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1. Generalidades
1.1 Definição
A ABNT apresenta seis tipos de cimento normatizados, sendo que alguns se subdividem
totalizando dez variedades. Cabe ressaltar que a disponibilidade de alguns tipos de cimento
é regional e alguns só são fabricados segundo encomendas especiais.
a) Trabalhabilidade
É a propriedade do concreto fresco que identifica sua maior ou menor aptidão para ser
empregado com determinada finalidade, sem perda de homogeneidade. A trabalhabilidade
apresenta duas propriedades fundamentais: a consistência e a coesão.
Medida da trabalhabilidade
Causas e Controles
A segregação em misturas muito secas pode ser reduzida por um pequeno acréscimo na
quantidade de água da mistura. Na maioria dos casos, entretanto, faz-se necessário uma
atenção especial á granulometria do agregado. Isto pode significar uma diminuição da
dimensão máxima do agregado graúdo e o uso de mais areia ou uma areia mais fina. Um
aumento da quantidade de cimento, o uso de adições minerais e incorporação de ar são
medidas comumente empregadas para combater a tendência se segregação em misturas de
concreto.
A perda de abatimento pode ser definida como a perda de fluidez do concreto fresco com o
passar do tempo. A diminuição do abatimento é um fenômeno normal em todos os
concretos porque resulta do enrijecimento gradual e pega da pasta de cimento Portland
hidratada. Ocorre quando a água livre é consumida no processo de hidratação do cimento,
por adsorsão na superfície e por evaporação.
Importância
Causas e Controle
Algumas horas depois de ter sido lançado, em peças de elevada profundidade, como um
bloco ou pilar, observa-se que a superfície superior do concreto assentou, ou seja, apresenta
seu nível um pouco inferior ao das paredes da forma. Além disso, surgem pequenas fissuras
horizontais. Este fenômeno é denominado retração por pré-endurecimento ou retração pré-
pega ou retração plástica.
Como resultado desta redução de volume, as fissuras se desenvolvem acima das obstruções
para uniformizar o assentamento do concreto. Elas são paralelas entre si, afastadas umas
das outras de 0,3 a 1,0 m e variam de 25 a 50 mm de profundidade.
Causas e Controle
- exsudação;
As reações entre cimento e água são responsáveis pela pega do concreto, embora o tempo
de pega do cimento não seja o mesmo tempo de pega do concreto com ele confeccionado.
A pega do concreto é definida como o início da solidificação de uma mistura fresca de
concreto. Este tempo é arbitrariamente definido por um método de ensaio de resistência à
penetração.
Os tempos de início e fim de pega, não registram mudanças nas características do concreto.
São apenas pontos de referência. O primeiro indica aproximadamente o tempo a partir do
qual o concreto não poderá mais ser misturado, lançado e compactado; o segundo, aponta o
tempo após o qual a taxa de crescimento de resistência passa a ser representativa. Estes
tempos não têm que coincidir com perda de trabalhabilidade e início da resistência
mecânica.
f) Temperatura
a) Massa específica
Com relação à duração do carregamento, este será sempre de curta duração em ensaios com
corpos de prova, conforme será visto mais adiante.
A resistência do concreto não é uma grandeza determinística. Ela está sujeita a dispersões
cujas causas principais são variações aleatórias da composição, das condições de fabricação
e da cura. Além destes fatores aleatórios, existem também influências sistemáticas como:
influência atmosférica (verão/inverno), equipes de trabalho, entre outros.
1 n
f cm = ∑ f ci ,
n i =1
(1.1)
∑ (f ci − f cm )
2
(1.2)
s= i =1
.
n −1
O problema prático que existe é, dado o diagrama de freqüências, determinar um valor que
seja representativo da resistência do concreto. A média aritmética (equação 1) apresenta o
inconveniente de não levar em conta a dispersão da série de valores.
Analisando dois concretos com mesma resistência média e diferente dispersão, não há
dúvidas que o mais seguro é aquele de menor dispersão, pois possui menos pontos com
resistência menor que a média (Figura 2). Desta forma, caso fosse adotada a resistência
média como parâmetro de resistência, dever-se-ia utilizar coeficientes de segurança
variáveis segundo a qualidade de execução do concreto.
fci
fck2 = fck3 fck1
fcm3 fcm1 = fcm2
É uma medida estatística que leva em conta a dispersão de resultados para a resistência à
compressão de um lote de amostra. Define-se como resistência característica do concreto o
valor mínimo estatístico acima do qual ficam situados 95% dos resultados experimentais
(Figura 3).
f ck = f cm − 1,645 s . (1.3)
Resistência à tração
É uma propriedade de difícil determinação direta. Sua importância está ligada à capacidade
resistente da peça (esforço cortante) e à fissuração, além de alguns tipos de aplicação como
é o caso de pavimentos de concreto. Normalmente a resistência a tração é desprezada para
efeito de cálculo. Pode ser determinada de três modos:
2 .P
ft = (1.4)
π .D.L
D
P
P/2
P/2
L/3
L/3 P. L
L/3
f tf = (1.5)
a3
L
a
Figura 6: Representação esquemática do ensaio de tração pura (Fonte: Duarte Filho, 2003)
De acordo com a NBR 6118:2003 (item 8.2.5), a resistência à tração direta fct (tração pura)
pode ser considerada igual a 0,9 fct,sp (resistência obtida no ensaio diametral) ou 0,7 fct,f
(resistência obtida no ensaio de tração na flexão)
Não se deve adotar valores inferiores a 0,7 fctm e nem superiores a 1,3 fctm:
Fatores intervenientes
O concreto é um material que resiste bem aos esforços de compressão e mal aos esforços de
tração. Sua resistência a tração é da ordem de um décimo da resistência à compressão. O
concreto resiste mal ao cisalhamento, em virtude de tensões de distensão que então se
verificam em planos inclinados.
Relação água/cimento
É o principal fator a ser controlado quando se deseja atingir uma determinada resistência.
Diz-se que a resistência do concreto é inversamente proporcional à relação água-cimento.
Esta relação não é linear e pode normalmente ser expressa pela função:
A
f = (1.9)
Ba / c
cj
Idade
A resistência do concreto progride com a idade. Isto pode ser explicado pelo mecanismo de
hidratação do cimento que se processa ao longo do tempo. Para projetos, costuma-se
utilizar a resistência do concreto aos 28 dias como padrão uma vez que, a partir desta idade
(para o cimento Portland Comum), o incremento de resistência é muito pequeno.
Tipo de cimento
Maiores velocidades tendem a gerar valores de resistência mais elevados. Isto ocorre
porque em velocidades mais baixas existe um tempo maior para a propagação de fissuras
que ocorrem durante o carregamento, levando assim o corpo-de-prova ao colapso em níveis
Duração da carga
Para cargas de curta duração, o concreto resiste maiores níveis de carga. A explicação para
isto também reside na velocidade de propagação das fissuras.
c) Permeabilidade e absorção
Enquanto a porosidade se refere à totalidade dos vazios e a absorção é função dos poros que
têm comunicação com o exterior, a permeabilidade tem relação com a continuidade destes
canais.
O concreto é um material que por sua própria constituição é poroso, uma vez que não é
possível preencher completamente todos os vazios existentes entre os agregados, com uma
pasta de cimento. Várias são as razões da porosidade:
- utilização de agregados com um teor maior de finos, desde que estes não
sejam de natureza argilosa.
A deformação de retração pode ser substancialmente reduzida caso se faça uma eficiente
cura (manutenção da umidade do concreto fresco evitando a expulsão prematura da água
quimicamente inerte). Quando esta diminuição não for suficiente, será necessário reduzir a
distância máxima em relação ao centro de dilatação, utilizando-se juntas definitivas na
estrutura (ou juntas de concretagem).
Variação do volume do concreto ainda no estado fresco com a perda de água. Isto ocorre
normalmente em lajes quando a concretagem acontece em climas quentes e/ou sob a ação
de ventos. Provoca fissuras mapeadas. Pode ser prevenida pela proteção da superfície
usando-se lonas para cobri-la logo após a concretagem.
Retração autógena
Variação do volume do concreto endurecido pela saída de água dos poros capilares. O
concreto normalmente é produzido com uma quantidade de água superior à necessária para
a hidratação de seu cimento. Durante o seu processo de endurecimento, parte da água que
inicialmente saturava o material evapora. Dependendo do tamanho dos poros onde esta
água estava alojada, esta saída provoca uma aproximação das partes sólidas do gel de
cimento hidratado, reduzindo seu volume, o que gera fissuras no concreto. Uma maneira de
minimizar o problema é prevenindo a saída precoce da água por meio de procedimentos de
cura, que serão mais bem explicados na unidade III, desta discipliana.
Com a mudança da umidade do concreto, após seu endurecimento, ocorre uma entrada ou
saída de água dos poros capilares que, pelo mesmo motivo descrito no item anterior, faz
com que o concreto aumente ou diminua de volume. Esta contração ou expansão pode ser
prejudicial em alguns casos, causando fissuras no próprio material ou em estruturas
adjacentes. Um exemplo é o caso de alvenaria de blocos de concreto. Se estes blocos são
Uma peça carregada axialmente com pressão constante ao longo do tempo e igual a σc
(Figura 7).
∆L ci σ c
ε ci = = . (1.10)
L E ci
Assim como a retração, a deformação lenta é mais rápida no início, tendo tendência
assintótica com o tempo, atingindo a deformação final após um período de 2 a 3 anos.