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Dosagem do Concreto
2. Dosagem do Concreto
2.1 Definição
1 – é a quantidade de cimento
1:a:p:x (2.1)
Onde x é a relação água/cimento da mistura.
Relação água/cimento (a/c), responsável direta pela resistência aos esforços mecânicos do
concreto. Quanto maior esta relação, menor a resistência. Normalmente é expressa por a/c
ou x.
A
f = (2.5)
cj
Ba / c
Onde:
B – varia com a idade e qualidade do aglomerante e será tanto menor qunto maior forem
estes parâmetros.
Lei de Lyse: "A quantidade de água a ser empregada em um concreto confeccionado com
um determinado grupo de materiais (mesmos cimento, agregados miúdo e graúdo) para
obter-se uma dada trabalhabilidade, independe do traço deste concreto". Em outras
palavras, para um dado grupo de materiais, existe uma relação água/materiais secos (H)
constante para obter-se uma dada trabalhabilidade.
Para se atingir o proporcionamento ideal dos materiais para uma dada aplicação, pode-se
recorrer basicamente a dois processos:
- dosagem empírica; e
- dosagem experimental.
A norma brasileira permite que se dose um concreto de uma forma empírica (não
experimental) apenas para obras de pequeno vulto desde que sejam cumpridas as seguintes
condições:
A norma NBR 12655:1996 estabelece que este tipo de dosagem só poderá ser empregado
em concretos com resistência característica igual ou inferior a 10MPa. Este procedimento
não conduz a uma estimativa de resistência à compressão do concreto.
Procedimento
Sd é o desvio-padrão de dosagem, cujo valor é função da forma com que o concreto será
proporcionado em obra. De acordo com a NBR 12655:1996, tem-se:
Cimento Portland de Alto Forno (CP III): x = 0,99 log (121,2/fc28) (2.8)
m = 100 (x / H) - 1 (2.10)
Para a determinação do teor de agregado miúdo no concreto é preciso antes que se conheça
o teor de argamassa (α ) adequado à mistura. Valores sugeridos de α estão apresentados na
Tabela 2.3.
a = α (1 + m)/100 – 1 (2.11)
p=m-a (2.12)
1000
C=
1 a p (2.13)
+ + +x
dc da dp
Além disso, quase todos os métodos baseiam-se em duas leis fundamentais: Lei de Abrams
e Lei de Lyse.
O método baseia-se no fato de que cada tipo de agregado graúdo possui um volume de
vazios que será preenchido por argamassa. Além disso, deve existir uma parte de
argamassa adicional que servirá como lubrificante entre os grãos de agregado graúdo para
que se obtenha uma trabalhabilidade adequada. Esta quantidade de argamassa será então,
função da quantidade de vazios e do tipo de areia empregado, já que areias mais grossas
geram argamassas mais ásperas (menos lubrificantes).
Parâmetros de dosagem
- Materiais:
- Tipo, massa específica e nível de resistência aos 28 dias do cimento a ser utilizado;
- Concreto:
- A dimensão máxima característica admissível de acordo com a NBR 6118 deve ser:
Procedimentos
Este fator poderá ser previamente fixado em função de critérios de durabilidade (Tabela
2.4):
Tabela 2.4: Valores da relação água/cimento em função das condições de exposição e tipo
de peça exposta.
Estrutura exposta à ação de água do
Tipo de Estrutura
mar ou sulfatada
Peças delgadas e seções com menos de 2,5 cm
0,40
de recobrimento da armadura
Outros 0,45
Nota: No caso da utilização de cimentos resistentes aos sulfatos, a relação a/c pode ser aumentada de 0,05.
Se não houver restrições quanto à durabilidade, a relação a/c será determinada por meio de
um gráfico em função da resistência de dosagem - fcj (Figura 2.1), determinada da mesma
forma já descrita na Unidade I:
C ag
C= (2.15)
a
c
Cb = Vc . Mc (kg/m3) (2.16)
Quando se utiliza mais de um tipo de agregado graúdo, o Cb pode ser dividido conforme a
Tabela 2.7:
5 - Traço calculado:
Observações finais
Este traço terá que ser testado em laboratório e, quando necessário, serão feitas as devidas
correções (teor de argamassa, relação água/materiais secos), sempre mantendo a relação
água/cimento constante.
Com o traço corrigido e mais dois traços ( um com maior e outro com menor relação
água/cimento e mantidos o teor de argamassa e relação água materiais secos) serão
confeccionados corpos-de-prova para ensaios de resistência à compressão. Com os valores
de resistência a 28 dias será construída uma curva de Abrams mais ajustada aos materiais
utilizados. Então, por interpolação, se achará o traço desejado.
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Este último procedimento, entretanto, é questionado por alguns tecnologistas por acharem
que o erro cometido ao se utilizar uma curva de Abrams genérica pode ser de mesma
magnitude de quando se utiliza uma curva de Abrams a partir de corpos-de-prova pois não
existe uma garantia de que o cimento fornecido ao laboratório para o estudo de dosagem
será exatamente o mesmo a ser empregado futuramente na obra.
Este método, também conhecido como o método dos quatro quadrantes, baseia-se no ajuste
de curvas de resistência e trabalhabilidade em função dos requisitos estruturais e de
produção da estrutura no canteiro da obra.
Com os mesmo materiais que serão utilizados efetivamente em obra, produz-se um traço
piloto (m=5) em laboratório e determina-se experimentalmente o teor de argamassa ideal
(α) para obter-se um concreto com uma trabalhabilidade compatível com as exigências de
projeto.
Conhecido α produz-se dois novos traços, um mais rico (m = 3,5) e um mais pobre (m =
6,5). Estes três traços devem ser produzidos com a consistência (abatimento) igual ao
recomendado para a obra. Com estes traços são confeccionados corpos-de-prova para serem
ensaiados à compressão nas idades de interesse para o estudo (normalmente 3, 7 e 28 dias).
Procedimento
1 - Dados iniciais:
fckj= Resistência à compressão característica, a j dias de idade (em geral, 28 dias),em MPa
O desvio-padrão pode ser calculado através da expressão abaixo, desde que se disponha de
dados históricos de produção suficientes (acima de trinta exemplares):
Sd2 = [Sd12 . (n1-1) + Sd22 . (n2-1) ...+ Sdp2 . (np-1)] / [(n1-1) + (n2-1) ...+ (np-1)] (2.19)
Onde:
∑ni ≥ 30 exemplares
Sdj = 3 MPa, sempre que a produção for em massa, com controle rigoroso da umidade dos
agregados e equipe bem treinada.
Sdj = 4 MPa, sempre que a produção for em volume, com controle rigoroso da umidade dos
agregados e equipe bem treinada.
Sdj = 5,5 MPa, sempre que a produção for em volume, e com equipe nova em fase de
adaptação
A confecção dos corpos-de-prova para a obtenção destes valores será descrita no ítem "5"
do presente procedimento.
O uso de expressões como as propostas por Helene (1993) (apresentados para dosagem
empírica) possui a vantagem de reduzir o tempo de execução do estudo de dosagem, uma
vez que o ajuste da trabalhabilidade é um processo rápido. Por outro lado, leva a resultados
menos otimizados. Assim, quando se dispõe de pouco tempo para a elaboração da dosagem,
usa-se inicialmente as equações propostas por Helene e Terzian (1993). Assim, tão logo o
os resultados da curva de Abrams real (fcj), para a dosagem em questão estiverem
disponíveis, deve-se proceder aos ajustes necessários de forma a otimizar a produção do
concreto.
a = α (1 + m)/100 - 1
a = 40 (1 + 5,0)/100 - 1 = 1,4
Após um tempo adequado de mistura (3 minutos) deve-se desligar a betoneira, fazer uma
raspagem de suas pás e, com uma colher de pedreiro, promover uma mistura deste material
com aquele presente no fundo da cuba. Avalia-se então, com o auxílio desta mesma colher,
se o teor de argamassa é suficiente para a mistura. Isto é feito, passando-se o instrumento
sobre a superfície do concreto e "cortando" a massa com a lâmina verificando a aspereza
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das superfícies obtidas. Outro teste é o erguimento de uma porção deste concreto com a
colher. A presença de material graúdo se desegregando da massa é um indicativo da falta de
argamassa no material.
Após este procedimento, são realizados acréscimos de cimento, areia e água na massa, de
modo a aumentar α de 2 em 2%, mantendo o traço m = 5. Em seguida, para cada nova
situação, verifica-se a trabalhabilidade da mistura como anteriormente descrito.
Com este traço, ajusta-se a quantidade de água para obter-se a consistência requerida e
determina-se a relação água/materiais secos (H) real da mistura.
A determinação do consumo de cimento real de cada traço é feita por meio da massa
específica do concreto, pelo seguinte procedimento:
Onde:
k1= 101/3. (log fcj1 + log fcj2 + log fcj3 – b.(a/c1 + a/c2 + a/c3)
k2 = 10-b
b = log fcj1.(2.a/c1 - a/c2 - a/c3) + log fcj2.(2.a/c2 – a/c1 – a/c3) + log fcj3.(2.a/c3 – a/c1 – a/c2)
2. (a/c12 + a/c22 + a/c32) – 2. (a/c1.a/c2 + a/c1.a/c3 + a/c2.a/c3)
k6 = (1000/3).(1/c3 – 1/c1)
Outra maneira de fazer a determinação dos coeficientes das equações acima é por meio do
“Método dos Mínimos Quadrados”, ou seja, as expressões da Lei de Abrams e Lei de
Molinari dão linearizadas e calculam-se os coeficientes A e B de cada reta. Da Lei da Lyse,
calcula-se diretamente A e B, uma vez que ela já representa a equação de uma reta.
y = A + B.x
A = (Σy – B.Σx)/n
B = n.Σx.y - Σx.Σy
n.Σx2 – (Σx)2