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Antônio Josiel de Jesus1, Fernando Silva Filho1, Flávio Eduardo Rodrigues Medeiros1, William Correa2
1 Acadêmicos do Curso de Engenharia Civil
2 Professor e Orientador Curso de Engenharia Civil
Resumo: Esse trabalho apresenta uma comparação entre a resistência de dois tipos de concretos feitos
com dois tipos distintos de agregados graúdos. A análise dos resultados do traço foi feita através de testes
de compressão em laboratório, e comparando suas resistências, indicando, assim, se o concreto produzido
com material britado, como agregado graúdo, tem melhor resistência se comparado com o concreto
produzido com seixos rolados no lugar da brita.
Abstract: This work presents a comparison between the resistance of two types of concretes made with two
types of different aggregates. The analysis of the results of the traces will be done through laboratory
compression tests, and compared their resistance, thus indicating if the concrete produced with material
crushed as a large aggregate, has better resistance when compared with the concrete produced with rolled
pebbles in place of the gravel.
Keywords: Aggregate; Compression; Comparison; Resistance.
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Contato: antoniojosiel27@gmail.com ; fernando_silvafsf@hotmail.com ; flavio_eduardo23@hotmail.com ;
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, nas obras civis de maior porte utiliza-se, na maioria das vezes,
grandes quantidades de concreto realizado com material britado, devido ao seu fácil
acesso e comercialização no mercado próximo as obras, além do baixo custo oferecido
ao consumidor, aumentando assim o seu consumo e tornando-se hábito a utilização
desse único material agregado graúdo.
Os seixos rolados como agregado graúdo não são de comum utilização na nossa
região por ser um material difícil de ser encontrado no mercado e também com custo mais
elevado, mas com boas características mecânicas para fabricação de concretos, sendo
que este foi utilizado para efeito de estudo de resistência em um traço pré-determinado.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1- Agregados
PETRUCCI (1978) fala que os materiais granulares são aqueles que apresentam
formas e volumes indefinidos, onde suas dimensões são adequadas para a utilização em
várias áreas da engenharia. São matérias granulares provenientes da britagem da rocha,
materiais extraídos dos leitos dos rios (seixos rolados) e materiais encontrados em
abundância em meios naturais (jazidas). Os agregados são de grande importância para a
economia do concreto e em suas características físicas, como a sua resistência. YAZIGI
(2009), citado por HABITZREITER (2015), define que:
1. Filler atravessa a peneira de nº 200, normalmente encontrado no fundo dos tanques de
lavagem de britas.
2. Areia é um material natural passante na peneira de 4,8mm.
3. Pó de pedra, material retirado através da moagem de rocha passante na peneira de
4,8mm.
4. Seixos rolados são materiais naturais encontrados em jazidas ou em leitos dos rios que
ficam retidos em peneiras de 4,8mm.
5. Britas são rochas britadas retidas na peneira de 4,8mm comercialmente divididas em:
pedrisco que vai de 4,8 a 9,5mm, brita 1(um), que vai de 9,5 a 19mm, brita 2(dois), que
vai de 19 a 38mm e brita 3(três), que vai de 38 a 76mm.
2.2- Aglomerantes
De acordo com BAUER (1999), os aglomerantes são produtos com função de fixar
e, até mesmo, aglomerar alguns tipos de materiais. Esses aglomerantes são materiais
obtidos através da calcinação da própria rocha natural sem transformação de qualquer
tipo de adição; os aglomerantes artificiais, que também são originados por calcinação e
misturas de pedras através de composição já conhecida e dosificada. Já o aglomerante
aéreo, simplesmente não endurece se não estiver ao ar livre, além de ter pouca ou
nenhuma presença de argila, não podendo realizar qualquer tipo de trabalho com água;
aglomerantes hidráulicos obtém-se uma boa cura tanto ao ar quanto na água com
proporção adequada de argila.
Cimento Portland Comum (CP l): Tendo apenas o gesso como aditivo para regularizar a
pega.
Cimento Portland Composto (CP ll): Sendo o tipo de cimento Portland que se encontra
entre o cimento comum e o cimento com adição de escória ou pozolana.
Cimento Portland de alto-Forno (CP lll): É produzido com adição de escória granular de
alto forno. Por tanto a escória proporciona propriedade hidráulica ao concreto.
Cimento Portland Pozolânico (CP IV): Adicionando a pozolana ao clínquer, após a
moagem a reação dos mesmos com hidróxido de cálcio aumenta as propriedades
aglomerantes do cimento.
Cimento Portland de alta resistência inicial (CP V- ARI): Devido a adição de calcário e
argila ao clínquer obtém-se alta resistência aos primeiros dias da sua aplicação.
25 CPI-25
Cimento Portland 32 CPI-32
CPI
Cimento Portland Comum 40 CPI-40
Comum;
(NBR-5732) 25 CPI-S-25
Cimento Portland
CPI-S 32 CPI-S-32
Comum com Adição
40 CPI-S-40
Cimento Portland
25 CPII-E-25
Comum composto CPII-E
32 CPII-E-32
com Escoria
40 CPII-E-40
Cimento Portland Cimento Portland
25 CPII-Z-25
Comum; Comum composto CPII-Z
32 CPII-Z-32
(NBR-11578) com Pozolana
40 CPII-Z-40
Cimento Portland
25 CPII-F-25
Comum composto CPII-F
32 CPII-F-32
com Filler
40 CPII-F-40
2.5- Água
2.6- Concreto
2.6.1- Concreto de cimento Portland
Para BAUER (2000), o concreto é uma mistura homogênea dos agregados,
aglomerantes, aditivos e água. Já YAZIGI (2014), fala que o concreto do cimento Portland
é composto pela mistura de aglomerantes, agregados e água, tendo esta mistura boa
plasticidade no início da sua preparação, ponto importante para sua trabalhabilidade. E
depois do seu endurecimento, suas características de projeto incluem resistência à
compressão e tração.
Segundo PETRUCCI (1978), os adicionantes têm a função de modificar as
propriedades químicas e físicas do concreto como: impermeabilização, diminuição de
calor para menos perda de água e aumento da resistência do concreto no seu estado de
rigidez.
3.2.2- Agregado
3.2.3- Água
A água utilizada na fabricação dos dois tipos de concreto veio do abastecimento
público, sendo uma água boa para fabricação de concretos e sem precisão de ser
ensaiada, segundo a NBR 15900.
3.3- Metodologia
3.3.1- Definição do traço
Fonte: ABCP
Referência: ABCP
Referência: ABCP
Sendo: Cb: Consumo de brita, Vc: Volume compactado seco de agregado graúdo,
δb: Massa unitária compactada de agregado graúdo. Consumo de agregado miúdo:
Para determinar o volume de agregado miúdo (Vm) utiliza-se a equação abaixo:
Referência: ABCP
Sendo: Cc: Consumo de Cimento Vm: Volume de agregado miúdo Ca: Consumo
de água Cb: Consumo de agregado graúdo γa: Massa específica da água γc: Massa
específica do cimento γb: Massa específica do agregado graúdo
Fórmula 05: consumo de agregado miúdo em kg/m³
Cm = Vm * ym
Fonte: ABCP
Sendo: Cm: Consumo de agregado miúdo, Vm: Volume de agregado miúdo, Ym:
Massa específica do agregado graúdo
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Para não sofrer perda ou falta de concreto para o preenchimento dos corpos de
provas, optamos por fazer uma quantidade excedente ao necessário para a realização
dos testes, onde foi utilizado vinte e cinco quilos de cimento. E os agregados medidos de
acordo com a quantidade de cimento especificado no traço unitário.
Já com os materiais separados e com as quantidades definidas para cada análise
foi utilizado uma betoneira para elaboração do concreto.
Yazigi (2009) fala que um ensaio de abatimento de tronco de cone deve ser feito
no primeiro concreto do dia em uma obra ou sempre que for retirado corpos de prova.
De acordo com NBR NM 67, o ensaio de abatimento de tronco é feito em uma placa de
base metálica e quadrada de lado igual ou maior a 500mm, umedecida. Com um molde
de 300mm de altura e diâmetro inferior de 200mm, diâmetro da parte superior de
100mm, também umedecido para recebimento do concreto a ser ensaiado. O
enchimento do molde para o ensaio deve ser rápido e em três camadas de um terço do
molde, com compactação de 25 golpes da haste de socamento. A retirada do molde
deve ser feita na direção vertical e cuidadosamente em movimentos constantes, sendo
feito num tempo de 5 a 10 segundos.
Figura 13 - Molde de abatimento tronco de cone
4 RESULTADOS
Cimento: 8,83kg
Agregado graúdo: 22,72kg
Agregado miúdo: 15 kg
Água: 4,24 l
Já para os seixos rolados como agregado graúdo utilizado: 1: 2,574: 1,399: 0,48,
representação do traço utilizado em unidade de massa. Para o preenchimento de 4
moldes de corpo de prova de 10x20cm, utiliza-se em kg.
Cimento: 8,83kg
Agregado graúdo: 22,72kg
Agregado miúdo: 12,35 kg
Água: 4,23 l
𝑓𝑐 =
Corpos de prova Concreto fabricado com brita (Mpa) Concreto fabricado com seixo rolados (Mpa)
CP 1 14,6 13,6
CP 2 14,9 12,9
CP 3 13,5 14,1
Corpos de prova Concreto fabricado com brita (Mpa) Concreto fabricado com seixo rolados (Mpa)
CP 1 16,8 19,4
CP 2 15,9 18,5
CP 3 17,5 16,5
Corpos de prova Concreto fabricado com brita (Mpa) Concreto fabricado com seixo rolados (Mpa)
CP 1 23,2 22,1
CP 2 22,3 23
CP 3 22,7 22,9
Corpos de prova Concreto fabricado com brita (Mpa) Concreto fabricado com seixo rolados (Mpa)
CP 1 27,8 25,7
CP 2 28,2 26,5
CP 3 27,1 27,8
De posse dos resultados dos ensaios dos corpos de prova, temos então uma
média dos valores obtidos, sendo representada na figura 21 abaixo.
IDADE (DIAS) Concreto fabricado com brita (Mpa) Concreto fabricado com seixo rolados (Mpa)
6.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas atuais obras da construção civil o concreto mais utilizado tem como principal
material granular a brita calcária, mas como foi identificado através desse estudo, existe,
também, um material com boas características para uso no concreto, o seixo rolado,
apresentando uma resistência aproximada ao concreto feito com brita.
Pode-se observar que o concreto foi produzido em betoneira estacionária para
ambos testes, de acordo com os traços mencionados nesse trabalho, tendo o cuidado
com o peso de cada material utilizado, assim como a ordem dos materiais colocados na
betoneira, o processo de confecção dos corpos de provas e teste realizado em
laboratório, obedecendo as normas que regem as atividades acima.
De acordo com os resultados obtidos para os testes tanto para o concreto
produzido com seixos rolados quanto para o produzido com brita se mostrou satisfatório,
tendo em vista a resistência de projeto de 34 Mpa, obtendo resultados aproximados para
ambos, sendo aos 28 dias uma resistência para o concreto com brita de 27,7 Mpa e o de
seixos rolados de 26,7 Mpa.
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6. REFERÊNCIAS
BAUER, L.A. Falcão.; Materiais de construção. 5. ed. Revisão técnica João Fernandes
Dias. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
YAZIGI, Walid.; A técnica de edificar. 14. ed. rev. e atual.- São Paulo: Pini: Sinduscon,
2014.
PETRUCCI, Eladio G.R.; Concreto de cimento Portland. 13. ed. Revisto por Vladimir
Antônio Paulon. São Paulo: Globo, 1998.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Básico sobre cimento.
Disponível em: < http://www.abcp.org.br/conteudo/basico-sobre-cimento/basico/basico-
sobrecimento#.VRhec_zF9Cg > Acesso em: 13/05/2019.
____.NBR NM 33: Concreto - Amostragem de concreto fresco. Rio de Janeiro, 1998. 5p.