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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA - CCET
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Layza Brito Leocádio dos Santos

CIÊNCIA DOS MATERIAIS E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I


PROPRIEDADES FÍSICAS DO CIMENTO PORTLAND:
FINURA, TEMPO DE PEGA E RESISTÊNCIA

Belém – PA
2015
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Ciência dos Materiais e Materiais de Construção I


Turma: 3ENM2
Semestre: 2015/1
Nome: Layza Brito Leocádio dos Santos
Matrícula: 26093933

PROPRIEDADES FÍSICAS DO CIMENTO PORTLAND:


FINURA, TEMPO DE PEGA E RESISTÊNCIA

Trabalho apresentado à Universidade da Amazônia, Centro de Ciências


Exatas e Tecnologia, como um dos pré-requisitos para a conclusão da
disciplina de Ciência dos Materiais e Materiais de Construção I.

Orientador: MSc. José Zacarias S. Junior.

Belém – PA
2015
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................03

1 CIMENTO PORTLAND.........................................................................................04

2 PROPRIEDADES FÍSICAS DO CIMENTO PORTLAND.................................05

2.1 Finura.....................................................................................................................05

2.1.1 Objetivo................................................................................................................06

2.1.2 Materiais e Equipamentos....................................................................................06

2.1.3 Determinação da Finura.......................................................................................07

2.2 Tempo de Pega.......................................................................................................07

2.2.1 Objetivo................................................................................................................08

2.2.2 Materiais e Equipamentos....................................................................................08

2.2.3 Determinação do Tempo de Pega.........................................................................09

2.3 Resistência à Compressão.....................................................................................10

2.3.1 Objetivo................................................................................................................11

2.3.2 Materiais e Equipamentos....................................................................................11

2.3.3 Determinação da Resistência...............................................................................11

CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................14

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................15

ANEXO........................................................................................................................16

ANEXO A - Tabela 1: Exigências Físicas e Mecânicas do Cimento Portland............16

ANEXO B – Relatório de Ensaio..................................................................................17


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INTRODUÇÃO

O Cimento Portland é o material de construção mais utilizado no mundo, tem como


principal matéria-prima rochas calcárias e é obtido pela pulverização de clínquer, constituído
essencialmente de silicatos de cálcio, contendo, eventualmente, adições de certas substâncias
que modificam suas propriedades ou facilitam seu emprego.
Neste trabalho enfatizaremos três propriedades físicas do Cimento Portland que são de
suma importância para seu melhor desempenho e trabalhabilidade, são elas: finura, tempo de
pega e resistência. Para estas propriedades foram feitos ensaios tecnológicos conforme as
exigências das normas brasileiras, para verificar se o tais propriedades do Cimento Portland
utilizado, estão de acordo com as normas.
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1 CIMENTO PORTLAND

O cimento pertence a classe dos materiais classificados como aglomerantes


hidráulicos, esse tipo de material em contato com a água entra em processo físico-químico,
tornando-se um elemento sólido com grande resistência mecânica e resistente a água e a
sulfatos.

A história do cimento inicia-se no Egito antigo, Grécia e Roma, onde as


grandes obras eram construídas com o uso de certas terras de origem vulcânicas, com
propriedades de endurecimento sob a ação da água. Os primeiros aglomerantes usados eram
compostos de cal, areia e cinza vulcânica.

A denominação "cimento Portland", foi dada em 1824 por Joseph Aspdin, um químico
e construtor britânico. Ele queimou conjuntamente pedras calcárias e argila, transformando-as
num pó fino, percebeu que obtinha uma mistura que, após secar, tornava-se tão dura quanto às
pedras empregadas nas construções. A mistura não se dissolvia em água e foi denominada
Cimento Portland, por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às
rochas da ilha britânica de Portland.

Os silicatos de cálcio são os principais constituintes do cimento Portland, as matérias


primas para a fabricação devem possuir cálcio e sílica em proporções adequadas de dosagem.
Com o passar do tempo as propriedades físico-químicas do Cimento Portland tem evoluído
constantemente, inclusive com o emprego de aditivos que melhoram as características do
cimento. Hoje o Cimento Portland é normalizado e existem doze tipos no mercado:

 CP I – Cimento portland comum


 CP I-S – Cimento portland comum com adição
 CP II-E– Cimento portland composto com escória
 CP II-Z – Cimento portland composto com pozolana
 CP II-F – Cimento portland composto com fíler
 CP III – Cimento portland de alto-forno
 CP IV – Cimento portland Pozolânico
 CP V-ARI – Cimento portland de alta resistência inicial
 RS – Cimento Portland Resistente a Sulfatos
 BC – Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação
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 CPB – Cimento Portland Branco


 CPP – Cimento Portland para Poços Petrolíferos

Para os ensaios aqui apresentados, foi utilizado o CP II-Z 32 (Cimento Portland


composto com Pozolana que rompe com 28 dias a partir de 32MPa), ele contém adição de
material pozolânico que varia de 6% à 14% em massa, o que confere ao cimento menor
permeabilidade, sendo ideal para obras subterrâneas, principalmente com presença de água,
inclusive marítimas. O cimento CP II-Z, também pode conter adição de material carbonático
(fíler) no limite máximo de 10% em massa. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento
é a NBR 11578.

2 PROPRIEDADES FÍSICAS DO CIMENTO PORTLAND

As propriedades físicas do cimento Portland são consideradas sob três aspectos


distintos: propriedades do produto em sua condição natural - em pó; da mistura de cimento e
água e proporções convenientes de pasta; e da mistura da pasta com agregado padronizado -
as argamassas.
As propriedades da pasta e argamassa são relacionadas com o comportamento desse
produto quando utilizado, ou seja, as suas propriedades potenciais para a elaboração de
concretos e argamassas.
Essas propriedades se enquadram em processos artificialmente definidos nos métodos
e especificações padronizados, oferecendo sua utilidade para o controle de aceitação do
produto, e para a avaliação de suas qualidades para melhor aplicar aos seus devidos fins.

2.1 FINURA - Peneira 75mm (Nº200)

A finura do cimento está relacionada com o tamanho dos grãos do produto. É


usualmente definida de duas maneiras distintas: pelo tamanho máximo do grão, quando as
especificações estabelecem uma proporção em peso do material retido na operação de
peneiramento em malha de abertura definida; e, alternativamente, pelo valor da superfície
específica (soma das superfícies dos grãos contidos em um grama de cimento). A finura, mais
precisamente a superfície específica do produto, é o fator que governa a velocidade da reação
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de hidratação, e tem também sua influência comprovada em muitas qualidades de pasta, das
argamassas e dos concretos.

Uma das principais razões para fabricar cimentos mais finos, é obtenção de altas
resistências para atender à rapidez cada vez maior na execução das obras, pois o aumento da
finura melhora a resistência, particularmente a resistência da primeira idade.

Diminui a exsudação, fenômeno migratório da água existente na composição para a


superfície do material, levando consigo uma nata de cimento provocando no concreto uma
fraca ligação entre seus materiais, deixando-o suscetível a uma segregação que poderá fazer
com que seus agregados fiquem soltos ou fáceis de remover; e os outros tipos de segregação.

Aumenta - a impermeabilidade que é a resistência à penetração da água ou outros


líquidos e substâncias; a trabalhabilidade definida como o estado que oferece maior ou menor
facilidade nas operações de manuseio com as argamassas e concretos frescos; e a coesão dos
concretos que é responsável pela estabilidade mecânica dos mesmos, antes do início da pega,
e é medida pelo valor de resistência do cisalhamento.

A finura do cimento é determinada naturalmente durante o processo de fabricação para


controle do mesmo, ou também nos ensaios de recepção do produto, que deve estar dentro dos
limites determinados nas especificações correspondentes (verificar tabela 1 em anexo).

2.1.1 Objetivo

Este ensaio tem como objetivo determinar através de testes em laboratório a finura do
cimento Portland utilizando uma peneira de 75mm, executando manualmente o peneiramento
e verificando a porcentagem, em massa, de grãos maiores que 75mm que se encontra retido na
peneira.

Documentos de Referência: ABNT NBR 11579:2012 Versão Corrigida:2013 -


Determinação da finura por meio da peneira75mm (nº 200), NBR 5732 (EB-1) e NBR5733
(EB-2).
2.1.2 Materiais e equipamentos

O cimento avaliado foi o Cimento Portland com Adição de Pozolana (Poty - CP II Z


32), da empresa Votorantim Cimentos, o ensaio foi realizado manualmente, utilizando além
de 50g de cimento, uma balança e um conjunto de peneiramento composto pela peneira de
75mm, do fundo e da tampa.
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2.1.3 Determinação da finura

O peneiramento durou cerca de 15 minutos, e como resultado obtivemos um resíduo


de 3,02g. Utilizamos então a seguinte fórmula:

R
F= .100 %
P

Onde F é a finura a ser determinada através da divisão entre o resíduo (R), e o peso da
amostra (P), multiplicado por 100%.

Substituindo:

3,02
F= .100
50

F=6,04 %

Ao verificar a Tabela 1 em anexo, vemos que para o cimento utilizado (CP II Z 32), a
finura não deve exceder de 12%, como o resultado obtido foi de 6,04%, concluímos que o
cimento utilizado está de acordo com as especificações técnicas.

2.2 TEMPO DE PEGA

Para compreender o tempo de pega, precisamos do conhecimento de três aspectos:


enrijecimento, pega e endurecimento. O enrijecimento é definido pela perda de consistência
da pasta plástica, essa plasticidade é definida pela água livre na pasta, e quando ocorre as
reações químicas de hidratação e a evaporação que utilizam essa água livre, a pasta perde a
plasticidade causando o enrijecimento, seguindo com a pega. A pega é a solidificação da
pasta, que se inicia quando a pasta não é mais trabalhável, esse tempo é o prazo disponível
para as operações de manuseio das argamassas e concretos, ao final desse tempo quando a
pasta já está sólida, os materiais devem permanecer em repouso, em sua posição definitiva,
para permitir o desenvolvimento do endurecimento, que é o ganho de resistência com o passar
do tempo.

A caracterização da pega dos cimentos é feita pela determinação de dois tempos


distintos: o tempo de início e o tempo de fim de pega. Os ensaios são feitos com pasta de
consistência normal, e geralmente, com o aparelho de Vicat.
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A ocorrência da pega do cimento deve-se a relação dos aluminatos e sulfatos, quando a


quantidade de ambos está equilibrada tem-se uma pega normal (iniciada a partir de 60
minutos ou mais), se a quantidade de aluminatos for superior aos sulfatos a pega é tida como
rápida (iniciada entre 10 e 45 minutos), se a quantidade de aluminatos for muito maior
comparada aos sulfatos tem-se a pega instantânea (iniciada em menos de 10 minutos), do
contrário se a quantidade de sulfatos for maior do que os aluminatos, o que raramente
acontece, ocorre então o fenômeno de falsa pega.

Vários motivos podem influenciar na pega do cimento, como por exemplo, a finura,
altas temperaturas e baixa umidade do ar, aumentam a velocidade das reações químicas,
acelerando o tempo de pega. Quando o ambiente apresenta baixa temperatura, ou quando há
impurezas orgânicas presentes na água ou nos agregados, dificultam o acontecimento das
reações químicas causando o retardamento da pega.

A pega deve ser regulada tendo-se em vista os tipos de aplicação do material, há casos
em que o tempo de pega deve ser diminuído ou aumentado. Nas aplicações em que se deseja
uma pega rápida, são empregados aditivos ao cimento, conhecidos com o nome de
aceleradores de pega, como exemplo o cloreto de cálcio, o silicato de sódio e água quente.

Contrariamente, em outros processos é necessário um tempo de pega mais longo,


então se empregam aditivos denominados retardadores. Entre estes, citam-se os açúcares, a
celulose e outros produtos orgânicos, e água gelada. A dosagem máxima é cerca de 0,5% do
peso do cimento, acima desse limite o comportamento fica instável no início de pega, o
retardamento dura entre seis e oito horas, e afetam as resistências iniciais mas não prejudicam
a resistência final.

2.2.1 Objetivo

Este ensaio tem como objetivo determinar o tempo de início de pega, por meio do
aparelho de Vicat utilizado em laboratório.

Documentos de referência: ABNT NBR 11581 - Cimento Portland – Determinação


dos tempos de pega e NBR NM 65.

2.2.2 Materiais e Equipamentos


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Para este ensaio foram utilizados uma balança, espátula e forma, copo de Becker, 400g
de cimento (CP II Z 32), aparelho de Vicat, relógio/cronômetro e água por tentativa
resultando ao fim 140ml.

2.2.3 Determinação do tempo de pega

O tempo de pega do cimento é determinado, como já foi dito, pelo aparelho de Vicat.
A pasta é misturada (400g de cimento + 140ml de água) em proporção que conduz a uma
consistência denominada normal. Essa consistência normal é verificada no mesmo aparelho
de Vicat, utilizando-se a chamada sonda de Tetmajer.

No ensaio de consistência da pasta, a sonda penetra e estaciona a uma certa distância


do fundo do aparelho. Essa distancia, medida em milímetros, é denominada índice de
consistência. A pasta, preparada para ensaios de tempo de pega, deve ter uma consistência
normal de 6 ±1mm, isto é, a sonda de Tetmajer deve estacionar à distância entre 5 e 7mm do
fundo da amostra, neste ensaio a consistência foi de 5mm, vemos portanto, que está dentro
das especificações.

Essa amostra de consistência normal é ensaiada nesse mesmo aparelho à penetração de


uma agulha, sendo ensaiada periodicamente pela agulha de Vicat, determinando-se o tempo
de início da pega quando esta deixa de penetrar até o fundo da pasta, ou melhor, ao ficar
distanciada do fundo 1mm. De acordo com a norma (verficar tabela1 em anexo), o tempo de
início de pega para o CP II Z 32 deve ser igual ou maior que 1 hora, neste ensaio obtivemos o
início de pega com 3 horas, verificando novamente que o cimento está coerente com as
especificações técnicas.

Os ensaios são prosseguidos até a determinação do tempo de fim de pega, quando a


agulha não penetra nada mais na amostra, deixando apenas uma imperceptível marca
superficial.

Na obra procede-se a um ensaio grosseiro, que consiste na moldagem de uma série de


pequenas bolas com pastas de consistência semelhante à normal de laboratório. Submetendo-
as a posteriores esmagamentos com os dedos, quando o esmagamento deixa de ser plástico,
tem-se, grosseiramente, o início da pega; quando as bolas se esfarinham por ação de esforço
muito maior, tem-se o fim da pega.
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2.3 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

O  cálculo  de  uma estrutura de concreto é feito com base no projeto arquitetônico da
obra e no valor de algumas variáveis, como por exemplo, a resistência do concreto que será
utilizado na estrutura. Portanto, a Resistência Característica do Concreto à Compressão (fck) é
um dos dados utilizados no cálculo estrutural, sua unidade de medida é o MPa (Mega Pascal).
 O valor desta resistência (fck) é um dado importante e será necessário em diversas
etapas da obra, como por exemplo, para cotar os preços do concreto junto ao mercado, pois o
valor do metro cúbico de concreto varia conforme a sua resistência, e no controle tecnológico
do concreto (conforme normas da ABNT), através dos resultados dos ensaios de resistência à
compressão.
O concreto, dentro das variáveis que podem existir nos projetos estruturais, foi o item
que mais evoluiu em termos de tecnologia. Antigamente muitos cálculos eram baseados no 
fck 18 MPa e hoje, conseguimos atingir no Brasil, resistências superiores a 100 MPa.
Isto é uma ferramenta poderosa para os projetistas e para a engenharia em
geral. Implica na redução das dimensões de pilares e vigas, no aumento da velocidade das
obras, na diminuição do tamanho e do peso das estruturas, formas, armaduras, etc.
A resistência mecânica dos cimentos é determinada pela ruptura à compressão de
corpos-de-prova realizados com argamassa. A forma do corpo de prova, suas dimensões, o
traço da argamassa, sua consistência e o tipo de areia empregado são definidos nas
especificações correspondentes, e constituem características que variam de um país para
outro.
Quase todos adotam cubos de arestas de 5 a 7cm, predominando esta última dimensão.
Apenas no Brasil e no Uruguai empregam-se corpos-de-prova de forma cilíndrica. No Brasil,
o corpo-de-prova é um cilindro de 10cm de altura por 5cm de diâmetro.

A argamassa para este ensaio foi constituída pela mistura de 312g de cimento e 936g
de areia normal, nas proporções de 1:3:0,48. A areia utilizada nesse ensaio é a chamada areia
normal, definida no método NBR 7215 (MB-1) como areia natural, proveniente do rio Tietê
em São Paulo, lavada e peneirada com a composição granulométrica fixada pela tabela
abaixo.

Tabela: Granulometria da Areia

Materiais retidos entre as peneiras Porcentagem em Peso


2,4 – 1,2mm 25
14

1,2 – 0,6mm 25
0,6 – 0,3mm 25
0,3 – 0,15mm 25

Os corpos-de-prova assim executados são conservados até a data do rompimento, que


para este ensaio ocorreu nas idades de 28 dias. Para o Cimento Portland CP II Z 32, a
especificação brasileira NBR 5732 (EB-1) exige, aos três dias de idade, resistência mínima de
10 Mpa, aos sete dias, 20 MPa e, aos vinte e oito dias, 32 MPa.

2.3.1 Objetivo

Este ensaio tem como objetivo determinar em laboratório a resistência à compressão


do cimento, por meio de uma máquina de ensaio que aplica uma força que o comprimi até sua
ruptura.

2.3.2 Materiais e Equipamentos

Para este ensaio foram utilizados dois corpos-de-prova cilíndricos e uma prensa
mecânica para ensaios de corpos de prova.

2.3.3 Determinação da Resistência

Neste ensaio, o corpo-de-prova é colocado em uma prensa mecânica. Nela, recebe uma


unidade de tensão, ou seja, uma carga gradual (força) até atingir sua resistência máxima (kgf).
Este valor é dividido pela área do topo da amostra (cm²). Teremos então a resistência em
kgf/cm². Dividindo-se este valor por 10,1972 se obtém a resistência em MPa.
Enquanto a força está em crescimento, no interior do corpo-de-prova ocorre a micro
fissuração na zona de transição, quando esta força atinge seu ápice e passa a decrescer,
começa a macro fissuração que são as fissuras visíveis a olho nu até sua ruptura. Para o
primeiro corpo-de-prova a força obtida foi F1 = 9216 kgf.

O ensaio repetiu-se para o segundo corpo-de-prova, obtendo uma força no valor de F 2


= 6161 kgf. Com os resultados obtidos deu-se início aos cálculos substituindo os valores na
seguinte fórmula:
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F
T=
S

Onde T é a resistência característica do concreto à compressão (fck), obtida através da


divisão da força ou tensão (F) pela área do topo do corpo-de-prova (S).

- Área do topo do corpo-de-prova:

S = π . R²

S = π . (2,5)²

S = π . 6,25

S = 19,63 cm²

- Para o primeiro corpo-de-prova: F1 = 9216 kgf

9216
T 1=
19,63

T 1=469,4

T 1=46,9 MPa

- Para o segundo corpo-de-prova: F2 = 6161 kgf

6161
T 2=
19,63

T 2=313,8

T 2=31,4 MPa

- Média Aritmética entre as Resistências (Tm)

T 1 +T 2
T m=
2

46,9+31,4
T m=
2

78,3
T m=
2
16

T m=39,1 MPa

- Retirando 10% da Média para chegar às Resistências Máximas e Mínimas

T m .10 %=39,1 . 10 %=3,9 %

Resistência Máxima: Tmáx = 39,1 + 3,9 = 43 MPa

Resistência Mínima: Tmín = 39,1 ̶ 3,9 = 35,2 MPa

Analisando os resultados vemos que o primeiro corpo-de-prova obteve como resultado


uma resistência no valor de 46,9 MPa, e o segundo corpo-de-prova uma resistência no valor
de 31,4 MPa. Verificando a Tabela 1 em anexo, para o Cimento Portland CP II Z-32 que
rompe aos 28 dias, a resistência à compressão deve ser de no mínimo 32 Mpa.

Observamos então que o segundo corpo-de-prova teve o ensaio rejeitado pois não
atingiu o mínimo de 32MPa, e como ambos os corpos são provenientes da mesma argamassa,
pode ter ocorrido algum problema na cura, ou no adensamento, havendo então discrepância
no resultado.

Desta forma o ensaio deve ser refeito, devido também ao fato de os valores obtidos
não estarem entre s limites máximos e mínimos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao fim destes ensaios percebemos que para um cimento de qualidade são necessários
que vários requisitos estejam em conformidade com as normas técnicas, como quesito de
segurança para a utilização do Cimento Portland. Além disso, as propriedades do cimento faz
com que obtenhamos melhor proveito perante a sua utilização, seja em relação à redução de
custos, ao acelerar o desenvolvimento da obra, e encaixar o cimento conforme o necessário
para cada ocasião.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MEHTA, P. Kumar, MONTEIRO; Paulo J.M. Concreto: Microestrutura, Propriedades e


Materiais. 3. ed. São Paulo: PINI, 2008.

ABCP. Associação Brasileira de Cimento Portland. Guia básico de utilização do Cimento


Portland. 7.ed. São Paulo: ABCP, 2002. Disponível em:
<http://www.abcp.org.br/conteudo/wp-content/uploads/2009/12/BT106_2003.pdf>. Acesso
em: 28 mar. 2015.

CAMPOS, Airton M. Cimento Portland – Materiais de Construção. Disponível em:


<http://www.airtonmaria.com/materiais-de-construcao/cimento-portland>. Acesso em: 04 abr.
2015.

CCDEC. Propriedades Físicas e Mecânicas do Cimento Portland. Disponível em:


<http://civil.fe.up.pt/pub/apoio/ano3/mc2/Aulas/Aula6.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2015.

E-Civil.net. O Cimento Portland. Disponível em:


<http://www.ecivilnet.com/artigos/cimento_portland.htm> Acesso em: 11 abr. 2015.

Portal do Concreto. Resistência Característica do Concreto à Compressão. Disponível em:


<http://www.portaldoconcreto.com.br/cimento/concreto/fck.html> Acesso em: 25 abr. 2015.
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ANEXO

A associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) prepara e divulga normas


técnicas que são usadas no mercado como padrão de referência. As normas técnicas definem
não somente as características e propriedades mínimas que os cimentos Portland devem
apresentar como, também, os métodos de ensaio empregados para verificar se esses cimentos
atendem as exigências das respectivas normas. A qualidade é aferida pela Associação
Brasileira de Cimento Portland (ABCP), entidade de Utilidade Pública Federal, com base nas
normas da ABNT e nos princípios do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (INMETRO). A tabela abaixo está de acordo com essas exigências.

ANEXO A - Tabela 1: Exigências Físicas e Mecânicas do Cimento Portland

Tempos de Expansibilidad
Finura Resistência à Compressão
pega e
Tipo de
cimento Classe Resíduo Área
A frio A 28
Portland na peneira específic Iníci Fim 1 dia 3 dias 7 dias 91 dias
(mm) quente dias
75mm a o (h) (h) * (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
* (mm) (MPa)
(%) (m²/kg)

25 ≤ 12,0 ≥ 240 - ≥ 8,0 ≥ 15,0 ≥ 25,0 -


CP I
32 ≥ 260 ≥1 ≤ 10 ≤5 ≤5 - ≥ 10,0 ≥ 20,0 ≥ 32,0 -
CP I-S
40 ≤ 10,0 ≥ 280 - ≥ 15,0 ≥ 25,0 ≥ 40,0 -

CP II-E 25 ≤ 12,0 ≥ 240 - ≥ 8,0 ≥ 15,0 ≥ 25,0 -

CP II-Z 32 ≥ 260 ≥1 ≤ 10 ≤5 ≤5 - ≥ 10,0 ≥ 20,0 ≥ 32,0 -

CP II-F 40 ≤ 10,0 ≥ 280 - ≥ 15,0 ≥ 25,0 ≥ 40,0 -

25 - ≥ 8,0 ≥ 15,0 ≥ 25,0 ≥ 32,0

CP III ** 32 ≤ 8,0 - ≥1 ≤ 12 ≤5 ≤5 - ≥ 10,0 ≥ 20,0 ≥ 32,0 ≥ 40,0

40 - ≥ 12,0 ≥ 23,0 ≥ 40,0 ≥ 48,0

25 - ≥ 8,0 ≥ 15,0 ≥ 25,0 ≥ 32,0


CP IV ** ≤ 8,0 - ≥1 ≤ 12 ≤5 ≤5
32 - ≥ 10,0 ≥ 20,0 ≥ 32,0 ≥ 40,0

CP V-ARI ≥ 14,0 ≥ 24,0 ≥ 34,0 - -


≤ 6,0 ≥ 300 ≥1 ≤ 10 ≤5 ≤5
CP V-ARI-RS ≥ 11,0 ≥ 24,0 ≥ 34,0 - -

*Ensaios Facultativos

**Outras características podem ser exigidas, como calor de hidratação, inibição de expansão devido à relação
álcali agregado, resistência a meios agressivos, tempo máximo de início de pega.

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