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RESIDENCIAIS
RESUMO
A construção em terra tem sido usada já há muitos anos por vários povos por
todo o mundo, sendo que muitas práticas diferentes foram desenvolvidas conforme a
localização geográfica e condições meteorológicas efetivo em cada local. Estima-se
que na atualidade cerca de 30% da população mundial vive em residências que
usam a terra como material de construção. Nos países desenvolvidos, com o
aparecimento do Betão armado e a modernização das práticas construtivas, durante
o século XX a construção com recurso da terra foi caindo em desuso, causando a
perda do conhecimento das técnicas.
Contraditando sua queda de escassez esse material construtivo ressurgiu
com vantagem renovada a partir da década de 80 do mesmo século. A construção
em terra mostra grandes proveitos em termo de proteção hidrotérmico e acústico.
Além disso, a sustentabilidade ambiental que lhe esta ligado é um processo seguro
que abunda em quantidade no próprio local de construção ou cercanias, evitando
desta forma custos energético relevantes com transportes e com preparação da
matéria prima.
Na atualidade é progressiva a remoção de matéria-prima da natureza
designada às construções. O material de construções é um dos grandes vilões que
favorece os problemas ambientais da modernidade. O tijolo convencional, além de
levar danos ao meio ambiente acaba também sendo um alto custo para uma
construção habitacional. A situação financeira da maioria dos Brasileiros é precária e
muitas vezes não é possível que os mesmo tenham uma moradia própria. Com
relação a esse problema foi criado o tijolo ecológico.
A produção de tijolos ecológicos de solo cimento pode ser avaliada uma das
melhores práticas e alternativas de reduzir os impactos ambientais na área da
construção civil. Economicamente viáveis, os benefícios da utilização vão desde a
fabricação do tijolo até a fase final da edificação. No método produtivo são usados
equipamentos e maquinários simples de pequeno porte e de baixo custo.
Com referência à mão de obra, a mesma não necessita de experiência previa,
proporcionando adquiri-la em pouco tempo de trabalho. Segundo (FERREIRA,
R,C.2003), a resistência à compressão (MPA) desse tipo de tijolo é superior à um
tijolo convencional, assim como a qualidade final, pois contém dimensões regulares
e faces planas e lisas, limitando também o consumo de argamassa para
assentamento, que é trocada por uma cola PVA. Com isso economiza-se ainda
mais, pois o mesmo é indicado para ser usado de forma aparente ou de acordo com
a criatividade do cliente pode ainda ser dado uma pintura com tinta acrílica para
cimentados ou uma fina camada de gesso. Os recursos naturais são finitos e o
aumento tem causado grandes conflitos contra a natureza.
O uso da tecnologia de tijolos ecológico vem aumentando e trabalhando de
forma favorável para a natureza gerando o menor impacto possível, pois utiliza como
principal matéria prima à terra crua e não para pelo procedimento de queima que
consome grandes quantidades de madeira e combustíveis, como é o caso dos tijolos
produzidos convencionais que lançam na atmosfera uma grande quantidade de
CO2.
1.1 OBJETIVO
Tem por objetivo específico, mostrar que os tijolos de solo-cimento por serem
um pouco mais caros que os tijolos convencionais, no custo final da obra o
consumidor pode economizar cerca de 30%, porque a tecnologia não procura
grandes investimentos em acabamento da construção.
1.5 JUTIFICATIVA
Figura 3 – Diagrama estabelecido pelo CRAT Terre das diferentes famílias de sistema de
construção antigas e modernas, que usam terra como matéria-prima (Fernandes, 2006)
Neste capitulo são apresentados com maior eixo as técnicas construtivas que
foram centro de estudo no presente trabalho experimental, embora existam mais
técnicas construtivas em terra. Na Figura 2.3 é exibido o diagrama definido pelo
CRATerre das diversas famílias de sistema de construção antigos e modernos, que
usam terra como matéria- prima.
Pode perceber o uso deste tipo de prática tanto em construções antigas como
em construções atuais, sendo que em geral a argamassa de assentamento usada é
muito similar à pasta usada nos adobes. A norma peruana NTE E 080
(sencico,2000) sugere a seguinte composição granulométrica para o material dos
adobes: argila 10% a 20%, silte 15% a 25% e areia 55% a 70%.
2.7 BLOCOS DE TERRA COZIDA (TIJOLO MACIÇO)
2.8 MATERIAIS
2.8.1. Solo
Dado que a reação do solo varia em função da porção dos seus componentes
é primordial resultar à sua caracterização. Para esse fim são feitos ensaios
laboratoriais que destinam-se a estudar a granulometria das partículas (análise
granulométrica), definem os limites de consistência, definir o teor de água óptimo
para o qual se ganha a máxima compacidade do solo (ensaio do Proctor), entre
outros.
O grupo CRAterre classificou os solos segundo vários critérios, referidos por
Doat et al(1979). Tais classificações serão apresentadas de seguida no presente
trabalho. A classificação segundo a massa volumétrica seca dos solos
posteriormente a compactação (obtida no ensaio de Proctor), representada na
Tabela 5, separam-se em quatro intervalos de valores que correspondem a classes
entre medíocre e excepcional.
Tabela 5 – Massa volumétrica seca após compactação (Doat et al 1979)
1650-1760 Medíocre
2100-2200 Excelente
2200-2400 Excepcional
IP Plasticidade
5-10 Fraca
10-20 Média
>20 Forte
1,25-2,0 Ativa
Seixo 60 a 2mm
Arei 2 a 0.06mm
Nem todos os solos são apropriados à construção em terra, ou por outro lado,
poderão ser apropriados a colocar numa determinada pratica construtiva, mas não
aplicável à outra. Dessa maneira, com vista a melhorar as características dos solos,
estes poderão ser consolidado (Gomes, 2013). A consolidação pode ser mecânica,
física ou química e equivale na alteração das características do solo de forma a
torna-los aptos à função num determinado tipo de técnica construtiva (Torgal et al.,
2014).
A consolidação mecânica baseia- se na compactação do solo de forma a
originar um rearranjo das partículas e reduzir os vazios.
A consolidação física baseia-se através da adição de fibras no solo, tais como
cânhamo, casca de arroz, palha, entre outro, ou pela correção da composição
granulométrica do solo. Por precisão da granulometria, pode-se dizes, que quando o
solo é muito argiloso e plástico, pode ser adicionado material arenoso. O adverso
também é valido.
A consolidação química baseia-se na adição de ligantes (cimento ou cais) ou
aditivos aos solos.
No capito seguinte são apresentadas as reações que acontece na
consolidação química com cal e com cimento.
3. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Na figura 5, mostra-se o local utilizado para lançamento de entulhos em Ilha Solteira- SP.
Pode-se falar que os tijolos presados de terra crua é uma forma “recente” de
utilização da terra como material de construção. Isto porque a terra, material milenar,
só passou a ser usado na maneira comprimida por equipamentos da década de 50,
quando o pesquisador Colombiano, G. Ramires, teve a concepção de elaborar uma
prensa manual para a fabricação de tijolos. Esta tornou-se mundialmente popular
como prensa CINVA-RAM (Figura 5), sendo o principal nome do organismo da
habitação popular do Chile no qual Ramires atuava.
Figura 7 – Prensa manual que produz três tijolos ao mesmo tempo: pouca pressão de
compactação
Figura 8 - Prensa GEO 50, surpreendente funcionamento.
Estudo desenvolvido sobre o tema inicia na França, no início dos anos 80.
Inúmeras publicação divulgação sobre o tema foram originadas da Ecole Nationale
de Travaux Publics de I’Etat (ENTPE) [6-13], com a qual a Universidade Federal da
Paraíba conserva cooperação.
No momento atual um professor desta última situa-se na instituição francesa
fazendo doutorado no tema de construção em terra crua. Desde fins da década de
oitenta que o material terra crua tem sido estudado na Universidade Federal da
Paraíba [14-23], que também trabalha em cooperação com o Politecnico di Torinom
no assunto [24-26].
Resumidamente, pode-se dizer que, com relação à qualidade dos tijolos
prensados, ela consiste de:
- Tipo de terra
- Umidade de moldagem
- Tipo de prensa
- cura
Tipo de prensa
No topo da parede, que condiz á altura das portas e janelas, passa-se uma
cinta de concreto (Figura 12), Para casas populares, com unicamente um ferro de
6.3 mm. Esta passa por onde há parede, amarrando toda edificação. Os ressaltos
acima do tijolo mostram uma excelente acomodação com a cinta e com a parede.
Figura 12- Casa popular com tijolo de solo-cimento
A respeito das portas e janelas, para simplificar, pode-se usar elementos pré-
fabricados, reforçados com aço ou mesmo com materiais vegetais como o bambu ou
outro produto da localidade. Respeitando-se devido comprimento de ancoragem,
alcança-se uma boa ligação com o restante das cintas. Acima da cinta vem o
madeiramento e cobertura. Caso se queira um maior pé direito acima da cinta
precisam-se posicionar mais fiadas sobre a mesma. Lembra-se que o assentamento
do tijolo no concreto seja feito com argamassa cimento-areia. Preferências estão
sendo ensaiadas no sentido de baratear o telhado com telhas à base de cimento a
serem fabricadas também pelos devidos moradores. Está-se buscando desenvolver
coberturas reforçadas com fibras de sisal. No telhado, é recomendado deixar um
considerável beiral, de pelo menos 50 cm de forma a resguardar a parede da ação
das chuvas. Um acabamento final das paredes é feito preenchendo-se os pequenos
vazios que podem surgir entre as fiadas com uma massa de terra peneirada
misturada com cimento e água. Executando-se a uma limpeza correta, nenhum
revestimento é preciso. A aparência final dos muros tem um resultado muito
agradável, sendo a pintura uma opção do morador. Para ficar mais econômica a
construção, até mesmo os arcos de porta são fabricados em argamassa. Em todas
as etapas a assistência de um técnico é precisa.
5.1 EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO
Essa prática construtiva foi empregada com êxito em uma favela no Estado
da Paraiba (Figura 13) e foram executadas mais de 40 casas de terra, além de um
centro comunitário e uma creche. Apesar das péssimas condições de vida, encontra-
se nesse meio pobríssimas pessoas que conseguem aprender bem a engenharia.
Produzir os tijolos, quase todos aprendem, todavia levantar a alvenaria com
excelência já não são todos capazes.
O tijolo ecológico chega a ser até seis vezes resistente que o tijolo cerâmico
(1Mpa), e por Norma Técnica Brasileira, é necessário possuir no mínimo o dobro
da resistência (2Mpa).
5.2.5 Características especiais de construção
Em instalações hidráulicas
O uso de ferragens pode chagar até 50%, pois não há utilização de pilares,
vergas e contra vergas de concreto.
Nas portas e janelas, recomenda-se a distribuição de colunas ao longo da
construção, facilitando a distribuição dos pilares seguindo a ordem da figura abaixo.
(conclusão)
Tabela 15: Alvenaria de tijolo solo-cimento, dimensões 6,25x12,5x25 cm
embutido, barra de aço 5/16” e grout, executada com andaime.
Tabela 18: Emboço para parede externa com argamassa mista de cimento, cal
hidratada e areia sem peneira traço 1:2:6. e=20mm
O emboço para parede interna, incluso na Tabela 13, será apontado apenas
nas área úmidas da alvenaria estrutural com blocos de concreto e em todas as
paredes da alvenaria com blocos cerâmicos.
Tabela 19: Emboço para parede interna com argamassa mista de cimento.
Cal hidratada e areia sem peneira traço 1:2:6. e= 20mm
Tabela 22: Pintura com tinta látex acrílica em parede externa, sem massa corrida.