Você está na página 1de 23

1

DESEMPENHO DE BLOCOS AGLOMERANTE-SOLO FORMULADOS COM A


INCORPORAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL.
Felipe Ruiz Cabral 1
Mateus Tomaz Freitas Silva2
Hugo Mozer Barros Eustáquio 3

Resumo: O presente trabalho buscou entender o potencial do resíduo da construção civil


(RCC) quando incorporado na confecção de tijolos ecológicos, minimizando o consumo do
cimento Portland, como também reduzindo a quantidade de solo natural utilizada. O
objetivo principal do estudo foi analisar o comportamento mecânico dos blocos submetidos
a incorporação do RCC mediante a ensaios de absorção, microscopia óptica, e resistência à
compressão. Foram produzidos 03 corpos de prova para os blocos padrão de solo-cimento
sem resíduo (M1), 03 blocos com cerca de 25% de resíduo (M2), e 03 blocos com
aproximadamente 66,67% de resíduo como único agregado (M3). Foram empregados os
traços de 1:7 (cimento:solo) para os blocos da mistura M1, 1:2:2:4
(cimento:cal:resíduo:solo) para M2, e 1:2:6 (cimento:cal:resíduo) na mistura M3. Os
resultados evidenciaram que o intervalo utilizado para incorporação do RCC nos tijolos
que foi entre 25% e 66,67% não proporcionou prejuízo aos requisitos e recomendações
mínimas da NBR 10834/2013. Dessa forma o uso do RCC apresentou total viabilidade na
política de métodos construtivos que reduzam ainda mais os impactos causados ao meio
ambiente através da construção civil.

Palavras-chave: Tijolo ecológico. Resíduo. Desenvolvimento sustentável.

Abstract: The present work sought to understand the potential of the construction waste
(CW) when incorporated in the making of ecological bricks, minimizing the consumption
of Portland cement, as well as reducing the amount of natural soil used. The main objective
of the study was to analyze the mechanical behavior of the blocks submitted to CW
incorporation through absorption, optical microscopy, and compressive strength tests. A
total of 3 bodies of evidence were produced for the standard soil-cement blocks with no
residue (M1), 03 blocks with about 25% of residue (M2), and 03 blocks with
approximately 66.67% of residue as the only aggregate (M3). The traces of 1:7
(cement:soil) were used for the blocks of the mixture M1; 1:2:2:4
(cement:lime:residue:soil) for M2, and 1:2:6 (cement:residue) in the M3 mixture. The
results showed that the range used for incorporation of CW in the bricks that was between
25% and 66.67% did not damage the requirements and minimum recommendations of
NBR 10834/2013. In this way, the use of the CW presented total feasibility in the policy of
constructive methods that reduce even more the impacts caused to the environment through
the civil construction.

Keywords: Ecological brick. Residue. Sustainable development.

1
Graduando em Engenharia Civil. Centro Universitário UNIFACEX. E-mail: engfcabral@gmail.com.
2
Graduando em Engenharia Civil. Centro Universitário UNIFACEX. E-mail: mateustomaz17@gmail.com.
3
Doutor. Professor do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário UNIFACEX. E-mail:
hugoeustaquio@unifacex.edu.br.
2

1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que os materiais compósitos apresentam origem nas primeiras civilizações


podendo citar o período Neolítico, quando a junção do barro e da palha proporcionavam a
fabricação de tijolos.
Um tipo de material compósito que pode ser mencionado é o tijolo solo-cimento ou
tijolo ecológico, que recebe essa denominação devido ao fato que sua produção não
estimula a degradação do meio ambiente tendo em vista que seu processo de
endurecimento é feito por meio de cura, dispensando a utilização de fornos para queima
que podem promover o lançamento de diversos gases tóxicos na atmosfera.
A grande demanda de crescimento populacional somado a um processo de
urbanização desordenado exige a implantação de políticas públicas que possam sanar os
problemas urbanos que são ocasionados, entre eles a intensa geração de resíduos da
construção civil (RCC).
Pinto (2015) destaca que uma grande vantagem que os blocos de solo-cimento
apresentam em relação aos artefatos de cerâmica é a possibilidade de adição de outros
componentes na mistura que dará origem ao bloco. Além disso o autor pontua que essas
adições podem melhorar a qualidade dos blocos, como também são uma excelente
oportunidade para o destino final dos resíduos da construção civil.
Esses resíduos são constituídos de materiais provenientes de construções, reformas,
reparos, demolições de obras de construção civil, e resultantes da preparação e da
escavação de terrenos. Para o correto gerenciamento em 2002, o Ministério do Meio
Ambiente publicou a resolução CONAMA 307, que estabelece diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil (CONAMA, 2002).
Pinto (1999) acrescenta que os RCC chegam a representar percentuais que podem
variar entre 54% e 70% de toda a massa de resíduos sólidos gerada em um município.
Estes percentuais equivalem valores de geração per capita entre 0,4 e 0,76 toneladas por
habitante/ano. O autor ainda reforça que os índices são proporcionados pelos processos de
urbanização sem planejamento que acabam acarretando a produção de resíduos.
Diante de tudo que foi exposto e com a intenção de promover possíveis soluções
para os problemas que acabam sendo proporcionados, neste artigo será analisada a
viabilidade da utilização do resíduo da construção civil como componente adicional para
compósitos solo-cimento, buscando resultados satisfatórios em relação a seu
comportamento mecânico.
3

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Solos

Oliveira (2013) descreve que o intemperismo é um processo que provocado por


grandes variações de temperatura, ventos, água e outros fatores, pode ser classificado como
físico, químico e biológico. O autor narra que a inteiração desses fenômenos naturais
promove ao longo do tempo a decomposição das rochas, diminuindo-as de tamanho e
resistência, levando-as a se transformarem nos solos.
A NBR 6502:1995 ainda complementa que solo é todo material proveniente da
decomposição das rochas pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo ou não conter
matéria orgânica
Pinto (2006) pontua sobre a complexidade da composição de um solo descrevendo
que dependendo do tamanho das partículas que o compõe este pode ser classificado em
tipos que podem apresentar diferentes características mecânicas. Destaca-se ainda que não
é fácil identificar o tamanho das partículas pelo simples manuseio do solo, porque grãos de
areia, por exemplo, podem estar envoltos por uma grande quantidade de partículas
argilosas, finíssimas, ficando com o mesmo aspecto de uma aglomeração formada
exclusivamente por uma grande quantidade dessas partículas.
Em detrimento ao processo de formação do solo e a sua diversidade de composição
fica compreensível a necessidade da caracterização para sua aplicação na mistura que
resulta no tijolo ecológico, com o objetivo que a realização dessa analise possibilite um
melhor aprimoramento do solo.
Pinto (2000) ainda acrescenta que é possível fazer essa analise através dos índices
de Atterberg, propostos pelo engenheiro químico Atterberg, e padronizados pelo professor
de Mecânica dos solos Arthur Casagrande, conhecidos como limites de plasticidade (LP) e
limite de liquidez (LL).
2.2 Solo-cimento
Uchimura (2006) define que o solo-cimento é o resultado da mistura homogênea de
solo, cimento Portland e água em proporções adequadas, após sofrer compactação e cura. É
um material que possui boa resistência à compressão, bom índice de impermeabilidade,
baixo índice de retração volumétrica e boa durabilidade. O autor ainda complementa que
com a utilização dessa mistura em prensas manuais ou hidráulicas é possível fabricar tanto
os tijolos quanto os blocos de solo-cimento, e que em termos de composição o solo se
apresenta como o mais abundante na mistura. O cimento, representa aproximadamente,
4

entre 6% e 10% em peso, o suficiente apenas para estabilizar e conferir propriedades de


resistência desejadas ao produto final, os elementos da mistura podem ser vistos na figura
01.

Figura 01: Elementos da mistura solo-cimento.

Fonte: Brick – Sahara (2001).

Pires (2004) reafirma o conceito explanando que o solo-cimento seria uma mistura
bem proporcionada de solo com aglomerante hidráulico artificial conhecido como cimento
Portland, e que essa mistura tem por objetivo promover a estabilização do solo pelo
cimento, melhorando dessa maneira as propriedades do compósito.
É importante frisar que mediante a variedade no comportamento dos solos se faz de
extrema importância que os mesmos atendam a critérios que estabelecem as condições de
empregabilidade como solos-cimento. A NBR 10833:2012 define requisitos mínimos que
devem ser atendidos para que um solo-cimento apresente a possibilidade de ser empregado
na fabricação de tijolos ou blocos ecológicos.
Marques (2010) aborda que a incorporação de resíduos em tijolos de solo-cimento
já vem sendo utilizada em pesquisas científicas, e tem trazido resultados positivos, tanto
em termos de características tecnológicas, quanto em termos de preservação ambiental.
Além disso é relatado que o reaproveitamento de resíduos na indústria da construção civil,
significa tanto uma redução financeira de custos como a perspectiva de crescimento
industrial sustentável, o que implica em melhores condições de qualidade de vida para uma
faixa econômica da sociedade.
Ainda de acordo com a NBR 10833/2012, para que um solo possa ser empregado
como solo-cimento é necessário que ele atenda as seguintes características:
 100% do material passando na peneira 4,75 mm (nº4);
 10% a 50% de material passando na peneira 0,075 mm (nº200);
 Limite de liquidez menor ou igual a 45%;
 Índice de plasticidade menor ou igual a 18%.
5

Diante da apresentação das características técnicas típicas pode-se dizer que o solo
adequado para ser usado na mistura é bastante semelhante com o arenoso usado em
argamassas de alvenaria e reboco (UCHIMURA, 2006).
Pires (2004) acrescenta que os solos que contenham quantidade de argila e silte
superior a 50% em sua composição não são aconselháveis. A argila é um componente
importante porque, tendo propriedades aglomerantes, promove a resistência inicial do
material e melhora a sua trabalhabilidade. Porém, os solos predominantemente argilosos
podem provocar fissuras, trincas ou rachaduras no material depois de seco, em
consequência da sua retração característica.
O autor ainda esclarece que estes solos, geralmente, apresentam pouca resistência,
apesar de que a presença da argila na composição do solo é necessária para dar à mistura
de solo e cimento, quando umedecida e compactada, coesão suficiente que permita a
desmoldagem e o manuseio dos tijolos logo após a prensagem.
Um fator bastante importante a ser pontuado é que a quantidade de cimento a ser
utilizada no bloco solo-cimento pode ser recomendada a partir do índice de plasticidade do
solo (IP), que é encontrado através da relação dos índices de Atterberg, conforme é
descrito na Tabela 01.
Tabela 01: Quantidade de cimento de acordo com o índice de plasticidade do solo.
Quantidade de cimento recomendada (% em volume) para obter
Índice de plasticidade a resistência à compressão do bloco de solo-cimento
do solo
1 MPa 2 MPa 3 MPa
< 15 5% 7% 10%
15 - 20 5% 10% Inadequado
20 - 25 6,50% Inadequado
25 - 30 8,50%
30 - 35 10%
> 35 Inadequado
Fonte: Walker 1995 apud Pinto, 2015.

2.3 Solo-Cal
Guimarães (1992) descreve que a cal é o produto resultante da calcinação, em altas
temperaturas de rochas carbonatadas naturais, e que seu uso como aglomerante de solos é
conhecido, desde os tempos antigos, pelos gregos, etruscos, chineses e, posteriormente,
pelos romanos.
De acordo com Ferreira (2003) a adição de cal ao solo pode proporcionar alterações
nas suas propriedades geotécnicas, como: aumento do limite de plasticidade, diminuição
6

do limite de liquidez, aumento do teor de umidade ótima, diminuição do peso específico


aparente seco, melhor durabilidade e aumento da resistência.
O autor ainda acrescenta que a granulometria de solos areno-argilosos pode ser
melhorada com adição de cerca de 2% a 3% de cal, promovendo uma maior estabilização
ao solo trabalhado.
Deve-se levar em consideração que o grau de melhora da mistura ao se adicionar a
cal está relacionada com o material fino correspondente à fração argilosa na composição
do solo, desta forma o ganho será mais efetivo quanto maior seja a proporção dessa fração,
para um mesmo teor de cal e um mesmo tipo de argilo-mineral (GUIMARÃES, 1992).

2.4 Compósitos
Callister (2002) define um compósito como material multifásico feito
artificialmente, em contraste com um material que ocorre ou se forma naturalmente. Além
disso o autor relata que a maioria dos compósitos são criados para melhorar combinações
de características mecânicas, tais como rigidez, tenacidade, e resistência nas condições
ambientes e altas temperaturas.
Curcio (2008) descreve que o uso do reforço em materiais compósitos pode ser
realizado das mais diversas formas, podendo ser utilizados componentes naturais, minerais,
metálicos e poliméricos. Também é relatado que o comportamento do material compósito
resultante é influenciado pelas propriedades físicas, químicas e mecânicas dos elementos
inseridos durante o processo de fabricação.
A classificação dos materiais compósitos consiste em três divisões principais que
são: compósitos reforçados com partículas, compósitos reforçados com fibras e os
compósitos estruturais (CALLISTER, 2002). Na figura 02 é apresentado um fluxograma
com a classificação e diversidade dos tipos de compósitos que podem ser utilizados.

Figura 02: Classificação dos compósitos que podem ser utilizados.

Fonte: Callister (2002).


7

2.5 Resíduos da Construção Civil

Pinto (1999) já relatava que a aceleração do processo de urbanização e a


estabilização da economia colocavam em evidência o enorme volume de resíduos de
construção que estavam sendo gerados nas cidades brasileiras. O autor também retratava
que as municipalidades não estavam estruturadas para o gerenciamento de volume tão
significativo de resíduos, e para o gerenciamento dos inúmeros problemas por eles criados.
Ainda de acordo com Pinto (1999) as soluções adotadas na imensa maioria dos
municípios são sempre emergenciais, constituindo assim ações de gestão corretiva, gestão
essa que se caracteriza por englobar atividades não preventivas, repetitivas e que geram
custos dos quais não surtem resultados adequados.
Considerando a viabilidade técnica e econômica de produção e uso de materiais
provenientes da reciclagem de resíduos da construção civil o Ministério do Meio Ambiente
por meio da resolução CONAMA 307 classificou os resíduos em quatro classes: Classe A
– RCC reutilizáveis ou recicláveis como agregados; Classe B – RCC recicláveis para
outras destinações (papel, plásticos, metal, entre outros); Classe C – RCC perigosos ou
prejudiciais à saúde, como tintas, solventes, óleos, entre outros (CONAMA, 2002).
Essa classificação é de extrema importância para que seja possível a identificação e
correta reutilização dos RCC dentro do que se pretende trabalhar, proporcionando
melhores resultados e uma excelente perspectiva do desempenho que venha a ser
apresentado no produto final.
Para Santos (2009) o estudo sobre a reutilização dos resíduos provenientes dos
diversos meios de produção é uma das condições essenciais para o desenvolvimento das
nações. Salientando que no Brasil em torno de 50% dos resíduos gerados tem sua origem
na construção civil a tendência do uso de metodologias de reaproveitamento desses
materiais ganha força e credibilidade no mercado.
A adição de resíduos na massa utilizada para a confecção de blocos de solo-cimento
tem a capacidade de aumentar a sua resistência a compressão. Além disso os autores
também conseguiram evidenciar que diversos traços de solo-cimento com adição de
resíduos e mesmo com um teor de cimento de apenas 4%, apresentaram resistências
superiores a 2,0 MPa (SEGANTINI; WADA, 2011).
Segundo Silva et al. (2014) no contexto brasileiro o reaproveitamento de resíduos
sólidos ainda se mostra recente. Mesmo assim a reciclagem de resíduos provenientes da
construção civil já está em pauta em diversos setores.
8

3 METODOLOGIA
3.1 Esquematização

De maneira inicial foi desenvolvido um fluxograma, apresentado na Figura 3, que


descreve a síntese do processo de produção ocorrido durante a metodologia do trabalho.
Figura 03: Fluxograma do processo de produção.

PROCESSO DE
PRODUÇÃO

ESTUDO E
PRODUÇÃO DOS ARMAZENAMENTO
ANALISE DE DOSAGEM TRANSPORTE ENSAIOS
TIJOLOS E CURA
NORMATIZAÇÃO

DURAÇÃO DE 14
ESCOLHA DOS PREPARO DOS PRENSA ABSORÇÃO DE
DIAS NO PIPA - NATAL
MATERIAIS COMPONENTES HIDRAÚLICA ÁGUA
CANTEIRO

ESCOLHA DO RESISTÊNCIA A
OBTENÇÃO DOSADOR COMPRESSÃO
REFERÊNCIA SIMPLES

DEFINIÇÃO E
CARACTERIZAÇÃO CÁLCULOS
PROPORCIONAIS

Fonte: Autoria Própria, 2019.

3.2 Obtenção da matéria prima

O resíduo da construção civil utilizado neste trabalho foi coletado no município de


Tibau do Sul/RN, no canteiro de obras do empreendimento Pipa-Casa, na oportunidade o
material estava armazenado em sacos e já havia sido triturado.
O solo e a cal também foram fornecidos pelo mesmo empreendimento com a
ressalva que o solo tem origem do município de Espirito Santo/RN, e seu armazenamento
foi realizado em lugar coberto e arejado. Ambos os materiais fornecidos foram levados do
canteiro para o laboratório do Centro Universitário Unifacex.
O cimento foi disponibilizado pelo laboratório de materiais do Centro Universitário
Unifacex.
Após reunir todos os materiais necessários para realização do estudo foi iniciada a
caracterização de cada material, com o objetivo de identificar as propriedades e assim
conseguir promover uma dosagem que melhor atendesse aos critérios das referências
9

estudadas. As figuras 04A e 04B demonstram a natureza das matérias primas,


respectivamente, Resíduos da Construção Civil e solo.

Figura 04: Materiais utilizados.

A B

Fonte: Autoria própria, 2019.

3.3 Caracterização
3.3.1 Solo
De maneira inicial foi realizada uma análise da composição do solo trabalhado para
verificar se está de acordo com os parâmetros da NBR 10833/2012. Nesse processo foi
realizado a preparação das amostras de solo com base na NBR 6457/2016, densidade real
dos grãos conforme DNER-ME 093/94, análise granulométrica NBR 7181/2016,
determinação do limite de liquidez NBR 6459/2016, determinação do limite de
plasticidade NBR 7180/2016, e por fim massa unitária através de procedimentos empíricos
adaptados para o solo.

3.3.2 Resíduo
De forma análoga ao solo, o resíduo passou pela etapa de caracterização. A massa
especifica foi determinada com referência na NBR NM 52/2009, a análise granulométrica
foi realizada de acordo com a NBR NM 248/2003, e assim como o solo a massa unitária
foi estudada por meio de procedimentos empíricos adaptados para o resíduo.

3.3.3 Cimento
O aglomerante hidráulico utilizado foi o Cimento Portland composto, identificado
como (CP-II Z 32), que tem em sua composição 14% de pozolona. Primeiro foi executado
o ensaio de determinação da finura por meio da NBR 11579/2013, em seguida foi
10

determinada a massa especifica através da NBR 16605/2017, o de consistência pela NBR


16606/2018, o tempo de pega através da NBR 16607/2018, a expansibilidade com a NBR
11582/2016, e a massa unitária também com procedimentos empíricos que nesse caso
foram adaptados para o cimento.

3.3.4 Cal
A cal utilizada durante o processo foi identificada como (CH-I), essa nomenclatura
faz referência a classificação da NBR 7175/2003 e está relacionada com o grau de pureza
da cal, ainda é acrescentado que ela é recomendada para massa de assentamento e
revestimento. Foi determinada sua massa especifica através de referências na NBR
16605/2017, e sua massa unitária foi analisada assim como nos demais materiais através de
procedimentos empíricos adaptados para a cal.

3.4 Processo de dosagem


3.4.1 Estudo e objetivo
Os traços das misturas foram definidos levando-se em consideração as referências
bibliográficas consultadas e o conhecimento adquirido junto ao empreendimento Pipa-
Casa. O estudo levou como objetivo minimizar o consumo do cimento Portland, e também
reduzir a quantidade de solo natural utilizada na composição dos tijolos, buscando entender
o potencial do RCC.
Diante disso ao final da caracterização foi escolhido um recipiente com volume
conhecido para definição dos traços da tabela 02, que foram identificados da seguinte
forma:

M1 – Traço com cimento e solo, respectivamente;


M2 – Traço com cimento, cal, resíduo e solo, respectivamente;
M3 – Traço com cimento, cal e resíduo, respectivamente;

Tabela 02: Proporção dos Traços em volume.

Percentual de
Traços Proporção
RCC no traço
M1 1:7 0% RCC
M2 1:1:2:4 25% RCC
M3 1:2:6 66,67% RCC

Fonte: Autoria Própria, 2019.


11

3.5 Produção do Tijolo


Com a definição da dosagem foram produzidos três tijolos para cada tipo de traço, a
fim de se obter a média dos três de cada mistura durante os ensaios realizados, totalizando
assim 09 unidades. A produção foi realizada em uma prensa hidráulica que pode ser
observada na figura 05, no canteiro de obras do empreendimento Pipa-Casa.

Figura 05: Prensa Hidráulica.

Fonte: Autoria Própria, 2019.

3.6 Ensaio de absorção de água


Os procedimentos para análise do ensaio citado usaram como referência a NBR
10836/1994. De maneira inicial os tijolos foram marcados de acordo com seus traços para
facilitar a identificação, após isso foram colocados na estufa do laboratório de materiais da
Unifacex, com temperatura entre 105 °C e 110 °C durante 36 horas até uma estabilização
de sua massa, procedimento verificado na figura 06.
Após a obtenção da massa seca iniciou-se os procedimentos para se alcançar a
massa saturada, onde os tijolos foram imersos em um tanque no laboratório durante cerca
de quatro dias até apresentar constância na massa, o que pode ser observado na figura 07.
12

Figura 06: Tijolos na estufa.

Fonte: Autoria Própria, 2019.

Figura 07: Tijolos no tanque.

Fonte: Autoria Própria, 2019.

3.7 Avaliação Mecânica


A avaliação mecânica dos corpos de prova utilizou como referência a NBR
10836/1994 que descreve as atividades necessárias para determinação da resistência a
compressão para blocos de solo-cimento.
Para a realização do ensaio foi executado o capeamento recomendado com uma
pasta de cimento Portland de consistência plástica, com o objetivo que se obtivesse faces
planas e paralelas. Após o endurecimento do material do capeamento os blocos foram
13

colocados em imersão em água por 24 h, e posteriormente submetidos ao rompimento com


25 dias de idade.
Foram realizadas medições para análise das dimensões dos blocos onde ocorre a
aplicação da carga, e para efeito do cálculo da resistência foi considerado o desconto das
áreas dos diâmetros nas superfícies dos tijolos, de modo a se considerar a utilização das
áreas úteis.
Os resultados obtidos durante a realização dos ensaios foram analisados de acordo
com a NBR 10834/2013 que descreve os requisitos mínimos a serem alcançados.
Ao final do ensaio de resistência a compressão foi realizado o ensaio de
Microscopia Óptica onde foram produzidos registros fotográficos das superfícies de
fratura.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Solo
Ao se caracterizar o solo trabalhado em busca do Limite de Liquidez (LL) e do
Limite de Plasticidade (LP), foi possível observar que o LL foi de cerca de 15%, o que vai
de encontro com a NBR 10833/2012 que fixa LL menor ou igual a 45%.
Para o LP foi observado a impossibilidade de se obter o cilindro de 3 mm de
diâmetro, e assim como recomenda a NBR 7180/2016 a amostra foi classificada como não
apresentando Limite de Plasticidade.
De maneira geral como não foi possível determinar o limite de plasticidade anota-se
o índice de plasticidade como não plástico (NP), o que não inviabiliza o uso do solo, mas
promove um direcionamento para se realizar uma dosagem adequada.
Através da NBR 7181/2016 foi possível gerar a curva granulométrica do solo que
pode ser visualizada na figura 08 e apresenta 1,4% de pedregulho, 71,67% de areia e cerca
de 26,93% entre silte e argila. A partir do coeficiente de uniformidade, e do coeficiente de
curvatura é possível dizer que o solo utilizado pode ser considerado como não uniforme e
mal graduado.
14

Figura 08: Curva granulométrica do solo.

100
90
80
Percentual passando (%)

70
60
50
40
30
20
10
0
0.001 0.010 0.100 1.000 10.000 100.000
Diâmetro dos grãos (mm)

Fonte: Autoria Própria, 2019.

4.2 Resíduos
A análise granulométrica dos resíduos demonstrada na figura 09 foi realizada de
acordo com a NBR NM 248/2003, que determinou a granulometria e forneceu as seguintes
informações: diâmetro máximo de 2,4 mm, módulo de finura no valor de 2,73, e cerca de
81,21 % de partículas com dimensões equivalentes a areia em sua composição.

Figura 09: Curva granulométrica dos resíduos

100
90
Porcentagem passante (%)

80
70
60
50
40
30
20
10
0
0.010 0.100 1.000 10.000 100.000
Diâmetro das particulas (mm)

Fonte: Autoria Própria, 2019.


15

4.3 Proporção em massa da dosagem


Afim de se obter a proporção em gramas de cada material utilizado na composição
do bloco foram realizados cálculos com a massa especifica real dos materiais encontrada
durante a caracterização, demonstrados na tabela 03.

Tabela 03: Proporção em massa.

Proporção para compor 01 Bloco


Massa Especifica (g/cm³) M1 (g) M2 (g) M3 (g)
Cimento 2,91 970,00 970,00 970,00
Solo 2,524 5889,33 3365,33 -
Resíduo 2,43 - 1620,00 4860,00
Cal 2,68 - 893,33 1786,67
Água 1,00 250,00 250,00 250,00

Fonte: Autoria Própria, 2019.

4.4 Ensaio de absorção


Os resultados encontrados de cada traço atenderam ao orientado pela NBR
10834/2013, que recomenda um valor ≤ a 20% para a média dos corpos de prova, como
pode ser observado na figura 10.
Figura 10: Resultados de absorção (%).

25.00

19.35
20.00
Absorção (%)

15.00 12.73
10.02
10.00

5.00

0.00
0% 25% 66.66%
Percentual de Resíduo

Fonte: Autoria Própria, 2019.

A figura 10 ainda evidencia uma relação diretamente proporcional entre o


percentual de resíduo presente em cada mistura e sua respectiva capacidade de absorção,
dessa maneira a mistura M1 que não possui resíduos obteve o menor grau de absorção,
16

enquanto a mistura M3 que apresenta cerca de 66,67% de resíduo em sua composição


apresentou a maior capacidade de absorção.
Os resultados da absorção dos tijolos constatam que a incrementação de resíduos
proporciona um teor de porosidade nos blocos capaz de modificar o grau de absorção dos
mesmos, isso ocorre devido a quantidade de vazios que é constituída em virtude da
variedade na granulometria e forma dos elementos que compõe o RCC.
Vale ponderar que a porosidade dos blocos acaba influenciando na avaliação
mecânica de cada um, uma vez que a presença dos poros pode reduzir a coesão entre os
componentes.
.
4.5 Avaliação mecânica
No tocante aos resultados do ensaio de resistência a compressão nota-se através do
desvio padrão representado na figura 11 que os traços atenderam ao valor esperado que de
acordo com a NBR 10834/2013 deveria ser ≥ 2,0 MPa, para média dos corpos de prova.
Os dados da figura 11 estabelecem uma relação da porosidade com a resistência a
compressão, pois como quanto maior a proporção de resíduos presentes no bloco maior foi
a quantidade de vazios proporcionada, as misturas com maior percentual de RCC
apresentaram menor desempenho na resistência a compressão.
Figura 11: Resultados médios da Resistência a compressão (MPa).

3.50

3.00 2.84
2.47
2.50
Resistência (MPa)

2.00 1.88

1.50

1.00

0.50

0.00
0% 25% 66.67%
Percentual de resíduo

Fonte: Autoria Própria, 2019.

Dessa maneira é possível considerar que para o tipo de resíduo que foi utilizado o
intervalo de incorporação entre 25% e 66,67% se mostrou satisfatório em relação aos
ensaios realizados no que recomenda a NBR 10834/2013.
17

Os resultados encontrados precisam ponderar que o resíduo utilizado possuía cerca


de 81,21% de partículas com dimensões equivalentes a areia em sua composição e que sua
interação foi realizada com um solo sem plasticidade, que apresentou apenas
aproximadamente 26,93% distribuídos entre silte e argila.
Apesar dos fatores que não contribuem para um bom desempenho do RCC a sua
incorporação nos blocos se mostrou eficaz pois conseguiu reduzir a quantidade de solo
natural utilizada na composição dos tijolos obedecendo a normatização, minimizando
ainda mais o impacto que os blocos ecológicos convencionais (Solo-cimento)
proporcionam ao meio ambiente.

4.6 Microscopia Óptica


A Figura 12 demonstra a superfície de fratura do bloco M1 – Formulação de Solo-
cimento com nenhuma adição de resíduos. Percebe-se que o material é bastante coeso com
padrão de rompimento de uma fratura frágil (superfície de fratura relativamente plana)
fruto de uma possível uniformidade dos constituintes.

Figura 12: Superfície de fratura do bloco solo-cimento sem incorporação de resíduos.

Fonte: Autoria Própria, 2019.


18

Na figura 13 temos a superfície de fratura do bloco M2. Percebe-se uma menor


uniformidade que a apresentada no bloco M1. É nítida também a heterogeneidade das
partículas, demonstrando presenças de componentes cerâmicos (identificados na figura
como A), componentes de natureza cálcica (identificados na figura como B) e os derivados
da matriz solo-cimento. Além disso, nota-se a presença de vazios principalmente ao redor
das partículas cálcicas. Tal fato pode ser decorrente da menor resistência mecânica desses
constituintes em relação aos demais, fruto das diferenças de rigidez existente entre
componentes cálcicos, arenosos, cerâmicos e cimentícios. Diante de uma solicitação
mecânica são as partículas com menor resistência as propagadoras de trincas e fissuras de
rompimento. Na figura 13 ainda está indicado com setas uma trinca fruto da união dos
vazios durante a solicitação mecânica.

Figura 13:Superfície de fratura do bloco M2 - solo-cimento com a incorporação de


resíduos.

Fonte: Autoria Própria, 2019.

A figura 14 apresenta a superfície de fratura do bloco M3 onde os agregados usados


são apenas resíduos. Percebe-se uma superfície de fratura não plana evidenciando a falta de
19

homogeneidade na resposta a solicitação mecânica. Componentes cerâmicos estão


presentes, e componentes cimentícios são os mais evidentes. Nítido também é a presença
de poros (indicados com setas na imagem). A presença desses elementos é a principal
justificativa dos maiores valores de absorção de água e do menor valor de resistência
mecânica em relação as demais formulações utilizadas.

Figura 14: Superfície de fratura do bloco M3-cimento-resíduos.

Fonte: Autoria Própria, 2019.


20

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a análise obtida durante a realização desse estudo foi possível observar o
potencial da utilização dos resíduos da construção civil na composição dos tijolos
ecológicos, reduzindo assim a quantidade de solo natural utilizada.
Diante disso constatou-se que o resíduo que apresentou cerca de 81,21% de
partículas com dimensões equivalentes a areia em sua composição, pode ser incorporado
no traço no intervalo entre 25% e 66,67% sem comprometer os requisitos mínimos
exigidos.
A análise realizada durante esse estudo permite afirmar que a porosidade
encontrada nas misturas se apresentou como um fator que deve ser ponderado durante a
seleção dos constituintes do resíduo trabalhado, uma vez que a quantidade de vazios
proporcionada aos blocos se mostrou como característica importante nos resultados dos
ensaios.
Tendo isso em exposto fica constatado a fundamental importância da caracterização
de todos os elementos utilizados para uma maior controle e precisão dos procedimentos
realizados.
Conforme o que foi colocado é possível afirmar que os resultados evidenciaram a
total viabilidade da incorporação dos resíduos na confecção de tijolos ecológicos com o
objetivo de reduzir ainda mais os impactos proporcionados pela indústria da construção
civil, reforçando assim as políticas de utilização de métodos que minimizem ações
invasivas ao meio ambiente.
Por fim registra-se que estudos futuros devem averiguar a composição mineralógica
do solo e do resíduo a fim de se obter um maior detalhamento do objeto estudado, como
também se faz interessante a produção de um maior número de amostras para que seja
proporcionado uma maior precisão dos resultados.
21

6 REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, Rio de Janeiro. NBR


NM 52: Agregado Miúdo - Determinação da massa especifica e massa específica aparente.
Rio de Janeiro, 2009. 6p.

______.NBR 6457: Amostras de solo – Preparação para ensaios de compactação e ensaios


de caracterização. Rio de Janeiro, 2016. 8p.

______.NBR 6459: Solo – Determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro, 2016. 6p.

______.NBR 6502: Rochas e solos. Rio de Janeiro, 1995. 18p.

______.NBR 7175: Cal hidratada para argamassas - Requisitos. Rio de Janeiro, 2003. 4p.

______.NBR 7180: Solo – Determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro, 2016.


3p.

______.NBR 7181: Solo – Análise granulométrica. Rio de Janeiro, 2016. 12p.

______.NBR 10833: Fabricação de tijolo maciço e bloco vazado de solo-cimento com a


utilização de prensa manual ou hidráulica. Procedimento. Rio de Janeiro, 2012. 3p.

______.NBR 10834: Bloco de solo-cimento sem função estrutural - Requisitos. Rio de


Janeiro, 2013. 5p.

______.NBR 10836: Bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural – Determinação


da resistência a compressão e da absorção de água. Rio de Janeiro, 1994. 2p.

______.NBR 11579: Cimento Portland – Determinação da finura por meio de peneira 75


μm (n°200). Rio de Janeiro, 2013. 4p.

______.NBR 11582: Cimento Portland – Determinação da expansibilidade Le Chatelier.


Rio de Janeiro, 2016. 4p.
22

______.NBR 16605: Cimento Portland e outros materiais em pó - Determinação da massa


específica. Rio de Janeiro, 2017. 4p.

______.NBR 16606: Cimento Portland - Determinação da pasta de consistência normal.


Rio de Janeiro, 2018. 8p.

______.NBR 16607: Cimento Portland - Determinação dos tempos de pega. Rio de


Janeiro, 2018. 4p.

______.NBR NM 248: Agregados - Determinação da composição granulométrica. Rio de


Janeiro, 2003. 6p.

Brasil, Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Resolução 307, de


05/julho/2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos
da construção civil. Publicada no DOU nº 136, de 17 de julho de 2002, Seção 1, págs 95-
96. Brasília, 2002.

Callister Jr. W. D. Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução, 5ª ed., Rio de


Janeiro, RJ, LTC, 2002.
CURCIO, D. S., Comportamento hidromecânico de compósito solo-fibra, 2008, 149p.
Tese (Doutorado em Engenharia). Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008.
DNER ME (1994). ME – 093/94. Solos – Determinação da densidade real. 04 p.
FERREIRA, R. C. Desempenho físico-mecânico e propriedades termofísicas de tijolos
e mini-painéis de terra crua tratada com aditivos químicos. 204 p. Tese (Doutorado em
Construções Rurais) – Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de
Campinas, Campinas. 2003.

GUIMARÃES, J.E.P. Estabilização de solos com cal: princípios básicos. Publicação da


Associação Brasileira dos Produtores de Cal, São Paulo, 1992. 23 p.

MARQUES, S. K. J. Estudo da incorporação de cascalho proveniente da perfuração


de poços de petróleo em formulações para tijolos de solo-cimento, 2010, 109p.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em ciência e Engenharia de
materiais da UFRN.
OLIVEIRA, Tales Moreira de. Caracterização de misturas de rejeitos de minério de
ferro melhoradas com adição de cimento com vistas à aplicação em estradas e aterros.
2013. 71 fl. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Departamento de Engenharia
Civil, Universidade Federal de Viçosa, 2013.

PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 aulas. São Paulo, 2000. 247p.
PINTO C. de S. Curso básico de Mecânica dos Solos. 3. Ed. São Paulo: Oficina de
textos, 2006.
23

PINTO, Lucas Mazzoleni. Estudo de tijolos de solo cimento com adição de resíduo de
construção civil. 2015. 57 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade
Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2015.

PINTO, T. P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da


construção urbana. Tese (Doutorado em Engenharia). Escola Politécnica,Universidadede
São Paulo; São Paulo, (1999).

PIRES, I. B. A. A utilização do tijolo ecológico como solução de construção de


habitações populares. 54p. Monografia. Curso de Graduação de Engenharia Civil.
Universidade de Salvador, Salvador, 2004.
SANTOS, M. P. Fabricação de Solo-Cimento com Adição de Resíduos de Madeira
Provenientes da Construção Civil. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal de
Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Construção Civil, Belo Horizonte, 2009.
SAHARA. Sistema construtivo modular. Disponível em:
<http://www.blog.sahara.com.br/sistema-construtivo-modular/>. Acesso em: 16 março
2019.
SEGANTINI, A. A.; WADA, H. P. Estudo de dosagem de tijolos de solo-cimento com
adição de resíduos de construção e demolição. Acta Scientarium Technology. Maringá,
v. 33, n.2, p. 179-183, 2011.
SILVA, Vamberto Monteiro da et al. Incorporation of ceramic waste into binary and
ternary soil-cement formulations for the production of solid bricks. Mat. Res. [online].
2014, vol.17, n.2, pp. 326-331. Epub Feb 18, 2014. ISSN 1516-1439.
UCHIMURA, M.S., Dossiê Técnico - Solo-cimento. Instituto de Tecnologia do Paraná,
2006. 21p.
WALKER, P. J. Strength, durability and shrinkage characteristics of cement
stabilized soil blocks. Cement & Concrete Composites, New York, EUA. , n. 17, p. 301-
10, 1995.

Você também pode gostar