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UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS POLIMÉRICOS NA INDÚSTRIA DE RECICLAGEM DE

PLÁSTICO NA FABRICAÇÃO DE TIJOLO ECOLÓGICO SOLO-CIMENTO

USE OF POLYMERIC WASTE IN THE PLASTIC RECYCLING INDUSTRY IN THE


MANUFACTURE OF ECOLOGICAL BRICK SOIL-CEMENT

Clayton Dourado Rego1


Mestre. Alessandro Resende Machado2

Resumo:

As embalagens de muitos produtos que consumimos e a maioria dos materiais que utilizamos
estão envolvidos por plástico. Com a Revolução Industrial, houve um aumento significativo
na produção de lixo, principalmente derivados plásticos, causando impactos sanitários graves
ao meio ambiente. Desse modo, este trabalho tem como objetivo avaliar o desempenho do
tijolo solo cimento com uso do resíduo polimérico incorporado na mistura dos agregados,
dando a este resíduo uma nova aplicação para seu uso evitando seu despejo e acúmulo em
áreas irregulares e reduzindo a demanda por matéria-prima pela indústria da construção civil.
Para isso, será necessário avaliar o comportamento e propriedades do tijolo solo cimento após
a adição de resíduos poliméricos em sua composição. Por isso, os materiais utilizados foram:
solo, cimento, água e resíduo polimérico, seus ensaios serão feitos na Universidade CEUMA.
A primeira etapa foi a caracterização do solo, na segunda etapa será adicionado o resíduo
polimérico, a terceira etapa será confeccionados os tijolos com uma prensa manual e processo
de secagem e por último será feito os ensaios da resistência a compressão.

Palavras-chave: Tijolos solo cimento. Meio ambiente. Resíduos poliméricos.

Abstract :
The packaging of many products we consume and most of the materials we use are wrapped
in plastic. With the Industrial Revolution, there was a significant increase in the production of
waste, mainly plastic derivatives, causing serious health impacts on the environment. Thus,
this work aims to evaluate the performance of the soil-cement brick with the use of polymeric
residue incorporated in the mixture of aggregates, giving this residue a new application for its
use, avoiding its dumping and accumulation in irregular areas and reducing the demand for
material. raw material by the civil construction industry. For this, it will be necessary to
evaluate the behavior and properties of the soil-cement brick after the addition of polymeric
residues in its composition. Therefore, the materials used were: soil, cement, water and
polymer residue, their tests will be carried out at CEUMA University. The first step was the
characterization of the soil, in the second step the polymeric residue will be added, the third
step will be made the bricks with a manual press and drying process and finally the
compressive strength tests will be done.

KeyWords: Cement ground brick. Environment. Polymerics residues.

Submissão: 21.11.2022

1
Aluno Concludente do Curso de Engenharia Civil, e-mail: clayton110993@ceuma.com
2
Orientador - Mestre, e-mail: alessandro004926@ceuma.com.br
2

1 INTRODUÇÃO

Com a Revolução Industrial, na segunda metade do século XIX, houve um aumento


bastante significativo na produção de lixo, causando impactos sanitários graves. Foi
necessário criar estratégias para amenizar a situação caótica dos bairros e cidades. A
revolução levou a produção a patamares jamais vistos, e como herança, o descarte
desordenado de todos os produtos e subprodutos gerados desde as etapas de fabricação até o
descarte final pelo consumidor.
Com isso, precisou-se pensar em uma estratégia que não fosse simplesmente amontoar
toneladas de lixo em aterros e lixões ou descartá-los diretamente em rios e mares, de forma
irregular no meio ambiente, tendo em vista que não se tratava apenas de lixo orgânico, agora,
a maior parte do lixo gerado, demorava centenas de anos para se desintegrar naturalmente.
A reciclagem assume um papel extremamente relevante e importante na condução de
ações que mitiguem os danos gerados e mostrasse uma nova forma de se pensar
sustentavelmente preservando o meio ambiente e zelando pela manutenção futura do planeta
para as próximas gerações através da preservação.
A necessidade de preservar o meio ambiente se tornou prioridade ao longo dos anos,
discutida não só pela comunidade acadêmica, mas também, por setores da economia pública e
privada. O assunto está no topo da lista dos mais abordados no mundo, mostrando que é
necessário que a ação humana danosa ao meio ambiente e persistente ao longo de séculos,
seja bloqueada, pois traz consequências desastrosas quase irreversíveis ao ecossistema.
Os resíduos sólidos gerados em diversos setores da economia geram impactos
específicos que levam em consideração fatores como, o local, a grandeza, classificação,
manejo, forma de descarte e segregação. É fato que, a construção civil é parte vital do
desenvolvimento do país. No entanto, a indústria da construção civil causa danos ambientais
significativos oriundos de suas atividades. Este setor é o que mais consome recursos naturais e
o que mais gera resíduos sólidos urbanos.
Apesar da imensa quantidade de resíduos gerados pelo setor, a falta de políticas
públicas eficazes no manejo, contribuíram para a deposição e descarte irregular. Iniciativas
contundentes do poder público surgiram apenas em 2002 com a criação da resolução
307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) cujo objetivo era estabelecer
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil,
disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais.
O surgimento de leis que incentivam o desenvolvimento sustentável e a incorporação
do termo sustentabilidade como valor inegociável pelas empresas, minimizem os impactos
dos setores geradores de poluentes. Em 2010 foi sancionada a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS) que tem por finalidade a não geração de resíduos ou a diminuição do seu
potencial risco ao meio ambiente e a saúde humana pelas perspectivas da reciclagem,
reutilização e destinação ambientalmente adequada de rejeitos.
A indústria da construção civil é considerada um dos setores mais eficazes para
consumo de materiais reciclados devido ao grande volume de resíduos gerados, nível de
abrangência e oportunidade de aplicações diversas dos produtos obtidos pela reciclagem.
Dentre os diversos materiais que podem ser reciclados e incorporados em algum
processo na construção civil, o plástico é um dos mais promissores. O plástico é um dos
resíduos mais produzidos no mundo. Milhões de toneladas desse resíduo são geradas todos os
anos e apenas uma pequena parcela é reciclada.
A maior parte dos materiais reciclados na indústria da construção, são utilizados como
carga em processos de produção de matérias que não necessitam de resistências elevadas e
que podem ser usados de forma complementar ou integral no processo construtivo. O uso
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desse material alternativo para suprir essas necessidades, tem gerado diversos estudos que
mostram a eficácia da incorporação de produtos plásticos à fabricação de tijolos, que são
considerados ecológicos, por não utilizarem o processo de queima, diferente do tijolo
tradicional que tem maior impacto quanto a sua fabricação. Quando comparados, é
perceptível promover resultados válidos entre tijolos comuns e tijolo solo cimento
considerados ecológicos.
Assim, esta pesquisa tem como objetivo avaliar o desempenho do tijolo solo cimento
com uso do resíduo polimérico incorporado na mistura dos agregados, dando a este resíduo
uma nova aplicação para seu uso evitando seu despejo e acúmulo em áreas irregulares e
reduzindo a demanda por matéria-prima pela indústria da construção civil.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Até a década de 1950, as empresas tentavam lucrar sem se preocupar com passivos
que geravam ao meio ambiente. Desde então, esse pensamento mudou, pois as empresas
passaram a ver as práticas sustentáveis como uma forma de agregar valor aos seus produtos,
garantir uma imagem positiva na sociedade e manter uma vantagem competitiva sobre os
concorrentes. Nesse contexto, a quantidade de resíduos gerados no mundo tornou-se um dos
focos da discussão da sustentabilidade (YEMAL et al., 2011).
Por definição, os plásticos são substâncias sintéticas que replicam estruturas químicas
encontradas na natureza. Além disso, eles também podem ser chamados de polímeros, a
palavra é de origem grega, onde poli significa muitos e mero, parte. Os polímeros nada mais
são do que a associação de cadeias menores, chamadas monômeros, para formar as forças de
interação e são relativamente fracas comparadas as forças de interação entre um celulósico
(PARENTE, 2006).
Os plásticos possuem propriedades específicas como leveza, resistência (com
resistência ao impacto sem deformação), ataque de corrosão e a principal característica é a
degradação antimicrobiana. O plástico também pode ser dividido em duas Categorias:
Termoplásticos e Termofixos. Os termoplásticos são materiais que não requerem aquecimento
(fusão) e resfriamento sem perda significativa de suas propriedades físicas, capaz de se
dissolver com solventes específicos. Os termoplásticos mais comuns encontrados no mercado
são: O Polietileno (PE), Polipropileno (PP), Poliamidas (PA), Policarbonato (PC), Acrilinitrila
Butadieno Estireno (ABS), Policloreto de Vinila (PVC), etc. Por sua vez, os termofixos,
também chamados de termorrígidos, são materiais que uma vez derretidos e conformados não
é possível a sua recuperação, impedindo assim uma nova moldagem, ou seja, são materiais
cuja reciclagem não é possível (PIVA, 2004).
Devido ao crescente uso de embalagens plásticas, principalmente no setor alimentício,
o número de materiais descartados diariamente tem aumentado ao longo dos anos. Esse tipo
de material tem um ciclo de vida útil (utilização pelo consumidor) curto e gera uma grande
quantidade de resíduos sólidos, que acabam indo parar na natureza. Diante dos efeitos
negativos desse descarte inadequado, vários estudos têm se concentrado no reaproveitamento
de resíduos à base de polímeros para reduzir os danos ambientais (PASCHOALIN et al 2016).
Dentre a grande massa de resíduos sólidos urbanos gerados diariamente nos
municípios brasileiros, as embalagens feitas com Plástico ganham grande destaque, devido
sua capacidade de aplicação, principalmente no setor de alimentos. Este polímero pode ser
utilizado como principal matéria-prima para diversos tipos de produtos devido ao seu baixo
custo de produção e grande versatilidade. No entanto, a degradação do Plástico no ambiente
natural é muito lenta, o que acarreta um impacto ambiental significativo.
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2.1 RESÍDUO POLIMÉRICO

Os Resíduos Sólidos Urbano (RSU), de acordo com a lei federal nº. 12.305/10, que
estabeleceu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, incluem os resíduos domésticos, quer
dizer, todos os resíduos provenientes de atividades domésticas advindos de residências e
limpeza urbana, em decorrência de coletas públicas e privadas nas quais os resíduos são
acumulados (ABRELPE, 2013).
Um dos maiores problemas ambientais das cidades contemporâneas é a produção
excessiva de resíduos sólidos. Isso representa tudo aquilo que não precisamos mais, lixo de
qualquer natureza. Sobras orgânicas de cozinha, embalagens de produtos consumidos
diariamente, pneus, garrafas, latas, papel, toneladas de resíduos gerados pelos milhões de
pessoas que vivem nas grandes cidades são descartados, tornando- se um problema para o
mundo (AZEVEDO, 2011).
Com o uso em larga escala de garrafas plásticas, principalmente a partir da década de
90, surgiu um problema ambiental muito sério: O descarte inadequado desse material. Muitas
dessas garrafas foram descartadas incorretamente e acabaram na terra, rios, esgotos, mares e
matas. Estima-se que esse material pode levar até 800 anos para se decompor (daí a
importância de sua coleta e reciclagem). Uma garrafa plástica pode ser considerada um
resíduo sólido caso seja inviável sua transformação física, físico-químico ou biológicos
(MOREIRA, 2013).
A chegada das embalagens Plásticas ao Brasil ocorreu em 1988, trazendo inúmeros
benefícios ao consumidor, também o desafio de reciclar esse produto após seu descarte. Nos
últimos tempos, a produção nacional cresceu exponencialmente. O Brasil é hoje o terceiro
consumidor mundial de PET, com aproximadamente 3400 marcas de vários refrigerantes
registrados. Embora pareça que a tendência de crescimento do mercado de embalagens para
refrigerantes está chegando ao limite, o crescimento do consumo aparente de PET no Brasil
está crescendo mais rápido do que sua produção, impulsionada pela entrada dos plásticos em
novos segmentos do ramo de alimentos (DIAS; TEODOSIO, 2006).
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST,2020),
no ano de 2020 (Figura 1), mais da metade deste polímero foi devidamente reciclado. O PET
é hoje um dos produtos mais reciclados no Brasil, cerca de 884 mil toneladas desse produto
são recicladas trazendo não só benefícios a natureza, mas gera renda e milhares de empregos a
indústria da transformação.

Figura 1- Produtos reciclados no Brasil

Fonte: ABIPLAST (2020)


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No que diz respeito ao uso das fibras de termofixos (Figura 2), dada a origem e
destino, é muito importante indicar a rota correta devido à grande dificuldade enfrentada pelo
meio ambiente devido ao seu descarte inadequado, é importante buscar os locais apropriados
para descarte e empresas especializadas que recebem e transforma esse produto (SILVA,
2016).

Figura 2- Fibras de resíduos poliméricos em granulometria diversificada

Fonte: Autor (2022)

O poliéster é um plástico muito popular. Para Mano (2005), todo esse sucesso se deve
às suas excelentes propriedades, como alta resistência mecânica, térmica e química, aparência
nobre (clareza e transparência), parcialmente cristalina, barreira a gases etc.

2.2 TIJOLO SOLO-CIMENTO

A partir da mistura homogênea de solo, cimento e água se obtém o solo cimento, o


material resultante é de boa resistência à compressão e baixa impermeabilidade com
durabilidade aceitável.
Mazzeo (2003) afirma que o cimento prensado na produção de tijolos solo cimento
equivale às etapas de preparo do solo, preparo da mistura, lingotamento das pedras e
processos de cura e armazenamento. Na escolha do traço de mistura na preparação para
produção de tijolos, é considerada a mistura com menor consumo de cimento, atendendo aos
critérios estabelecidos na norma NBR 8491 (critérios de compressão e absorção de água).
Segundo Vieira et al. (2007) o tijolo solo-cimento apresenta diversas vantagens como
boa durabilidade, boa resistência à compressão, faces lisas e regulares, economia de tempo na
execução das obras, economia de material, além de conforto termoacústico para a casa.
O tijolo solo-cimento possui dois furos em seu corpo e saliências. O sistema
construtivo em alvenaria com este material baseia-se no intertravamento e encaixe dos blocos,
o que é possibilitado pela série de saliências e reentrâncias na parte superior e inferior do
bloco, garantindo também o auto alinhamento (PECORIELLO, 2003).
Tijolos com essa característica apresentam-se em diferentes dimensões e modelos
(Tabela 1), e a sua escolha é feita em função do projeto a realizar. São maciços ou perfurados,
com ou sem canal. Durante o processo de execução, muitos detalhes devem ser considerados
para atingir a qualidade desejada dos tijolos, e o resultado é arredondado em uma peça de
alvenaria com menor impacto ambiental que a tradicional (PISANI, 2005).
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Tabela 1-Tipos de tijolos produzidos e comercializados

Fonte: Pisani (2005)

2.3 TIJOLO ECOLÓGICO

O tijolo ecológico (Figura 3) pode ser entendido como uma mistura de vários
componentes intrínsecos a sua fabricação, como cimento, solo e outros e a adição de um
produto como carga incorporado a esta mistura, mantendo suas características e propriedades
ou ainda melhorando-as de forma que possa trazer benefícios ao meio ambiente e ajudar a
indústria da construção que demanda insumos para produção.
O termo empregado denominado de “tijolo ecológico” foi criado para evidenciar o
acréscimo de material reciclado a sua composição, no entanto, o termo “tijolo solo-cimento”
será utilizado com suas demais referencias normativas por se tratar de um produto já
normatizado pela ABNT, mas, entende-se que sempre fará referência ao tijolo ecológico por
conta desta adição de material reciclado.

Figura 3-Tijolo ecológico

Fonte: Autor (2022)

Dyer (2010) em seus estudos percebeu que as argamassas fabricadas com uso de
resíduos plásticos reciclados carregam uma carga maior do que as tradicionais argamassas de
cimento e solo na mesma proporção, concluindo que o uso de resíduos em tijolos de solo-
cimento pode ser uma alternativa, garantindo aumento de propriedades importantes para esse
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produto.
Segundo Sena et al. (2017), a utilização de resíduos plásticos como carga durante
processo de mistura na produção de tijolos de solo-cimento pode ser uma alternativa viável
usado de forma sustentável e beneficiam a sociedade e o meio ambiente.
Durante o processo de verificação das propriedades dos tijolos produzidos de forma
ecológica, avaliou-se a compressão mecânica e absorção de água em diversos traços obtidos
pela adição do teor de plásticos. As análises indicam um efeito sinérgico, onde a adição de
determinadas quantidades de polietileno contribui para aumentar a resistência dos blocos
(FIAIS et al, 2017).
No processo de validação dos resultados com o uso proporcional de misturas de
material reciclado de poliésteres e matérias de fabricação do tijolo ecológico, mostraram que a
interação dos materiais faz com que o teor de absorção de água diminua quando a dosagem do
pó de resíduos plásticos é aumentada (CONTO et al. 2017).
Quando adicionado fibras de plástico a mistura dos demais agregados, os resultados
observados apontam aumento da resistência. A adição de fibras geralmente aumentou a
resistência à compressão de pico e pós-pico, com as amostras de adição de fibras
apresentando maiores tensões até atingirem a fratura, ou seja, proporcionaram maior
ductilidade antes de serem misturadas com a adição de fibras (PASCHOALIN FILHO et
al.,2016).
Segundo Paschoalin Filho et al. (2016), para cada tijolo produzido, foram utilizados
cerca de 300 g de resíduos plásticos na mistura de sua composição. Este resíduo em massa
corresponde a 6 garrafas de bebidas PET com volume de 2 litros. Por exemplo, um metro
quadrado de um muro construído com esse tijolo, pode retirar aproximadamente 180 garrafas
que poderiam ser descartadas de forma irregular no meio ambiente.

2.3.1 Caracterização do solo

O solo compõe a maior parte dos tijolos. Pode aparecer entre 90 e 93% de sua
composição, variando conforme o tipo de traço escolhido. Antes de ser utilizado, deve estar
com pouca umidade, destorroado, peneirado e livre de matéria orgânica.
Segundo a ABCP (2000), o melhor solo é aquele que necessita de menor quantidade
de cimento para atingir a sua estabilidade. Por esse motivo, os solos arenosos e siltosos são
preferíveis em relação aos argilosos. Para Soma (2012), devem ter algo entre 45 e 50% de teor
de areia. A argila é necessária na mistura, porém em pequena quantidade apenas para a liga
suficiente a desmoldagem do tijolo da prensa e manuseio.
Segundo Grande (2003), para obter um solo-cimento de alta qualidade é necessário
saber com qual material de origem se está trabalhando, neste caso o solo. O solo deve possuir
características que garanta uma alta resistência à compressão e pouca retração durante a
secagem, fatores diretamente dependentes de uma mistura equilibrada de areia, silte e argila.
Segundo Pisani (2005), pode-se acrescentar que esse tijolo contém matéria-prima
abundante em todo o planeta por se tratar de terra bruta. A NBR 10833:2012, que trata da
fabricação desse tijolo utilizando o procedimento de prensagem manual ou hidráulica,
recomenda os valores apresentados na Tabela 2 para as principais características que o solo
deve ter (ABNT, 2012).

Tabela 2- Especificação do solo para produção do tijolo ecológico- NBR 10832/13


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Fonte: Adaptado de NBR 10832 (1989/2013)

A NBR 8491: 2012, trata dos requisitos gerais para tijolos solo-cimento, estabelece os
critérios mínimos aceitáveis para utilização e características dimensionais, absorção de água e
resistência a compressão, também especifica que o percentual de solo passante na peneira de
nº 4, que deve ser de 100% e na peneira de nº 200 entre 10% e 50% (ABNT, 2012).
Se tratando de características de resistência, a amostra ensaiada, a norma preconiza
que o corpo de prova não pode apresentar a média dos valores de resistência menor do que 2,0
MPa (20 kgf/cm2) nem valor individual inferior a 1,7 MPa (17 kgf/cm2), com idade mínima
de sete dias (ABNT, 2012).
Lima (2020) e Mello (2020) destaca que o método mais utilizado para classificação do
tipo de solo é o método Highway Research Board (HRB),que se dá a partir dos resultados da
curva granulométrica do solo, do limite de liquidez e do índice de plasticidade, é muito
utilizado como norteador para normas de dosagem de cimento pela ABCP (2004). Essa
classificação é disposta em grupos e subgrupos, além de definir o índice de grupo (IG) que é
um valor composto por valores inteiros que variam de 0 a 20, conforme apresentado no
Quadro 1.

Quadro 1- Classificação HRB

Fonte: Mello (2020)

2.3.2 Caracterização Cimento

O cimento é o responsável por adicionar ao solo as características mínimas necessárias


de estabilidade e resistência, através do surgimento de vínculos de coesão quando em contato
com os grãos (ANTUNES, 2008). Segundo a FUNTAC (1999), quanto maior a sua
quantidade maior será a resistência do tijolo fabricado. No entanto, é necessário observar que
seja suficiente apenas para a resistência necessária sem que eleve demasiadamente os custos
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de fabricação tornando os custos de produção em larga escala elevados demais não


justificando o investimento.

Conforme o BT-111 (ABCP, 2000) e a ABNT NBR 10833 (2012), os cimentos que
podem ser utilizados devem atender a uma das seguintes especificações:

a) ABNT NBR 5732 - Cimento Portland Comum;


b) ABNT NBR 5733 - Cimento Portland de Alta Resistência Inicial;
c) ABNT NBR 5735 - Cimento Portland de Alto-Forno;
d) ABNT NBR 5736 - Cimento Portland Pozolânico;
e) ABNT NBR 11578 - Cimento Portland Composto;

O mais recomendado é cimento Portland comum (CP I), pelo seu menor custo e
resultados de resistência semelhantes aos demais (SANTIAGO, 2001).

2.3.2 Água

A água está presente na mistura e cura dos tijolos. Deve ser isenta de impurezas
nocivas à hidratação do cimento; presumindo-se adequadas as águas potáveis (ABCP, 2000).
A água é um componente crucial na cura dos tijolos de solo-cimento. Durante o
processo de cura, a água é necessária para hidratar o cimento presente na mistura de solo-
cimento, o que leva à formação de ligações químicas entre as partículas de cimento e solo
(VERDE, 2020). Essas ligações são responsáveis pela resistência e durabilidade dos tijolos
após a cura.
A água também ajuda a manter a umidade dentro dos tijolos de solo-cimento, o que é
essencial para garantir que a cura causada de maneira uniforme e que os tijolos não rachem ou
se deformem (BICALHO, 2020). Além disso, a água contribui para a dissipação do calor
gerado durante o processo de hidratação do cimento, evitando que os tijolos sejam danificados
por temperaturas elevadas.
Portanto, a água é essencial para o processo de cura dos tijolos de solo-cimento e deve
ser adicionada na quantidade correta para garantir que os tijolos adquiram resistência e
durabilidade necessárias para seu uso em construções.

2.3.2 Escolha do traço

A escolha do traço a ser adotado no tijolo depende dos requisitos apresentados


previamente na tabela 2, que trata sobre as especificações do solo para produção do tijolo
ecológico. O solo escolhido precisa atender aos limites estabelecidos nas normas de referência
citadas no item 2.3.1. O cimento também precisa atender os requisitos normativos presentes
no item 2.3.2.
De acordo com a norma ABNT NBR 8491:2012 (Tijolo de solo-cimento - Requisitos),
a dosagem dos componentes dos traços pode variar de 1:7 a 1:14 (cimento: solo), em volume,
desde que atenda aos requisitos de redução da absorção de água e resistência a compressão
com valor maior médio igual ou superior a 2,0 Mpa.
Foi verificado na bibliografia autores que usaram traços com diferentes teores para a
produção dos tijolos solo-cimento, conforme descrito na Tabela 3. Com isso buscou-se na
experiência de outros autores o conhecimento para definição do traço adotado.

Tabela 3- Especificação do traço produção do tijolo solo cimento


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Traço Material Resistência à Característica do Autor


Incorporado (%) compressão (Mpa) solo ABNT NBR
6502:95
10:1 Sem material 2,80 Não especificado FUNTAC (1999)
7:1 Fibra de coco 2,03 A-2-4 Carvalho (2019)
babaçu (1,5%)
10:1 Sem material 6,80 Não especificado Campos (2019)
8:1 Cal (5%) 2,18 A-4 Rego (2019)
10:1 Pó de pneu 2,36 A-3 Santos (2021)
recauchutado

A Fundação de Tecnologia do Estado do Acre – FUNTAC, mediante a Cartilha para


produção de tijolo de solo-cimento de 1999, foi observado que a produção de tijolos solo
cimento com traço na proporção de 1:10, sem a adição de aditivos, atingiu uma resistência a
compressão de 2,8 Mpa utilizando em sua composição o cimento Portland comum com teor
de cimento de 10% (FUNTAC, 1999). A cartilha não menciona o tipo de solo utilizado no
estudo e não houve informação quanto ao limite de liquidez e índice de plasticidade da
amostra do solo.
Carvalho (2019) em um estudo a viabilidade da utilização da fibra de coco babaçu em
formulações de tijolo solo-cimento, investigou a viabilidade do uso da fibra de coco babaçu
como adição ao solo-cimento na produção de tijolos. O estudo avaliou a influência da adição
de diferentes teores de fibra de coco babaçu (1,5%), nas propriedades físicas e mecânicas dos
tijolos de solo-cimento produzidos, com traços de 1:10.
Os resultados indicaram que a adição de 1,5% de fibra de coco babaçu nas
formulações de solo-cimento influenciou positivamente a resistência à compressão de até 2,03
Mpa e a absorção de água dos tijolos produzidos. O solo utilizado no estudo atendia os
critérios da NBR 8491 de 2012, com o percentual de solo passante na peneira de nº 4, em
100% e na peneira de nº 200 com 30,23% (CARVALHO, 2019).
Campos (2019) em um estudo sobre o comportamento estrutural de tijolos de solo-
cimento utilizando diferentes fontes de água e métodos de cura, mostrou melhor desempenho
para utilização do método de secagem natural mais prolongado, durante 7 dias e cimento
comum em um traço de 1:10, ou seja, com 10% de teor de cimento, a resistência a
compressão chegou em média a 6,8 Mpa, atendendo de forma satisfatória os requisitos
estabelecidos pela norma. O autor não menciona as características do solo, no entanto, o autor
afirma que a amostra utilizada passou 100% na peneira de nº 4.
Rego (2019) fez um estudo sobre a confecção de tijolos solo-cimento com a adição da
cal, foram preparadas 5 formulações com a adição da cal, respectivamente 1%, 3%, 5%, 7% e
10% em relação a mistura solo-cimento. O solo utilizado no estudo estava de acordo com a
NBR 8491:2012, com o material que passou pela peneira nº 4 correspondendo a 100 % do
solo, e na análise residual a porcentagem de material passante na peneira n° 200 com 39,5%,
também satisfez a determinação da norma.
Os tijolos incorporados com cal não tiveram um aumento significativo em suas
resistências, em comparação com os tijolos solo-cimento convencionais, com exceção ao teor
de 5 % que obteve resistência á compressão de até 2,18 Mpa. O autor concluiu que a cal é um
aglomerante alternativo eficaz na estabilização de solos, proporcionando também uma
melhoria no conforto térmico em comparação com os tijolos convencionais (REGO,2019).
Santos (2021) fez um estudo sobre o uso de pó de pneu recauchutado como aditivo na
fabricação de tijolos ecológicos solo-cimento. O objetivo do estudo foi avaliar a viabilidade
técnica e ambiental da utilização do pó de pneu como material alternativo na produção de
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tijolos ecológicos. Foram realizados traços de 1:10, com adição de 0, 5% e 10% de pó de


pneu, foram realizados ensaios para avaliar a resistência mecânica, absorção de água e
durabilidade dos tijolos produzidos com diferentes forças de adição de pó de pneu. O solo
utilizado no estudo não atendia os critérios da NBR 8491 de 2012, com o percentual de solo
passante na peneira de nº 4, menor que 100%, não houve peneiramento na peneira de nº 200,
devido a sua característica arenosa.
Os resultados do estudo indicaram que a adição de pó de pneu ao solo-cimento afetou
significativamente a resistência mecânica dos tijolos, com 2,36 Mpa para tijolos com 5% de
resíduos, em comparação com o tijolo solo-cimento sem o incremento (2,26 Mpa)
demostrando assim, bons resultados (SANTOS, 2021).

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

O presente trabalho foi desenvolvido por meio da elaboração de tijolos ecológicos com
adição de resíduos poliméricos para a verificação do desempenho, considerando as diretrizes
normativas. A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Materiais da Universidade Ceuma
(UNICEUMA), na cidade de São Luís, Maranhão, desde a análise da qualidade do solo até a
confecção dos tijolos ecológicos.
Desse modo, para a efetivação da proposta, foi necessário seguir um procedimento,
considerando a escolha do material que iria compor o tijolo, realização da caracterização do
solo, fabricação dos tijolos solo-cimento e a avaliação das propriedades físicas e mecânicas do
mesmo. Para facilitar o entendimento, estão indicados no fluxograma da figura 4, sendo
aprofundado nos tópicos a seguir.

Figura 4 - Esquema do procedimento experimental

Fonte: Autor (2023)

3.1 ESCOLHA DOS MATERIAIS


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3.1.1 Resíduos Poliméricos

O material polimérico reaproveitado pelo estudo, foi obtido por meio do material
residual de uma empresa de reciclagem, localizada no município de São Luís – MA, que é
especializada em resíduos plásticos e possui larga experiencia de mercado.
A empresa recicla materiais tais como: restos de cadeiras, mesas, carcaças de
máquinas de lavar, tanquinhos e ventiladores, esses materiais geralmente são triturados e
comercializados. Os materiais utilizados neste trabalho serão plásticos oriundos de vários
processos de reciclagem da empresa, que foram posteriormente adicionados na massa do
tijolo solo-cimento após moagem. Geralmente estes resíduos são os refugos do processo e não
possuem mais viabilidade para a reciclagem.
O material foi passado por pesagem e por teste granulométrico (Figura 5), onde a
amostra foi passada na peneira de número 10, com abertura de 2,00 mm, para se ter a
granulometria igual ou semelhante a granulometria do solo, para posteriormente ser
adicionado e facilmente misturado ao traço.
Figura 5 - Resíduos Poliméricos

Fonte: Autor (2023)

3.1.2 Cimento

O cimento utilizado no estudo foi do tipo Portland CP II Z 32, comprado em lojas de


materiais de construções no município de São Luís- MA. Foi escolhido por ser o mais comum
encontrado e por atender as necessidades e padrões proposto pela ABNT NBR 5732 que
define as características e propriedades do cimento Portland comuns, incluindo sua
composição química, finura, resistência à compressão, tempo de início e fim de pega,
expansibilidade, dentre outras.

3.1.3 Água

A água utilizada nos processos de produção dos tijolos ecológicos é proveniente da


Universidade Ceuma, disponível no laboratório nas dependências da instituição.
considerando assim a confiabilidade da água ser livre de impurezas para produção dos tijolos.

3.1.4 Solo

O solo escolhido é oriundo da cidade de São Luís- MA, foi obtido como resíduo de
uma obra de escavação em calçada, onde o solo excedente seria descartado (Figura 4).
Para determinação da escolha do solo foi realizado o teste tátil conforme demonstrado
na (Figura: 7 a e b) e confirmado que suas características para execução do tijolo após análise
13

em laboratório.

Figura 4 - Solo utilizado

Fonte: Autor (2023)

3.2 CARACTERIZAÇÃO DO SOLO

Foi utilizado uma parcela do solo para as análises físicas e mecânicas, a fim de
identificar se a amostra de solo escolhida é ideal para o estudo. As análises laboratoriais
seguiram as etapas de peneiramento, secagem, análise granulométrica, limite de liquidez e
limite de plasticidade., as quais são detalhadas a seguir.

3.2.1 Peneiramento Primário

Para determinação granulométrica em atendimento a NBR 5734/89 (Peneiras para


ensaios e especificações) foi utilizado peneira plástica para areia, de chapas estendidas nº 10
(2,00mm). Nesse processo foi realizado a segregação do solo, com a remoção de pedregulhos,
raiz e detritos em geral, deixando o solo homogêneo e livre de materiais indesejados,
conforme demostrado na Figura 10.

Figura 5 - Solo em processo de peneiramento

Fonte: Autor (2023)

Na figura (Figura 11) abaixo pode-se observar que o solo obtido apresentava
granolometria diversa onde se percebe na Figura 11 (a) o solo natural com granulometia
diversifacada, na Figura 11 (b) o solo peneirado com granulometria homogenia e na Figura 11
(c) parcela do solo rejeitado, a qual apresentou pedregulhos.

Figura 6 – Solo antes e após o peneiramento, podendo identificar (a) Solo natural, (b) solo passante pela peneira
e (c) Solo retido na peneira que foi descartado
14

a) b) c)
F

Fonte: Autor (2023)

Após o peneiramento do solo, seguindo as recomendações da NBR 9604 sobre


avaliação tátil visual de alterações em solos, realizou-se o teste qualitativo, que visa de
maneira simples verificar se é possível utilizar o solo escolhido na fabricação dos tijolos
(ABNT, 1986).
O teste tátil consiste em apertar o material com a mão, após o aperto o solo deve ter o
formato dos dedos (Figura 7a) e ao partir ao meio cada parte deve permanecer sem esfarelar
(Figura 12b), conforme apresentado na figura abaixo.

Figura 7 - Teste tátil do solo.


a) b)
F

Fonte: Autor (2023)

3.2.2 Secagem do solo

Após o peneiramento inicial do solo, a amostra foi transportada para o laboratório de


materiais da Universidade Ceuma, onde foi realizada o processo de secagem do material
(Figura 13). A amostra foi disposta em uma placa de aquecimento para garantir que o solo
ficasse seco de forma homogênea, por aproximadamente 20 minutos em uma temperatura de
250°C. Durante o processo, a amostra foi revirada constantemente para que o solo ficasse
seco por completo.

Figura 8 - Processo de secagem do solo


15

Fonte: Autor (2023)

Após esta etapa, foi aguardado o esfriamento do solo e em seguida, foi pesado 1,5 kg
para as posteriores análises (Figura 14).

Figura 9 - Pesagem do solo

Fonte: Autor (2023)

3.2.2 Análise Granulométrica

A composição granulométrica do solo se deu com base a norma ABNT NBR 248 que
estabelece os procedimentos para a análise granulométrica de solos por peneiramento (ABNT,
2003).
A análise granulométrica de solo é um ensaio que permite determinar a distribuição
dos tamanhos de partículas presentes (MARTINS, 2018). Essa análise é importante para
compreender as características físicas e mecânicas do solo, como sua permeabilidade,
compactação e resistência.
A amostra destinada ao ensaio por peneiramento foi colocada em uma série de
peneiras com aberturas graduadas de malha números 10 (2,0 mm), 40 (0,42 mm) e 200
(0,074mm) (Figura 15). A amostra foi agitada manualmente para as frações de solo ensaiada
passar, o material retido em cada peneira foi pesado (Figura 16).

Figura 10 - Ensaio de peneiramento.

Fonte: Autor (2023)

Figura 11 - Pesagem da amostra pós peneiramento.


16

Fonte: Autor (2023)

Ao final do ensaio, foi possível construir a curva granulométrica do solo, que


representa a porcentagem acumulada de material em função do tamanho de partícula. Essa
curva é utilizada para determinar o tamanho médio, a distribuição granulométrica e a
uniformidade do solo.

3.2.3 Limite de Liquidez

A avaliação do limite de liquidez foi com base a norma ABNT NBR 6459/2016, que
estabelece o método para a experiência do limite de liquidez de solos (ABNT, 2016). A norma
estabelece o método de Casagrande para a experiência do limite de liquidez, que consiste em
determinar o número de golpes necessários para abrir uma fenda no solo em uma concha
padronizada, em um aparelho de penetração manual denominado cinzel (BICALHO;
GRAMELICH; SANTOS, 2014).
Após a análise, foram coletados os resultados relacionando a quantidade de golpes x
umidade do solo, mediante ao cálculo obteve o limite de liquidez da referida amostra (Figura
12).

Figura 12 - Análise do limite de liquidez


a) b)
F

Fonte: Autor (2023)

O limite de liquidez é definido como a umidade na qualidade do solo passa do estado


líquido para o estado plástico, e é uma das propriedades físicas mais importantes do solo, pois
influencia diretamente em sua resistência e deformabilidade.

3.2.4 Limite de Plasticidade

O limite de plasticidade do solo foi realizado com base na norma ABNT NBR 7180 de
2016 que estabelece os procedimentos para a experiência do limite de plasticidade de solos. A
norma estabelece os procedimentos para a realização do ensaio de limite de plasticidade, entre
eles o método do limite de plasticidade na placa de vidro (ABNT, 2016)
O limite de plasticidade é uma das propriedades do solo que indica a umidade mínima
17

na qual ele começa a apresentar características plásticas, ou seja, a capacidade de se deformar


sem se romper.
Foi realizado 3 amostras previamente moldadas sobre uma placa de vidro formando
corpos cilíndricos com 3 mm de diâmetro e 100 mm de comprimento e quando os mesmos
começaram a fragmentar (Figura 18). Os fragmentos foram pesados e dispostos nas capsulas
de umidade, previamente pesada, e colocado na estufa para determinar a umidade, após esse
processo, o limite de plasticidade do solo é obtido através da expressão:

SU −SS
SU= ∗100
SS

onde:
SU = Solo úmido
SS = Solo Seco

Figura 13 - Ensaio do limite de plasticidade do solo .

Fonte: Autor (2023)

3.2.5 Determinação da umidade higroscópica do solo e umidade ótima

A umidade higroscópica do solo é a quantidade de água que o solo é capaz de reter por
adsorção, ou seja, a capacidade do solo em absorver a umidade presente no ar circundante. A
determinação da umidade do solo foi realizada de acordo com a NBR 6457 de 2016 que trata
sobre “Amostras de solo- Preparação para ensaios de compactação e ensaios de
caracterização”.
Foi separado uma porção do solo, destorroado delicadamente para que não houvesse
perda de umidade, o material (solo) foi adicionado em capsulas metálicas previamente
pesadas, em seguida, foi realizado a pesagem do conjunto (capsulas e solo).
Posteriormente, as capsulas foram colocadas na estufa de aquecimento até a secagem
do solo, em um intervalo pré-estabelecido entre 16 e 24 horas (Figura 14).

Figura 14 - Ensaio para determinação de umidade

Fonte: Autor (2023)


18

Após esse intervalo, fez-se uma nova pesagem do conjunto capsula/solo, para
realização do cálculo de umidade, conforme a fórmula:

M −MBS
Uh= ∗100
MBS
Onde:
Uh = Umidade Higroscópica (%)
M: Massa da amostra de solo antes da secagem (g)
MBS: Massa da amostra de solo após a secagem em estufa (g)

A umidade ótima do solo foi realizada por meio de um ensaio de compactação de


acordo com a NBR 7182/2016 (Solo – ensaio de compactação). Esse ensaio consistiu em
compactar o solo em camadas, variando-se o teor de umidade em cada uma delas, e medindo
a densidade seca sofrida após a compactação.
Em seguida, as amostras compactadas foram pesadas e secas em estufa, para a
realização do cálculo de umidade ótima do solo, conforme a formula a seguir:

M ∗Uh
W ótimo =
100

Onde:
W ótimo = Teor de umidade ótima do solo (%)
Uh = Umidade Higroscópica (%)
M: Massa da amostra de solo antes da secagem (g)

3.3 FABRICAÇÃO DOS TIJOLOS ECOLÓGICOS

O processo de produção de tijolos de solo-cimento com ou sem agregados foi


fabricado exclusivamente utilizando métodos manuais no laboratório da Universidade Ceuma.
A mistura usada para fazer os tijolos inclui solo, cimento e água, bem como agregados
de resíduos poliméricos. Depois da mistura, os tijolos foram prensados em moldes que
permitem a produção dos tijolos. As etapas do processo serão descritas nos tópicos a seguir.

3.3.1 Definição do traço

O traço escolhido para esse estudo foi de 7:1, em atendimento aos requisitos de
resistência e absorção, conforme a norma ABNT NBR 8491:2012 (Tijolo de solo-cimento -
Requisitos) sendo considerado a massa dos elementos constituintes, a qual para cada 1 parte
de cimento teve-se 7 partes de solo. Os traços passaram por um processo de inclusão
progressiva de agregados poliméricos em substituição à massa do solo, conforme apresentado
na tabela 4.

Tabela 4- Especificação do traço


Traço Solo (g) Cimento (g) Água (g) Resíduo (g) Taxa de substituição
7:1 3500 500 412,08 0 0%
7:1 3150 500 452,08 350 10%
7:1 2975 500 492,1 525 15%
19

7:1 2800 500 572,1 700 20%


Fonte: Autor (2023)

Ao substituir o solo pelo polímero houve a necessidade de se adicionar mais água,


isso ocorre devido o polímero ser mais leve que o solo e apresentar maior volume, com isso
foi feita a correção na quantidade de água de cada traço, conforme demonstra na tabela 4.

3.3.2 Forma modeladora de tijolos

Foi adquirido para a pesquisa um par de forma modeladora macho e fêmea para
prensar tijolos ecológicos solo-cimento na medida 12,5x25cm de comprimento, com furos de
2.1/2’’ e largura de 12,30cm, feita de material alumínio, pesando aproximadamente 2 kg e
com profundidade de 24,80 cm (Figura 15).

Figura 15 - Forma modeladora de tijolos

Fonte: Autor (2023)

A prensa manual foi confeccionada na cidade de São Luís - MA em aço carbono nas
medidas de: 12,5x25 cm e 09 cm de altura, modelo: 2 furos, vazados, conforme mostra a
Figura 16.

Figura 16 - Forma de prensa manual

Fonte: Autor (2023)

3.3.3 Produção dos tijolos

A produção dos tijolos com e sem resíduos poliméricos foi iniciada com o preparo dos
componentes (solo e cimento, e solo cimento com resíduos poliméricos), em seguida, foi
realizado a mistura do material para a homogeneização dos mesmos (Figura 17). Após, foi
20

adicionado água em pequenas quantidades, e misturada manualmente para que não houvesse
grumos ou áreas com excessos de água, com o intuito de evitar problemas com possíveis
fissuras ou trincas nos tijolos, a mistura foi homogeneizada até atingir a consistência desejada.

Figura 17 – Mistura da composição Solo-Cimento e adição gradual de água.

Solo

Cimento
Polímero
Fonte: Autor (2023)
Após o preparo da mistura, o material foi colocado na forma modeladora, para a
compactação e prensagem da amostra (Figura 18). Em seguida, os tijolos foram retirados do
molde com cuidado, para evitar que os tijolos desmanchem, posteriormente, foram
empilhados à sombra, em uma superfície plana e lisa (Figura 19) conforme sugerido pela
norma.

Figura 18 – Mistura na Forma Modeladora.

Fonte: Autor (2023)

Figura 19 – Tijolos após a prensagem


a) b)
F 10% polímero
20% polímero 15% polímero

Fonte: Autor (2023)

Foram produzidos tijolos para cada tipo de composição, após a produção, os tijolos
foram constantemente umidificados com um borrifador, 3 vezes ao dia no intervalo de 7 dias
para o processo de cura, esse processo é essencial para a cristalização do cimento, garantindo
assim a resistência e permanência dos tijolos.
Durante esse período os tijolos foram molhados diariamente com água limpa,
21

evitando que a superfície do tijolo ressecasse, para não formar trincas e fissuras (Figura 20),
os tijolos foram empilhados em pilhas com altura menor que um metro, sendo sempre
protegidos da exposição direta com o sol e chuva.

Figura 20 – Processo de cura dos tijolos com borrifador

Fonte: Autor (2023)

3.4 ENSAIOS DE ABSORÇÃO À ÁGUA E RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

Os ensaios de absorção de água e resistência a compressão, foram realizados de acordo


com a ABNT – NBR 8491 (2012) e ABNT – NBR 8492 (2013), que trata sobre as condições
elegíveis para o recebimento de tijolos de solo-cimento sem função estrutural, para a vedação
em alvenaria e o método de ensaio para os dois ensaios. A norma estabelece que a amostra
ensaiada (tijolos) deve apresentar resistência à compressão média ≥ 2,0 Mpa e individual ≥
1,7 Mpa durante o período de dias referentes à cura. Quanto a absorção de água, os tijolos de
solo-cimento com ou sem adição de polímeros devem apresentar valores médios ≤ 20% e
valores individuais ≤ 22 %, também durante o período de cura (ABNT, 2012; ABNT, 2013).

3.4.1 Ensaios de Absorção de Água

Inicialmente foram separados 1 corpo de prova de cada composição de traço, os


mesmos foram identificados e posto na estufa a uma temperatura de 110°C por 24 horas, para
a obtenção do valor do tijolo seco (m1), em seguida, após os corpos de provas atingir a
temperatura ambiente, foram submersos em um tanque com água por um intervalo de 24
horas (Figura 21).

Figura 21 – Corpos de provas submersos.

Fonte: Autor (2023)

Após as 24 horas, os tijolos foram retirados e secos superficialmente para ser feita a
pesagem a fim de obter a massa saturada (m2), o cálculo do ensaio de absorção de água se deu
a partir da seguinte formula (ABNT, 2013)
22

m2−m1
A %= x 100
m1
Onde:
A= Absorção de água (expressa em porcentagem)
m1= Massa do corpo de prova seco em estufa (g)
m2= Massa do corpo de prova saturado (g)

3.4.2 Ensaios de resistência a compressão

O ensaio de resistência a compressão simples foi realizado após o período de cura de 7


dias. Inicialmente foram retiradas todas as saliências presentes nas faces das amostras, para
tornar essas faces totalmente planas e paralelas, posteriormente, foi feita a medição da largura,
comprimento e altura dos tijolos, para ter a aferição das faces dos tijolos, que corresponde à
média dos três valores obtidos (ABNT, 2013).
Em seguida, os tijolos foram cortados ao meio (Figura 22), perpendiculares a sua
maior dimensão, com auxílio de um arco de serra, as duas partes cortadas foram unidas por
capeamento, através de uma pasta feita com cimento e água, para que fosse possível obter
faces planas e paralelas (Figura 23).

Figura 22 – Tijolos sendo separados ao meio.

Fonte: Autor (2023)

Figura 23 – Capeamento dos blocos.

Fonte: Autor (2023)

Após as amostras secas, os tijolos foram identificados e colocados em um tanque com


água em um período de 6 horas (Figura 24), após esse intervalo, os blocos foram retirados
individualmente e enxugados (Figura 25) e posto imediatamente na prensa hidráulica para a
realização do ensaio de resistência à compressão (Figura 26).

Figura 24 – Corpos de prova imersos em água.


23

Fonte: Autor (2023)

Figura 25 – Os corpos enxutos superficialmente.

Fonte: Autor (2023

Figura 26 – Ensaio de compressão.

A obtenção dos resultados se deu a partir da carga máxima que o corpo de prova
suportou, dividido pela área da face do tijolo, conforme demostrado a seguir:

F
ft=
S
Onde:
ft = Resistência à Compressão (MPa)
F = Carga de ruptura do coro de prova (N)
S = Área de aplicação da carga (mm2)

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
24

4.1. CARACTERIZAÇÃO DO SOLO

Com base nos ensaios realizados no solo para a produção de tijolos solo-cimento,
pode-se observar que ele é caracterizado como um solo areno-siltoso de classificação
Highway Research Board (HBR) de A-2-4, com predominância de 71,6% de areia e 28,4% de
silte e argila.
Conforme representado no Gráfico 1, a amostra de solo apresenta porcentagem de
material passante pela peneira de Nº 200 (0,075mm) de aproximadamente 28,4% e de 100%
de material passante na peneira N°4 (4,8 mm), estando em acordo com as exigências da
ABNT NBR 10833/2012, que determina que o percentual passante nas peneiras de Nº 4 em
até 100% e na peneira de N°200 entre 10 a 50%.
Características de solo semelhante ao encontrado por Lima (2020) ao analisar a
composição do solo para a produção de tijolos solo-cimento com adição de fibra do coco,
onde o autor descreveu a amostra como A-2-4 com predominância de 66,17% de areia e
33,9% de silte e argila.

Gráfico 1 - Representação da curva granulométrica do solo

Fonte: Autor (2023)

O solo utilizado possui características de solos arenosos, em razão disso, o mesmo não
apresentou limite de liquidez e nem de plasticidade, a amostra no ensaio de liquidez não
aderiu a concha do equipamento Casagrande. Quanto ao ensaio de plasticidade, a amostra não
apresentou formato cilíndrico após a modelagem na placa de vidro, apresentando resistência
quanto ao formato, dando assim o não plástico e não líquido.
De acordo com a classificação Highway Research Board (HBR), solos do tipo A-2-4,
por seres arenosos, apresenta liquidez ≤ 40% e índice de plasticidade ≤ 10%, assim sendo,
resultados compatíveis com o tipo de solo. Rodrigues e Holanda (2013) afirmam que solos
ricos de fração de areia e com baixa plasticidade são os mais indicados para a produção dos
tijolos ecológicos solo-cimento, pois essas características favorecem a estabilização do tijolo
com a menor quantidade de cimento.
A amostra nesse estudo se enquadra no tipo de solo recomendado para a produção de
tijolos solo-cimento, levando em consideração aos requisitos requeridos pela ABNT NBR
10833/2012 sobre a “Fabricação de tijolos e blocos de solo-cimento” ao qual estipula o limite
25

de liquidez ≤ 45 % e índice de plasticidade ≤ 18 %.


Corroborando com este trabalho, Carvalho (2019) em seu estudo sobre a viabilidade
da utilização da fibra de coco babaçu em formulações de tijolo solo-cimento, encontrou na sua
amostra do solo limite de liquidez de 15,9% e limite de plasticidade de 6,8%, sendo também
apropriada para a confecção de tijolos solo-cimento.
O solo apresentou baixa umidade higroscópica, sugerindo que o solo é ideal, pois essa
característica facilita o processo de hidratação do cimento, e consequentemente, melhorando a
qualidade do traço. Resultado este dentro dos valores exigidos pela NBR 12653 (2014), que é
de até 3,0% de umidade higroscópica na amostra de solo.
Resultados diferentes foram encontrados por Ribeiro et al (2021) no traço para tijolos
de solo-cimento com acréscimo de resíduos de borracha de pneu, onde a umidade
higroscópica do solo foi de 12,5%, valores este fora dos padrões exigido pela NBR 12653
(2014).

4.2 ENSAIOS DE COMPRESSÃO SIMPLES


CHMAR O GRAFICO NO TEXTO

Gráfico 2 -Compressão simples 7 dias de cura

T1
1
0.8
R² = 0.296749024707412 0.83
0.6 0.75
Mpa

0.4 0.54 0.50


0.2
0
0% Polímero 10% Plímero 15% Polímero 20% Polímero

COMPOSIÇÃO DO TIJOLO

Série 1 Polynomial (Série 1)


Fonte: Autor (2023)

Conforme apresentado no gráfico não foi obtido o resultado esperado para os traços
com 100% de solo e 0% de polímero, 90% de solo e 10% de polímero, 85% de solo e 15% e
no traço com 80% de solo e 20% polímero, isso correu devido à baixa compactação dos
tijolos o que o ocasionou a presença de vazios.
Após a verificação dos resultados foi decidido realizar correção na compactação dos
tijolos, com isso foi realizado ajuste na forma, corrigindo a produção dos tijolos com
aplicação maior compactação. Após os ajustes pode-se verificar que os tijolos ao serem
desformados apresentavam maior rigidez.
26

Gráfico 3 -Compressão simples 7 dias de cura

T2
1
0.95 R² = 0.829001367989056 0.97 0.97
0.9
Mpa

0.85
0.8 0.83 0.84
0.75
0% Polímero 10% Plímero 15% Polímero 20% Polímero

COMPOSIÇÃO DO TIJOLO

Série 1 Polynomial (Série 1)


Fonte: Autor (2023)

Após ajustes na forma modeladora e na compactação os tijolos onde se substituiu o


solo pelo polímero apresentam ganho de resistência, porém os dados ainda não são
satisfatórios para se chagar a uma conclusão.

Gráfico 4 -Compressão simples 7 dias de cura

T3
2
1.5 R² = 0.946226925156407 1.7
1
Mpa

1.05 1.03 1.05


0.5
0
0% Polímero 10% Plímero 15% Polímero 20% Polímero

COMPOSIÇÃO DO TIJOLO

Série 1 Polynomial (Série 1)


Fonte: Autor (2023)

De acordo com os dados obtidos, conseguimos verificar que o uso de polímero na


composição de 20% apresentou maior resistência a compressão, chegando a apresentar
resistência à compressão na média individual ≥ 1,7 Mpa durante o período de dias referentes à
cura.
GRÁFICO DA MEDIA
27

Média Geral
1.4
1.16
1.2
1 0.87
0.8R² = 0.694491846771008 0.84
0.8
Mpa

0.6
0.4
0.2
0
0% Polímero 10% Polímero 15% Polímero 20% Polímero
Composição do tijolo

Série 1 Exponential (Série 1)

5 CONCLUSÃO

O solo utilizado nessa pesquisa não se mostrou apropriado para a fabricação do tijolo
solo-cimento.
Diante dos resultados obtidos podemos analisar de forma positiva o fato do solo não
ser apropriado, pois deixa claro que o polímero conseguiu corrigir a falta de resistência que o
solo apresentou, chegando a atingir a média individual de 1,7 Mpa na média individual. Outro
ponto a se destacar é que o polímero por ser mais leve que o solo tem maior volume
incorporado na mistura o que aumenta a produção dos tijolos solo-cimento, com isso pode-se
reduzir a exploração de matéria prima (solo) da natureza e retirar mais resíduos (plásticos)
que são descartados de forma imprópria no Meio Ambiente, dando a esses resíduos outra
finalidade, com seu uso na fabricação de tijolos ecológicos.
Um dos cuidados na fabricação de tijolos solo-cimento é o aparecimento de fissuras e
isso pode ter influenciado diretamente nos resultados de compressão, já que as fissuras por
efeito de retração, que geram por si só pontos de fraqueza nos tijolos. Desta forma é
importante fazer o acompanhamento durante o período de cura dos tijolos, a fim de se evitar o
desgaste superficial dos tijolos.
Os tijolos solo-cimento em suas composições de 100% solo e 0% polímero, 90% solo,
10% polímero, 85% solo 15% polímero, 80% solo e 20% polímero atenderam aos padrões
estabelecidos para absorção em água.
Deve-se destacar que os resultados obtidos com a porcentagem de 20% de polímero
abrem novas alternativas para novos estudos não só para aplicação em tijolos ecológicos
como para outros estudos.
Um dos pontos a se observar é que a forma modeladora utilizada nesse estudo pode ser
bem aplicada para fabricação de tijolos ecológicos para uso pessoal, mas não para fabricação
comercial uma vez que a compactação dos tijolos foi comprometida e esse aspecto pode ter
contribuído nos resultados.
Fica como sugestão, a utilização de prensa com haste metálica que garante maior
compactação dos tijolos, evitando vazios e o surgimento de fissuras nos tijolos. Também
deve-se avaliar a resistência com diferentes dias de cura, assim pode-se ter maior precisão nos
resultados.
Outro ponto importante, trata-se do tipo de solo empregado no estudo, com base em
diferentes usos de solos pode-se chegar a resultados, mas abrangentes quanto ao uso do
resíduo de polímeros na produção de tijolos solo-cimento.
28

REFERÊNCIAS

ABCP – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Boletim Técnico:


Fabricação de Tijolos de Solo cimento com a Utilização de Prensas Manuais – BT-
111.São Paulo, 2000.

ABRELPE. Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais,


Panorama de resíduos sólidos no Brasil, 11ª ed, 2013.

ANTUNES, Isabella Silva. Aplicação de solo cimento em habitações populares. Trabalho


de conclusão de curso (Engenharia Civil). Universidade Federal do Sergipe (UFS), 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DO PET. As indústrias de transformação


e reciclagem no Brasil. Disponível em: http://www.abiplast.org.br/.Acesso em: 15.11.2022.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5734: Peneiras para


ensaios - Especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 1989.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBRNM; NBR, NM 248.


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