Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Bolsista PBIC/UEG, graduada no Curso de Engenharia Agrícola, UNUCET - UEG.
2
Orientador, docente do Curso de Engenharia Agrícola, UNUCET– UEG.
RESUMO
Diante das questões de preservação ambiental, se faz necessária a busca por tecnologias e
materiais que, na sua aplicação agrida menos ao meio ambiente e ao mesmo tempo reduzam
os custos do produto final. Com isso, pesquisadores se atentaram para a possibilidade da
utilização de materiais alternativos de construção como substituição parcial de materiais
industrializados, como o aço, utilizado em armaduras de concreto, as fibras sintéticas e o
cimento. O processo de industrialização desses materiais afeta o meio ambiente e a vida da
população, tanto urbana quanto rural. O objetivo é reaproveitar os materiais residuais de
agroindústrias, sendo inúmeras as formas de utilização e tipos de resíduos vegetais e matéria-
prima de origem orgânica que podem proporcionar ao material de construção bons
desempenhos mecânicos. Para avaliar as propriedades mecânicas do biocreto com adição de
fibras de bananeira foram adicionados ao concreto, teores de fibra de 1,0%, 2,0% e 2,5% em
volume. Moldou-se corpos-de-prova para todas as misturas e realizou-se testes de resistência
à compressão axial e tração por compressão diametral aos 7 e 28 dias. Para contornar a
questão da combustibilidade das fibras e imunizar o compósito ao ataque de fungos e
bactérias foi realizado tratamento de mineralização das fibras de bananeira com calda de
cimento, antes de serem adicionadas ao concreto.
Palavras - chave: Materiais alternativos de construção. Compósitos. Fibras de bananeira.
Introdução
Segundo BERALDO e CHEN (2002), a utilização de materiais de construção à base
de matrizes cimentícias reforçadas por fibras vem aumentando rapidamente e, atualmente, nos
países desenvolvidos, o volume alcançado situa-se ao nível de milhares de toneladas por ano.
Isso se deve ao fato de que com esse tipo de material torna-se possível produzir componentes
de construção leves, com bons desempenhos mecânicos (principalmente absorção de energia
causada por impactos), isolamento termo-acústico e viabilidade econômica.
1
As fibras de bananeira vêm sendo muito utilizadas no artesanato, substituindo outros
produtos e também estão sendo estudadas a aplicação em matrizes cimentícias em
substituição do amianto. Assim, percebe-se o quão importante são as pesquisas voltadas para
utilização, de forma sustentável, das fibras vegetais, já que estudos comprovaram a eficácia
das mesmas.
O uso do concreto com adições de fibras é uma alternativa bastante usada para
alguns tipos de construção porque as fibras, além de melhorar as propriedades do concreto, de
ductilidade, resistência à tração e maior absorção de energia de impacto, também permite
reduzir a armadura convencional. Os materiais fibrosos são compostos por duas fases: as
fibras e a matriz, na qual as fibras são envolvidas. As fibras tradicionalmente empregadas são
as metálicas e em alguns casos, as de polímeros, carbono e as de vidros. Nos concretos de alto
desempenho, as fibras têm sido muito utilizadas principalmente quando se deseja altíssimas
resistências mecânicas (TEIXEIRA, 2006).
O objetivo geral deste trabalho foi avaliar as propriedades mecânicas do concreto
com adição de fibras de bananeira, após passarem por um processo de mineralização.
Materiais e Métodos
2
A mineralização das fibras foi feita em tanque plástico com calda de cimento,
relação de 10/1L de água e cimento, sendo que todo o conteúdo de fibras ficou submerso na
calda por um período de 24 horas. Em seguida foram expostas ao ar para secagem natural e
armazenadas até a incorporação ao concreto.
Foi utilizado um traço padrão de concreto com uma relação água/cimento igual a
0,50, cujo método de ensaio foi de acordo com ALVES (2002), e procedeu-se as adições de
teores de fibra de 0%; 1,0%; 2,0% e 2,5% do volume de concreto.
Os corpos-de-prova foram moldados em moldes cilíndricos com 10cm de diâmetro x
20cm de altura, foram curados segundo NBR 5738 (2003) da ABNT. Os corpos-de-prova
foram rompidos aos sete e vinte e oito dias de idade em Máquina Universal de Ensaios. Os
ensaios de ruptura à compressão simples foram realizados segundo a NBR 5739 (1994) da
ABNT, já os ensaios de ruptura à tração por compressão diametral foram realizados segundo a
NBR 7222 (1994) da ABNT.
Resultados e Discussão
3
A Tabela 2 apresenta resultados de resistência e módulo de elasticidade para adição
de cada teor de fibras de bananeira ao concreto. Nota-se que os maiores valores encontrados
de resistência do biocreto, tanto à compressão, quanto à tração, foi do traço de referência, ou
seja, o padrão sem adição de fibras. No entanto, para testes aos 28 dias, o biocreto apresentou
resistências à compressão e à tração com tendência de crescimento para adição de 1,0 e 2,0%
de fibras. Conforme OLIVEIRA (2005) comprovou-se que o teor ótimo de fibras adicionadas,
para o biocreto com idade de 28 dias é de 2,0%.
Comparando-se os resultados obtidos nesse estudo com aqueles encontrados por
SAVASTANO JÚNIOR (2000), pode-se dizer que estes foram satisfatórios, devido aos
maiores valores de resistências encontrados.
Analisando o módulo de elasticidade, verifica-se que houve queda na elasticidade do
concreto com adição de fibras, diminuindo à medida que se aumentava o teor de fibras, ou
seja, a carga aplicada nos corpo-de-prova para que após a deformação voltasse ao seu estado
original foi menor para o aumento do teor de fibras. As Figuras 1, 2 e 3 apresentam melhor os
resultados, mostrando as variações de resistência e elasticidade, quanto aos teores de fibras
adicionadas.
4
Figura 2 Resistência dos corpos-de-prova à tração por compressão diametral
Conclusões
5
Referências Bibliográficas