oriundas de análises críticas anteriores;
c) mudanças que possam afetar o Sistema de Gestão da Qualidade; e
d) recomendações para melhoria;
e) as retroalimentações do cliente;
f) o desempenho dos processos e a análise da conformidade do produto;
g) a situação das ações preventivas e corretivas.
Uma boa análise crítica depende da Qualidade das informações trazidas para a análise.
As informações disponibilizadas para a análise crítica da direção devem ter uma abran-
gência que permitam tirar conclusões quanto ao desempenho do Sistema de Gestão da
Qualidade. Normalmente, essas informações são disponibilizadas à direção por meio de
relatórios que servem de base para a análise.
Os resultados da análise crítica pela direção devem incluir quaisquer decisões e ações
relacionadas à:
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a) melhoria do produto tendo em vista os requisitos do cliente;
b) necessidade de recursos;
c) melhoria da eficácia do Sistema de Gestão da Qualidade e de seus processos.
Comentários
Esta seção da Norma visa salientar que a Alta Direção deve garantir a implementação, a
manutenção e a melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade de sua organiza-
ção por meio da provisão de recursos financeiros, humanos e infra-estrutura.
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Comentários complementares relevantes
Para atingir os objetivos de mais alto nível, são estabelecidos planos e projetos que
consistem do plano operacional. Nas atividades de rotina, os gerentes, supervisores etc.
identificam os recursos necessários para a realização das tarefas. No caso específico
da Construção Civil, essa atividade ocorre no planejamento de obra (onde são identifica-
das as necessidades de mão-de-obra, equipamentos, etc.). Por fim, ao analisarmos as
causas de problemas reais ou potenciais, identificamos ações corretivas ou preventivas
a serem implementadas. A implementação de tais ações implica a provisão de recursos
de diversas ordens.
• não ter tempo disponível para realização das tarefas essenciais à Gestão da Qua-
lidade (ex.: falta de pessoal);
• não apresentar instalações e/ou equipamentos-chave para produção;
• considerar como recursos apenas pessoas e equipamentos;
• realizar um planejamento sem aprovação;
• apresentar planejamento sem prazo estabelecido com comprovação e/ou justifi-
cativa;
• não definir prioridades para a alocação de recursos, em especial os de treinamen-
to;
• não avaliar a necessidade de recursos por ocasião da elaboração de orçamen-
tos;
• não disponibilizar os recursos necessários no momento certo.
O pessoal que executa atividades que afetam a qualidade do produto deve comprovar
competência com base em escolaridade, qualificação profissional, treinamento, habilida-
de e experiência apropriados.
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b) fornecer treinamento ou tomar outras ações para satisfazer essas necessidades
de competência;
c) avaliar a eficácia das ações executadas;
d) assegurar que seu pessoal esteja consciente quanto à pertinência e importância
de suas atividades e de como elas contribuem para atingir os objetivos da Qua-
lidade; e
e) manter registros apropriados de escolaridade, qualificação profissional, treina-
mento, experiência e habilidade.
6.3 - Infra-estrutura
Porém, a natureza desses recursos varia muito de uma organização para outra. Uma
indústria normalmente necessita de equipes de manutenção para funcionar adequada-
mente; já uma lavanderia requer serviço de transporte para entrega do serviço realizado.
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Em outras situações, a infra-estrutura necessária varia em função do tipo de produto ou
serviço a ser desenvolvido.
Convém que a direção assegure que o ambiente de trabalho exerça uma influência po-
sitiva na motivação, na satisfação e no desempenho das pessoas, para aumentar o de-
sempenho da organização.
• não haver definição clara das diretrizes para o atendimento a esse requisito no
Manual da Qualidade;
• não identificar as condições ambientais que influenciam a qualidade do produto
(ex.: clima organizacional e iluminação);
• não definir métodos para gerenciar as condições ambientais impactantes na qua-
lidade;
• apresentar instruções de trabalho que não contêm orientações para o controle das
condições ambientais (PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais);
• não realizar a avaliação do clima organizacional.
A empresa construtora deve, para cada uma de suas obras, elaborar e documentar o
respectivo Plano da Qualidade da Obra, consistente com os outros requisitos do Sistema
de Gestão da Qualidade, contendo os seguintes elementos, quando apropriado:
É importante que sejam bem definidas as entradas e saídas de cada processo. Logo,
tendo conhecimento das entradas, é possível identificar as ações e recursos requeridos
para o processo, com o objetivo de obter saídas que atendam os requisitos desejados.
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Para se ter uma operação eficaz e eficiente da organização, convém que a direção reco-
nheça que a saída de um processo pode se tornar entrada para um ou mais processos,
e assim influenciar o seu desempenho. É preciso motivação para que a melhoria dos
processos seja contínua.
Devem ser mantidos registros dos resultados das análises críticas e das ações resultan-
tes dessa análise (ver 4.2.4).
Quando o cliente não apresentar seus requisitos documentados, estes devem ser con-
firmados antes da aceitação.
O principal objetivo do requisito 7.2.2 é assegurar que as empresas não assumam com-
promissos os quais não possam cumprir. Nesse sentido, são considerados três momen-
tos distintos: apresentação de propostas, aceite de pedidos ou contratos e alteração de
contratos. Para tal, é necessário analisar as propostas, pedidos, contratos e/ou alteração
e certificar-se de que os requisitos estão devidamente definidos, que as divergências
estão resolvidas e que é possível atendê-los.
A comunicação com o cliente deve ser planejada de forma que os canais de comuni-
cação sejam estabelecidos e conhecidos por ambas as partes. Isso não implica ter um
único canal de comunicação. Informações sobre o produto poderiam ser disponibilizadas
pelo setor de vendas e, quando necessário, envolver a engenharia.
7.3 - Projeto
Para empresas construtoras que executam seus projetos, devem ser aplicados dos re-
quisitos 7.3.1 ao 7.3.7. Para as que recebem projetos de seus clientes, aplica-se apenas
o requisito 7.3.8, devendo isso ser explicitado na definição do escopo do Sistema de
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Gestão da Qualidade, previsto no requisito 1.5.
No caso de projeto de obras civis, podem ser citadas as seguintes etapas: projeto arquite-
tônico, projeto estrutural, projeto elétrico, projeto hidráulico, compatibilização de projetos,
aprovação de projetos, etc. Naturalmente, vários grupos se envolvem no desenvolvimen-
to de projetos, e a interface entre esses grupos precisa ser bem gerenciada. Isso implica
estabelecer meios de comunicação que assegurem uma coordenação adequada.
As entradas do processo de projeto relativas aos requisitos da obra devem ser definidas,
e os respectivos registros devem ser mantidos. Elas devem incluir:
Essas entradas devem ser analisadas criticamente quanto à sua adequação. Requisitos
devem ser completos, sem ambigüidades, e não conflitantes entre si.
A norma ISO 9001:2000 e o SIAC exigem ainda que sejam incluídas, entre as entradas
de projetos, informações originadas em projetos similares. Algumas organizações man-
têm um registro de informações relevantes no desenvolvimento de projetos anteriores.
A definição das entradas de projeto pode se dar em diversos estágios, sendo detalhadas
as entradas para uma fase específica no momento anterior à sua realização. Por exem-
plo, a definição dos pontos de espera para tomadas, interruptores, pontos de luz, etc;
pode ser realizada no momento anterior ao desenvolvimento do projeto elétrico.
As saídas do processo de projeto devem ser documentadas de uma maneira que possi-
bilite sua verificação em relação aos requisitos de entrada e devem ser aprovadas antes
da sua liberação.
São considerados saídas de projeto os memoriais de cálculo, descritivos ou justificativos,
da mesma forma que as especificações técnicas e os desenhos e demais elementos
gráficos.
Nos casos em que uma característica específica tenha um impacto significativo do pro-
duto (ex.: fck do concreto), esta deve ser especificada para que todos os envolvidos
tenham consciência do seu compromisso.
Devem ser realizadas, em estágios apropriados e planejados, que podem ou não corres-
ponder às etapas do processo de projeto, análises críticas sistemáticas do projeto para:
Em algumas situações, são planejadas análises críticas de projeto para avaliar o seu
andamento. O resultado dessas atividades normalmente implica uma revisão do plano
de projeto para incluir (ou excluir) atividades planejadas e ajustar os prazos ou respon-
sabilidades para sua realização.
A verificação de projeto deve ser executada conforme disposições planejadas (ver 7.31.),
para assegurar que as saídas atendam aos requisitos de entrada. Devem ser mantidos
registros dos resultados da verificação e das ações necessárias subseqüentes.
A validação do projeto deve ser realizada, onde for praticável, para a obra toda ou para
suas partes.
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7.3.8 - Análise crítica de projetos fornecidos pelo cliente
A empresa construtora deve realizar análise crítica dos projetos do produto como um
todo ou das partes que receber em decorrência de um contrato, possibilitando a correta
execução da obra ou etapas da mesma. A empresa construtora deve prever a forma se-
gundo a qual procede à análise crítica de toda a documentação técnica afeita ao contrato
(desenhos, memoriais, especificações técnicas). Caso tal análise aponte a necessidade
de quaisquer ações, a empresa construtora deve informar tal fato e comunicar ao cliente
propostas de modificações e adaptações necessárias de qualquer natureza. Devem ser
mantidos registros dos resultados da análise crítica (ver 4.2.1).
No caso da alteração do projeto da Construção Civil, poderia ser feita uma reflexão em
relação aos seguintes aspectos: impacto sobre projetos complementares, impacto sobre
orçamento e cronograma de obra, impacto sobre memorial descritivo, impacto sobre ma-
teriais adquiridos, impacto sobre documentos e instruções de produção, impacto sobre
instruções de inspeção. A análise crítica das alterações deve prever as ações necessá-
rias para o seu encaminhamento adequado. Assim sendo, pode ser definida a necessi-
dade, ou não, de realizar novas verificações, análise críticas e/ou validações do projeto.
Alterações mais complexas podem envolver um planejamento de atividades para lidar
adequadamente com elas.
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7.4 - Aquisição
Deve ser tomada como base a capacidade do fornecedor em atender aos requisitos es-
pecificados nos documentos de aquisição.
Problemas na qualidade dos produtos ou serviços adquiridos estão muitas vezes relacio-
nados à definição dos requisitos estabelecidos nos documentos de compras. É comum
que os documentos de compras não descrevam claramente os produtos adquiridos.
Muitas vezes, as ordens de compras ou contratos limitam-se a autorizar fornecimentos
sem uma preocupação maior em formalizar os requisitos do que está sendo contratado.
Assim sendo, pode ocorrer que ordens de compra de azulejos não mencionem as suas
classificações, e contratos de fornecimentos de mão-de-obra não estabeleçam diretrizes
para o recebimento dos serviços, etc. A norma ISO 9001:2000 e o SIAC requerem que os
documentos de compras sejam esclarecedores e possuam um guia para o fornecimento
de produtos ou serviços. Qualquer requisito do produto ou serviço deve estar explicitado
nos documentos de compra ou ser referenciado por estes.
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Evidentemente, devem ser repassadas informações necessárias (ex.: fck do concreto),
evitando maiores esclarecimentos sobre questões óbvias. A informalidade deve ser evi-
tada. Quando a empresa deseja que seu fornecedor atenda a algum requisito de Siste-
ma de Gestão da Qualidade, esta exigência deve ser referenciada nos documentos de
compras.
O conteúdo dos documentos de compras (ordens de compra e contratos) deve ser ana-
lisado, criticamente, quanto à sua adequação antes da emissão. E, muitas vezes, pode-
mos evidenciar documentos de compras aprovados sem a devida análise crítica. Nesses
casos, a aprovação é uma mera evidência da autorização do fornecimento, e não da
análise crítica do seu conteúdo.
Qualidade PBQP – H
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O planejamento de tais atividades implica definir inspeções a serem realizadas, carac-
terísticas a serem avaliadas, amostragem adotada, método de inspeção, critérios de
aceitação e registros. Essas inspeções devem ser realizadas por pessoal autorizado, e
devem ser mantidos registros dos seus resultados.
Existem situações em que o resultado do processo não pode ser verificado plenamente
através de uma inspeção subseqüente e, assim sendo, se algo sair errado, as deficiên-
cias somente vão se tornar aparentes depois que o produto estiver em uso (ex.: pintu-
ra).
Nessas situações, é necessário que o método de produção seja validado. Validar o pro-
cesso significa demonstrar que ele é capaz de gerar resultados aceitáveis. Isso implica
realizar o processo na forma como foi planejado e verificar seus resultados através de
ensaios planejados (ex.: ensaios destrutivos) para demonstrar se ele é eficaz. Pode-se
citar, como exemplo, o processo de colocação de azulejos, no qual se acredita que,
uma vez colocados, terão uma durabilidade de vários anos sem se soltar. Ocorre que,
se não for técnica e/ou economicamente viável medir a aderência do azulejo na parede,
teremos de demonstrar que, realizando-se a colocação na forma como está definida no
procedimento, será atingida a durabilidade que esperamos. Assim, precisamos planejar
a forma como vamos validar o processo de colocação de azulejos. Isso implica definir
uma determinada quantidade de amostras a serem colocadas e submetidas a determina-
das condições, para que possa ser demonstrada a qualidade do processo. Dessa forma,
após a realização de ensaios, pode-se avaliar a eficácia do método definido.
52 Qualidade PBQP – H
Em algumas situações, pode ser necessário revalidar os métodos de produção. Algumas
organizações adotam períodos fixos para revalidar os métodos de produção (ex.: a cada
dois anos), outras estabelecem regras para determinar a necessidade de revalidação
(ex.: sempre que a marca da tinta for alterada). Critérios mistos também podem ser uti-
lizados.
7.5.3.1 - Identificação
Essa identificação tem por objetivo garantir a correspondência inequívoca entre projetos,
produtos, serviços e registros gerados, evitando erros. No caso dos materiais estruturais,
a identificação tem também, por objetivo, a rastreabilidade.
Para todos os materiais controlados, a empresa construtora deve garantir que eles não
sejam empregados, por ela ou por empresa subcontratada, enquanto não tenham sido
controlados ou enquanto suas exigências específicas não tenham sido verificadas.
No caso de situações nas quais um desses materiais tenha de ser aplicado antes de ter
sido controlado, ele deve ser formalmente identificado, permitindo sua posterior locali-
zação e a realização das correções que se fizerem necessárias, no caso do não-atendi-
mento às exigências feitas.
7.5.3.2 - Rastreabilidade
Quando a rastreabilidade não for requerida pelo cliente, nem pela legislação, é faculta-
do à empresa decidir pelo interesse de procedimentos que a assegurem. Para que se
possa manter a rastreabilidade do produto, é necessário definir a sua abrangência (de
que informações pretende se manter histórico), o período de tempo no qual se deseja
manter rastreabilidade (ex.: cinco anos), a forma como vamos reter as informações e de
que maneira vamos recuperá-las quando necessário. Isso passa pela identificação de
produtos e pelo controle dos registros pertinentes.
A empresa construtora deve ter cuidado com a propriedade do cliente enquanto esta
estiver sob seu controle ou estiver sendo utilizada por ela. A empresa construtora deve
identificar, verificar, proteger e salvaguardar a propriedade do cliente, fornecida para uso
ou incorporação no produto. Caso a propriedade do cliente seja perdida, danificada ou
considerada inadequada para uso, tal fato deve ser informado ao cliente, e devem ser
mantidos registros (ver 4.2.4).
As obras civis que implicam reformas têm, como produtos fornecidos pelo cliente, o pré-
dio e as instalações que serão, de alguma forma, utilizados pela empresa. Na primeira
situação, a verificação do produto adquirido e os cuidados para sua preservação são
análogos aos procedimentos adotados para verificação e preservação dos produtos ad-
quiridos pela própria organização (ex.: recebem-se e armazenam-se azulejos do cliente
da mesma forma como são recebidos e armazenados os azulejos adquiridos pela em-
presa). A segunda situação exige uma outra abordagem: é necessário que se verifique a
forma como nos foram entregues as instalações e que se tome providência para devolvê-
las na mesma condição (a lógica está centrada em não danificar o que é de propriedade
do cliente - ex.: sua própria casa). Em todas as situações, os cuidados resumem-se em
avaliar as condições do que está sendo recebido, tomar medidas para preservar essas
condições, registrar e relatar o ocorrido ao cliente em caso de danos.
Qualidade PBQP – H
55
7.5.5 - Preservação de produto
Essas medidas devem ser aplicadas, não importando se tais materiais e serviços estão
sob responsabilidade da empresa construtora ou de empresas subcontratadas.
Esse requisito se refere às atividades que envolvem o produto a partir de sua liberação
até o uso. As matérias-primas, os materiais processados ou os produtos acabados, libe-
rados para uso, podem sofrer danos decorrentes de deficiências nessas atividades.
A norma ISO exige que as empresas mantenham procedimentos para essas atividades.
Materiais adquiridos, inspecionados e aprovados (ex.: cimento, esquadrias, tintas, etc.)
precisam ser armazenados adequadamente para evitar danos ou deterioração; produ-
tos em processo (vidros colocados, portas instaladas, paredes pintadas) precisam ser
adequadamente protegidos para preservar sua condição de uso. Na Construção Civil,
os métodos adotados para preservação dos materiais estão definidos nas instruções de
recebimento e armazenamento.
56 Qualidade PBQP – H
Já a forma de preservação da qualidade do produto em processo é normalmente esta-
belecida nas instruções de produção específicas de cada atividade (ex.: colocação de
esquadrias, instalação hidráulica, etc.). No caso específico do produto final, as orienta-
ções para a sua preservação costumam estar definidas nos processos de entrega do
produto.
Esse requisito se refere ao controle dos meios utilizados para verificar os produtos e
controlar os processos. As inspeções, as medições e os ensaios precisam ser controla-
dos para assegurar que as decisões tomadas a partir dos seus resultados sejam corre-
tas. Em alguns casos, as referências comparativas (padrões de cor, de acabamento) ou
software para ensaios são utilizados para verificação das características dos produtos ou
dos parâmetros dos processos. Por exemplo, um padrão de cor pode ser uma referência
para determinar a temperatura no processo de forjamento de aços, enquanto, na inspe-
ção final de computadores, um software pode ser o meio selecionado para o ensaio.
A norma ISO e o SIAC exigem que as empresas adotem um procedimento para con-
trole dos equipamentos de inspeção, medição e ensaios. Esse procedimento deve in-
cluir atividades tais como: seleção dos equipamentos, calibração periódica, elaboração
de procedimentos para calibração, identificação da situação dos equipamentos, etc. Os
equipamentos de medição (trenas, esquadros, réguas, níveis, prumos, etc.) utilizados
para realizar inspeções e ensaios devem estar calibrados ou verificados para assegurar
que as medições realizadas sejam coerentes com a capacidade de medição dos equi-
pamentos.
O objetivo básico desse requisito é evitar que sejam tomadas decisões quanto à libera-
ção de produtos, baseadas em informações incorretas oriundas do uso de equipamentos
inadequados. Exemplo: um medidor de nível descalibrado pode nos levar à aceitação de
um piso fora de nível ou vice-versa. Assim sendo, é preciso identificar as medições que
são realizadas durante o processo de produção, relacionar os equipamentos utilizados
em tais medições, determinar a incerteza das medições realizadas com tais equipamen-
tos e selecioná-las de forma que a incerteza seja compatível com as medições a serem
58 Qualidade PBQP – H
realizadas.
Medições são importantes para tomar decisões com base em fatos e dados. Para aten-
der essa seção, a organização terá de assegurar que as medições sejam eficazes e efi-
cientes a fim de garantir o desempenho do sistema de gestão da qualidade e a satisfação
dos seus clientes.
8.1 - Generalidades
Isso deve incluir a determinação dos métodos aplicáveis, abrangendo técnicas estatísti-
cas, e a abrangência de seu uso.
Medições são importantes para se tomarem decisões com base em fatos. Assegurar
medições eficazes e eficientes, coletando e validando os dados garante o desempenho
da organização e a satisfação das partes interessadas. A análise crítica da validade e
Qualidade PBQP – H
59
da finalidade das medições e o uso pretendido dos dados asseguram valor agregado
à organização. Exemplos de medições de desempenho dos processos da organização
incluem: medição e avaliação de seus produtos; capacidades dos processos; alcance
dos objetivos dos processos; e satisfação dos clientes bem como de outras partes inte-
ressadas.
Assim como as pesquisas de satisfação de clientes devem ser planejadas para assegurar
que as informações decorrentes sejam representativas da realidade, também é neces-
sário planejar a obtenção de dados e informações relativas a devoluções, queixas, etc.
Torna-se, então, importante definir os meios pelos quais a organização pretende coletar
informações relativas à satisfação e/ou insatisfação dos clientes. Informações relativas à
percepção de clientes potenciais devem ser consideradas, quando aplicáveis.
O responsável pela área a ser auditada deve assegurar que as ações para eliminar não-
conformidades e suas causas sejam tomadas sem demora indevida. As atividades de
acompanhamento devem incluir a verificação das ações tomadas e o relato dos resulta-
dos de verificação.
Os Sistemas da Qualidade podem ser ineficazes em atingir seus objetivos quando essas
atividades não são adequadamente planejadas ou são executadas de forma diferente
daquela prevista. O pessoal envolvido nas diversas atividades, muitas vezes, não con-
segue obter uma visão externa e suficientemente ampla para julgá-las. Os Sistemas da
Qualidade podem sofrer deterioração pela rotatividade de pessoal, pelas mudanças nos
procedimentos, pelas reestruturações das empresas, etc. Assim, as avaliações periódi-
cas são importantes para detecção e correção dos desvios do Sistema da Qualidade. Os
resultados dessas avaliações são informações úteis para a administração. As auditorias
internas são um instrumento de avaliação da conformidade e adequação do Sistema da
Qualidade das empresas.
Qualidade PBQP – H
61
Através das auditorias, podem-se detectar os desvios de adequação ou aplicação dos
procedimentos. As auditorias podem ser conduzidas por pessoal interno ou por terceiros,
porém o pessoal que executa essas atividades deve ter uma habilitação adequada e ser
independente daqueles que têm responsabilidade pelos processos auditados. A norma
ISO e o SIAC exigem que as empresas conduzam auditorias internas para verificar se as
atividades são executadas na forma como foram planejadas e determinar a eficácia do
Sistema da Qualidade para relato à administração. A norma exige ainda que os resulta-
dos das auditorias sejam relatados aos responsáveis pelas atividades auditadas e que
sejam tomadas ações corretivas referentes às deficiências encontradas.
Deve ser feita a conversão de dados de processo em informações financeiras para for-
necer medidas comparáveis ao longo dos processos bem como facilitar melhorias da efi-
62 Qualidade PBQP – H
cácia e da eficiência da organização. Exemplos de medidas financeiras incluem: análise
dos custos de prevenção e avaliação; análise dos custos de não-conformidades; análi-
ses dos custos de falhas internas e externas; e análise dos custos do ciclo de vida.
Quando a empresa está convencida de que está sendo exercido um controle adequado
sobre o processo anterior, as inspeções e os ensaios planejados podem ser reduzidos
e até mesmo eliminados. Em algumas situações, por motivos de urgência, os produtos
precisam ser liberados para produção sem a conclusão das inspeções e ensaios previs-
tos nas instruções de inspeção. É evidente que essas situações podem pôr em risco a
qualidade do produto final e a segurança do próprio cliente. Portanto torna-se necessário
que seja estabelecido um método de identificação e registro, o qual possibilite o recolhi-
mento imediato do produto quando constatadas divergências, e somente se permita a
liberação do produto final após a conclusão satisfatória de todas as inspeções e ensaios
pendentes (a menos que acordado de forma contrária com o cliente).
• não definir com clareza as características do produto que devem ser avaliadas
(ex.: cor, acabamento, nível, etc.);
• não definir critérios de aceitação para o produto;
• não manter registros dos resultados das inspeções;
• liberar o produto para uso sem realizar inspeções pertinentes;
• não prever inspeções ou ensaios para todos materiais recebidos na empresa que
impactam na Qualidade;
• não prever métodos para tratar liberações para produções urgentes.
Devem ser mantidos registros sobre a natureza das não-conformidades e qualquer ação
subseqüente tomada, incluindo concessões obtidas (ver 4.2.4.).
Esse requisito se refere aos cuidados que devem ser tomados pela empresa quando
constatados desvios de qualidade nos produtos. A norma ISO e o SIAC exigem que a
empresa estabeleça um procedimento para manter o controle dos produtos defeituosos
através de identificação, documentação, avaliação, segregação, correção e notificação
às funções envolvidas. O procedimento adotado pela empresa deve prevenir a utilização
ou instalação não intencional dos produtos defeituosos em todos os estágios do proces-
so, desde o recebimento até a inspeção final.
A norma ISO exige que seja definida a autoridade para essas situações. Exemplo: a
decisão de retrabalhar um produto defeituoso pode ser tomada pelo próprio operador
no momento da constatação do defeito, visto que essa decisão fará com que o produto
atenda aos requisitos especificados; já a decisão de aceitar o produto fora do especifica-
do exige uma análise mais cautelosa por implicar a liberação para o uso de um produto
defeituoso. Os produtos retrabalhados ou reparados devem ser reinspecionados para
completar a evidência de que atendem aos requisitos especificados.
A empresa construtora deve determinar, coletar e analisar dados apropriados para de-
monstrar a adequação e a eficácia do Sistema de Gestão da Qualidade e para avaliar
66 Qualidade PBQP – H
onde melhorias contínuas podem ser realizadas. Isso deve incluir dados gerados como
resultado do monitoramento e das medições, e de outras fontes pertinentes.
a) satisfação do cliente;
b) conformidade com os requisitos do produto;
c) características da obra entregue, dos processos de execução de serviços contro-
lados e dos materiais controlados, bem como suas tendências de desempenho,
incluindo desempenho operacional dos processos e oportunidades para ações
preventivas; e
d) fornecedores.
Qualidade PBQP – H
67
8.5 - Melhoria
A empresa construtora deve executar ações corretivas para eliminar as causas de não-
conformidades, de forma a evitar sua repetição. As ações corretivas devem ser propor-
cionais aos efeitos das não-conformidades encontradas.
Esse item assegura que ações corretivas sejam usadas como uma ferramenta para me-
lhoria. O planejamento das ações corretivas deve incluir a avaliação da importância dos
problemas e considerar a influência potencial em aspectos tais como custos operacio-
nais, custos de não-conformidade, desempenho do produto, segurança e garantia de
funcionamento e satisfação dos clientes e de outras partes interessadas.
Essas situações exigem que sejam designadas as autoridades para iniciar as ações de
correção e que elas sejam priorizadas em função da magnitude dos problemas e dos ris-
cos decorrentes das falhas. O primeiro passo para eliminar as deficiências dos produtos
é a determinação das causas. As ações para correção das falhas são planejadas a partir
do resultado dessa análise.
Qualidade PBQP – H
69
A norma ISO e o SIAC exigem que as empresas estabeleçam procedimentos para imple-
mentação de ações corretivas e ações preventivas. O procedimento para ação corretiva
e preventiva deve determinar os responsáveis por iniciar as ações, prever o uso de in-
formações apropriadas, a determinação das causas fundamentais, o planejamento das
ações e a aplicação de controles para assegurar a eficácia das ações tomadas.
70 Qualidade PBQP – H
Ele deve ser utilizado conjuntamente com o Regimento Geral e com o Regimento Es-
pecífico da especialidade técnica Execução de Obras, com o Referencial Normativo de
Empresas de Execução de Obras – SIAC - Execução de Obras, e demais documentos
normativos cabíveis.
A empresa construtora deve preparar uma lista própria de serviços de execução contro-
lados que utilize e que afetem a qualidade do produto exigido pelo cliente, abrangendo
no mínimo os serviços listados no item 1. Essa lista deve ser representativa dos siste-
mas construtivos por ela empregados em suas obras. Caso a empresa utilize serviços
específicos que substituam serviços constantes da lista mínima, os mesmos devem ser
controlados.
Caso os sistemas construtivos empregados pela empresa nos tipos de obras cobertos
pelo Sistema de gestão da qualidade não empreguem serviços de execução controla-
dos que constem da lista mínima, ela será dispensada de estabelecer o(s) respectivo(s)
procedimento(s) documentado(s), desde que seja obedecida, para cada nível, a quanti-
dade mínima de serviços de execução controlados, conforme item 2.
Serviços preliminares:
1) compactação de aterro;
2) locação de obra.
Qualidade PBQP – H
71
Fundações:
3) execução de fundação.
Estrutura:
4) execução de fôrma;
5) montagem de armadura;
6) concretagem de peça estrutural;
7) execução de alvenaria estrutural.
Vedações verticais:
8) execução de alvenaria não estrutural e de divisória leve;
9) execução de revestimento interno de área seca, incluindo produção de argamas-
sa em obra, quando aplicável;
10) execução de revestimento interno de área úmida;
11) execução de revestimento externo.
Vedações horizontais:
12) execução de contrapiso;
13) execução de revestimento de piso interno de área seca;
14) execução de revestimento de piso interno de área úmida;
15) execução de revestimento de piso externo;
16) execução de forro;
17) execução de impermeabilização;
18) execução de cobertura em telhado (estrutura e telhamento).
Esquadrias:
19) colocação de batente e porta;
20) colocação de janela.
Pintura:
21) execução de pintura interna;
22) execução de pintura externa.
Sistemas prediais:
23) execução de instalação elétrica;
24) execução de instalação hidro-sanitária;
25) colocação de bancada, louça e metal sanitário.
Notar que, em qualquer nível, a empresa deve garantir que sejam também controla-
dos todos os serviços de execução que tenham a inspeção exigida pelo cliente. A partir
destes, ela deverá ampliar a lista de materiais controlados, considerando aqueles já
relacionados como críticos para o atendimento das exigências dos clientes e que sejam
empregados em tais serviços.
Notas:
1) Quando aplicável, deve ser incluída na lista de serviços de execução obrigatoria-
mente controlados a produção de materiais e componentes em obra, tais como:
concreto, graute, blocos, elementos pré-moldados, argamassas, esquadrias,
etc.
72 Qualidade PBQP – H
2) Observar o previsto no requisito 7.5.1.1 do Referencial Normativo – SIAC - Exe-
cução de Obras, quando a empresa construtora optar por adquirir externamente
algum serviço de execução controlado.
3) Caso a obra contenha serviços não listados acima, mas que sejam relacionados
em outro documento de Requisitos Complementares de subsetor da especialida-
de técnica Execução de Obras, estes devem ser controlados.
• Nível “C”: 15 %;
• Nível “B”: 40 %;
• Nível “A”: 100%.
A empresa construtora deve preparar uma lista mínima de materiais que afetem tanto a
qualidade dos seus serviços de execução controlados quanto a da obra, e que devem
ser controlados. Essa lista deve ser representativa dos sistemas construtivos por ela uti-
lizados e dela deverão constar, no mínimo, 20 (vinte) materiais.
Note que, em qualquer nível, a empresa deve garantir que sejam também controlados
todos os materiais os quais tenham a inspeção exigida pelo cliente, como também todos
aqueles considerados críticos em função de exigências feitas pelo cliente quanto ao con-
trole de outros serviços de execução (ver item 2).
Qualidade PBQP – H
73
4. Evolução do número de materiais controlados, conforme nível de certificação
• Nível “C”: 20 %;
• Nível “B”: 50 %;
• Nível “A”: 100 %.
1) O número de serviços controlados poderá ser diferente de 25 (20 para o caso dos
materiais controlados) desde que justificado pelo sistema construtivo utilizado
pela empresa. Os porcentuais aplicam-se a esse número de serviços apresen-
tado pela empresa.
2) A quantidade de procedimentos elaborados é igual ou maior do que a quantidade
de serviços (materiais), pois um mesmo serviço (material) pode gerar mais de
um procedimento. Devem ser verificados todos os procedimentos relacionados à
quantidade exigida de serviços (materiais), independente de seu número.
3) Só deve ser verificada a evidência de treinamento no procedimento na fase ime-
diatamente anterior à execução do respectivo serviço.
4) Os registros somente são gerados quando os respectivos serviços são executa-
dos (materiais são controlados). Portanto, em uma auditoria, a soma do número
de registros e do número de serviços em execução (materiais sob controle) deve
atender à quantidade de serviços (materiais) controlados.
Como se trata de certificação de uma empresa e não de uma obra, podem ser
utilizados registros e serviços (controles) de várias obras.
10 - Encerramento
74 Qualidade PBQP – H
Para isso, é necessário não só o conhecimento profissional, mas, e principalmente, o
autoconhecimento , que permitirá ao funcionário lidar melhor consigo mesmo e com as
situações cotidianas.
A Gestão da Qualidade é uma grande oportunidade que as pessoas têm de mudar sua
postura frente ao seu dia-a-dia, descobrindo ser possível melhor qualidade de vida na
alimentação, no lazer, no esporte, nas relações interpessoais e nos relacionamentos.
Qualidade PBQP – H
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11 - Referências Bibliográficas
76 Qualidade PBQP – H