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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

FEN – Disciplinas 3061 Pontes1 e 3221 Pontes e Obras 1


Profa Regina Helena Souza, 2020

Aula 1

OAE – Obras de Arte Especiais

UERJ – Pontes 1 e Pontes e Obras 1 - Profa


Regina Helena Souza, 2020

1
1.1 Obra de Arte Especial

É uma construção destinada a transpor


obstáculos, de modo a dar continuidade a
uma via. Tais obstáculos podem ser cursos
d'água, depressões do terreno, vales
profundos, etc.

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1.2 Tipos de Obra de Arte
a) Ponte
Obra destinada a transpor um curso d'água que pode ser um rio, um
canal, um braço de mar, uma lagoa, etc. Seus vãos podem ser
superiores a 10m.

Elementos constituintes de uma ponte:


 superestrutura: constituída por tabuleiro que contém os vigamentos e a laje,
as cortinas e lajes de transição;
 mesoestrutura: constituída pelos aparelhos e apoio e os pilares;
 infraestrutura: contém as fundações.

Ponte Linha Vermelha, RJ

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1.2 Tipos de Obra de Arte
b) Viaduto

Obra destinada a transpor rodovias, vales, ruas. Em centros urbanos é


muito utilizado para evitar o cruzamento de vias. Quando um viaduto é
extenso é designado por Elevado.

Viaduto de meia encosta


Viaduto de Rocha Miranda, RJ Elevado Paulo de Frontin, RJ economia e segurança

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1.2 Tipos de Obra de Arte
c) Passarela
Obra destinada à passagem de pedestres.

Passarela Niemeyr, RJ Passarela Radial Oeste, RJ

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1.2 Tipos de Obra de Arte
d) Pontilhão
Destinada a transpor um curso d'água utilizando um único vão de até
10m. A superestrutura é normalmente constituída por uma laje maciça.

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1.2 Tipos de Obra de Arte
e) Aquedutos/ Oleodutos
Destinam-se à condução de água e óleo, respectivamente.

Aqueduto em Segóvia, Espanha. Aqueduto da Carioca

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1.2 Tipos de Obra de Arte
f) Túnel
Obra de arte subterrânea.

Túnel da Grota Funda, RJ.

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1.2 Tipos de Obra de Arte
g) Bueiro
Obra de arte corrente, construída sob aterro, normalmente de direção
transversal ao eixo da via, que permite o escoamento de águas pluviais
ou de um pequeno curso de água. As seções transversais dos bueiros
são muito variáveis, desde manilhas de concreto armado de 0,60 m de
diâmetro até estruturas de quadros rígidos com vãos de 2 ou 3m.

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2. Classificação das Obras de Arte
2.1 Quanto à Utilização
 Rodoviárias
 Ferroviárias
 Rodo-ferroviárias
 Passarelas
 Tubulações para água, esgoto, gás, óleo
 Pistas de aeroporto
 Ponte Canal – vias navegáveis

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2. Classificação das Obras de Arte
2.1 Quanto à Utilização

Ponte Ferroviária de 1.500m,RJ Avião sobre viaduto, Asia.

Ponte canal navegável, Rio Elba, Alemanha.


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2. Classificação das Obras de Arte
2.2 Quanto ao material utilizado

 Aço
 Concreto protendido
 Concreto Armado
 Madeira
 Mistas – concreto/aço; concreto/madeira;
aço/madeira

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2. Classificação das Obras de Arte
2.3 Quanto ao tipo de estrutura
 Em laje

 Em quadro

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2. Classificação das Obras de Arte
2.3 Quanto ao tipo de estrutura
 Em viga reta de alma cheia

 Em viga reta de treliça

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2. Classificação das Obras de Arte
2.3 Quanto ao tipo de estrutura
 Em abóboda – são arcos achatados de grande largura,
comparáveis à vigas curvas.

 Em arco superior

Ponte Rio das Antas


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2. Classificação das Obras de Arte
2.3 Quanto ao tipo de estrutura
 Em tabuleiro suspenso
São de elevado valor estético devido à leveza e elegância

 Ponte Pênsil
 econômicas para vãos situados na faixa de 600 a 2100 m;

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2. Classificação das Obras de Arte
2.3 Quanto ao tipo de estrutura
 Pontes Estaiadas
 econômicas para vãos situados na faixa de 200 a 600 m;

 Tabuleiro apoiado em pilares, encontros e em um sistema de cabos


inclinados que partem de torres e ancoram-se em um ou vários
pontos do vão proporcionando apoios elásticos;
 Os tabuleiros podem ser metálicos ou em concreto protendido e as
torres podem ser metálicas ou em concreto armado;
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2. Classificação das Obras de Arte
2.3 Quanto ao tipo de estrutura
 Ponte Estaiada
 Os cabos ou estais podem ser dispostos em Leque, em Harpa ou em Estrela.
 No arranjo em Leque os estais dirigem-se a um único ponto no topo da torre

 No arranjo em Harpa os cabos são paralelos e ancoram-se em vários pontos


ao longo da altura da torre.

 Arranjos mistos em Leque e Harpa possibilitam unir a melhor eficiência da


disposição em Leque, evitando-se o congestionamento das ancoragens dos
estais na torre.

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2. Classificação das Obras de Arte
2.3 Quanto ao tipo de estrutura

 Ponte estaiada - Torres


- Duplas quando a suspensão é feita por dois planos de cabos paralelos
que se ancoram nos bordos do tabuleiro, por fora dos guarda-rodas.
- Em forma de A, quando a relação altura da torre/vão permite. Traz
benefícios estéticos e econômicos.

Torre dupla Torres em forma de A

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2. Classificação das Obras de Arte
2.4 Pontes Provisórias

Quando destinam-se à utilização por um


período de tempo relativamente curto.

São construídas em madeira ou com vigas de


aço em treliça que embora de custo mais
elevado podem ser reaproveitadas.

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2. Classificação das Obras de Arte
2.5 Pontes Flutuantes

Se provisórias, são normalmente apoiadas em


flutuadores constituídos por barcos ou
tambores metálicos;

Se definitivas, os apoios são constituídos por


flutuantes de aço ou de concreto armado.

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2. Classificação das Obras de Arte
2.5 Pontes Flutuantes

Esquemas de pontes flutuantes


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2. Classificação das Obras de Arte
2.6 Pontes Móveis
Quando o greide de uma estrada não pode ser elevado a uma altura
suficiente para não obstruir o gabarito de navegação, a solução é mover o
tabuleiro para permitir a passagem de carros e barcos. Estas pontes são
articuláveis, podem ter dispositivos para movimentos de translação ou de
rotação.

Ponte sobre o Rio Guaíba, Porto Alegre

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2. Classificação das Obras de Arte
2.6 Pontes Móveis

Ponte para pedestres Gateshead Millennium Bridge, Reino Unido.

Ponte Gateshead Millennium, Reino Unido.


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2. Classificação das Obras de Arte
2.6 Pontes Móveis

Ponte Ferroviária El Ferdan, Egito

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3. Elementos Constituintes das
Pontes e suas Funções

Desenho esquemático dos elementos constituintes de uma ponte

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3. Elementos Constituintes das
Pontes e suas Funções
ELEVAÇÃO EM CORTE

LAJE VIGA PRINCIPAL


LAJE DE TRANSIÇÃO

TRANSVERSINA DE APOIO TRANSVERSINA


CORTINA INTERMEDIÁRIA

ABA DA CORTINA
CORTE EM PLANTA

LAJE DE TRANSIÇÃO VIGAS PRINCIPAIS MÍSULAS

CORTINA

TRANSVERSINA TRANSVERSINA
DE APOIO INTERMEDIÁRIA

ABA DA CORTINA

Elevação e planta de uma ponte.


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3. 1 Superestrutura
Lajes - Têm por função receber as cargas diretamente dos
veículos que circulam no tabuleiro.
Vigas Principais – As vigas principais são também denominadas
por longarinas. Têm por finalidade vencer o vão e transferir as
cargas para os apoios sobre os pilares.
Transversinas - O vigamento secundário – transversina - serve
de apoio às lajes, conduzindo as reações destas ao vigamento
principal. As transversinas são vigas transversais que promovem
o contraventamento do tabuleiro.
Cortinas – São transverinas especiais, localizadas nas
extremidades da ponte e, por isso são obrigatórias. Possuem um
ou dois dentes; o dente superior é obrigatório e tem a finalidade
de suportar a laje de transição; o inferior define a contenção do
aterro.
Guarda-corpo – Guarda-roda
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3. 1 Superestrutura

Ponte no Maranhão finalizada por


uma cortina. O Globo, 19/5/2007.

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3. 1 Superestrutura - Tipos de seção
transversal
.

Seção transversal em duas vigas retas ligadas pela laje, indicada para
pontes retas

Seção transversal em caixão celular, indicada para pontes protendidas e


curvas.
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3. 1 Superestrutura - Tipos de seção
transversal
.

O tabuleiro com vigas pré-moldadas é indicado para obras longas, com


grande altura de pilares ou para obras com cronogramas de execução
apertados.

Esta solução economiza formas e dispensa o escoramento.

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3. 1 Superestrutura

Guarda-corpo acoplado à passeio para pedestre

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3. 1 Superestrutura

Guarda-rodas ou batente padrão


DNIT.

As abas ou alas são solidárias às cortinas e têm a função de contenção


lateral. Deverão ser projetadas de forma que fiquem mergulhadas pelo
menos 50cm no terrapleno, contendo toda a laje de transição.

Os guarda-rodas ou barreiras dedem ser prolongados até às extremidades


das abas, onde fazem a transição com as defensas metálicas da rodovia.

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3. 2 Mesoestrutura
Travessas – Vigas de Amarração – Pilares – Aparelhos de
Apoio

Travessa
e

Viga de
amarração
Pilar único Viga de amarração Travessa

Os pilares recebem as cargas verticais e horizontais da superestrutura,


transferindo-as às fundações.

Os pilares recebem também esforços diretamente, devidos ao vento e à


água em movimento.

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3. 2 Mesoestrutura
Travessas – Vigas de Amarração – Pilares – Aparelhos de
Apoio

Os aparelhos de apoio são elementos de transição entre as vigas principais


e os pilares.

Aparelho de apoio neoprene

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3.3 Infraestrutura
Fundações: Sapatas – Blocos – Estacas – Tubulões –
Blocos de coroamento

Os Encontros recebem o empuxo dos aterros de acesso e evitam sua


transmissão aos demais elementos da ponte. Os encontros, as cortinas, as
abas laterais, os muros auxiliares fazem a ligação da ponte à estrada.

Em obras ferroviárias os encontros são pesados (dotados de grande


massa, podendo ser cheios de brita) e obrigatórios, para absorver os
grandes esforços longitudinais que se desenvolvem nestas pontes.

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3.3 Infraestrutura
Encontros Leves – usados em obras rodoviárias, econômicos.

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3.3 Infraestrutura
Encontros são pesados - são obrigatórios em ferrovias, são dotados de
grande massa, podendo ser cheios de brita para absorver os grandes
esforços longitudinais que se desenvolvem nestas pontes.

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