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Souza
1. Pontes em Laje:
Podem ser moldadas no local ou constituídas de elementos pré-moldados;
São indicadas para vãos curtos, baixa altura de construção e pequenas relações
altura/vão.
Apresentam grandes vantagens construtivas já que os detalhes de fôrmas,
armaduras e concretagem são mais simples, resultando em velocidade e facilidade
de construção.
Lajes maciças:
em concreto armado convencional em vãos de até 15 metros, com relação
altura/vão da ordem de 1/15 se isostáticos e 1/20 e 1/24 se contínuos;
em concreto protendido, em vãos de até 24 metros, quando a altura da laje é
constante e vãos de até 36 metros, quando são introduzidas mísulas nos apoios,
relação altura/vão de 1/30.
Quando o vão da estrutura aumenta, o peso próprio da laje maciça torna-se excessivo,
podendo-se usar lajes vazadas, dotadas de aberturas longitudinais, em geral circulares.
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a) Vigas bi-apoiadas:
dimensionadas para o momento máximo no meio do vão;
exigem juntas em cada extremidade;
os apoios são constituídos por encontros;
vãos econômicos entre 10 e 20m para concreto armado e 20 e 40m para concreto
protendido.
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e) vigas contínuas
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Detalhe da junta.
Quando se tem a necessidade de vencer grandes vãos, como é o caso de pontes fluviais,
em geral usa-se uma viga contínua de três vãos, com um grande vão central. Neste caso,
o peso próprio no trecho médio do vão principal, e o correspondente momento fletor no
vão, podem ser reduzidos adotando-se mísulas junto aos apoios e a redução da altura
estrutural. Conforme Leonhardt [2], mísulas retas combinam bem com perfis retilíneos,
enquanto que mísulas curvas combinam com curvas de concordância vertical. As vigas
com mísulas são especialmente indicadas na construção com balanços sucessivos.
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Resumo:
As vigas contínuas apresentam a vantagem de um tabuleiro sem juntas.
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Viga Pratt.
Viga Howe.
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Ponte férrea em Pelotas - liga Rio Grande à Pelotas, sobre o Canal São Gonçalo.
Construída no século XIX, tem 600 metros de extensão, vão central móvel; utilizada no
transporte de grãos, cointêineres e combustíveis.
4. Pontes em Pórticos
Os pórticos podem apresentar as formas mais variadas, com pequenas ou elevadas
alturas.
Ponte em pórtico de pequena altura sobre via férrea, 21m de vão [2].
Os pórticos podem fazer a ligação da viga da ponte com os encontros ou com os pilares.
Quando a extremidade da viga é engastada na parede do encontro, o momento no meio
do vão fica diminuído pela parcela do momento negativo de engastamento, o que conduz
à redução da altura necessária ao vão. A adoção de rigidezes diferentes influi
favoravelmente na distribuição de momentos fletores; no caso de viadutos ferroviários,
por exemplo, pode-se conseguir alturas estruturais extraordinariamente baixas.
Pórticos com pilares rígidos levam a momentos pequenos no vão; pilares mais flexíveis
levam a momentos grandes no vão do pórtico [2].
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Ponte em viga contínua aporticada, construída pelo método dos balanços sucessivos,
França.
5. Pontes em Arco
As pontes em arco caracterizam-se pela predominância de esforços de compressão, que
permitem vencer grandes vãos. Devido ao alto custo do escoramento esta solução está
em desuso.
Estruturalmente, os arcos são mais eficientes que as vigas, uma vez que a solicitação
axial de compressão favorece o trabalho do concreto. Com arcos de concreto armado
consegue-se atingir vãos de 300 a 500m enquanto as vigas ficam limitadas a vãos de 40
a 50m.
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Ponte da Amizade sobre o Rio Paraná em Foz do Iguaçu, fronteira Brasil-Paraguai 1950-
1960.
O cabo, por ter rigidez à flexão desprezível frente à sua rigidez axial, assume a forma
em função das forças que lhe são aplicadas. Assim, quando suspenso pelas extremidades
e sob a ação de forças concentradas apresenta forma poligonal denominada polígono
funicular; sob peso próprio toma uma forma denominada catenária e sob ação vertical
uniformemente distribuída assume forma parabólica. Quando apenas tracionado em
suas extremidades fica retilíneo e recebe o nome de tirante ou estai (SORIANO,
2007).
a) Pontes Pênseis
As pontes pênseis caracterizam-se por terem usualmente duas torres que sustentam
cabos principais, nos quais são fixados pendurais (ou tirantes) a intervalos regulares
que suportam verticalmente o tabuleiro.
Cada torre é equilibrada em um dos lados pelos esforços dos cabos principais em forma
parabólica e no outro lado pelos esforços dos cabos ancorados nos encontros, como
mostra a Figura abaixo (SORIANO, H. L., 2007).
A ponte pênsil clássica, com cabos dispostos parabolicamente e pendurais verticais, não
é apropriada para pontes de concreto [2].
Este sistema é utilizado para vencer vãos excepcionais (de 600 a 2100m) (SORIANO,
2007) como o da Ponte de Akashi-Kaikyou no Japão com vão de 1991m, recorde mundial.
tabuleiro foi durante muitos anos negligenciada, o que provocou inúmeros acidentes
neste tipo de ponte, principalmente nos Estados Unidos, ficando famoso o acidente da
Ponte de Tacoma, cujo tabuleiro foi colapsado pela ação do vento entrando em
ressonância com uma das frequências naturais da estrutura que era muito baixa.
A relação entre a altura das torres e o vão principal é da ordem de 15%. Assim, em
função da elevada altura das torres, muitas vezes esta solução é descartada quando
existe a proximidade de aeroportos. As figuras a seguir ilustram pontes pênseis
notáveis.
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Figura 1.1 -
Figura 1.2 -
Figura 1.3 -
Figura 1.4 -
Figura 1.5 -
Figura 1.6 -
Figura 1.7 -
Figura 1.8 -
b) Pontes Estaiadas
Designa-se por ponte estaiada (denominação brasileira) ou ponte atirantada
(denominação portuguesa) a um tipo de ponte suspensa por cabos constituída de uma ou
mais torres (mastros ou pilones), de onde partem cabos de sustentação para os
tabuleiros da ponte.
A ponte estaiada costuma ser a solução intermediária ideal entre uma ponte fixa e uma
ponte pênsil.
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sistema para vãos de até 900 m. A limitação dos vãos das pontes estaiadas está
atualmente limitada a 1500 m, principalmente pelas elevadas forças de compressão
transmitidas ao tabuleiro pelas componentes horizontais das forças dos estais, o que
não ocorre nas Pontes Pênseis.
As estruturas estaiadas são mais econômicas que as vigas contínuas de alma cheia para
vãos superiores a 200 m, principalmente por minimizarem o peso próprio do tabuleiro
que fica submetido a momentos fletores bem menores. O projeto destas pontes, em
função de seu alto custo, só se justifica quando o vão a vencer é superior a 250 m ou
por razões estéticas.
O conceito estrutural básico das pontes estaiadas constitui-se numa série de triângulos
sobrepostos, como uma treliça, formados pela torre, estai e tabuleiro, onde os esforços
gerados pelos carregamentos móveis e permanentes são transmitidos a estes
principalmente por forças axiais, sendo os estais tracionados e a torre e o tabuleiro
comprimidos, conforme pode-se observar na figura.
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Disposição transversal:
Transversalmente, a estruturação pode ser feita por um ou mais planos de estais, como
se vê na figura.
Um único plano de estais ancorados no centro do tabuleiro.
Dois planos de estais paralelos ancorados nos bordos do tabuleiro.
Dois planos de estais partindo o eixo da torre (torre em forma de A) e ancorando-se
nos bordos do tabuleiro.
Suspensão Central:
A suspensão com apenas um plano central de estais é esteticamente mais vantajosa,
pois evita o cruzamento do ponto de vista ótico dos cabos, porém não é a melhor solução
estrutural. Cabos dispostos em um único plano, com suspensão no eixo da ponte exige
uma viga em seção celular, rígida à torção, para absorver as cargas móveis que podem
atuar em um só lado e as ações do vento [2].
A maior rigidez à torção do tabuleiro, por outro lado, contribui para a redução dos
momentos de 2ª ordem, para a estabilidade dinâmica e aerodinâmica do conjunto, assim
como pela baixa fadiga dos cabos, uma vez que os tabuleiros rígidos à torção possuem
grande capacidade de distribuição das cargas concentradas, o que reduz a variação de
tensão nos cabos.
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Suspensão Lateral:
É o sistema mais adotado, principalmente em pontes com tabuleiros muito largos.
Neste sistema, os momentos torsores podem ser totalmente equilibrados na seção
transversal do tabuleiro, permitindo assim seções transversais esbeltas. Os momentos
fletores máximos ocorrem no meio da seção transversal, enquanto os esforços
cortantes máximos ocorrem nas laterais, onde se localizam as ancoragens dos estais.
Esta é a única disposição que permite a análise através de modelo plano, as demais
exigem a análise espacial da estrutura.
Estais
O ângulo de inclinação dos estais em relação ao tabuleiro não deve ser inferior a 20 o
nos arranjos em Leque nem a 25o nos arranjos em Harpa, pois se tornam quase ineficazes
e antieconômicos.
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Tabuleiros
De modo geral, são utilizadas seções celulares em caixão ou quadros fechados
metálicos, em concreto protendido (pré-fabricados ou moldados no local) ou mistos com
vigas de aço e laje em concreto armado.
As seções transversais destas pontes apresentam elevada esbeltez, portanto,
quase sempre são necessárias análises dinâmicas para a avaliação dos efeitos do vento
e das ações das cargas móveis. É comum a realização de modelos reduzidos para o estudo
em túneis de vento.
2270
ESTAI
375 727 66 727 375
335 40 40 335
TUBO ANTIVANDALISMO
p=2.0% p=2.0%
30
50
39
25
116
116
200
Seção transversal com duas linhas de estais (Viaduto Mário Covas na chegada à
cidade de Santos/SP)
3430
1715 1715
450
Seção transversal com viga caixão e uma linha central de estais (Nova ponte
sobre o canal do Panamá)
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Seção transversal com duas vigas isoladas e duas torres com as respectivas
linhas de estais (Ponte sobre o Rio Guamá)
Tabuleiros metálicos são os mais econômicos, pois permitem reduzir o peso próprio do
tabuleiro em 1/5 em relação ao uso de concreto. Por outro lado, apesar do uso de
métodos avançados de racionalização e automação, em particular com lajes
ortotrópicas, os tabuleiros metálicos são de 2 a 4 vezes mais caros do que os
equivalentes em concreto. Então, para que os tabuleiros metálicos sejam competitivos,
a redução do peso próprio da laje deve resultar em apreciável economia nos outros
elementos (estais, mastros e fundações).
Quando a relação altura da torre/vão permite, adota-se a torre em forma de A que traz
benefícios estéticos e econômicos.
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Referências Bibliográficas:
[1] Almeida, S.F. – Notas de aula da Universidade Federal Fluminense
[2] Leonhardt, F. – Construções de Concreto, vol 6, Ed. Interciência, 1979.
[3] Andrade Neto, J.S. ; Contribuição ao Estudo de Pontes Estaiadas – Uma Revisão
Atualizada, Projeto Final de Graduação em Engenharia Civil, FEN, 2011.
[4] Soriano, H. L. – Estática das Estruturas, Ed Ciência Moderna, 2007.
[5] René Walther, R. et al. – Cable stayed bridges, London, Thomas Telford, 2 nd Edition,
2007.
[6] Torneri, P. – Comportamento estrutural de pontes estaiadas – comparação de
alternativas, Dissertação de Mestrado, USP, 2002.
[7] Cable vibrations in cable-stayed bridges, Elsa de Sá Caetano, Structural
Engineering
[8] DNER, Manual de Projeto de Obras-de-Arte Especiais, 1996
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