Você está na página 1de 16

Accelerat ing t he world's research.

Influência do Empacotamento dos


Agregados na Resistência e na
Durabilidade do Concreto Influence
of Packing the ...
Marcio Fonseca

Related papers Download a PDF Pack of t he best relat ed papers 

Est udo Da Viabilidade Técnica De Produção Do Concret o De Alt o Desempenho Ut ilizando Agre…
Rodrigo C Francisco

Análise t écnica e econômica de concret os aut o-adensáveis com níveis semelhant es de resist ência à…
Carina St olz

VIABILIDADE DA UT ILIZAÇÃO DO CONCRET O DE ALT O DESEMPENHO


Marcos O Valin Jr
Influência do Empacotamento dos Agregados na Resistência e na
Durabilidade do Concreto
Influence of Packing the Aggregates on the Strength and Durability of Concrete

Cabral, Alex Miranda (1); Albuquerque, Albéria Cavalcanti de (2); Lima, Sandra Maria de (3)

Aluno do Curso de Tecnologia em Controle de Obras, IFMT – Campus Cuiabá, mta.miranda086@gmail.com


Doutora, Departamento da Área da Construção Civil, IFMT, Cuiabá, alberia.albuquerque@cba.ifmt.edu.br
Doutora, Departamento da Área da Construção Civil, IFMT, Cuiabá, sandra.lima@cba.ifmt.edu.br

Resumo
Diversos estudos têm comprovado a relevância dos agregados para o desenvolvimento da tecnologia do
concreto quer seja em termos de durabilidade, resistência mecânica ou estabilidade dimensional. O efeito
do empacotamento dos agregados na resistência mecânica e na durabilidade de concretos foi avaliada a
partir da comparação do desempenho entre concretos de referência, dosados com a utilização de uma
única graduação de agregado graúdo, e concretos com empacotamento, dosados com a utilização de
diferentes graduações em diferentes combinações. Observou-se que os concretos contendo diferentes
granulometrias de agregados, de modo a minimizar o volume de vazios entre os grãos, apresentaram
desempenho semelhante aos concretos de referência, sem empacotamento.

Palavra-Chave: Concreto. Resistência mecânica. Durabilidade. Empacotamento.

Abstract
Several studies have proven the relevance of aggregates for the development of concrete technology either
the durability, the mechanical strength and the dimensional stability A control mix (containing a single coarse
aggregate) was investigated against mixes made with coarse aggregates packed, in order to evaluate the
influence of packing the aggregates on the durability and mechanical performance. The results showed that
the concrete aggregate with different particle sizes, so as to minimize the volume of voids between the
grains, showed similar performance to the reference concrete without packaging.

Keywords: Concrete. Mechanical strength. Durability. Packing.

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 1


1. Introdução
Nos últimos anos, o interesse pelo empacotamento das partículas aumentou nas
diferentes áreas da engenharia. Esse interesse pode ser explicado pelo fato de que uma
grande parte dos materiais naturais ou industriais com os quais lidamos diariamente são -
ou contém - partículas de diferentes formas e tamanhos. Nesse campo de ação, as
“partículas” são consideradas como os grãos de agregados, minerais, metais ou pós
químicos, solos, moléculas, poros ou rochas. Assim, o comportamento de tais materiais
depende parcialmente das propriedades das partes que o compõem e parcialmente das
interações entre elas (STROEVEN and STROEVEN, 1999).

O estudo do empacotamento de partículas pode ser definido como o problema da correta


seleção da proporção e do tamanho adequado dos materiais particulados, de forma que
os vazios maiores sejam preenchidos por partículas menores, cujos vazios serão
novamente preenchidos com partículas ainda menores e assim sucessivamente. Sendo
assim, o projeto da distribuição de tamanho de partículas é de fundamental importância,
pois promove o empacotamento e, juntamente com o fluido, define as propriedades
reológicas do material durante o processo de mistura e quando no estado fresco
(CASTRO and PANDOLFELLI, 2009).

Libório (2004) apresenta as principais propriedades dos agregados e enumera parâmetros


que auxiliam na escolha ou mesmo adequação dos agregados para o projeto de um
concreto de alto desempenho, de acordo com o que segue: Os agregados miúdos podem
ser naturais ou artificiais. Convencionalmente apresentam partículas que variam de 75µm
a 4,8mm. Os agregados artificiais são as argilas ou folhelhos expandidos. As massas
unitárias das areias geralmente variam entre 1520 kg/m3 a 1680 kg/m3. Os agregados
leves têm massa unitária menor que 1120 kg/m3, enquanto os agregados pesados
poderão apresentar massa unitária até 2200kg/m3. Os agregados graúdos são
constituídos por partículas com dimensões que variam entre 4,8 mm e 150 mm. Podem
ser naturais ou artificiais. Os agregados naturais para utilização em concretos são em sua
maioria derivados de rochas carbonáticas (2/3) e os restantes são arenitos, granito,
diorito, gabro e basalto. Os agregados naturais são compostos por vários minerais. As
substâncias deletérias são aquelas que podem alterar a trabalhabilidade, pega e
endurecimento do concreto. Os agregados graúdos, tal quais outros materiais, devem ser
analisados quanto a conter agentes agressivos e deletérios.

Da mesma forma que os agregados miúdos, a forma dos agregados graúdos poderá
interferir na resistência do concreto e ainda, criar grandes falhas no concreto. A
granulometria do agregado influencia na quantidade de água, para uma mesma
consistência. Agregados mais finos, de angulosidade parecidas, exigem quantidade de
água maior. Isso indica que a forma do agregado influencia na consistência. Agregados
mais angulosos promovem uma menor consistência. É possível então se obter maior
consistência, para uma mesma quantidade de água, com agregados mais finos, porém
com um bom índice de forma (PANDOFELLI et al., 2000).

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 2


Todas estas questões referentes à escolha dos agregados afetam a qualidade da
microestrutura do concreto, mais precisamente a zona de transição entre agregados e
pasta de cimento. Mehta e Monteiro (1994) consideram o estudo desta fase do concreto,
a zona de transição, a descoberta da causa para uma série de questões relacionadas ao
comportamento de concretos e argamassas.

A influência da granulometria, da combinação de agregados e da proporção dos mesmos


na produção de concretos será tratada neste trabalho procurando-se definir uma
combinação ótima que proporcione maior resistência e durabilidade.

2. Materiais e Métodos
2.1 Materiais
Os materiais utilizados foram escolhidos de acordo com a disponibilidade existente na
região de Cuiabá (MT, Brasil), sendo utilizados agregados naturais de diferentes
granulometrias. Na Figura 1 está representado o aspecto dos agregados graúdos
(calcário) e na Tabela 1 são apresentados os resultados dos ensaios de caracterização
dos agregados graúdos e da areia natural. Nas Figuras 2 e 3 encontram-se as curvas
granulométricas dos agregados graúdos e da areia natural, respectivamente.

Figura 1- Agregados naturais utilizados.

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 3


Tabela 1 – Características dos Agregados Naturais Utilizados
AGREGADO NATURAL
PROPRIEDADES
AREIA BRITA N°1 BRITA 9,5 BRITA 6,3 Normas
Diâmetro Máximo (mm) 2,4 19,0 9,5 6,3 NBR NM 248
Módulo de Finura 2,58 6,68 5,15 4,58 NBR NM 248
Massa Específica (g/cm³) 2,64 2,64 2,64 2,64 NBR NM 248
Massa Unitária Solta (kg/m³) 1620 1490 1460 1430 NBR NM 45
Massa Unitária Compactada (kg/m³) 1670 1630 1610 1540 NBR NM 45

Figura 2- Curva Granulométrica dos Agregados Graúdos Naturais.

Figura 3- Curva Granulométrica do Agregado Miúdo Natural.

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 4


2.2 Empacotamento dos Agregados Graúdos

Após a caracterização dos materiais, foram estudadas as melhores composições de


mistura entre eles. No presente trabalho foi usado o método pratico indicado por Paulo
Helene e Terzian (1992). O empacotamento dos agregados graúdos consiste na
determinação experimental da massa unitária no estado compactado seco de diferentes
de agregados com diferentes granulometrias combinados em diferentes proporções,
visando a proporção com a maior massa unitária.

Na Figura 4 são exibidas fotos com a seqüência de execução do ensaio de


empacotamento da brita 19,0 com a brita 9,5, para determinar a composição com a maior
massa unitária possível. O mesmo método foi utilizado para determinar o empacotamento
de mais seis combinações entre as britas.

Figura 4 - Determinação da massa unitária compactada seca – Método Helene e Terzian (1992).

Na Tabela 2 observa-se que foi possível determinar a combinação de acordo com a maior
massa unitária encontrada, ou seja, foi determinada a melhor proporção entre os
componentes que corresponde àquela com a maior massa unitária, indicando a melhor
condição de preenchimento dos vazios entre as partículas.

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 5


Tabela 2 - Resultado do empacotamento dos agregados.

Composição dos Massa


Traço Brita 19 Brita 9,5 Brita 6,3
Agregados Graúdos Unitária

E1 Brita 1 + Brita 9,5 60% 40% - 1,78kg/dm³


E2 Brita 1 + Brita 9,5 + Brita 6,3 70% 18% 12% 1,78kg/dm³

E3 Brita 9,5 + Brita 6,3 - 60% 40% 1,78kg/dm³

2.3 Dosagem de Concreto

Para a dosagem do concreto utilizou-se o método IPT/EPUSP, HELENE e TERZIAN


(1992). O arranjo experimental foi operado de tal forma a consistir a dosagem de cinco
traços de concreto de cimento Portland (CP IV-32 RS) cuja massa especifica é de
3,25g/cm³, ambos com a utilização de 0,5% do aditivo superplastificante Sikament 815.
Sendo divididos em dois grupos:

Grupo 1: Traços de concreto que têm por base a brita de 19mm. Sendo R1 apenas com a
brita 19mm e sem empacotamento, o traço referencia. E dois traços com empacotamento
de agregado graúdo, traços E1 e E2, conforme o Quadro 1.

Quadro 1- Representação da proporção de agregados graúdos para o grupo 1.


Traço de Concreto Brita 19mm Brita 9,5mm Brita 6,3mm
R1 100% - -
Grupo 1
E1 70% 30% -
E2 70% 18% 12%

Grupo 2: Traços de concreto que têm por base a brita de 9,5mm. Sendo R2 apenas com
a brita de 9,5mm e sem empacotamento. E outro traço com empacotamento de agregado
graúdo, o traço E3, conforme o Quadro 2.

Quadro 2- Representação da proporção de agregados graúdos para o grupo 2..


Traço de Concreto Brita 9,5mm Brita 6,3mm
Grupo 2 R2 100% -
E3 60% 40%

Todos os concretos foram preparados em betoneira estacionária e a consistência foi


determinada pelo abatimento do tronco de cone, conforme NBR NM 67. Nas figuras 5 e 6
é possível observar os procedimentos de mistura do concreto e de verificação da
consistência, respectivamente.

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 6


Figura 5 - Preparo do concreto em betoneira. Figura 6 – Determinação da consistência pelo
abatimento do tronco de cone.

O estudo de dosagem dos traços de concreto dos grupos 1 e 2, foi iniciado pela
determinação do teor de argamassa, através de tentativas segundo (Helene e Terzian
1992). A composição final dos traços pode ser observada na Tabela 3.

Tabela 3 – Parâmetros da dosagem dos traços do Grupo 1 e do Grupo 2.

Grupo 1 Grupo 2
Características
Dosagem do
Concreto
R1 E1 E2 R2 E3

1:M (kg) 1:5,0 1:5,0 1:5,0 1:5,0 1:5,0

1:a:p:a/agl 1:2,18:2,82:0,58 1:2,18:2,82:0,57 1:2,30:2,70:0,57 1:2,30:2,70:0,63 1:2,30:2,70:0,62


Sikament 815
0,50 0,50 0,50 0,5 0,5
(%)
Consumo de
360,81 362,11 362,11 354,41 363,43
cimento (kg/m³)
Teor de
53 53 55 55 55
argamassa (%)
Consistência
85 81 88 85 88
(mm)

Após a dosagem dos traços de concreto, foram moldados corpos-de-prova de 100 mm de


diâmetro e 200 mm de altura, utilizando-se como método a NBR 5738, conforme a figura
7. Após desmoldagem os corpos-de-prova foram mantidos em cura imersa em água com
cal até as datas de ensaio. Foram moldados 15 corpos-de-prova para cada traço, a fim
de determinar a resistência à compressão, resistência à tração por compressão diametral,
absorção, massa específica e índice de vazios.

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 7


Figura 7- Moldagem de corpo-de-prova.

2.4 Ensaios com Concreto Endurecido

Os ensaios de resistência à compressão axial foram realizados segundo a NBR 5739


(Figura 8). Foram testados todos os traços aos 7, 14 e 28 dias, sendo dois corpos-de-
prova por idade para cada traço.

Os ensaios de resistência à tração por compressão diametral foram realizados segundo a


NBR 7222 (Figura 9). Foram testados todos os traços aos 7, 14 e 28 dias, sendo dois
corpos-de-prova por idade para cada traço.

Os ensaios de absorção massa específica e índice de vazios foram realizados segundo a


NBR 9778. Foram testados todos os traços aos 28 dias, sendo três corpos-de-prova para
cada traço.

Figura 8- Corpo-de-prova sendo rompido Figura 9- Corpo-de-prova sendo rompido


axialmente. diametralmente.

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 8


3. Resultados e Discussões

3.1 Concretos do Grupo 1

Encontra-se na figura 10 os maiores resultados dos ensaios de resistência à compressão


axial conforme a NBR 5739 (ABNT, 2007), nas idades de 7, 14 e 28 dias.

Figura 10 - Resistência à compressão axial dos concretos do grupo 1.

Com base nos resultados dos ensaios da compressão a tração axial dos traços do grupo
1, pode-se observar que o maior resultado dos corpos-de-prova rompidos aos 28 dias
corresponde ao traço E2, com resistência igual a 32,50Mpa, contra 31Mpa do traço
referencia R1 e 31,30 do traço E1. Ou seja, o traço E2 foi aquele que teve a maior mistura
de agregados graúdos em sua composição, portanto o maior empacotamento dos seus
agregados graúdos.

Na figura 11 encontram-se os maiores resultados dos ensaios de resistência à tração por


compressão diametral conforme a NBR 5739 (ABNT, 2007), nas idades de 7, 14 e 28
dias. De acordo com os resultados obtidos nos ensaios da resistência a compressão
diametral das dosagens referentes ao grupo 1, o traço de concreto que apresentou a
maior resultado aos 28 dias, foi o R3, que obteve resultado igual a 2,76MPa. Ou seja, o
traço R2 (sem empacotamento de agregado graúdo) teve desempenho inferior ao traço
com empacotamento dos agregados graúdos.

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 9


Figura 11 - Resistência à tração por compressão diametral dos traços do grupo 1.

Os resultados dos ensaios de absorção de água, massa específica e índice de vazios dos
corpos-de-prova do grupo 1, encontram-se na Tabela 5. Nas Figuras 12 e 13 estão
apresentados gráficos que mostram a correlação entre esses resultados e os resultados
de resistência à compressão e resistência à tração por compressão diametral,
respectivamente.

Tabela 5 – Absorção de água, massa específica e índice de vazios dos traços do Grupo 1.
Massa Especifica do Concreto
Traço (Grupo Absorção (g/cm³) Índice de vazios
1) % Estado %
Estado Saturado
Seco
R1 8,25 2,12 2,39 17,01
E1 8,00 2,21 2,35 16,97
E2 7,88 2,31 2,29 16,84

Na Tabela 5 pode-se observar que os resultados de absorção dos corpos-de-prova


fabricados com empacotamento de agregados graúdos, apresentaram menor absorção de
água que o traço referência R1. Consequentemente, como era esperado, os resultados de
índice de vazios se apresentaram diretamente proporcionais à absorção de água e a
massa específica mostrou-se inversamente proporcional à absorção de água e ao índice
de vazios. O traço de concreto E2 obteve o menor índice de vazios 16,84% e maior
massa especifica igual a 2,31g/cm³, ou seja, o empacotamento dos agregados graúdos

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 10


possibilitou a diminuição do índice de vazios, já que o traço R1 (sem empacotamento)
teve o maior índice de vazios 17,01%, contra o traço E2.

Figura 12 – Correlação entre a absorção de água e a resistência à compressão dos traços do grupo 1.

Figura 13 – Correlação entre o índice de vazios e a resistência à compressão dos traços do grupo 1.

Com base nas Figuras 12 e 13, tem-se que a absorção de água e o índice de vazios,
respectivamente, mostraram-se inversamente proporcionais à resistência a compressão
axial, ou seja, o traço E2 apresentou a menor absorção de água, 7,88%, e logo possui a
maior resistência a compressão axial.

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 11


3.2 Concretos do Grupo 2

Encontra-se na Figura 14 os maiores resultados dos ensaios de resistência à compressão


axial conforme a NBR 5739 (ABNT, 2007), nas idades de 7, 14 e 28 dias. Observa-se que
o traço do grupo 2 que apresentou a maior resistência à compressão axial, foi o E3, que
obteve resultado igual a 28,14Mpa. Ou seja, o traço R2 (sem empacotamento de
agregado graúdo) teve desempenho inferior ao traço com empacotamento dos agregados
graúdos.

R2

Figura 14- Resistência à compressão axial dos concretos do grupo 2.

Na Figura 15 tem-se os maiores resultados dos ensaios de resistência à tração por


compressão diametral conforme a NBR 5739 (ABNT, 2007), nas idades de 7, 14 e 28
dias. De acordo com os resultados obtidos, o traço de concreto que apresentou o maior
resultado aos 28 dias, foi o E3, que obteve resultado igual a 2,40Mpa. Ou seja, o traço R2
(sem empacotamento de agregado graúdo) teve desempenho inferior ao traço com
empacotamento dos agregados graúdos.

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 12


Figura 15- Resistência à tração por compressão diametral dos traços do grupo 2.

Os resultados dos ensaios de absorção de água, massa específica e índice de vazios dos
corpos-de-prova do grupo 2, encontram-se na Tabela 6. Nas Figuras 16 e 17 estão
apresentados gráficos que mostram a correlação entre esses resultados e os resultados
de resistência à compressão e resistência à tração por compressão diametral,
respectivamente.

Tabela 6 – Absorção de água, massa específica e índice de vazios dos traços do grupo 2.
Massa Especifica do Concreto (g/cm³)
Traço Absorção % Índice de Vazios %
Estado Seco Estado Saturado
R2 8,72 2,14 2,34 18,66
E3 8,28 2,16 2,32 17,91

Com base nos resultados da Tabela 6, pode-se observar que o traço de concreto de
concreto E3 teve índice de vazios igual a 17,91% e massa especifica em estado seco
igual a 2,16g/cm³, ou seja, enquanto que o traço que não teve empacotamento de
agregado, traço R2, apresentou índice de vazios igual a 18,66% e massa especifica em
estado seco de 2,14g/cm³. Ou seja, o empacotamento dos agregados graúdos reduziu o
índice de vazios do traço E3 em relação ao traço R2 (sem empacotamento).

Em relação às Figuras 16 e 17, observa-se no Grupo 2 um comportamento semelhante ao


Grupo 1, ou seja, a absorção de água e o índice de vazios mostraram-se inversamente
proporcionais à resistência a compressão axial.

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 13


Figura 16 – Correlação entre a absorção de água e a resistência à compressão dos traços do grupo 2.

17,91 18,66

Figura 17 – Correlação entre o índice de vazios e a resistência à compressão dos traços do grupo 2.

4 Conclusão

Traços de concreto com e sem empacotamento dos agregados foram avaliados quanto ao
desempenho mecânico e de durabilidade. Observou-se que os traços com
empacotamento dos agregados resultaram em concretos com características de
durabilidade e de resistência semelhantes aos concretos de referência (sem
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 14
empacotamento). Essa constatação se dá em função de não se ter observado melhorias
significativas nos resultados dos ensaios de absorção, massa específica e índice de
vazios, nem nos resultados de resistência à compressão axial e resistência à tração por
compressão diametral.

5 Referências

AÏTCIN, P.C. Concreto de alto desempenho. Tradução de Geraldo G. Serra. São Paulo:
Pini, 2000. 667 p.
CASTRO, A.L., PANDOLFELLI, V.C. Revisão: Conceitos de dispersão e
empacotamento de partículas para a produção de concretos especiais aplicados na
construção civil. Cerâmica 55 (2009) 18-32.

HELENE, P.R.L.; TERZIAN, P. Manual de dosagem e controle do concreto.2. São


Paulo: Pini, 1992. 349 p.
LIMA, S.M.DE. Concreto de alto desempenho para ambientes com baixas temperaturas.
2006. 216 p + anexos. Dissertação (Mestrado). Departamento de Engenharia de
Estruturas. EESC, Universidade de São Paulo, 2006.
MEHTA, P.K.; MONTEIRO, P.J.M. Concreto: estrutura, propriedades e materiais. São
Paulo: Pini, 1994. 573 p.
MELO, A.B. Influência de cura térmica (vapor) sob pressão atmosférica no
desenvolvimento da microestrutura dos concretos de cimento Portland. 2000. 245f. +
anexos. Tese (Doutorado) - Interunidades em Ciências e Engenharia de Materiais, EESC
/ IQSC/ IFSC, Universidade de São Paulo, 2000.
NEVILLE, A.M. Propriedades do concreto. Tradução Eng. Salvador E. Giammusso. 2.
São Paulo: Pini, 1997. 828 p.
PANDOLFELLI, V.C.; PILEGGI, R.G.; STUDART, A.; OLIVEIRA, I.R.DE. Dispersão e
empacotamento de partículas: princípios e aplicações em processamento cerâmico.
São Paulo: Fazendo Arte, 2000. 224 p.
SILVA, I.J. Contribuição ao estudo dos concretos de elevado desempenho:
propriedades mecânicas, durabilidade e microestrutura. 2000. 279 f. Tese
(Doutorado) – Interunidades em Ciências e Engenharia de Materiais, EESC / IQSC/ IFSC,
Universidade de São Paulo, 2000.
STROEVEN, P., STROEVEN, M. SPACE system for simulation of aggregated matter
application to cement hydration, Cem. Concr. Res. 29, 8 (1999) 1299-1304.

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 15

Você também pode gostar