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Universidade de Brasília

Faculdade de Tecnologia
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental

Dosagem dos concretos de cimento Portland

Profa. Dra. Valdirene Maria Silva Capuzzo

Introdução e Importância do Tema

Entende-se por estudo de dosagem dos concretos de cimento Portland os


procedimentos necessários à obtenção da melhor proporção entre os materiais
constitutivos do concreto, também conhecido por traço.

Essa proporção ideal pode ser expressa em massa ou em volume, sendo


preferível sempre o mais rigoroso que é a proporção expressa em massa seca de
materiais.

Um estudo de dosagem deve ser realizado visando obter a mistura ideal e


mais econômica, numa determinada região e com os materiais ali disponíveis, para
atender uma série de requisitos - complexidade do trabalho.

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Introdução e Importância do Tema
No Brasil, ainda não há um texto consensual de como deve ser um estudo
de dosagem – norma brasileira.

 Método de dosagem IPT (São Paulo) – 1927, 1977 e 1986


 Método de dosagem INT (Rio de Janeiro) – 1937
 Método de dosagem ITERS (Rio Grande do Sul) – 1985
 Método da ABCP – 1956
 Vallete – 1949
 De Larrard – 1990
 Helene & Terzian – 1992
 Alaejos & Cánovas – 1994
 Isaia – 1995
 Berenice Carbonari – 1996
 Aitcin – 1998
 Tutikian - 2007

Introdução e Importância do Tema


Em princípio, os requisitos básicos usuais a serem atendidos são:

Resistência Mecânica (MPa)


A resistência à compressão é a mais utilizada como parâmetro de dosagem
e controle de qualidade dos concretos devido à simplicidade do procedimento do
ensaio.

Trabalhabilidade (mm)
Os concretos devem ser coesos e viscosos – permitir ser transportado,
lançado e adensados sem apresentar segregação, exsudação, ninhos e variação de
cor.

Durabilidade (anos)
Os concretos devem ser duráveis frente às solicitações às quais será exposto
durante sua vida útil.

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Introdução e Importância do Tema

Deformabilidade (GPa)
Cada vez mais o módulo de elasticidade, a retração hidráulica, a deformação
inicial ou imediata e a deformação lenta (fluência) do concreto tem sido
especificada.

Consumo Sustentável (rendimento, kg/MPa)


Um requisito inserido nos estudos de dosagem é construir mais com menos
consumo de matérias primas.

Introdução e Importância do Tema


 Princípios da dosagem dos concretos
 A resistência à compressão de um concreto é 95% explicada pela resistência da
pasta.

 A resistência à compressão dos concretos depende essencialmente da relação


a/c.

 Um concreto corrente será tanto mais barato quanto maior a dimensão máxima
característica do agregado graúdo e quanto menor o seu abatimento, ou seja,
concretos de consistência seca, para uma mesma resistência, são mais baratos
que de consistência plástica ou fluída. Não necessariamente os mais sustentáveis
ou mais econômicos.

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Introdução e Importância do Tema
 Princípios da dosagem dos concretos
 A consistência de um concreto fresco depende essencialmente da quantidade de água
por m3.

 Para uma dada resistência e uma dada consistência, há uma distribuição granulométrica
ótima (combinação miúdo/graúdo) que minimiza a quantidade de pasta.

 O rendimento da relação resistência à compressão (MPa) / consumo de cimento


(kg/m3) aumenta com o crescimento da resistência.
- Concreto de 20 MPa – 0,08 MPa/kg
- Concreto de elevado desempenho e resistência – 0,20MPa/kg a 0,40 MPa/kg

Dosagem de concreto

 Traço do concreto
É a proporção entre os materiais que compõe o concreto.
O cimento é adotado como unidade em peso, enquanto os demais materiais
são relacionados em peso ou volume à quantidade de cimento.

A representação usual do traço é 1 : m

m=a+p

Cimento: areia : pedra (ou brita) : relação água/cimento


1 : a : p : a/c

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Dosagem de concreto
O traço pode ser definido em massa, quando as proporções referem-se às
massas dos materiais.
Traço em peso = 1 : a : p : a/c
Exemplo: Traço 1 : 1,5 : 3,5 : 0,5
1 kg de cimento : 1,5 kg de areia : 3,5 kg de brita : 0,5 kg de água
O traço pode ser definido como misto, quando as proporções dos
agregados referem-se aos volumes dos materiais e o cimento é dado em massa.
Traço misto seco= 1 : a/γγunit.areia : p/γγunit.pedra : a/c

Exemplo: 1: 1,5/1,58 : 3,5/1,46 : 0,5


1: 0,95 : 2,40 : 0,5
1 kg de cimento : 0,95 litros de areia : 2,40 litros de brita : 0,5 litro de água

Quando utilizar traço em massa ou misto


 Traço em massa
 Maior precisão
 Controle mais rigoroso da dosagem
 Equipamentos de pesagem
 Usinas de concretagens
 Obras de maior porte

 Traço misto
 Menor precisão
 Maior facilidade
 Fazer correções necessárias devido ao inchamento da areia
 Obras de pequeno e médio porte

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Princípios para definir o traço
 Custo
É constituído pelos custos de material e pessoal.

Materiais • Reduzir o consumo de cimento


• Melhor empacotamento dos agregados
Pessoal • Trabalhabilidade
• Organização do canteiro

 Processos de fabricação, transporte, lançamento e adensamento


(TRABALHABILIDADE)
Facilidade com a qual o concreto pode ser manipulado sem segregação nociva.

Princípios para definir o traço


 Processos de fabricação, transporte, lançamento e adensamento
(TRABALHABILIDADE)
Fluidez Não deve ser superior à necessária para o lançamento,
adensamento e acabamento do concreto

Elevada Fluidez Usar aditivos redutores de água

Índice de É a mobilidade relativa ou capacidade de fluir do concreto ou


Consistência argamassa. Pode ser medida pelo abatimento do tronco de cone.

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Princípios para definir o traço
 Processos de fabricação, transporte, lançamento e adensamento
(TRABALHABILIDADE)
Coesão Fator importante para garantir a trabalhabilidade do concreto
Facilita o adensamento e o acabamento

Princípios para definir o traço


 Processos de fabricação, transporte, lançamento e adensamento
(TRABALHABILIDADE)
Coesão não - Aumentar a proporção areia/agregado graúdo;
satisfatória
- Substituir parte da areia grossa por areia fina;
- Aumentar a relação pasta/agregado (para uma mesma
relação água/cimento).

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Princípios para definir o traço
 Processos de fabricação, transporte, lançamento e adensamento
(TRABALHABILIDADE)
Exemplo ilustrativo: Pasta com a/c = 0,60 e para fck de 20 MPa

Princípios para definir o traço


 Processos de fabricação, transporte, lançamento e adensamento
(TRABALHABILIDADE)
Exemplo ilustrativo: Pasta com a/c = 0,50 e para fck de 30 MPa

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Princípios para definir o traço
 Processos de fabricação, transporte, lançamento e adensamento
(TRABALHABILIDADE)
Exemplo ilustrativo: Pasta com a/c = 0,40 e para fck de 40 MPa

Princípios para definir o traço


 Processos de fabricação, transporte, lançamento e adensamento
(TRABALHABILIDADE)
Exemplo ilustrativo: Pasta com a/c = 0,30 e para fck de 60 MPa

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Princípios para definir o traço
 Processos de fabricação, transporte, lançamento e adensamento
(TRABALHABILIDADE)
Exemplo ilustrativo: Pasta com a/c = 0,30 e para fck de 60 MPa
Efeito do Superplastificante (1%)

Princípios para definir o traço


 Dimensões das peças e espaçamentos das armaduras
- A dimensão máxima do agregado graúdo será limitada pelas dimensões das peças e
espaçamentos das armaduras.

 Durabilidade (Condições de exposição da obra)


Consiste na capacidade de uma estrutura resistir às influências ambientais
previstas. A NBR 6118/14 apresenta as seguintes especificações de acordo com o
ambiente.

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Princípios para definir o traço
 Durabilidade (Condições de exposição da obra)

Princípios para definir o traço


 Durabilidade (Condições de exposição da obra)

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Princípios para definir o traço
 Rigor no controle tecnológico

 Resistência (fck)
- Normalmente definido no projeto estrutural.

Características dos materiais


 Análise granulométrica dos agregados
 Massa unitária e massa específica dos agregados
 Natureza dos agregados
 Tipo e classe de cimento

Dosagem de concreto convencional


 Dosagem não experimental (empírica)
A NBR 12655 permite que o traço seja definido empiricamente apenas para o
concreto da classe C10 (não estrutural), com consumo mínimo de 300 kg de cimento
por m3.

 Dosagem experimental (racional)


A NBR 12655 indica que o traço de concretos de classe 15 ou superior deve
ser definido por dosagem experimental, com a devida antecedência em relação ao
início da concretagem.
O estudo de dosagem deve ser realizado com os mesmos materiais e
condições semelhantes àquelas da obra.

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Dosagem de concreto convencional

 Conceitos fundamentais

 A relação água/cimento é o parâmetro mais importante do concreto estrutural


 Definida uma relação água/cimento e definidos certos materiais, a resistência e a
durabilidade do concreto passa a ser únicas
 O concreto é mais econômico (barato) quanto maior a dimensão máxima
característica do agregado graúdo e menor o abatimento do tronco de cone
(consistência mais seca)

Dosagem de concreto convencional


 Leis clássicas da tecnologia do concreto

- Lei de Abrams (1918): A resistência de um concreto, numa determinada idade (fcj),


é inversamente proporcional à relação água cimento (a/c).

k1
fcj =
k 2a / c

fcj - resistência à compressão axial, à idade j, em MPa


k1 e k2 - constantes que dependem exclusivamente dos materiais

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Dosagem de concreto convencional
 Leis clássicas da tecnologia do concreto

Dosagem de concreto convencional


 Leis clássicas da tecnologia do concreto
- Lei de Lyse (1932): Fixados o cimento e agregados, a consistência do concreto fresco
depende preponderantemente da quantidade de água por m3 de concreto.

m = k3 + k4 ⋅ a
c

m- relação agregados secos/cimento em massa, em kg/kg


k3 e k4 - constantes que dependem exclusivamente dos materiais

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Dosagem de concreto convencional
 Leis clássicas da tecnologia do concreto

- Lei de Molinari (1974): O consumo de cimento por m³ de concreto varia na proporção


inversa da relação em massa seca de agregados/cimento (m).

1000
C=
(k 5 + k 6 ⋅ m)

C - Consumo de cimento por m3, em kg/m3


k5 e k6 - constantes que dependem exclusivamente dos materiais

Dosagem de concreto convencional


Diagrama de dosagem de concretos
Lei de Abrams
k1
fcj =
k a2 / c

Lei de Lyse
m = k3 + k4 ⋅ a
c
Lei de Molinari
1000
C=
(k 5 + k 6 ⋅ m)

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Dosagem de concreto convencional - método de Helene &
Terzian
O método adota como modelos de comportamento:
 Teor de argamassa seca
1+
∝ =
1+
 Relação água/materiais secos

/

H =
1+
 Consumo de cimento/m3
γ
C =
1 +  + + /

Dosagem de concreto convencional - método de Helene &


Terzian
 Principais passos do método
 Escolher dimensão máxima característica do agregado graúdo compatível com os
espaços disponíveis entre armaduras e fôrmas do projeto da estrutura (depende do
desenho estrutural e da obra).
 Escolher o abatimento compatível com a tecnologia disponível (depende da obra).
 Estabelecer a resistência média que se deseja alcançar na idade especificada,
resistência de dosagem.
 Escolher três diferentes traços em massa seca de cimento.
Traço rico (1:3,5)
Traço intermediário (1:5,0)
Traço pobre (1:6,5)

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Dosagem de concreto convencional - método de Helene &
Terzian
 Principais passos do método
 Misturar em laboratório, os traços ( 1: a: p) para o traço intermediário (1: m) ou
(1:5,0), com base na busca do traço ideal entre cimento, adições, agregados miúdos,
agregados graúdos e aditivos, para alcançar uma trabalhabilidade especificada.
 Para produzir o primeiro traço em laboratório, variar o teor de argamassa até
encontrar o ponto ótimo por meio de observações visuais do traço.
 Obtido o conteúdo de argamassa seca ideal, moldar os corpos de prova para os
ensaios em concreto endurecido.

Dosagem de concreto convencional - método de Helene &


Terzian
 Principais passos do método
 Misturar os demais traços (Traço rico e pobre) para verificar o mesmo abatimento
com distintas relações a/c, mantendo fixo o teor de argamassa seca (α) e a relação
água/materiais secos (H) do traço intermediário otimizado anteriormente.
 Moldar os corpos de prova para os ensaios em concreto endurecido.
 Verificar resistências e demais requisitos nas idades especificadas.
 Construir os Diagramas de Dosagem e de Desempenho (opcional) específicos a essa
família de concretos.

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Dosagem de concreto convencional - método de Helene &
Terzian
 Principais passos do método

Dosagem de concreto convencional - método de Helene &


Terzian
 Sequência de atividades
 Caracterização dos materiais.
 Definir o abatimento do concreto.
 Definir o Dmáx do agregado graúdo.
 No caso de uso de mais de um tamanho de agregado graúdo deve-se fazer a
composição granulométrica dos agregados graúdos NBR NM 45/-06. A proporção
ótima é obtida experimentalmente no laboratório com a determinação da massa
unitária no estado compactado seco. Adotar a composição com maior valor de
massa unitária, a qual corresponde ao menor índice de vazios.

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Dosagem de concreto convencional - método de Helene &
Terzian
 Sequência de atividades

Massa
Composição
Quant. de Quant. de Acréscimo de unitária no
entre os Massa total
brita no2 brita no1 pedra britada estado
agregados no (kg)
(kg) (kg) no1 (kg) compactado
2/1
(kg/dm3)
100/0 30 --- --- ---
90/10 30 3,33 + 3,33 22,698 1,56
80/20 30 7,50 + 4,17 22,705 1,57
70/30 30 12,86 + 5,36 22,842 1,58
60/40 30 20,00 + 7,14 22,599 1,56
50/50 30 30,00 + 10,00
40/60 30 45,00 + 15,00

Volume do recipiente = 14,5 litros

Dosagem de concreto convencional - método de Helene &


Terzian
 Sequência de atividades
 Composição dos agregados graúdos NBR NM 45/06

Volume do recipiente = 14,5 litros

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Dosagem de concreto convencional - método de Helene &
Terzian
 Sequência de atividades

Estudo experimental
Consiste na execução do traço 1:5,0 (traço intermediário), 1:3,5 (traço rico)
e 1:6,5 (traço pobre).

Determinação do teor ideal de argamassa para o traço 1:5,0


Quantidade de agregado graúdo na mistura Consumo por m3 de concreto
Total = 30 kg Cimento: kg
Individual Massa (kg) % Água: kg
Pedra B. no1 9 30 Abatimento: 100 ± 10 mm
Pedra B. no 2 21 70 Massa específica: kg/m3

Dosagem de concreto convencional - método de Helene &


Terzian
Determinação do teor ideal de argamassa para o traço 1:5,0
Teor de Traço Qtde. de areia (kg) Qtde. de Cimento (kg) Qtde. de água (kg)
Relação
argamassa Unitário Massa Acréscimo Massa Acréscimo Massa Acréscimo a/c*
(%) (1:a:p) Total na mistura Total na mistura Total na mistura
35 1:1,10:3,90 8,46 7,69 3,08 0,4
37 1:1,22:3,78 9,68 1,22 7,94 0,25 3,18 0,10 0,4
39 1:1,34:3,66 10,99 1,31 8,20 0,26 3,28 0,10 0,4
41 1:1,46:3,54 12,36 1,37 8,47 0,27 3,39 0,11 0,4
43 1:1,58:3,42 13,86 1,50 8,77 0,30 3,51 0,12 0,4
45 1:1,70:3,30 15,45 1,59 9,09 0,32 3,64 0,13 0,4
47 1:1,82:3,18 17,17 1,72 9,43 0,34 3,77 0,14 0,4
49 1:1,94:3,06 19,02 1,85 9,80 0,37 3,92 0,15 0,4
51 1:2,06:2,94 21,02 2,00 10,20 0,40 4,08 0,16 0,4
53 1:2,18:2,82 23,19 2,17 10,64 0,44 4,26 0,17 0,4
55 1:2,30:2,70 25,55 2,36 11,11 0,47 4,44 0,19 0,4
57 1:2,42:2,58 28,14 2,59 11,63 0,52 4,65 0,20 0,4
* Ao final deve-se fazer a correção da relação água/cimento considerando a absorção dos agregados.

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Dosagem de concreto convencional - método de Helene &
Terzian
Determinação do teor ideal de argamassa para o traço 1:5,0
Traço Unitário (1:a:p) ou (1:m) ou (1:5,0)
 Teor de argamassa seca – considerar inicialmente 35%
1+ 1+  =+
α= 0,35 =  = 1,1 5 = 1,1 + = 3,9
1+ 1+5
 Quantidade de cimento
B =
. 30 =
. 3,9 c = 7,69
 Quantidade de areia
 =
.  A = 7,69 . 1,1  = 8,46
 Quantidade de água
Á!" =
. # Á!" = 7,69 . 0,4 Á!" = 3,08

Sequência de atividades
1- Imprimar a betoneira com traço 1:2:3 e a/c = 0,65 (≥ 6 kg)

2- Após misturar os materiais verificar se é possível efetuar o abatimento do tronco de


cone – coesão e plasticidade adequada

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Sequência de atividades
3- Realizar os acréscimos sucessivos de argamassa na mistura

4- Verificação do teor ideal de argamassa

Sequência de atividades
5- Concreto com teor ideal de argamassa

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Dosagem de concreto convencional - método de Helene &
Terzian
 Sequência de atividades
Anota-se a quantidade de água necessária para atingir o abatimento
especificado, com o teor de argamassa ‘ideal’.

Se os agregados estiverem seco em estufa


Corrigir a água usada no traço. É necessário determinar experimentalmente a
absorção dos agregados.
A água do traço é igual à lançada na betoneira, menos a água consumida pelos
agregados devido à absorção.

Dosagem de concreto convencional - método de Helene &


Terzian
 Sequência de atividades
Se os agregados estiverem com umidade superficial
É necessário corrigir a água usada no traço. Neste caso, é necessário determinar
experimentalmente a umidade superficial dos agregados (h%), usando o frasco de
Chapman.
Normalmente a correção devido à h% é feita apenas para a areia, pois o
agregado graúdo só carreia umidade superficial se estiver muito molhado, após
exposição a chuva por exemplo, o que não ocorre no laboratório.
A água do traço é igual à lançada na betoneira, mais a água contida no agregado
miúdo (umidade superficial).

Corrigido a água da mistura. Calcula-se a relação a/c do traço piloto.

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Dosagem de concreto convencional - método de Helene &
Terzian
 Sequência de atividades
Consumo de cimento
γ Exemplo:
C=
1 + a + p + a/c C = 2500/(1+2,06+2,94+0,5) = 384 kg/m3

Sendo:
γ = massa específica do concreto, medida em kg/m3;
a = relação agregado miúdo seco/cimento em massa em kg/kg;
p = relação agregado graúdo seco/cimento em massa em kg/kg;
a/c = relação água/cimento, em kg/kg.

Dosagem de concreto convencional - método de Helene &


Terzian
 Sequência de atividades
Consumo de cimento
1000 − 
C =
1 
+ + + /

%&'(. %) %*

Sendo:
γcim = massa específica do cimento, medida em kg/m3;
γa = massa específica da areia, medida em kg/m3;
γb = massa específica da brita, medida em kg/m3.
a/c = relação água/cimento, em kg/kg.

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Dosagem de concreto convencional - método de Helene &
Terzian
 Sequência de atividades
Relação água/materiais secos
Calcula-se a quantidade de água/materiais secos (H%), do traço piloto, com a água
corrigida do traço.
/

H =
1+

Moldar os corpos de prova para ensaiar à compressão simples nas idades 3, 7 e 28


dias.

Dosagem de concreto convencional - método de Helene &


Terzian
 Sequência de atividades
Traços auxiliares
• Traço 1:3,5 (1:m) • Traço 1:6,5 (1:m)
a + p = 3,5
a + p = 6,5
1+
∝ = 1+
1++ ∝ =
1++
 =∝.(1+3,5)-1
 =∝.(1+6,5)-1
= 3,5 − 
= 6,5 − 
Para α = 51% a = 1,30 e p = 2,20 Para α = 51% a = 2,83 e p = 3,67
Traço 1 : 1,30 : 2,20 Traço 1 : 2,83 : 3,67

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Dosagem de concreto convencional
Diagrama de dosagem de concretos

α = 51%

Dosagem de concreto convencional


Diagrama de dosagem de concretos

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Curva Estatística de Gauss
fc = Resistência à compressão simples
fcm = Resistência média do concreto à compressão (ou fcj)
fck = Resistência característica do concreto à compressão
s = desvio padrão da dosagem

fck = fcm – 1,65 . s

Apenas 5% dos corpos de


prova possuem fc < fck
95% dos corpos de prova
possuem fc ≥ fck

Curva Estatística de Gauss


 Condição de preparo em função do desvio padrão (s) – NBR
12655/06

Condição A
Materiais dosados em massa e a água de amassamento é corrigida em função
da correção da umidade dos agregados.
Classe C 10 a C 80
s = 4,0 MPa
Exemplo: fck = 30 MPa
fcm = ?
fck = fcm – 1,65 . s
30 = fcm – 1,65 . 4,0
fcm = 36,6 MPa

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Curva Estatística de Gauss
 Condição de preparo em função do desvio padrão (s) – NBR
12655/06

Condição B
Cimento dosado em massa, agregados dosados em massa combinada com
volume, a umidade do agregado miúdo é determinada e o volume do agregado
miúdo é corrigido através da curva de inchamento.
Classe C 10 a C 25
s = 5,5 MPa
Exemplo: fck = 30 MPa
fcm = ?
fck = fcm – 1,65 . s
30 = fcm – 1,65 . 5,5
fcm = 39,1 MPa

Curva Estatística de Gauss


 Condição de preparo em função do desvio padrão (s) – NBR
12655/06
Condição C
Cimento medido em massa, agregados e água em volume, umidade dos
agregados estimada.
Classe C 10 a C 15
s = 7,0 MPa
Exemplo: fck = 30 MPa
fcm = ?
fck = fcm – 1,65 . s
30 = fcm – 1,65 . 7,0
Condição Desvio padrão (MPa)
fcm = 41,6 MPa
A 4,0
B 5,5
C 7,0

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INFLUÊNCIA DOS MATERIAIS

 CIMENTO

Maior consumo de cimento acarreta:


 MAIOR plasticidade
 MAIOR coesão
 MENOR segregação
 MENOR exsudação
 MAIOR calor de hidratação
 MAIOR variação volumétrica

INFLUÊNCIA DOS MATERIAIS

 AGREGADO MIÚDO

Aumento do teor de agregado miúdo acarreta:

 Aumento do consumo de água

 Aumento do consumo de cimento

 Maior plasticidade

29
INFLUÊNCIA DOS MATERIAIS

 AGREGADO GRAÚDO

 Mais arredondado e liso maior plasticidade e menor aderência.

 Lamelar maior consumo de cimento, areia e água e menor resistência.

 Melhores agregados são cúbicos e rugosos.

Referência bibliográfica
NBR 6118/2014 – Projeto de estruturas de concreto — Procedimento.
NBR 12655/2006 - Concreto de cimento Portland - Preparo, controle e recebimento –
Procedimento.
NBR NM 45/06 – Agregados - Determinação da massa unitária e do volume de vazios.
CURTI, R. Propriedades e dosagem do concreto. Notas de aula.
FREITAS Jr., J. A. (2013). Dosagem de concreto. Notas de aula.
HELENE, P.R.L.; TERZIAN, P. (1992). Manual de dosagem e controle do concreto. São Paulo:
Pini.
ISAIA G.C. (2011). Concreto: ciência e tecnologia. São Paulo, IBRACON, 1ª. ed., 1v.
SILVA, E. F. (2013). Dosagem de concreto. Notas de aula.

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