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ITAP ESS OCA AGRO INDUSTRIAL S/A

NASSAU
-- •

CI MENTO PORTLAND COMPOSTO E POZOLÂNICO

Propriedades Físico-Mecânicas e de Durabilidade

Engos . Alexandre Tavares

Newton Luiz

FÀBRICA Ilha de Itapessoca, sino - Goiana/PE - Tel : (081) 544 .1181 - Fax : (081) 543.1066

ESCRITÓRIO CENTRAL: Av. Marquês de Olinda , 11 - Recire/PE - Te!. (081) 224 .8177 - Fax : (081) 224.7488

ÍNDICE

Pág.

1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................... . 2

2 - CIMENTOS PORTLAND NORMALIZADOS ............................................... .. 3

3 - PROCESSO PRODUTIVO NA ITAPESSOCA AGRO-INDUSTRIAL .......... . S

4 -CIMENTO PORTLAND (EXIGÊNCIAS DE NORMA )................................. .. 13

4.1 - CIMENTO PORTLAND POZOLÃNICO.................................................. . 13

4.2 - CIMENTO PORTLAND COMPOSTO CIFILLER. .................................. . 14


IS
4.3 - CIMENTO PORTLAND COMPOSTO CIPOZOLANA...........................•.
16
4.4 - CIMENTO PORTLAND RESISTENTE A SULFA TOS ............................ .

5 - A REAÇÃO POZOLÃNICA............................................................................... 17

6 -CONCRETOS ..................................................................................................•.... 18

6.1 - PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO .......................................... 18

6.2 - PROPRIEDADE DO CONCRETO ENDURECIDO ................................. 19

6.3 - O PROBLEMA DA DOSAGEM EM VOLUME ........................................ 22

6.4 - ARGAMASSAS E CONCRETOS PRODUZIDOS COM CIMENTO

ADITIV ADO COM POZOLANA............................................................... 22

7 - ASPECTOS DE DURABILIDADE ..................................................................... 24

8 - A MELHOR SOLUÇÃO ..................................................................................... 27


1 - INTRODUÇÃO

Os cimentos pertencem a classe de matenalS chamados aglomerantes


hidráulicos. Esta denominação compreende aquelas substâncias que endurecem uma
vez misturadas com a água e ao mesmo tempo resistem a esta.

Na antiguidade os romanos utilizaram um aglomerante composto de cal, areia e


cinzas vulcânicas. A durabilidade de suas construções, que resistem até hoje a ação do
tempo, mostra que foi o primeiro povo a fabricar cimento hidráulico.

Em 1.824, Joseph Aspd.in patenteou um produto por ele denominado CIMENTO


POR TLAND, obtido a partir da calcinação da mistura de rochas calcárias provenientes
da localidade de Portland, na Inglaterra, e de materiais silico-argilosos. O produto
calcinado, depois de frnamente moído, apresentava propriedades aglomerantes quando
misturado com água. A argamassa assim obtida apresentava trabalhabilidade,
capacidade aglomerante e estabilidade.

Com o passar do tempo a fabricação e as características físico-químicas do


cimento Portland têm evolui do constantemente inclusive com a utilizaçãO de adições
que melhoram as características desse cimento.

02
2 - CIMENTOS PORTLAND NORMALlZADOS

Atualmente são fabricados no Brasil CinCO tipos de Cimento Portland, assun


denominados:

CP - I Cimento Portland Comum


CP - 11 Cimento Portland Composto
CP - 111 Cimento Portland de Alto-Forno
CP - IV Cimento Portland Pozolânico
CP - V Cimento Portland de Alta Resistência Inicial

A composição e classes de resIstência estão mostradas na tabela 1:

CLASSE DE CLtNQUER CALCÁRIO


SIGLA DESCRIÇÃO ESCÓRIA POWLANA (FILLER)
RESISTt:"lCIA + GESSO
25
Cimento Portland 32
CPI 100 O
Comum 40
25
Cimento ·Portland 32
CPI-S 99 - 95 1- 5
Comum cl Adição 40
25
Cimento Portland 32
CP li-E 94 - S6 6 - 34 - 0- 10
Composto d Escória 40
25
Cimento Portland 32
CP 11- Z
Composto cl Pozolana 40
94 - 76 - 6 - 14 0-10

25
Cimento Portland 32
CP 11- F
Composto d Filler 40
94 - 90 - - 6 - 10

25
Cimento Portland de 32
CP III
Alto-Forno
65 - 25 3S - 70 - O-S
40

25
Cimento Portland
CP IV
Pozolânico 32 85 - 45 - 15 - 50 0-5

Cimento Portland de Alta


CPV
Resistência Inicial
ARI 100 - 95 - - 0-5

03

Os materiais utilizados na composição dos cimentos estão assim definidos:

Clínquer Portland - produto constituído em sua maior parte de silicatos de


cálcio com propriedades hidráulicas.

Gesso - Sulfato de cálcio.

Escória de Alto-Forno - sub-produto do tratamento de minério de ferro em alto­


fomo, obtido sob forma granulada por resfriamento brusco.

Materiais Pozolânicos - materiais silicosos ou silico-alurninosos que por si só


possuem pouca ou nenhuma atividade aglomerante mas que, quando finamente
divididos e na presença de água, reagem com o hidróxido de cálcio, à temperatura
ambiente, para formar compostos com propriedades hidráulicas.

Materiais Carbonáticos - materiais finamente divididos constituídos em sua


maior parte de carbonato de cálcio.

Com o objetivo de obter o máximo de satisfação dos nossos clientes, passamos a


produzir os três tipos de cimento capaz de atender"a todas variações de exigências
técnicas conforme o tipo de aplicação:

CP 11 - F - 32 RS - Cimento portland composto com filIer (calcário), classe 32


resistente a sulfatos

CP 11 - Z - 32 RS - Cimento portland composto com pozolana, classe 32 resistente


a sulfatos

CP IV - 32 RS - Cimento portland pozolânico, classe 32 resistente a sulfatos

04

3 - PROCESSO PRODUTIVO NA ITAPESSOCA AGRO-INDUSTRIAL S/A

o processo produtivo da Itapessoca está dividido em duas fases:


lª Produção de Clínquer Portland e
2ª Produção de Pozolana (argila ativada)

Na produção de Clínquer Portland são utilizados calcário, areia e carepa de


lanúnação que após analisados quimicamente são dosados no moinho de farinha, após
o calcário ter sido seco em secador rotativo.

Esta mistura dosada e analisada quimicamente é denomínada farinha e enviada


para silos onde sofre um processo de homogeneização por ar comprimido com a função
de deixá-Ia uniforme em suas caracteristicas físico-químicas. Após a produção e
homogeneização a farinha é estocada para ser consmnida no forno rotativo. No forno
rotativo dá-se a transformação da farinha em Clínquer Portland através da sínterização
(fusão parcial a 1.450 0C). Após a sínterização, o Clínquer é resfriado em resfriador de
grelhas, de onde sai com aproximadamente 1000C de temperatura e levado ao galpão
de estoque.

Na produção de pozolana também é utilizado um forno rotativo, onde a argila


ín-natura é calcínada a 750°C. A calcinação promove mudanças na estrutura molecular
da argila transformando-a em pozolana artificial. O clínquer, pozolana, gesso e calcário
são alimentados no moinho de cimento onde são moídos e misturados íntimamente,
produzíndo então um dos três tipos de cimento desejado, dependendo do nivel de
adição de cada um dos materiais citados acima.

O cimento é estocado em silos de concreto de onde é extraído para expedição


em sacos ou à granel.

- O Fluxograma do Processo é mostrado nas figuras 1,2,3,4, 5 e 6.

- O Controle de Qualidade é realizado em todas as fases do Processo Produtivo como


mostrado na figura 7.

05

---=----------- - - ­
ITAPESSOCA AGRO-INDUSTRIAL S/A

CIMENTO NASSAU - GOIANAlPE

FLUXOGRAMA DO PROCESSO

CALCÁRIO I
AREIA I
CAREPA I
GÊSSO I
ARGILA
IN NATURA
I
Figura n° 01 06

ITAPESSOCA AGRO-INDUSTRIAL S/A

CIMENTO NASSAU - GOIANA/PE

FLUXOGRAMA DO PROCESSO

CALCÁRIO CALCÁRIO CALcÁRIo SECO


- -- - 4 BRITAGEM I -4 I SECAGEM I -4--­

I I
I I UMIDADE RESIDUAL
I ! MÁXIMA 2%
.l­ t
I I
GALPÃoJ5E!
ESTOQUE _ I

Figura nO02

07

ITAPESSOCA AGRO-INDUSTRIAL S/A

CIMENTO NASSAU - GOIANAlPE

FLUXOGRAMA DO PROCESSO

CALcÁRIo SECO I MOAGEM DE


----4-. FARINHA
I
_
FARINHA
4--­
HOMOGE-
NEIZAÇÃO
FARINHA HOMOGENEIZADA
4
SILOS DE
ESTOQUE
t I
AREIA I I
+ I ,j,
CAREPA I I

08
Figura nO 03
ITAPESSOCA AGRO-INDUSTRIAL S/A

CIMENTO NASSAU - GOIANAJPE

FLUXOGRAMA DO PROCESSO

1450" C

FARlNHA FORNO CLÍNQUER GALPÃO DE


---·4 ROTATIVO 4 ESTOQUE 4-­

750· C

ARGILA IN NATURA FORNO ARGILA CALCINADA GALPÃO DE


----->----­ ROTATIVO 4 ESTOQUE 4 ·- - ­
(POZOLANA)

09

Figura n° 04

ITAPESSOCA AGRO-INDUSTRIAL S/A

CIMENTO NASSAU - GOIANA/PE

FLUXOGRAMA DO PROCESSO

CLÍNQVER -4 MOAGEM DE I CIMENTO NASSAU CP IV-32-RS


ARGILA ATlVADA(l5% à 50%) CIMENTO I -4------------­

GÊSSO + CALcÁRlo

CLINQUER -4 MOAGEM DE CIMENTO NASSAU CP 11 - Z - 32 RS

ARGILA ATIVADA (6% à 14%) CIMENTO J -4-----------­


GESSO + CALcÁRlo

CLINQVER -4 MOAGEM DE CIMENTO NASSAU CP 11 - F- 32 RS

GESSO CIMENTO I -4------------


CALcÁRlo

Figura n° 05 10

ITAPESSOCA AGRO-INDUSTRIAL SIA

CIMENTO NASSAU - GOIANAlPE

FLUXOGRAMA DO PROCESSO

CJ1v1ENTO NASSAU SILOS DE r,- .:.:l EXPEDI(' ÃO EM SACOS


CP IV-32-RS
CP 11 - Z 32 RS
~ ESTOQUE DE
CJ1v1ENTO
I ~-I ENSACAMENTO I ~----

CP 11- F 32 RS

- ' ~
EXPEDlÇAO A GRANEL

11

Figura n° 06

ITAPESSOCA AGRO-INDUSTRIAL S/A


CIMENTO NASSAU - GOIANAlPE
FLUXOGRAMA DO PROCESSO E CONTROLE DE QUALIDADE
I c ....CÁaIo
FAAnlHA

t-
",,",l ) l J r . '

I AltIL\
ANÁliSE Q\J1IdICA
COIdPLETA

I
t-
-AR Qui COMPlEl'ADA .AR Qu! COMPIXTADA

AMOSTRA MÉDIA DI.ÁRIA. AMOSTRA MtDLADIÁRlA

ANÁlJSE Qu!MICA - PESOIU'I'RO HORÁRIO


CAUPA COMPUTA

I I
I I ..tSSO
ANÁlJSE Qu!MICA
COMP'LETA
ARGILA IN
NATURA
FORNO

ROTATIV O
AROQ..A
CALCINADA
G~ÁO
DE

ES'fOOUE

~ NATIlIlA
ANÁlJSE Qu!MICA
COMPLETA
I!NSAlO DE
(JlOZOLA.NA)
- AR AuSE QUÍMICA COMPI..ETA
DA AMOSTRA MÍDIA olÁR1A
-ENSAIO DE POZOlJlNlCIDADE DA
POZDIANICIDADE AMesTRA MÉDIA DIÁlUA
APÓSATIVAÇAo
EM LAIIOII.ATÓRIO.

MOAGEM Icn.mrro N ASSAU CP rv ·32-RS


c ALCÁRIo cALCÁRIo cALCÁRIo SECO ClÍNQUER ­ ..-f
DE

BRl'TA<IEM
I I SECAGEM I ARGILA
ATNADA
CIMENTO

AN. ~;:A QOMPU:­ UMIDADE


TA PI F úRMAÇÁO DE RES!DDAL otsso +
PIUIAS DE l4A TI'llIAL MÁXIMA 2'" c.u:mo
L OA1.PAO DE
ESTOQUE
I . A1< AJJ.SE QUÍMICA
COMl'l.ETA DIÁRIA
- ENWOSFÍSICCS
COMPLETOS OIARICS.
CONmOLE DA MOAGEM
- RESÍDUO":325 MISH HORÁRlO

cALCÁRIo
SECO
MOA<EdDE FARINHA HOMOOE-I FAlUNHA
HOMOGENElZADA
SILOSDE I - Bu..rnE HOR.ÁRIO
- TEMPOS DE PEGA DE 4 EM
4 HORAS .
FARINIIA ~ .C'O ESTOQUE I

ARI!lA • TlTUI.AÇÁO HORÁRIA. S[LODE D:PmIÇÁQ EM SACOS



CARl'PA
• ANÁliSE COMPLl!TA APÓS I!NClIIMENTO
DO SILO DE H~OOI'NI!!ZAÇÁO.
ESTOQUE DE
CIMENTO
11-->-__
I
ENSAC~O


l ____ ~,________

EXPEDIÇAO A GRANEL
. AI< J.w;E. Q\J1IdIc..
COMPLErA DlÁRIA
_ENSAIOSFÍS:XCOS
COWl'lErOS DIÁlUOS

1,...1'8 D27 12 .
4 - CIMENTO PORTLAND ( EXIGÊNCIAS DE NORMA )

4.1- CIMENTO PORTLAND POZOLÂNICO

DEFINIÇAo

Aglomerante hidráulico obtido pela mistura homogênea de clínquer Portland, e


materiais pozolânicos moídos em conjunto ou em separado. Durante a moagem é
permitido adicionar uma ou mais fl)rmas de sulfato de cálcio e materiais carbonáticos
nos teores especificados na NBR-5736 . S.~g,u:. do esta norma, deve obedecer às
seguintes exigências físico-químicas e mecânicas.

TABELA 2 - EXIGÊNCL \ S QUÍMICAS


Determina~ões gwnúcas Linútes (% da massa)
Perda ao fogo (PF2 -­
< 4,5
Oxido de magnésio (~i,º~ < 6,5
f----- '
Trióxido de enxoíi-(~.9...l) < 4,0
Anidrido carbômc0 ~L() 2) < 3,0

TABELA 3 · EXIGÊNCIAS FÍSICO-MECÂNICAS

--- - -
Características e Prc!pri~daõl"">
Unidade Limites
CP IV-25 CP IV-32
Finura (resíduo na peneira 75 um) %
< 8,0 < 8,0
Tempo de início de pega h > 1 > 1
Expansibilidade a quente rum < 5 < 5
Resistência 3 dias de idade MPa > 8,0 > 10,0
à 7 dias de idade MPa > 15,0 > 20,0
compressão 28 dias de idade MPa > 25,0 > 32,0

TABELA 4 - EXIGENCIAS FISICAS E MECANICAS (FACULTATIVAS)


Características e propríedades Unidade Limites
CP IV-25 CP IV-32
Resistência a compressão aos 91 Mpa
dias de idade > 32,0 > 40,0
Tempo de fim de pega h < 12
Expansibilidade a frio rum <5

13

4.2 - CIMENTO PORTLAND COMPOSTO Cf FILLER

DEFINIÇÃO: Aglomerante hidráulico obtido pela moagem de clinquer portland


ao qual se adiciona, durante a operação a quantidade necessária de uma ou mais fonnas
de sulfato de cálcio. Durante a moagem é permitido a adição de material carbonático
nos teores especificados na NBR 11578. Segundo esta nonna, deve obedecer às
seguintes exigências fisico-quimicas e mecânicas:

TABELA 2 - EXIGENCIAS QUIMICAS


Determinações químicas Limites (% da massa)
CP 11 - E CP 11 -Z CP 11 - F
kesíduo insolúvel (RI) < 2,5 < 16,0 < 2,5
Perda ao fogo (PF) <6,5
Oxido de magnésio (MgO <6,5
Trióxido de enxofre (S03 <4,0
Anidrido carbônico ~C02 < 5,0

TABEI \. 3 - EXIGENCIAS FISICAS E MECANICAS


Características e propriedades Unidade Limites de classe
25 32 40
finura Resíduo na peneira '75 um %
< 12,0 < 12,0 < 10,0
Área específica mL/kg >240 > 260 >280
Tempo de início de pega h ~ 1 ~ 1 ~1

Expansibilidade a quente mm <5 <5 <5


Resistência 3 dias de idade Mpa > 8,0 >10,0 > 15,0
à 7 dias ele idade Mpa >15,0 >20,0 >25,0
compressão 28 dias de idade Mpa >25,0 >32,0 > 40,0

TABELA 4 - EXIGENCIAS FISICAS E MECANICAS (FACULTATIVAS)

Caracteristicas e propriedades Unidade Limites


CP lI-E CP 11 Z CP lI-F
Tempo de fim de pega j h < 10 <10 <10
Expansibilidade a frio mm <5 <5 <5
Teor de escória % 6 - 34 - -
Teor de material pozo1ânico % - 6 - 14 -
Teor de material carbonático 1­ % 0-10 0-10 6 - 10
-
4.3 - CIMENTO PORTLAND COMPOSTO Cf POZOLANA

DEFINIÇÃO: Aglomerante hidráulico obtido pela moagem de clínquer


portland ao qual se adiciona, durante a operação a quantidade necessária de uma
ou mais fom1as de sulfato de cálcio. Durante a moagem é permitido a adição
de materiais pozolânicos ecabomáticos nos teores especificados na NBR 11.578.
Segundo esta norma, deve obedecer ás seguíntes exigências fisico - químicas e
mecânicas.

TABELA 2 - EXIGENCIAS QUIMICAS


Determinações químicas Limites (% da massa)
CP II - E CP H -Z CP H - F
Resíduo insolúvel (RI) < 2,5 < 16,0 < 2,5
Perda ao fogo (PF) < 6,5
Oxido de magnésio (MgO < 6,5
Trióxido de enxofre (S03 < 4,0
Anidrido carbônico (C02 < 5,0

TABELA 3 - EXIGENCIAS FISICAS E MECANICAS


Características e ro riedades Unidade Limites de classe
25 32 40

finura
% -< 12,O -< 12 ,O :::10 ,O
mlk >240 > 260 >280
h > 1 > 1 :::1
mm <5 <5 <5
~esistência 3 dias de idade Ma - >80 , >10
- ,O ->15 ,O
à 7 dias de idade Ma ->15 ,O >20
- ,O ->25 ,O
com ressão 28 dias de idade Ma °
->25 , :::32,0 > 40,0

TABELA 4 - EXIGENCIAS FISICAS E MECANICAS FACULTATIVAS


Características e propriedades Unidade Limites
CP H-E CP II Z CP II-F
e a h <10 <10 <10

Ex ansibilidade a frio
mm :::5 <5 :::5

Teor de escória
% 6 - 34
Teor de material ozolânico % 6 - 14
Teor de material carbonático % 0-10 0- 10 6 - 10

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4.4 - CIMENTO PORTLAND RESISTENTE A SULFATOS

DEFINIÇÃO: Aglomerante hidráulico que atenda à condição de resistência


dos sulfatos, obtido pela moagem de clínquer portland ao qual se adiciona, durante a
operação, a quantidade necessária de uma ou mais fonnas de sulfato de cálcio. Durante
a moagem são permitidas adições, a esta mistura, de escórias granuladas de alto-fomo
ou materiais pozolânicos e/ou materiais carbonáticos. São considerados resistentes aos
sulfatos:

a) os cimentos cujo teor de C3A do clínquer seja igualou inferior a 8% e cujo teor de
adições carbonáticas seja igualou inferior a 5% da massa do aglomerante total e/ou;

b) os cimentos portland de alto-fomo (CP III) cujo teor de escória granulada de alto­
fomo esteja entre 60% e 70% e/ou;

c) os cimentos portland pozolânicos (CPIV) cujo teor de materiais pozolânicos esteja


entre 25% e 40% e/ou;

d) os cimentos que tenham antecedentes com base em resultados de ensaios de longa


duração ou referências de obras que comprovadamente indiquem resistência a sulfatos.

As exigências químicas e fisico-mecânicas do cimento resistente a sulfatos


devem atender às indicadas nas respectivas normas de cada um dos tipos mencionados
anteriormente; o que nos leva a considerar que o cimento RS não é um tipo de cimento
e sim uma propriedade caracteristicas dos demais.

16

5.0 - A REAÇÃO POZOLÂNICA

Quando o cimento pozolânico é misturado com água, acontecem as reações de


hidratação dos silicatos do clínquer. Durante as hidratação é gerado hidróxido de cálcio
(Ca (OH)2) conforme as reações abaixo:

Silicato Silicato Cálcico Hidróxido de

Tricálcico - C3S Hidratado Cálcio

Silicato Silicato Cálcico Hidróxido de


Bicálcico - C2S Hidratado Cálcio

o hidróxido de cálcio é fixado, então pela pozolana (material silicoso) formando


compostos com propriedades cimentantes que em sua expressão mais simples pode ser
representado pela equação:

Hidróxido Sílica de Silicato Cálcico


de Cálcio Pozolana Hidratado
gerado pelo
clínquer

Através desta propriedade de fixar o hidróxido de cálcio com a formação de


novos compostos, o cimento pozolânico produz uma pasta mais impermeável e menos
sensível ao ataque químico, já que o hidróxido de cálcio foi consumido na reação não
se apresentando distribuído na massa aglomerante.

17

6-CONCRETOS

o concreto simpks ou armado é a forma mais nobre de utilização do Cimento


Portland. Podemos dizer que o concreto de Cimento Portland quando endurecido forma
uma pedra artificial; produto da mistura de um aglomerante, agregados miúdos e
graúdos e a água que forma uma massa plástica nas primeiras horas possibilitando sua
moldagem de fonnas variadas, e que com O tempo, através das reações de hidratação do
cimento vai ganhando coesão e resistência.

5.1 - PROPRJEDADES DO CONCRETO FRESCO

o atual I:!srágio de desenvolvimento da tecnologia da construção tem exigido


uma correspondente melhoria na qualidade do concreto. Essas crescentes exigências
referem-se, geralmente, ao concreto endurecido, porque o concreto ainda no estado
plástico interessa apenas à fase construtiva. Tem-se verificado, no entanto, que as
propriedades do concreto fresco e as do endurecido estão tão relacionadas que devem
ser consideradas simultaneamente. Isso significa que não se pode produzir concreto
endurecido de alta qualidade se o concreto no estado plástico não tiver propriedades
satisfatórias.

A trabalhabilidade é sem dúvida a mais importante das propriedades do concreto


fresco, visto que está diretamente relacionada com as demais.

Dizemos que um concreto fresco é trabalhável quando, apresentar caracteristicas


(consistência e dimensão máxima do agregado) adequados ao tipo da obra a que se
destina (dimensões das peças, distribuição da armação) e aos métodos de lançamento e
adensamento, sem provocar problemas de segregação ou exsudação. Podemos dizer
então que a noção de trabalhabilidade é o que chamamos de consistência, responsável
pela mobilidade da massa e coesão entre os elementos componentes do concreto.

Os fenômenos de segregação e exsudação citados acima quando ocorrem,


demonstram que o concreto não está dotado de uma trabalhabilidade adequada para o
tipo de concreto que se destina. Porém estes dois fenômenos estão ligados diretamente
as condições de execução da peça de concreto, ou seja, lançamento e adensamento.

A segregação é entendida como a separação dos elementos constituintes da


mistura, O que impede a obtenção de um concreto com característica de razoável
UJÚformidade.

18

A exsudação é uma fonna particular de 3egregação, em que a água da mistura


tende a elevar-se à superficie do concreto recém-lançado. Esse fenômeno é provocado
pela impossibilidade dos constituintes sólidos fixarem toda a água colocada na mistura,
em quantidade excessiva. Este fenômeno é facilmente percebido quando vibramos uma
peça de concreto energicamente e a quantidade de águ1 colocada na mas<'l é superior
as necessidades de hidratação dos componentes.

6.2 - PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO

o concreto é composto basicamente de: cimento, água, agregado miúdo,


agregado graúdo e ar incorporado. Um concreto bem executado deverá ter cada grão de
agregado completamente envolvido pela pasta de cimento e os vazios entre os grãos
deverão estar preenchidos pela mesma pasta.

Os agregados representam em tomo de 70% do volume do concreto e


nonnalmente por uma questão econômica, somos forçados a utilizar os tipos
disponíveis no local, adaptando as condições de execução e características da pasta. A
qualidade do concreto depende fundamentalmente da qualidade da pasta que, por sua
vez, depende da relação água/cimento, do tipo do cimento utilizado na mistura e o
processo de cura.

A quantidade de água utilizada na dosagem do concreto é sempre superior à


necessária para hidratação, visando tomar a massa mais plástica e trabalhável. No
entanto, quanto maior for a quantidade de água, menor será a resistência do concreto
aos esforços mecânicos e às intempéries.

A resistência à compressão é uma das propriedades mais importantes do


concreto, fundamental para projetos de estruturas de concreto simples ou armado.
Através da resistência à compressão pode-se chegar a um valor de resistência à flexão
ou à compressão díametral (tração), desde que adotadas relações empíricas entre seus
valores.

A resistência do concreto à compressão, no Brasil, é avaliada por meio de


corpos-de-prova cilindricos de 15 cm de diâmetro e 30 cm de altura. A moldagem dos
corpos-de-prova e a realização do ensaio devem obedecer, respectivamente, a NBR
5738 e a NBR 5739 da Associação Brasileira de Nonnas Técnicas (ABNT).
Como o concreto é pouco resistente à tração, geralmente, não é destinado a trabalhar
submetido a esforços desse tipo. Esse esforços são combatidos pelo aço no concreto
armado.

19

Sabemos que a resistência do concreto é determinada pela resistência da pasta,


pela resistência da ligação pasta-agregado (aderência) e por algumas características do
agregado. Por outro lado, sabe-se também que a porosidade tem uma influência
bastant.:: significativa na resistência da pasta e, que a relação água /cimento interfere
diretamente na porosidade da pasta. Pode-se afirmar então que, a relação água/cimento
é um dos principais fatores determinantes da resistência do concreto.

Uma comparação feita entre dois concretos, desde que fixadas todas as variáveis
e que os dois concretos recebam o mesmo tratamento nas fases de preparo e
lançamento, podemos afirmar com absoluta certeza que o concreto preparado com o
maior fator água/cimento terá menor resistência. A lei de ABRAMS permite avaliar a
resistência em função da relação.

R= A
BX

onde: R = resistência do concreto;


X = relação água/cimento;
A e B= constantes empíricas.

Resr'sféncia à comprcss~o do concreto ~ 2~dj~


o o o o
o o o o

.
o

I
20

Uma outra propriedade bastante importante do concreto endurecido é a sua


permeabilidade. Quando se analisa o fluxo da água no concreto, verifica-se que o
fenômeno é semelhante ao fluxo através de qualquer corpo poroso .

Quando analisamos o concreto quanto à permeabilidade, devemos considerar


que, tanto a pasta de cimento com o agregado contém poros e, além disso, o concreto,
como um todo contém vazios por falhas de adensamento (compactação) que podem
ocupar de 1 a 10% do volume total. Evidentemente um concreto que tenha índice de
vazios próximo a 10% será altamente poroso e conseqüentemente permeável.

A permeabilidade do concreto, além de sua influência na durabilidade, tem


fundamental importância em casos, por exemplo, como reservatórios onde a função
básica da estrutura é reter água ou outros líquidos.

Uma das condições exigidas do concreto endurecido é a sua durabilidade, ou


seja, vida útil maior possivel. Estará comprometida a qualidade de um concreto de
elevada resistência mecânica que, quando posto em serviço, vier a apresentar, poucos
anos depois, defeitos graves que acabem por reduzir sua resistência, podendo,
inclusive, levá-lo à ruptura.

A durabilidade do concreto é fator dificil de ser avaliado ou medido e.


normalmente, não é considerada com a precisão que esta propriedade exige. Costuma­
se pensar que o tempo de vida útil de uma construção não tem limite . Algumas
construções duram de vinte a trinta anos. findos os quais, são destruídos para dar lugar
a outras novas, existem obras porém, como barragens, pontes, túneis, portos marítimos
e outras grandes estruturas, que espera-se que durem normalmente mais de um século.

Os engenheiros projetistas, construtores e tecnologistas, responsáveis pela obra,


nem sempre se preocupam objetivamente pela avaliação, mesmo aproximada, do tempo
em que a obra vai prestar serviço, porém, alguns, interessam-se em detectar as causas
que podem reduzir a vida útil e os meios de evitar sua inutilização prematura .

A redução da durabi !idade de um concreto por ter causas externas ou


ambientais, ou de causas internas do próprio concreto.

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A deterioração do concreto em ambiente agressivo resulta, quase sempre, de ações


mecânicas, fisicas e químicas, bastante complexas, de intemperismo, da ocorrência de
temperaturas elevadas, da abrasão, do ataque de gazes e líquidos naturais ou
produzidos pelos resíduos industriais. O resultado negativo dos danos produzidos por
esses agentes depende, em grande parte, da qualidade do concreto, embora não se possa
dizer que um ótimo concreto, sob condições externas, não possa vir a se deteriorar
gravemente.

Entre as causas internas, destacam-se a permeabilidade do concreto, a reação


álcali-agregado e as variações de volume devidas às diferenças entre as propriedades
térmicas do agregado e as da pasta.

A deterioração do concreto por corrosão manifesta-se por um gradual


decréscimo de. sua resistência, aumento de volume, aumento da permeabilidade e por
fun aparecimento de fissuras visíveis.

6.3 - O PROBLEMA DA DOSAGEM EM VOLUME

Como sabemos existem hoje no Brasil diversos tipos de cimento, cada um com
valores de densidade diferentes. É comum nas pequenas obras a dosagem em volume
para agregados, bem como o cimento. Normalmente quando se faz o preparo do
cimento ou argamassa manualmente, utiliza-se uma lata de 18,0 litros como dosador do
cimento e agregados. No caso particular do hosso cimento CP IV 32 RS a densidade
aparente gira em tomo de 1,28 ton ./m3 enquanto que Um CP ll-F na faixa de 1,46
ton./m 3. Quando dosamos um determinado traço de concreto ou argamassa com uma
lata de cimento; no caso do CP IV estamos colocàndo 23,0 Kg e com o CP II 26,3 Kg
de cimento. Como vemos a quantidade de cimento. em p.eso será diferente para os dois
tipos citados, portanto, a resistência obrigatoriamente será diferente.

6.4 - ARGAMASSAS E CONCRETOS PRODUZIDOS COM CIMENTO


ADITIVA DO COM POZOLANA

A adição de pozolana ao cimento o toma um produto mais completo, onde não


só a característica resistência está presente, mas também um fator bastante importante
que é a durabilidade estará presente de maneira mais acentuada nas argamassas e
concretos produzidos.

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Abaixo citaremos algwnas características das peças produzidas:

- Maior durabilidade, mediante redução do nível de Ca(OHh livre nas pasta hidratada;

- Resistência a sulfatos, o que credencia como cimento ideal para obras de saneamento;

- Menor permeabilidade da massa de concreto, tomando-se mais durável e estanque;

- Manutenção do crescimento da resistência após os 28 dias;

- Menor calor de hidratação, portanto menor tendência ao aparecimento de fissuras de

orígem térmica;

- Redução do nível potencial da reação álcalis-agregados, o que toma o cimento

pozolânico mais indicado para obras de grandes volumes de concreto, particularmente

barragens de hidrelétricas;

- Redução da possibilidade de corrosão da armadura em função da menor

permeabilidade.

Podemos concluir que todas essas caractensticas estão intimamente ligadas a


questão da durabilidade, pois sabemos do aIto custo de recuperação de wna estrutura de
concreto, quando do seu envelhecimento precoce.

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7 - ASPECTOS DE DURABILIDADE

Há alguns anos atrás poderíamos dizer · que a resistência à compressão seria a


característica mais exigida pela indústria da construção civil.

Nos últimos 20 anos, a durabilidade das estruturas ganhou status superior entre
as exigências do concreto. Ampliar ao máximo a vida útil de uma estrutura requer
esforços coordenados de todas as partes envolvidâs, em todas as fases, desde os anseios
do proprietário da obra, passando pelo projetista, pelo construtor e fInalizando no
usuário.

A durabilidade depende de diversos fatores associados, como a composição do


concreto, sua aplicação na obra, o tipo da estrutura e o meio-ambiente da construção.
'.

Um estudo detalhado das estruturas existentes, pode indicar os fatores que


determinaram o quadro de deteriorização, que algumas dessas estruturas apresentam em
curtos periodos de tempo. Um melhor conhecimento dos meios que provocam a
deteriorização, é de grande importância, tanto para os projetistas, calculistas,
executores e proprietários das obras de concreto armado. Igualmente para os seus
usuários, pela segurança, e os seus proprietários, pelos altos investimentos que são
aplicados, em construções que devem durar por muitas gerações, com baixos custos de
manutenção.

A análise de numerosos casos de prematura deteriorização, revela suas


principais causas. Vejamos nesta relação:

-EXECUCÃOINADEQUADA

I) Baixa cobertura na armadura. Por exemplo: 5mm em lugar de 50mm.


2) Erro no traço. Exemplo: 200 Kg/m 3 de cimento em lugar de 350 Kg/m 3
3) Erro na relação água/cimento. Exemplo: 0,70 em lugar de 0,48.
4) Excessiva ou baixa compactação: inadequada utilização de vibradores.
5) Falha no cálculo e distribuição interna da armadura metálica.
6) Erro na especifIcação do tipo de cimento.

Esses são os erros grosseiros, decorrentes da má administração na execução da


obra. Ocorrem, entretanto, com muita frequência, particularmente entre os pequenos
construtores e mestres de obras que assumem edifIcações menores.

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- ATAOUE AMBIENTAL

É um fator que vem sendo descuidado, há um bom tempo, por nossos projetistas,
calculistas e construtores. É de grande importância considerar a ação do meio-ambiente
que circunda a estrutura, onde, na maioria dos casos, contém agentes agressivos aos
componentes do concreto, determinando o processo de degradação em duas etapas:

A) FASE INICIAL

Durante a qual, não se nota nenhum enfraquecimento dos materiais e funções da


estrutura. Em seu interior, porém, algumas barreiras de proteção estão sendo quebradas
pela ação do meio agressivo. Esses agentes, deflagram nesta fase, os seguintes
processos:

• A CARBONATAÇÃO: O Dióxido de Carbono, CO 2 , concentrado na


atmosfera, principalmente nas áreas industriais, em função das chaminés, e nas
cidades de intenso tráfego rodoviário, vai penetrando lentamente na massa do
concreto, na direção da armadura.

• A PENETRAÇÃO DA ÁGUA: Todo o processo de deteriorização requer a


presença da água em quantidade suficiente. Apesar da água pura não ser um
agente agressivo, ela é uma veículo para que esses agentes agressivos penetrem no
interior da massa do concreto, no decorrer dos ciclos de umidificação e secagem,
continuamente proporcionados pelo meio-ambiente.

• PENETRAÇÃO DOS CLORETOS: O agente principal é o Cloreto de Sódio,


altamente concentrado nas águas superficiais e no ar das regiões litorâneas. É
talvez o maior inimigo a que se expõe as estruturas de concreto armado. Os íons
de cloro penetram na massa do concreto através das microfissuras, e, conduzidos
pela água, vão provocar a corrosão da armadura metálica interna.

• PENETRAÇÃO DOS SULFA TOS: O Hidróxido de Cálcio e os Cálcio­


AJurninatos, contidos no cimento portland, são hidratos muito vulneráveis a se
combinarem com os íons sulfato que penetram nas massas, resultando daí a
formação de "ettringita", que causa a gradual desintegração do concreto. As águas
marinhas, águas subterrâneas e águas residuais, contêm elevadas concentrações de
íons sulfato, estando sempre presentes nas regiões litorâneas, regiões densamente
povoadas ou industrializadas.

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• PENETRAÇÃO DE SAIS CONTENDO ÍONS ALCALINOS: Esses sais,


particularmente o de sódio e o de potássio, também penetram na massa e podem
aumentar o teor de álcalis contidos no concreto, provocando futuramente reações
do tipo álcalis-sílica, na presença de aJegados potencialmente reativos.

B) FASE DA PROPAGAÇA-O

Nessa fase começam a se evidenciar os processos de degradação e que poderão


ser acelerados, caso não sejam tomadas medidas corretivas. Nesse estágio, se comprova
a relação existente entre os custos decorrentes de uma boa administração na execução
do concreto e aquelas que serão necessárias se fazer para corrigir e deter a
degeneração. Já se avaliou que, para cada dólar investido a mais, durante a execução,
direcionado para atender aos fatores de durabilidade, representa uma economia de 5
dólares na manutenção preventiva posterior, 25 dólares na reparação e manutenção
corretiva e 125 dólares na reabilitação da estrutura.

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8 - A MELHOR SOLUÇÃO

Antes de mais nada, é necessário haver um consenso entre projetistas,


calculistas, executores e proprietários de obras que utilizem concreto armado, de que
não apenas sejam atendidas as condições de resistência aos esforços desenvolvidos,
mas também sejam consideradas na fase do projeto, cálculo, execução e recebimento
das obras, todas aquelas especificações que garantem uma maior durabilidade do
concreto. É imperativo que se estabeleçam nos contratos, algumas cláusulas que
venham assegurar ao longo dos anos posteriores à entrega da obra, a durabilidade da
mesma. Uma garantia, com prazo de validade, por extenso, como qualquer produto
industrial oferece. Deve-se estar atento, quanto aos altos custos de manutenção
corretiva e de reabilitação das estruturas de concreto. Somente quando se recorre à
intervenção de empresas especializadas em recuperação de estruturas, é que os
proprietários reconhecem a importância de se dispor uma cobertura para esses custos.

Em seguida, é preciso prestar muita atenção, no decorrer da fase de execução,


para se evitar os erros grosseiros, já enumerados. É importante destacar, nesse item, a
correta escolha do tipo de cimento a ser utilizado, o que nem sempre ocorre, porque o
cimento é considerado apenas como um aglomerante, não se objetivando que o cimento
deve assegurar as condições de resistência exigidas pelo calculista da estrutura, com
ênfase, principalmente por parte das construtoras, nas resistências iniciais, de 1 e 3
dias, visando pennitir uma rápida desforma e retirada do escoramento, proporcionando
ganho de tempo e aumento dos lucros. Nem sempre o melhor cimento é aquele que
apresenta resistências com 1 e 3 dias mais elevadas do que os outros que proporcionam
melhores indices de resistência aos ataques dos agentes agressivos que reduzem a
durabilidade do concreto.

Os cimentos aditivados, sejam com pozolanas (naturais ou artificiais), ou com


escória de alto-fomo, apresentam desempenho superior ao cimento portland comum,
particularmente no que diz respeito às características que aumentam a durabilidade do
concreto. Estes cimentos apresentam baixos teores de C3A e de álcalis, o que confere
aos concretos a inibição à reação álcalis-agregados, o que não acontece quando se usa o
cimento portland comum. Além do mais, quando preparados corretamente, os concretos
que utilizam cimentos pozolânicos ou de escória, apresentam um melhor adensamento
da massa e menor calor de hidratação, o que representa uma redução nas microfissuras
que pennitem a penetração da água e seus agentes agressivos. Os baixíssimos teores de
cal livre e de óxido de magnésio livre, contidos nesses cimentos aditivados, reduzem
~bém a possibilidade do aparecimento de fenômenos de expansão, tão indesejáveis.
E mais segurança de um desempenho correto e durável para o concreto. E mais
tranquilidade para calculistas, projetistas, construtores e, obviamente, usuários.

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