6.1 Introdução
Em todas as pesquisas de métodos de dosagem nacionais e internacionais depara-se com uma quantidade
muito grande de procedimentos e conceitos que fazem imaginar que encontrar traço de concreto é uma
atividade muito teórica, complicada e maçante.
Por outro lado, a ideia generalizada de que todo mestre ou pedreiro experiente sabe fazer concreto não
motiva o engenheiro mais jovem a um estudo mais aprofundado no assunto e, quando muito, recorre às
famosas tabelas de traços de concreto, sem levar em conta a grande diversidade de materiais existentes
em nosso país. Para citar um exemplo, em recente estudo de dosagem realizado para uma grande
construtora, obteve-se uma redução de 40 kg de cimento por metro cúbico de concreto, em relação ao
traço em uso, considerado ainda um aumento de fck = 15 MPa para 18 MPa. Esta economia foi possível
somente com um trabalho racional de dosagem de concreto.
Estes fatos têm reflexos inclusive no sistema de ensino da engenharia em nosso país. Aliado às facilidades
oferecidas na venda do produto pelas Usinas de Concreto, observa-se que alunos e professores não se
têm motivado a um estudo detalhado sobre o assunto.
Dentro deste panorama, procura-se apresentar um roteiro que desmistifique o assunto de dosagem do
concreto, dando uma abordagem bastante simplificada e ressaltando os aspectos mais importantes do
conjunto dos métodos consultados, acrescentando uma grande parte de experiência prática.
Não é objetivo escrever um tratado sobre o assunto, mas tão-somente ensinar uma metodologia clara e
precisa sobre a dosagem do concreto, com a grande vantagem de obter de modo rápido e racional o traço
que seja o mais econômico possível e que atenda às características de resistência e durabilidade
estabelecidas para cada obra ou elemento estrutural.
Deseja-se que este texto seja um grande elemento de apoio e consulta dos engenheiros de obras,
estudantes e professores da cadeira de materiais de construção.
O objetivo é conhecer as características dos materiais, que têm grande influência no processo de
dosagem do concreto. Outros parâmetros dos materiais, ligados à tecnologia do concreto, mas de
abordagem diferente, tal como durabilidade, não são comentados neste capítulo, mas devem ser
analisados minuciosamente pelo profissional responsável.
6.2.1 Cimento
a) Finura
É um fator que governa a velocidade da reação de hidratação. O aumento da finura melhora a resistência,
particularmente a das primeiras idades, diminui a exsudação e outros tipos de segregação, aumenta a
impermeabilidade, a trabalhabilidade e a coesão dos concretos. Em contrapartida, ocorre liberação de
maior quantidade de calor e uma retração maior, sendo os concretos mais sensíveis ao fissuramento. É
avaliada pela NBR 5732.
Fornece indicações sobre até que ponto ocorreu a carbonatação e hidratação devido à exposição do
cimento ao ar, ou seja, o envelhecimento do cimento. Permite também detectar a adição de substâncias
estranhas, inertes, que sejam insolúveis no ácido clorídrico. Avaliada pela NBR 5743.
são:
a) Granulometria
Está relacionado com a área superficial do agregado e conseqüentemente altera a água de molhagem
para certa consistência. Deve ser mantido constante dentro de certos limites para evitar a alteração do
traço. Verificado pela NBR 7217.
c) Massa Unitária
É a relação entre a massa total de certo volume de agregados e esse volume, considerando-se os vazios
existentes entre os grãos do agregado. E por meio da massa unitária que são feitas as transformações dos
traços em massa para volume e vice-versa. Verificada pela NBR 7251.
d) Massa Específica
É a relação entre a massa e o volume de cheios, isto é, o volume dos grãos dos agregados. Verificada pela
NBR 9776.
e) Inchamento
É o aumento de volume de uma determinada massa de agregados, causado pela absorção de água. É de
fundamental importância na dosagem dos materiais em volume, pois dependendo da umidade obtêm-se
diferentes massas de agregados para um mesmo volume de dosagem, sendo necessária a correção do
traço (Foto 6.1). Verificado pela NBR 6467.
Foto 6.1 - Visualização do inchamento da areia. Todas as três amostras possuem a mesma massa de areia
no estado seco. O acréscimo de3%e 6% de água modificou significativamente o volume aparente úmido
f) Coeficiente de Inchamento e Umidade Crítica
O coeficiente de inchamento serve para medir o inchamento sofrido por uma massa de agregados. É dado
pela relação entre o volume final úmido e o volume inicial seco. A umidade crítica é aquela a partir da
qual o coeficiente de inchamento é considerado constante. Verificado pela NBR 6467.
g) Apreciação Petrográfica
É indispensável conhecer-se a natureza dos agregados que servem para a execução do concreto, pois
embora considerados como* inertes, possuem características físicas (modificações de volume por
variação de umidade, por exemplo) e químicas (reação com os álcalis do cimento, por exemplo) que
podem intervir no comportamento do concreto.
h) Curvas Normalizadas
Quanto maior, mais econômico o concreto. Está relacionada à trabalhabilidade do concreto fresco,
portanto, depende das fôrmas, do espaçamento entre as armaduras e do processo de transporte do
concreto. Verificada pela NBR 7217.
c) Massa Específica
E a relação entre a massa e o volume absoluto não permeável, isto é, o volume dos grãos dos agregados.
Verificada pela NBR 9937.
d) Apreciação Petrográfica
É indispensável conhecer-se a natureza dos agregados que servem para a execução do concreto, pois
embora considerados como inertes, possuem características físicas (modificações de volume por variação
de umidade, por exemplo) e químicas (reação com os álcalis do cimento, por exemplo) que podem
intervir no compor¬tamento do concreto.
A composição ou mistura de agregados graúdos, com a finalidade de diminuir o custo do concreto, pode
ser obtida de modo prático e simples, sem a necessidade de complicados cálculos ou difíceis traçados de
curvas granulométricas.
Para a determinação adequada da mistura entre duas faixas granulométricas de pedras britadas, pode-se
utilizar o método da NBR 7810 - Agregado em Estado Compactado Seco - Determinação da Massa
Unitária.
A determinação da massa unitária deve ser feita individualmente em cada mistura de agregados,
contendo diferentes teores de cada fração (Fotos 6.2. e 6.3).
Como orientação apresenta-se a Tabela 6.2, que exemplifica o procedimento adotado, utilizando-se uma
composição entre pedra britada nos 1 e 2.
A Tabela 6.2 apresenta na primeira coluna a variação adotada (%) na mistura dos dois agregados. A
segunda e terceira colunas apresentam as quantidades de agregados necessárias para obter a proporção
correspondente e ser suficiente para encher o recipiente metálico. A coluna de acréscimo de pedra
britada no 1 é correspondente à massa desse agregado, necessária para passar de uma composição (%)
para a seguinte, aproveitando sempre a mistura realizada anteriormente.
Foto 6.2 – Determinação da mistura ideal de agregados graúdos. A foto apresenta todo o material
necessário para o ensaio: lona impermeável; pá; recipiente para determinação da massa unitária; haste
metálica; régua metálica e balança.
Foto 6.3 – Detalhe do acerto do topo do recipiente contendo a mistura de agregados graúdos, As misturas
são compactads em 03 camadas, com 25 golpes cada uma.
As colunas de massa total do recipiente e massa unitária foram preenchidas a título de exemplo de um
ensaio realizado, mostrando a seqüência adotada. A escolha da composição considerada "ideal" baseia-se
no maior valor obtido para a massa unitária no estado compactado, calculada conforme indicado no
rodapé da Tabela 6.2.
Tabela 6.2 - Exemplo da determinação da composição "ideal" entre pedra britada no 1 e no 2, através da massa unitária no
estado compactado seco
Obs.:
massa total do recipiente - tara
1) massa unitária no estado compactado = ------------------------------------- (kg/m3)
volume do recipiente
sendo:
Quando o agregado graúdo for considerado de forma lamelar, a composição "ideal" deve ser confirmada
em estudo prático de dosagem, pois o material pode induzir a uma necessidade alta de teor de argamassa
no concreto, tornando-o antieconômico.
6.2.4 Aditivo
As características destes materiais, que devem ser analisadas na dosagem do concreto, são:
a) Massa Específica
Deve ser verificada, pois um aditivo com massa específica diferente da especificada pode levar a erros na
dosagem.
b) Aspecto
Pode ser um indicativo do estado da qualidade de um aditivo. Deve ser verificada a conformidade em
aspecto e cor do aditivo a ser utilizado com o tomado como referência.
c) Desempenho
Está tratado em 6.6 deste Manual - Recomendações para Avaliação Técnico-Econômica de Aditivos.
d.5) = +
onde:
α= teor de argamassa seca; deve ser constante para uma determinada situação, em kg/kg;
k1, k2, k3, k4, k5 e k6 constantes que dependem exclusivamente dos materiais (cimento, agregados miúdos,
agregados graúdos e aditivos).
e) Diagrama de Dosagem (modelo de comportamento) - (vide Figura 6.1).
C(kg/m3)
f) Leis complementares
f.1) = ⁄
– “consumo de cimento/m3”
!
."""# $
f.2) = & - “consumo de cimento/m3”
⁄
% % %&
onde:
onde:
$c = custo do kg de cimento
Todo o estudo de dosagem parte do pressuposto que o concreto deve ter capacidade de ser lançado e
adensado adequadamente no interior do elemento estrutural.
Para atingir este objetivo, é necessário realizar um levantamento prévio da situação em que o concreto
será submetido.
A lista mínima de assuntos é a que se apresenta a seguir, sendo que em 6.3.5 a Tabela 6.5 resume as
informações básicas aqui definidas.
As informações apresentadas nesta seção têm caráter orientativo e podem ser modificadas em função da
necessidade e experiência de cada profissional.
- consultar projeto;
• regiões predominantes.
d) Definição dos elementos estruturais a serem concretados com este traço: laje, pilar, viga etc.
Tabela 6.3 -Escolha da consistência do concreto em função do tipo do elemento estrutural, para adensamento mecânico
Elemento estrutural Abatimento (mm)
Pouco armada Muito armada
Laje ≤ 60 ± 10 ≤ 7 0 ± 10
Viga e parede armada ≤ 6 0 ± 10 ≤ 8 0 ± 10
Pilar do edifício ≤ 60 ± 10 ≤ 80 ± 10
Paredes de fundação,
≤ 60 ± 10 ≤ 70± 10
sapatas, tubulões
Obs.: quando o concreto for bombeado a consistência deve estar entre 70 e 100 mm, no máximo. Quando a
altura para bombeamento for acima de 30 m, considerar o limite para a consistência na saída da tubulação.
onde: fcdj = fmdj = resistência à compressão de dosagem, a j dias de idade (em geral 28 dias), em MPa
O desvio-padrão de dosagem "sd" pode ser adotado "subjetivamente" quando não se conhecem pelo
menos 30 resultados da obra em questão, como sendo:
sdj = 3 MPa, sempre que a produção for em massa, com controle rigoroso da umidade dos agregados e
com equipe bem treinada.
sdj = 4 MPa, sempre que a produção for a volume, com controle rigoroso da umidade dos agregados e com
equipe bem treinada.
sdj = 5,5 MPa, sempre que a produção for a volume, e com equipe nova em fase de adaptação.
Obs.: Os valores de "s." são diferentes dos constantes na NBR 6118 e devem ser considerados como uma
sugestão, baseada em experiência prática e pesquisa dos autores.
O desvio padrão sd deve ser adotado diretamente dos resultados da obra em questão, sempre que se
dispuser de mais de 30 exemplares através da fórmula:
'() . * − 1 + '()
) )
. *)# … . + -./ */ − 1
'() =
* − 1 + *) − 1 + ⋯ *! − 1
Onde:
∑np ≥ 30 exemplares
6.3.4 Cálculo da relação água/cimento (a/c)
Para a solução deste problema, sugerimos as correlações obtidas por Helene(1), em estudo desenvolvido
a nível nacional, para os vários tipos de cimento existentes.
As correlações são mostradas em forma gráfica nas Figuras 6.2, 6.3 .e 6.4, apresentando as curvas médias
obtidas para as idades de três, sete, 28, 63 e 91 dias. A utilização de escala logarítmica no eixo das
ordenadas transforma as curvas em retas, o que facilita o seu traçado.
Figura 6.2 – Curvas médias de corelação entre as resistência à compressão axial e relação água/cimento
para Cimento Portland comum CP 32.
Figura 6.3 – Curvas médias de corelação entre as resistência à compressão axial e relação água/cimento
para Cimento Portland alto forno AF 32.
Figura 6.4 – Curvas médias de corelação entre as resistência à compressão axial e relação água/cimento
para Cimento Portland pozolânico POZ 32.
Correlações (valores médios):
Lembra-se que o estudo de dosagem deve ser definido em função dos parâmetros adotados. Qualquer
modificação implica a necessidade de outro estudo.
6.4 Estudo Experimental
A fase experimental parte do princípio que são necessários três pontos para poder montar o diagrama de
dosagem, conforme apresentado esquematicamente em 6.3 deste Manual, que correlaciona a resistência
à compressão, relação água/cimento, traço e consumo de cimento.
O início do estudo experimental parte da avaliação preliminar, com mistura em betoneira do traço 1:5,0
(cimento: agregados secos totais, em massa). Baseado nas informações obtidas desta mistura,
confeccionam-se mais duas, com os traços definidos em 1:3,5 (traço chamado de rico) e em 1:6,5 (traço
chamado de pobre).
Esta é uma das fases mais importantes do estudo de dosagem, pois é a que determina a adequabilidade
do concreto quando lançado na fôrma.
Portanto, o objetivo é determinar o teor ideal de argamassa na mistura do concreto (mínimo possível).
Para tal, através de variações no teor de argamassa da mistura, com o traço estabelecido em 1:5,0,
determina-se a proporção adequada por tentativas e observações práticas.
Itens Definições
1 - Número da dosagem
2 - fck (projeto) - MPa
3 - Elementos estruturais em que o concreto será aplicado
4 - Espaçamento entre as barras de aço (mm) crítico
predominante
5 - Dimensão máxima característica do agregado graúdo
adotado (mm)
6 - Abatimento adotado (mm)
7 - Cimento; marca, tipo e classe
8 - Relação água/cimento (em função da durabilidade da estrutura)
9 - Desvio-padrão da dosagem (MPa)
10 - Resistência de dosagem (MPa)
11 - Relação água/cimento (em função da resistência de dosagem)
12 - Aditivos; marca, tipo e proporção
13 - Idade de ruptura dos corpos-de-prova (dias)
14 - Estimativa de perda de argamassa no sistema de transporte e
lançamento do concreto (%)
15 - Traço (l:m) para a primeira mistura experimental (kg/kg) 1:5,0
Obra: Data:
A Tabela 6.6 apresenta as quantidades de materiais necessárias para mistura na betoneira,
correspondentes a cada teor de argamassa adotado (indicado na primeira coluna da Tabela).
Para os profissionais com maior experiência na prática de dosagem, não há a necessidade de seguir passo
a passo os teores de argamassa indicados. Pode-se acumular dois ou três teores de argamassa, mas
tomando o cuidado de realizar a soma da coluna dos "acréscimos" de modo correto.
Seqüência de atividades:
1) Imprimar a betoneira com uma porção de concreto (> 6 kg) com o traço 1:2:3, a/c = 0,65 (Foto
6.4). Deixar o material excedente cair livremente, quando a betoneira estiver com a abertura (boca) para
baixo e em movimento (Foto 6.5).
2) Após pesar e lançar os primeiros materiais na betoneira (Fotos 6.6 a 6.11), deve-se misturá-los
durante 5 minutos, com uma parada intermediária para limpeza das pás das betoneiras (Foto 6.12). Ao
final, verificar se é possível efetuar o abatimento do tronco de cone, ou seja, se há coesão e plasticidade
adequada (Foto 6.13).
3) Para a introdução dos materiais de modo individual dentro da betoneira, deve-se obedecer a
seguinte ordem: água (80%); agregado graúdo (100%); agregado miúdo (100%); cimento (100%); restante
da água e aditivo (se houver).
a) com a betoneira desligada, retirar todo material aderido nas pás e superfície interna;
b) com uma colher de pedreiro, trazer todo o material para região inferior da cuba da betoneira,
introduzindo os agregados soltos no interior da mistura;
c) passar a colher de pedreiro (Foto 6.22) sobre a superfície do concreto fresco, introduzir dentro da
massa e levantar no sentido vertical (Foto 6.24). Verificar se a superfície exposta está com vazios,
indicando falta de argamassa;
Tabela 6.6 – Determinação do teor ideal de argamassa de argamassa para traço 1:5
f) após o ensaio de abatimento, estando ainda o concreto com o formato de tronco de cone, deve-
se bater suavemente na lateral inferior do mesmo, com auxílio da haste de socamento, com o objetivo de
verificar sua queda. Se a mesma se realizar de modo homogêneo, sem desprendimento de porções, indica
que o concreto está com teor de argamassa considerado bom (Foto 6.21);
g) na mesma amostra em que foi feito o ensaio de abatimento, deve ser observado se a superfície
lateral do concreto está compacta, sem apresentar vazios, indicando também bom teor de argamassa
(Foto 6.20);
h) outra observação a ser realizada é se ao redor da base de concreto com formato de tronco de
cone aparece uma camada de água oriunda da mistura. Esta ocorrência evidencia que há tendência de
exsudação de água nesta mistura por falta de finos, que pode ser corrigida com mudança na
granulometria da areia ou aumentando o teor de argamassa;
i) o teor final depende ainda de um fator externo que é a possibilidade de perda de argamassa no
processo de transporte e lançamento (principalmente a quantidade
retida na fôrma e armadura, e quando se utiliza de bica de madeira). Este valor em processos usuais pode
ser estimado em 2% a 4% de perdas.
6) O teor final de argamassa no concreto é o definido nos itens anteriores, acrescido da estimativa
de perdas (Foto 6.23).
7) Realizar uma nova mistura com o traço 1:5,0, com o teor de argamassa definitivo e determinar
todas as características do concreto fresco, indicando na Tabela 6.6:
8) Moldar sete corpos-de-prova cilíndricos (Foto 6.29) para ruptura às idades de: três dias (1 cp),
sete dias (1 cp), 28 dias (2 cp), 63 dias (2 cp) e 91 dias (1 cp).
Foto 6.6 – Deteminação da massa de cimento utilizada na primeira mistura de concreto. Este recipiente
não deve ser utilizado para pesar outros materiais.
Foto 6.7 – Determinação da quantidade inicial de água (geralmente 5,0 litros), a ser usada no estudo da
dosagem. A água utilizada no concreto corresponde a diferença entre a quantidade inicial e a que restou
no recipiente.
Foto 6.8 –
Foto 6.8 – pesagem dos agregados graúdos e miúdos, em um único recipiente, para a primeira mistura de
concreto do estudo de dosagem
Foto 6.10 – após a homogeneização inicial na betoneira dos agregados graúdos, miudo e uma porção de
água, lnaça-se todo o cimento previsto para amistura do concreto.
Foto 6.11 – após a homogeneização inicial na betoneira dos agregados graúdos, miudo e uma porção de
água, lnaça-se todo o cimento previsto para amistura do concreto.
Foto 6.19 – Aspecto do concreto após as batidas laterais com haste metálica.
Foto 6.20 – Aspecto do concreto após novo acréscimo de argamassa na mistura
Foto 6.21 - Aspecto do concreto após as batidas laterais com haste metálica.
Foto 6.22 - Aspecto da superfície do concreto com teor ideal de argamassa.
Foto 6.24 - Introdução da colher na massa de concreto com o objetivo de verificar sua coesão
Foto 6.25 – Aspecto da superfície do concreto após a retiradas da colher
c
6.4.2 Obtenção dos traços auxiliares
A nova etapa do estudo de dosagem é produzir mais dois traços auxiliares, para possibilitar a montagem do
diagrama de dosagem, conforme apresentado em 6.3 deste Manual, Figura 6.1.
Os dois traços escolhidos apresentam uma variação de uma unidade e meia no teor de agregado total, para
mais e para menos, em relação ao traço 1:5,0, denominado normal.
Prestar atenção ao fato de que os dois novos traços devem manter fixo o teor de argamassa (a) e o
abatimento do tronco de cone, determinados para o traço 1:5,0.
a) obtenção do traço mais rico (em teor de cimento) Traço adotado: 1:3,5 (l:m)
ar + pr = 3,5
+ 𝑎𝑟
=𝛼
+ 𝑎𝑟 + 𝑟
𝑎𝑟 =∝. + , −
𝑟 = , − 𝑎𝑟
onde α é o teor de argamassa seca do traço 1:5,0, já conhecido e ar e pr as quantidades de areia e pedra do
traço rico.
b) obtenção do traço mais pobre (em cimento) Traço adotado: 1:6,5 (l:m)
ap + pp = 6,5
+ 𝑎𝑝
=𝛼
+ 𝑎𝑝 + 𝑝
𝑎𝑟 =∝. + , −
𝑟 = , − 𝑎𝑟
onde α é o teor de argamassa seca do traço 1:5,0, já conhecido e ap e pp as quantidades de areia e pedra do
traço pobre.
Com o objetivo de facilitar o desenvolvimento do estudo de dosagem, apresenta-se na Tabela 6.7 todos os
traços já calculados correspondentes aos traços normal, rico e pobre, para todos os teores de argamassa
constantes da Tabela 6.6.
A única complementação que deve ser feita, quando necessária, será desmembrar a parcela de agregado
graúdo nas parcelas correspondentes a pedra britada nos 0,1, 2... etc.
c) misturas experimentais
Obtido os traços individuais, rico e pobre, devem ser realizadas as misturas experimentais efetuando-se as
seguintes determinações:
- relação água/cimento, necessária para obter a consistência desejada (abatimento);
d) moldar sete corpos-de-prova cilíndricos para ruptura às idades de três dias (1 cp), sete dias (1 cp),
28 dias (2 cp), 63 dias (2 cp) e 91 dias (1 cp)
1) Quando ocorrer da relação água/cimento necessária obtida a partir das curvas teóricas, cair fora do
intervalo estudado e coberto pelos traços rico e pobre, há necessidade de construir um traço muito pobre ou
muito rico que inclua essa relação a/c.
2) Todo traço que se afaste mais de 1,5 ponto do traço 1:5,0, ou seja, menor que 1:3,5 ou maior que
1:6,5, é considerado muito rico ou muito pobre.
3) Nesse caso deve-se proceder a novo estudo de teor ideal de argamassa, podendo-se, por
simplificação, adotar um acréscimo de dois pontos porcentuais para cada 0,5 de acréscimo de traço, além
de 1:6,5.
4) Quando o traço é mais rico que 1:3,5, deve reduzir de dois pontos porcentuais no teor de argamassa
para cada 0,5 ponto de decréscimo de traço, abaixo de 1:3,5.
Com os dados obtidos na parte experimental, podemos determinar a correlação baseada na "Lei de
Molinari".
𝛾𝑟
a. 1:3,5 - : 𝑎𝑟 : 𝑟: 𝑎⁄ 𝑟
-𝐶𝑟 = +𝑎𝑟 +𝑝𝑟 + 𝑎⁄𝑐 𝑟
𝛾
b. 1:5 - : 𝑎: : 𝑎⁄ -𝐶 = +𝑎+𝑝+ 𝑎⁄𝑐
𝛾𝑝
c. 1:6,5 - : 𝑎𝑝 : 𝑝: 𝑎⁄ 𝑝
-𝐶𝑝 = +𝑎𝑝 +𝑝𝑝 + 𝑎⁄𝑐 𝑝
2) Correlações:
.
Baseada na equação de "Molinari", 𝐶= para o mesmo abatimento,
𝑘 +𝑘 +
.
a. 𝐶𝑟 =
𝑘 +𝑘 +3,
.
b. 𝐶 =
𝑘 +𝑘 + ,
.
c. 𝐶𝑝 =
𝑘 +𝑘 + ,
=𝑄− . ,
Onde
.
𝑄= . + +
𝐶𝑟 𝐶 𝐶𝑃
.
= . −
, 𝐶𝑝 𝐶𝑟
Com os dados obtidos no estudo experimental e resumidos na Tabela 6.8, deve-se construir as correlações
entre traço de concreto e relação água/cimento, m = f (a/c); consumo de cimento e traço, C = f (m),
utilizando-se da Figura 6.5.
A construção destas correlações dá origem ao chamado Diagrama de Dosagem, que é válido somente para
o mesmo tipo e classe de cimento.
O Diagrama de Dosagem da Figura 6.5 difere do apresentado na Figura 6.1, em 6.3 deste Manual. A
diferença introduzida refere-se unicamente na separação do quadrante superior, à direita, em função da
mudança para a escala logarítmica do eixo das ordenadas, o que facilita o traçado das curvas (tornam-se
retas) e melhora sua precisão.
As Figuras 6.2, 6.3 e 6.4 apresentam desenhadas as curvas de correlação entre relação a/c e resistência à
compressão axial, para os Cimentos Portland comum CP-32, alto-forno AF-32 e pozolânico POZ-32. Estas
curvas de referência permitem a obtenção do traço inicial, logo após o término do estudo experimental, sem
a necessidade de aguardar a ruptura dos corpos-de-prova à idade de 28 dias (ou mais). As equações das
correlações são apresentadas em 6.3.4.
6.5.2 Parâmetros do traço definitivo
Esta pode ser considerada como a etapa final do estudo de dosagem, onde é obtido o traço do concreto que
corresponde às premissas adotadas em 6.3 deste Manual e resumidas na Tabela 6.5.
Como já foi dito, pode-se obter logo após o estudo experimental um traço, que permite iniciar a produção
do concreto com bastante segurança, no sentido de atender os parâmetros desejados.
Para efeito deste programa de trabalho, vamos denominar o traço inicial de traço definitivo.
Portanto, a Tabela 6.9 apresenta os parâmetros do traço definitivo com as indica¬ções necessárias para a
obtenção dos dados que a compõe.
Deve ser observado que, após a ruptura dos corpos-de-prova nas idades estabelecidas (Figura 6.5), os
resultados devem ser confrontados com os das curvas de referência (Figuras 6.2, 6.3 e 6.4). A necessidade
de correção ou não do traço vai depender dos valores obtidos e do sistema de produção do concreto (avaliar
a resistência e o desvio-padrão), ficando a decisão ao profissional responsável. Recomenda-se observar que
a resistência efetiva do concreto (Figura 6.5 superior) esteja próxima do valor de referência (Figuras 6.2,
6.3 e 6.4) num intervalo máximo de ± sd (desvio-padrão adotado na dosagem).
Para auxiliar esta decisão apresenta-se a seguir um roteiro orientativo, considerando-se que não existem
modificações nos agregados:
6.5.4 Traço definitivo em massa e o custo para produzir 1 m3 de concreto
A Tabela 6.10 apresenta o traço definitivo em massa, necessário para a produção de 1 m3 de concreto. Esta
tabela também resume as quantidades necessárias de areia e água, devido às variações do teor de umidade
da areia na obra, com o objetivo de manter constante a relação água/cimento.
O limite superior estabelecido para o teor de umidade da areia é de 7%. Acima deste valor, considera-se
impróprio o uso da areia, pois existe muita água livre e em movimentação no sentido do topo para a base da
pilha, acarretando forte gradiente de umidade e conseqüentemente dificuldades na determinação correta do
seu teor.
A Tabela 6.11 apresenta a seqüência necessária para obter-se o custo correspondente, para a produção de 1
m3 de concreto.
6.5.5 Traço em volume para a produção do concreto em betoneira de até 580 litros.
A Tabela 6.12 apresenta a seqüência necessária para obter-se o traço em volume para a produção de
concreto em betoneiras de até 580 litros.
Para uso adequado dessa tabela, deve-se partir do princípio de utilização de números inteiros de sacos de
cimento e nunca fracionados, ou seja, o cimento sempre deve ser medido em massa.
A tabela mostra, no item 6.12.1, a correção da quantidade de água em função da variação do teor de
umidade da areia na obra, limitado em 7% como máximo admitido.
Como orientação, as caixas de medidas dos materiais quando cheias devem corresponder a uma massa
máxima de 50 kg para cada operário, quando o sistema adotado for de padiola e transporte manual.
6.6.2 Conceito
Os aditivos redutores de água devem economizar cimento, mantendo uma mesma consistência, relação
água/cimento e resistência à compressão.
onde:
+𝑎 +𝑎
=
+𝑎+ +𝑎 +
a1> a
p1> p
Aumentar na proporção de 5% a mais de areia, de cada vez (tentativa) até que a consistência seja a mesma
do traço sem aditivos,
a1=1,05 a
+ , .𝑎
= ( )
+𝑎
- massa específica
- teor de ar
- abatimento
- relação a/c
- consumo
f) Moldar dois corpos-de-prova para sete dias, dois para 28 dias e dois para 63 dias.
6.6.4 Critério
a) O critério deve ser comparativo entre os diversos aditivos que estão sendo estudados. Evidentemente
sempre: custo do concreto com aditivo/custo do concreto sem aditivo.
b) O teor de ar do concreto com aditivo deve ser menor ou igual a 1,25 o teor de ar do concreto sem
aditivo e a resistência à compressão deve ser a mesma (admite-se variação de ± 6%).
c) Em alguns casos excepcionais nos quais se deseja concretos com propriedades especiais e de baixo
consumo poder-se-á admitir o custo do concreto com aditivo levemente superior ao sem aditivo.
Para exemplificar a aplicação dos conceitos anteriormente apresentados, vamos escolher uma estrutura de
concreto que tem as seguintes características:
6.7.4 Solução
Para o preenchimento da Tabela 6.5, deve-se seguir a seqüência de itens nela definida:
Portanto, o valor adotado é o de 26,4 mm e o agregado graúdo que atende a esta condição é a pedra britada
no 2 que tem a dimensão máxima característica de D max =25 mm;
Item 6 - Abatimento do tronco de cone:
• a partir da Tabela 6.3 em 6.3.2 pode-se escolher o valor do abatimento em função dos elementos
estruturais e taxa de armadura. Para o exemplo, que adota como elementos estruturais os pilares, vigas e
lajes e considerando a quantidade de aço como pouco armada, pode-se adotar o valor para abatimento de 60
± 10 mm;
Item 7 - Cimento:
• neste item deve-se anotar a marca, tipo e classe do cimento, que vai ser efetivamente utilizado na
obra. As modificações do tipo e classe do cimento implicam alterações do traço do concreto;
,
𝑎⁄ = , . 𝑔 = ,
Este valor aproximado pode ser obtido também graficamente a partir da Figura 6.2.
Item 12 - Aditivo:
• deve-se incluir neste item o nome do fabricante, tipo, marca e proporção do aditivo a ser
efetivamente utilizado. A modificação do aditivo implica possível alteração do traço de concreto. No
exemplo não se usa aditivo;
Para definição da quantidade de cimento necessária para cada mistura, parte-se da seguinte equação:
𝑎 𝑎 𝑎
𝐶=
+
Onde:
• C = quantidade de cimento necessária para cada mistura;
• massa de concreto total = quantidade necessária para moldar todos os corpos-de-prova e realizar
todos os ensaios previstos (por exemplo: massa específica);
• massa de concreto necessária para preencher um corpo-de-prova =13 kg;
• massa de concreto para realizar o ensaio de massa específica = volume do recipiente x 2,4 kg/dm3;
• traço unitário da mistura a ser realizada = 1 + m. No exemplo, tem-se:
- massa de concreto para moldar seis corpos-de-prova = 6 x 13 = 78 kg
- massa de concreto para o ensaio de massa específica = 8 (volume do recipiente, litros) x 2,4 = 19, 2
kg
- massa de concreto total = 78 + 19,2 = 97,2 kg -> 100 kg
Traço rico (1:3,5)
𝐶= = , − 𝐾𝑔
+ ,
d) Diagrama de dosagem
Com os dados obtidos na Tabela 6.8.A, a etapa seguinte é montar o diagrama de dosagem, conforme 6.5.1.
No exemplo, o diagrama de dosagem é apresentado na Figura 6.5.A, para o cimento CP-32.
e) Traço definitivo
O traço definitivo é o que atende aos parâmetros definidos anteriormente na Tabela 6.5.A. No exemplo:
fc28 > 28 MPa
relação a/c < 0,58
Do diagrama de dosagem (Figura 6.5.A), obtém-se:
Traço unitário: 1:6,35
Consumo de cimento = 295 kg/m3
O consumo de cimento também pode ser obtido de forma analítica, através da "equação de Molinari"
(6.3.1. e 6.4.4), utilizando os valores da Tabela 6.8.A:
𝐶=
+ .
Onde,
= − = ( − )= ,
, 𝐶𝑝 𝐶𝑟 ,
=𝑄− . ,
𝑄= + + = ( + + )= ,
𝐶𝑟 𝐶 𝐶𝑝
e
= , − , . , = ,
Portanto, para o exemplo, m = 6,35, temos:
3
𝐶= = 𝑔⁄
, + , . ,
f) Correção do traço
Os resultados obtidos de resistência à compressão, constantes da Tabela 6.8.A, devem ser confrontados
com os das curvas de referência, para avaliar o traço de concreto fornecido para a obra.
No exemplo, os resultados de ruptura a 28 dias de idade foram lançados no diagrama de dosagem da Figura
6.5.A, de onde obteve-se os seguintes resultados:
• para a resistência à compressão axial de 28 MPa, obteve-se a relação água/ cimento = 0,56
• para esta relação a/c, obteve-se: traço unitário = 1:6,10
consumo de cimento = 305 kg/m3
Neste caso, observa-se que o traço obtido com os resultados de 28 dias de idade dos corpos-de-prova do
estudo de dosagem difere do estabelecido para a obra. Portanto, o procedimento lógico seria a modificação
do traço. Esta modificação deve ser baseada também nos resultados iniciais do processo de produção e,
como orientação para uma avaliação mais precisa, sugerimos as recomendações constantes em 6.5.3.
Até a data da ruptura à compressão axial os corpos-de-prova foram mantidos em câmara úmida com umidade relativa
acima de 98% e temperatura de (23 ± 2) °C. Os corpos-de-prova destinados aos demais ensaios foram conservados nas
condições exigidas nos respectivos métodos.
Para os ensaios de resistência à compressão foram moldados dois corpos-de-prova para cada situação (24 cp),
tomando-se o valor médio do par como resultado do exemplar considerado.
Para os demais ensaios, considerou-se adequado moldar três corpos-de-prova para cada situação (162 cp), tomando-se
o valor médio dos três como resultado do exemplar considerado.
Os resultados obtidos estão apresentados na Figura 6.9.
Utilizando o diagrama de dosagem, procedeu-se às correlações entre resistência à compressão, relação água/cimento,
traço em massa seca e consumo de cimento por metro cúbico de concreto, obtendo-se, em todos os casos, coeficientes
de correlação linear - método dos mínimos quadrados - superiores a 0,995.
Observando-se as Figuras 6.10 e 6.11, nas quais são apresentados os diagramas respectivos das duas famílias de
concreto estudadas, pode-se concluir que:
a) Para mesma relação água/cimento, a resistência à compressão manteve-se praticamente igual, com diferenças
relativas que não superaram 3%, na maioria das situações11. Observa-se, no entanto, que quando a resistência à
compressão supera os 32 MPa, os fenômenos de aderência da pasta à superfície do agregado graúdo passam a
interferir significativamente e a resistência à compressão dos concretos com pedregulho (seixo) passa a não
acompanhar o crescimento da resistência dos concretos com brita.
b) Para mesma consistência do concreto fresco, medida pelo ensaio de abatimento do tronco de cone, os concretos
com brita requereram mais água e, conseqüentemente, para mesma relação água/cimento, mais pasta. Esse fato
implicou traços mais ricos para a mesma relação água/cimento. Segundo Murdock(2) e outros autores(3), a consistência
do concreto fresco é muito influenciada pelo índice de angulosidade dos agregados, o que se confirmou neste caso.
c) Mantida uma mesma relação água/cimento ou resistência à compressão, o consumo de cimento por metro cúbico
de concreto diferiu em mais de 100 kg/m3 (dois sacos) para concretos de resistência média da ordem de 27 MPa.
Evidentemente esse fato acarreta conseqüências importantes no custo do metro cúbico e demonstra, uma vez mais, a
importância de um estudo adequado da composição granulométrica e textura dos agregados a serem empregados nos
concretos estruturais.
(*) Em condições excelentes de laboratório o coeficiente de variação das operações de ensaio pode ser de até 3% o que é suficiente para
considerarmos a diferença observada, de 3%,
Analisando-se os demais resultados apresentados na Figura 6.9 pode-se verificar que os fenômenos de
absorção de água por imersão e volume de vazios são também fortemente influenciados pela relação
água/cimento.
Os valores obtidos, no entanto, demonstram também que outros aspectos devem ser considerados, como,
por exemplo, a aderência pasta-agregado graúdo, uma vez que é nessa interface o local de maior
movimentação da água livre nos concretos'4'. Essas constatações comprovam uma vez mais a complexidade
dos fenômenos relacionados com a durabilidade dos concretos, o que não é objetivo deste exemplo prático.
Finalmente, pode-se afirmar que do ponto de vista da dosagem e controle dos concretos correntes - nos
quais prevalece a preocupação com a resistência à compressão - a relação água/cimento tem predomínio e
influência significativa sobre o concreto. Bucher e Rodrigues(5) têm verificado sistematicamente que a
relação água/cimento explica, em média, 95% das variações da resistência à compressão dos concretos,
observado em todos os trabalhos experimentais realizados pela ABCP.
Essas constatações demonstram a utilidade das curvas médias obtidas experimentalmente e propostas em
3.5 e 3.6 deste Manual e a necessidade e vantagem de um estudo experimental de dosagem em substituição
ao uso automático de tabelas ou ábacos de traços de dosagem.
Referências Bibliográficas
(1) HELENE, P. R. L. Contribuição ao estabelecimento de parâmetros para dosagem e controle dos
concretos de cimento Portland. São Paulo, 1987. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica Universidade de São Paulo.
(2) MURDOCK, L. J. BROOK; K. M. Concrète materiais and practice. 5. ed. London, E. Arnold,
1979.
(3) POPOVICS, S. Calculation of water requirement for mortar and concrète: a state-of-art report.
Matériaux et Constructions, v. 77, n. 13, p. 343-52, sept./oct., 1980.
(4) DURIEZ, M.; ARRAMBIDE, J. Nouveau traité de matériaux de construction. 2. ed. Paris, Dunod,
1961, v.2, p. 203.
(5) BUCHER, H. R. E.; RODRIGUES, P. P. F. Correlações entre as resistências mecânicas do concreto.
In: SEMINÁRIO SOBRE CONTROLE DA RESISTÊNCIA DO CONCRETO, São Paulo, 1983. Anais. São Paulo,
IBRACON, 1983.
(6) TANGO, C. E. S.; HELENE, P. R. L. A influência dos agregados no custo do metro cúbico de concreto.
In: COLÓQUIO SOBRE AGREGADOS PARA CONCRETO, São Paulo, 1979. Anais. São Paulo, IBRACON, 1979.