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Materiais de Construção I

Agregados
Propriedades Físicas
Profa. Marilia Oliveira
Propriedades Físicas

Massa Específica

A massa específica é a determinação da densidade em materiais


particulados.

O volume das partículas pode ou não incluir os poros intragranulares.

Poros fechados

Poros abertos
Massa Específica Real (Massa Específica Absoluta)

É a massa por unidade de volume do material de que se constituem os


grãos do agregado.

Determina-se o volume real (excluindo-se os poros acessíveis a água pela


superfície das partículas).

Determinação da massa específica para agregado miúdo

NBR NM 52/2009 Agregado miúdo – Determinação da massa específica e massa


específica aparente.
Enche o picnômetro com água
Pesa-se o picnometro cheio de água – M(água)
Coloca-se a amostra de areia dentro do picnômetro com
água
Pesa-se o picnômetro com água e areia - M(água+areia)

𝑀(𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜𝑠)
ME= 𝑉(𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜𝑠)
NBR 9776/87 Agregados – Determinação da massa específica de
agregados miúdos por meio do frasco de Chapman

Procedimento:
• Colocar água até a marca de 200 cm3
• Colocar 500 g do agregado miúdo
seco
• Medir o volume total ocupado pelos
grãos da amostra de agregado

500
200 cm3 𝛾=
𝐿 − 200

𝛾 – massa específica (g/cm3)


L – Leitura do frasco (água + agregado
miúdo)
Frasco de Chapaman
Massa específica aparente (massa unitária ou massa barimétrica)

É a massa por unidade de volume do agregado.

A massa específica aparente pode variar:


• Grau de adensamento e Compacidade do material

NBR 7251/82 – Agregados em estado solto-determinação da massa unitária


NBR NM 45/2006 – Agregados determinação da massa unitária e do volume
de vazios
É determinada preenchendo-se com agregado um recipiente de dimensões
conhecidas, deixando-se cair de altura não mais de 10 cm (dessa maneira o
agregado adquire compacidade denominada de estado solto)

MU (kg/m3) = M (kg) / V (m3)


Quanto maior a massa unitária, menor o volume de vazios
intergranulares.

Porosidade intergranular - Volume de vazios - Vv (%) = [(1 – MU/ME)]

IMPORTANTE

Esse tipo de ensaio é utilizado em estudos de dosagem em que se procura


determinar o volume mínimo de ligantes que deve ser utilizado com os
agregados nas formulações de misturas cimentícias.

Misturas entre britas de diferentes tamanhos ou entre britas e areias são


estudadas em dosagens de concreto, selecionando-se aquelas com
maiores massas unitárias ou menores índice de vazios.

A seleção de agregados com formato esférico e regular tem também


grande impacto na redução do volume de pasta necessário para conferir
fluidez constante aos materiais cimentícios.
Determinação da massa específica para agregado graúdo

NBR 9937/87 Agregados – Determinação da absorção de água e da massa


específica de agregados graúdos.
NBR NM 53/2003 Agregado graúdo – Determinação da massa específica,
massa específica aparente e absorção de água.
A amostra é seca em estufa até peso constante;
Pesada e determinada a massa (A);
O agregado é espalhado em bandeja e recoberto
com água ( 48 horas);
Decorrido esse tempo a amostra é escorrida;
Deve ficar com o teor de umidade no estado de
superfície seca saturada (sss);
Pesada e determinada a massa (B);
𝛾=𝐴/(𝐵−𝐶) (Condição seca) Amostra é imersa em água e pesada (C) (esse peso
é igual ao volume dos grãos dos agregados).
𝛾=𝐵/(𝐵−𝐶) (Condição saturada)

A massa específica absoluta tem reflexo direto na massa específica do concreto.


Volume ocupado pelas partículas de agregado
NBR 7810/83 – Agregado em estado compactado seco – Determinação da
massa unitária.

NBR/NM 45:2006 - Agregados - Determinação da massa unitária e volume de


vazio.

A compactação é feita em três camadas com aplicação de 25 golpes com


auxílio de uma haste metálica.

Agregado graúdo compactado


Composição Granulométrica

Corresponde a uma operação simples de separar uma amostra de


agregados em frações. Cada fração contém partículas de determinados
limites estabelecidos de acordo com a abertura de peneiras padronizadas.
A distribuição granulométrica dos agregados é obtida geralmente pelo
ensaio de peneiramento (ABNT NM 248:2003).

Agregado
Graúdo

Agregado
Miúdo
Ensaio de peneiramento
Dimensão Máxima Característica

Grandeza associada à distribuição granulométrica do agregado,


correspondente à abertura nominal, em milímetros, da malha da peneira
da série normal ou intermediária, na qual o agregado apresenta uma
porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em
massa.
Escolha da Dimensão máxima do agregado graúdo para a
produção de concreto estrutural

A escolha da dimensão do agregado graúdo é função da dimensão da


peça a ser concretada, bem como da densidade de armadura da seção
transversal.
Deve ser menor que :

- 1/4 da menor distância entre faces formas


- 1/3 da espessura da laje
- 5/6 x da distância entre duas barras horizontais
- 1/3 do diâmetro da tubulação de bombeamento
Escolha do agregado com dimensão máxima errada.

Vazios ou nichos de concretagem – conhecidos como bicheiras

O nicho também pode ser originado pela utilização de agregados


graúdos em locais onde o espaçamento da armadura é insuficiente.
Módulo de finura

Soma das porcentagens retidas acumuladas em massa de um


agregado, nas peneiras da série normal, dividida por 100.

Quanto menor o módulo de finura, maior a superfície específica e


mais água será necessária.
NBR 7211 – Agregados para concreto
Curva Granulométrica
Limites granulométricos do agregado graúdo
A distribuição granulométrica tem influência na trabalhabilidade do
concreto fresco

• Alta porcentagem de material fino exige um aumento da água de


amassamento;

• Concreto sem finos (0,076/2,4 )


- são concretos pouco trabalháveis , sujeitos a maior exsudação

Em obras de pequeno volume de concreto – dosagem com


agregados disponíveis.

Grandes obras (barragens e estradas) haverá instalações próprias de


produção, adequando ao máximo as condições da obra
Absorção de água e teor de umidade

Existem três estados de umidade para uma partícula de agregado:

Saturada
Seca em Estufa Saturada Superfície Suprfície Úmida
Seca

Nenhuma
Igual à absorção Maior que absorção
potencial potencial

A absorção de água pelos agregados corresponde ao aumento de massa


devido ao preenchimento dos poros comunicantes nos grão de uma
massa de agregado.
Absorção

𝑀𝑠𝑠𝑠 −𝑀𝑠𝑒𝑐𝑎
a= x100
𝑀𝑠𝑒𝑐𝑎

• Os valores da rochas ígneas ou metamórficas, geralmente são


inferiores a 0,5%;
• As rochas sedimentares tem maior capacidade de absorção;
• Agregados reciclados de Resíduo de Construção e Demolição (RCD)
podem chegar a 15% de absorção devido a presença de tijolo e
cerâmicas
• Agregados lateríticos são altamente porosos e a absorção pode chegar
aos 10%.
NBR NM 30/2001 – Agregado miúdo- Determinação da absorção de água

NBR NM 53/2009 Massa Específica, massa específica aparente e absorção


do agregado graúdo

Teor de Umidade

É a relação percentual entre a massa de água contida em uma amostra


e a massa da amostra totalmente seca. Pode-se definir o teor de
umidade para qualquer situação da amostra.
M(sólido + água) - Mseca

• Secagem em estufa 𝑀á𝑔𝑢𝑎


w= x100
• Secagem por aquecimento ao fogo 𝑀𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜𝑠
• Frasco de Chapman (agregado miúdo) Mseca
• Speedy (agregado miúdo)

Agregados graúdos – praticamente nulo em condições normais


Inchamento

A areia seca absorve água que forma uma película em torno dos grãos e
tende a afastá-los uns dos outros, produzindo o inchamento.

O teor de umidade está relacionado à massa de água.


O inchamento refere-se ao volume acrescido na areia por causa da água.

É preciso fazer uma correção volumétrica no traço


Sem a correção volumétrica da quantidade de areia úmida medida, a
argamassa terá menor quantidade desse material do que o previsto, o
que equivale dizer que ficará mais rica em aglomerantes.
Inchamento

NBR 6467/2006 – Agregados - Determinação do inchamento de agregado


miúdo - Método de ensaio

O inchamento depende:
• granulometria
• grau de umidade

Através dessa curva determina-se:

Umidade crítica – umidade pela qual o


inchamento pode ser considerado constante

Inchamento médio – é a média dos valores


do inchamento no ponto de umidade crítica e
no ponto de umidade máxima

O inchamento máximo ocorre para teores de


umidade de 4 a 7%
Adesividade ao betume

É a capacidade que o betume tem de se manter aderente ao agregado em


presença de água.

• Cai consideravelmente se hover pó na superfície do agregado


• Pode ser anulada se o agregado estiver molhado

O basalto tem maior adesividade que o granito

Coesão

• É desprezível para os agregados graúdos


• As areias apresentam quando úmidas – coesão aparente
• Quando secas ou saturadas não apresentam coesão
Forma dos Grãos e Textura Superficial

A forma de uma partícula é expressa com base nas três dimensões


perpendiculares de um paralelepípedo.

Para uso no concreto, realiza-se uma análise mais simplificada,


utilizando apenas um parâmetro conhecido como índice de forma
definido por características geométricas tais como: alongada,
achatada, cúbica, esférica, ângulosa etc.

O índice de forma consiste na análise da razão entre comprimento e


espessura (a/c) de 200 partículas (ABNT NBR 7809:2008).
NBR 7809/2008 – Agregado graúdo – índice de forma pelo método do
paquímetro
A forma das partículas afeta o empacotamento dos agregados.
Para partículas de dimensões similares (monodispersas):

Quanto maior a esfericidade Partículas lamelares ou alongadas


(arrendondamento) das prejudicam o empacotamento do
partículas, maior será o conjunto granular, criando vazios e
empacotamento do tornando os concretos menos
conjunto granular. econômicos.

A forma do agregado graúdo influencia na trabalhabilidade do


concreto. Deve-se dar preferências à forma equidimensional.
Textura Superficial - tem influência sobre sua adererência com a pasta
de Cimento Portland e com o ligante betuminoso.
Rugosa Lisa

Superfície rugosa - maior resistência ao deslocamento da argamassa


Resistência a esforços mecânicos

Os agregados são sujeitos a esforços mecânicos de compressão , tração, flexão,


transmitidos pelos carregamentos externos atuantes na estrutura, também
estão sujeitos a esforços de impacto, esmagamento, desgaste e abrasão.

Ensaio de Abrasão Los Angeles – mais comum

Desgaste Los Angeles


M1 M2
LA=((M1-M2)/M1)x100

Quanto menor o valor do desgaste Los Angeles, melhor o material.


Substâncias Nocivas

São aquelas que estão presentes como contituintes minoritários, tanto


em agregados graúdos e agregados miúdos, mas que são capazes de
prejudicar a trabalhabilidade, a pega, o endurecimento e as
caracteríticas de durabilidade do concreto.

Torrões de argila: A presença de argila na areia sob a forma de torrões


friáveis é bastante nociva, e seu teor é limitado, segundo a NBR
7218/2010, aos seguintes valores máximos:

Agregados miúdos: 3,0%

Agregados graúdos:
• concreto cuja aparência é importante: 1,0%
• concreto submetido ao desgaste superficial: 2,0%
• demais concretos: 3,0%
Materiais carbonosos – Partículas de carvão, madeira, matéria vegetal
sólida presentes no agregado

Limites

Agregado miúdo - concreto aparente - 0,5%


concreto não aparente – 1,0%

Agregado graúdo – concreto aparente = 0,5%


concreto não aparente = 1,0%
Materiais Pulverulentos

Quanto à presença deste material, a areia contém geralmente pequena


porcentagem de material fino, constituído de silte e argila, que passa
pela peneira no 200 da ABNT (0,075 mm).
Os finos de certas argilas proporcionam maiores alterações de volume
dos concretos, intensificando sua retração.
ABNT NBR NM 46/2003 fixa os procedimentos para determinação do
teor de materiais pulverulentos em agregados para concretos.

Agregados miúdos
• 3,0% (concreto submetido ao desgaste superficial)
• 5,0% (concreto protegido do desgaste superficial).

Para agregados graúdos o limites é de 1,0%


Impurezas orgânicas

São detritos de origem vegetal encontrados nos agregados miúdos sob


forma de partículas minúsculas, que em grandes quantidades podem
escurecer a areia a ser utilizada em concretos e argamassas.

NBR 49/2001 Agregado fino - Determinação de


impurezas orgânicas

Para o ensaio são preparadas duas soluções:


1 – hidróxido de sódio a 3% água destilada
2 – 3 ml de ácido tânico a 2% de álcool + 97 ml da solução
1

Em seguida 200 g de agregado é colocado na solução 1,


agitado e após 24 horas de repouso das duas soluções.

Caso a amostra colhida da solução com agregado seja


mais escura que a solução padrão, é um indicativo da
presença de matéria orgânica nociva na areia
Reação ácali-agregado

Reação entre a sílica ativa do agregado e os álcalis do cimento Portland.

Manisfesta através de:


- Expansão
- Fissuração
- Pipocamentos
- Exudação de um líquido álcali-silicoso

Acarretando:
Perda de resistência, de elasticidade e de durabilidade do concreto.

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