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Est udo Da Viabilidade Técnica De Produção Do Concret o De Alt o Desempenho Ut ilizando Agre…
Rodrigo C Francisco
Análise t écnica e econômica de concret os aut o-adensáveis com níveis semelhant es de resist ência à…
Carina St olz
Cabral, Alex Miranda (1); Albuquerque, Albéria Cavalcanti de (2); Lima, Sandra Maria de (3)
Resumo
Diversos estudos têm comprovado a relevância dos agregados para o desenvolvimento da tecnologia do
concreto quer seja em termos de durabilidade, resistência mecânica ou estabilidade dimensional. O efeito
do empacotamento dos agregados na resistência mecânica e na durabilidade de concretos foi avaliada a
partir da comparação do desempenho entre concretos de referência, dosados com a utilização de uma
única graduação de agregado graúdo, e concretos com empacotamento, dosados com a utilização de
diferentes graduações em diferentes combinações. Observou-se que os concretos contendo diferentes
granulometrias de agregados, de modo a minimizar o volume de vazios entre os grãos, apresentaram
desempenho semelhante aos concretos de referência, sem empacotamento.
Abstract
Several studies have proven the relevance of aggregates for the development of concrete technology either
the durability, the mechanical strength and the dimensional stability A control mix (containing a single coarse
aggregate) was investigated against mixes made with coarse aggregates packed, in order to evaluate the
influence of packing the aggregates on the durability and mechanical performance. The results showed that
the concrete aggregate with different particle sizes, so as to minimize the volume of voids between the
grains, showed similar performance to the reference concrete without packaging.
Da mesma forma que os agregados miúdos, a forma dos agregados graúdos poderá
interferir na resistência do concreto e ainda, criar grandes falhas no concreto. A
granulometria do agregado influencia na quantidade de água, para uma mesma
consistência. Agregados mais finos, de angulosidade parecidas, exigem quantidade de
água maior. Isso indica que a forma do agregado influencia na consistência. Agregados
mais angulosos promovem uma menor consistência. É possível então se obter maior
consistência, para uma mesma quantidade de água, com agregados mais finos, porém
com um bom índice de forma (PANDOFELLI et al., 2000).
2. Materiais e Métodos
2.1 Materiais
Os materiais utilizados foram escolhidos de acordo com a disponibilidade existente na
região de Cuiabá (MT, Brasil), sendo utilizados agregados naturais de diferentes
granulometrias. Na Figura 1 está representado o aspecto dos agregados graúdos
(calcário) e na Tabela 1 são apresentados os resultados dos ensaios de caracterização
dos agregados graúdos e da areia natural. Nas Figuras 2 e 3 encontram-se as curvas
granulométricas dos agregados graúdos e da areia natural, respectivamente.
Figura 4 - Determinação da massa unitária compactada seca – Método Helene e Terzian (1992).
Na Tabela 2 observa-se que foi possível determinar a combinação de acordo com a maior
massa unitária encontrada, ou seja, foi determinada a melhor proporção entre os
componentes que corresponde àquela com a maior massa unitária, indicando a melhor
condição de preenchimento dos vazios entre as partículas.
Grupo 1: Traços de concreto que têm por base a brita de 19mm. Sendo R1 apenas com a
brita 19mm e sem empacotamento, o traço referencia. E dois traços com empacotamento
de agregado graúdo, traços E1 e E2, conforme o Quadro 1.
Grupo 2: Traços de concreto que têm por base a brita de 9,5mm. Sendo R2 apenas com
a brita de 9,5mm e sem empacotamento. E outro traço com empacotamento de agregado
graúdo, o traço E3, conforme o Quadro 2.
O estudo de dosagem dos traços de concreto dos grupos 1 e 2, foi iniciado pela
determinação do teor de argamassa, através de tentativas segundo (Helene e Terzian
1992). A composição final dos traços pode ser observada na Tabela 3.
Grupo 1 Grupo 2
Características
Dosagem do
Concreto
R1 E1 E2 R2 E3
Com base nos resultados dos ensaios da compressão a tração axial dos traços do grupo
1, pode-se observar que o maior resultado dos corpos-de-prova rompidos aos 28 dias
corresponde ao traço E2, com resistência igual a 32,50Mpa, contra 31Mpa do traço
referencia R1 e 31,30 do traço E1. Ou seja, o traço E2 foi aquele que teve a maior mistura
de agregados graúdos em sua composição, portanto o maior empacotamento dos seus
agregados graúdos.
Os resultados dos ensaios de absorção de água, massa específica e índice de vazios dos
corpos-de-prova do grupo 1, encontram-se na Tabela 5. Nas Figuras 12 e 13 estão
apresentados gráficos que mostram a correlação entre esses resultados e os resultados
de resistência à compressão e resistência à tração por compressão diametral,
respectivamente.
Tabela 5 – Absorção de água, massa específica e índice de vazios dos traços do Grupo 1.
Massa Especifica do Concreto
Traço (Grupo Absorção (g/cm³) Índice de vazios
1) % Estado %
Estado Saturado
Seco
R1 8,25 2,12 2,39 17,01
E1 8,00 2,21 2,35 16,97
E2 7,88 2,31 2,29 16,84
Figura 12 – Correlação entre a absorção de água e a resistência à compressão dos traços do grupo 1.
Figura 13 – Correlação entre o índice de vazios e a resistência à compressão dos traços do grupo 1.
Com base nas Figuras 12 e 13, tem-se que a absorção de água e o índice de vazios,
respectivamente, mostraram-se inversamente proporcionais à resistência a compressão
axial, ou seja, o traço E2 apresentou a menor absorção de água, 7,88%, e logo possui a
maior resistência a compressão axial.
R2
Os resultados dos ensaios de absorção de água, massa específica e índice de vazios dos
corpos-de-prova do grupo 2, encontram-se na Tabela 6. Nas Figuras 16 e 17 estão
apresentados gráficos que mostram a correlação entre esses resultados e os resultados
de resistência à compressão e resistência à tração por compressão diametral,
respectivamente.
Tabela 6 – Absorção de água, massa específica e índice de vazios dos traços do grupo 2.
Massa Especifica do Concreto (g/cm³)
Traço Absorção % Índice de Vazios %
Estado Seco Estado Saturado
R2 8,72 2,14 2,34 18,66
E3 8,28 2,16 2,32 17,91
Com base nos resultados da Tabela 6, pode-se observar que o traço de concreto de
concreto E3 teve índice de vazios igual a 17,91% e massa especifica em estado seco
igual a 2,16g/cm³, ou seja, enquanto que o traço que não teve empacotamento de
agregado, traço R2, apresentou índice de vazios igual a 18,66% e massa especifica em
estado seco de 2,14g/cm³. Ou seja, o empacotamento dos agregados graúdos reduziu o
índice de vazios do traço E3 em relação ao traço R2 (sem empacotamento).
17,91 18,66
Figura 17 – Correlação entre o índice de vazios e a resistência à compressão dos traços do grupo 2.
4 Conclusão
Traços de concreto com e sem empacotamento dos agregados foram avaliados quanto ao
desempenho mecânico e de durabilidade. Observou-se que os traços com
empacotamento dos agregados resultaram em concretos com características de
durabilidade e de resistência semelhantes aos concretos de referência (sem
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 14
empacotamento). Essa constatação se dá em função de não se ter observado melhorias
significativas nos resultados dos ensaios de absorção, massa específica e índice de
vazios, nem nos resultados de resistência à compressão axial e resistência à tração por
compressão diametral.
5 Referências
AÏTCIN, P.C. Concreto de alto desempenho. Tradução de Geraldo G. Serra. São Paulo:
Pini, 2000. 667 p.
CASTRO, A.L., PANDOLFELLI, V.C. Revisão: Conceitos de dispersão e
empacotamento de partículas para a produção de concretos especiais aplicados na
construção civil. Cerâmica 55 (2009) 18-32.