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PROPRIEDADES DOS

AGREGADOS
PROPRIEDADES
MECÂNICAS
ADERÊNCIA
• A aderência entre os agregados e a pasta de cimento é
um importante fator da resistência do concreto, em
especial da resistência à flexão.

• Ela ocorre, em parte, pelo intertravamento dos


agregados e da pasta de cimento hidratada devido à
rugosidade da superfície desses agregados.
ADERÊNCIA
• Em geral, características de textura que não permitem a
penetração da pasta na superfície das partículas não
contribuem para uma boa aderência e, assim, agregados
mais macios, porosos e com partículas mineralógicamente
heterogêneas resultam em melhor aderência.

• Além disso, a aderência é afetada por outras propriedades


físicas e químicas do agregado, relacionadas à sua
composição mineralógica e química e à condição
eletrostática da superfície da partícula.
ADERÊNCIA

• Como o concreto é um material compósito constituído de


agregados e uma matriz de pasta de cimento hidratada, o
módulo de elasticidade de cada componente influencia
aderência do agregado.

• A determinação da qualidade da aderência do agregado é


um tanto difícil, e não existem ensaios reconhecidos para
isso.
ADERÊNCIA

• Em geral, quando a aderência é boa, um corpo de prova de


concreto rompido deve conter algumas partículas partidas,
além de um maior número de partículas separadas da
pasta.

• Entretanto, um excesso de partículas fraturadas pode


indicar um agregado de baixa resistência.
RESISTÊNCIA

• Evidentemente, a resistência à compressão do concreto não


pode ser muito maior do que a resistência da maior parte dos
agregados nele contidos, apesar de não ser fácil determinar a
resistência à compressão do agregado propriamente dito.

• Em geral, a resistência e a elasticidade do agregado dependem


de sua composição, sua textura e sua estrutura.
RESISTÊNCIA

• As informações necessárias sobre as partículas de agregados


devem ser obtidas a partir de métodos de ensaios indiretos,
como ensaios de resistência ao esmagamento de amostras
preparadas de rocha, valores de esmagamento de agregados
soltos e desempenho do agregado em concreto.
TENACIDADE

• A tenacidade pode ser definida como a resistência de uma


amostra de rocha à ruptura por impacto.

• Pode-se determinar também o valor do índice de impacto de


agregados soltos – sendo possível relacionar a tenacidade
assim determinada ao valor do ensaio de esmagamento.
DUREZA
• No Brasil, a avaliação da dureza de agregados é feita pelo ensaio
de abrasão Los Angeles, normalizado pela NBR NM 51:2001.

• O ensaio Los Angeles combina os processos de atrito e abrasão e


dá resultados que mostram uma boa correlação, não somente
com o desgaste real dos agregados no concreto, mas também
com as resistências à compressão e flexão do concreto produzido
com o mesmo agregado.
PROPRIEDADES
FÍSICAS
MASSA ESPECÍFICA
• A massa específica absoluta refere-se ao volume de
material sólido excluindo todos os poros.

• Massa específica é a relação entre a massa de agregado


seco e seu volume excluindo os capilares.

• A massa específica aparente é definida como a relação


entre a massa do agregado seco e seu volume, incluindo
os poros permeáveis.
MASSA ESPECÍFICA
• A massa específica normalmente é a grandeza necessária em
tecnologia do concreto e pode ser obtida pela relação entre a
massa do agregado seco em estufa à temperatura de 100 a 110°C
durante 24 horas e a massa de água que ocupa um volume igual ao
volume de sólidos, incluindo os poros impermeáveis.

• A massa de água é determinada com a utilização de um recipiente


cuidadosamente preenchido com água até um volume
determinado. Conhecido como método do picnômetro.
MASSA ESPECÍFICA
• No Brasil a determinação da massa específica de agregados
miúdos é normalizada pela NBR NM 52:2009.

• O método para determinação da massa específica de


agregados graúdos é normalizado no Brasil pela NBR NM
53:2009.

• Essas NBRs também estabelecem os métodos de ensaio


para a determinação da massa específica do agregado
saturado superfície seca.
MASSA UNITÁRIA

• Portanto, quando o agregado vai ser proporcionado em


volume, é necessário conhecer sua massa unitária,
definida como a massa real necessária para preencher um
recipiente de volume unitário, sendo esse o valor utilizado
para realizar as conversões entre massa e volume.
MASSA UNITÁRIA

• No Brasil, a determinação da massa unitária de agregados


no estado solto, compactado e índice de vazios é
normalizada pela NBR NM 45:2006.
POROSIDADE E ABSORÇÃO

• Porosidade, permeabilidade e absorção dos agregados


influenciam na aderência entre eles e a pasta de cimento,
na resistência do concreto ao gelo-degelo, bem como em
sua estabilidade química, resistência à abrasão e massa
específica.
POROSIDADE E ABSORÇÃO

• Quando todos os poros nos agregados estão cheios, diz-se


que ele está na condição saturado superfície seca. Caso
esse agregado seja exposto ao ar seco, uma parte da água
evapora, sendo então denominado seco ao ar.

• A secagem prolongada em estufa pode remover


totalmente a umidade e, nesse estágio, o agregado é
definido como completamente seco (ou seco em estufa).
POROSIDADE E ABSORÇÃO

• Esses diversos estágios, incluindo um


estágio inicial úmido, estão
esquematizados na Figura.
POROSIDADE E ABSORÇÃO
• A quantidade de água absorvida depende da ordem de
colocaõi.1ção dos componentes na betoneira e do
envolvimento dos agregados graúdos pela pasta de
cimento.

• A absorção de água real dos agregados deve ser


descontada da água total demandada pela mistura de
maneira a se obter a relação água/cimento efetiva, que
controla tanto a trabalhabilidade quanto a resistência do
concreto.
POROSIDADE E ABSORÇÃO

• A absorção de água de agregados graúdos é normalizada


pela NBR NM 53:2009, e, para os agregados miúdos, a
determinação é realizada segundo as recomendações da
NBR NM 30:2001.
TEOR DE UMIDADE

• Como a absorção representa a água contida no agregado


na condição saturado superfície seca, o teor de umidade
pode ser definido como a água excedente a essa condição.

• Portanto, o conteúdo total de água em um agregado


úmido é a soma da absorção e do teor de umidade.
TEOR DE UMIDADE

• A NBR 9775:2011 estabelece os procedimentos


para determinação da umidade superficial em
agregados miúdos e a NBR 9939:2011 normaliza a
determinação do teor de umidade total, por
secagem em agregado graúdo.
INCHAMENTO DA AREIA
• No caso da areia, outro efeito da presença de umidade é o
inchamento, que é o aumento de volume de uma
determinada massa de areia causado pelo afastamento das
partículas devido ao filme de água em torno dos grãos.

• Apesar de o inchamento por si mesmo não afetar o


proporcionamento dos materiais em massa, nos casos em
que o proporcionamento é realizado em volume, o
inchamento resulta em menor massa de areia ocupando o
volume fixo da caixa de medida.
INCHAMENTO DA AREIA
• Embora o proporcionamento do concreto em volume
resulte em maior variabilidade, a NBR 12655:2006 permite a
produção de concretos de resistência à compressão de até
20 MPa, com medida dos agregados em volume e utilização
do inchamento da areia para correção do volume da areia.

• No Brasil, a determinação do inchamento da areia é


normalizada pela NBR 6467: 2006 versão corrigida 2:2009.
PROPRIEDADES
TÉRMICAS
SUBSTÂNCIAS DELETÉRIAS

• Existem três categorias principais de substâncias


deletérias possíveis de serem encontradas nos
agregados: impurezas que interferem no processo de
hidratação do cimento, películas que impedem o
desenvolvimento de uma boa aderência entre o
agregado e a pasta de cimento, e algumas partículas
específicas que são fracas ou instáveis.
IMPUREZAS ORGÂNICAS
• Agregados naturais podem ser suficientemente fortes e
resistentes ao desgaste e mesmo assim não ser adequados
para a produção de concreto caso contenham impurezas
orgânicas que interfiram no processo de hidratação.

• A matéria orgânica consiste em produtos de decomposição


de matéria vegetal na forma de húmus ou argila orgânica e
ocorre com maior frequência na areia do que nos
agregados graúdos e é facilmente removida por lavagem.
IMPUREZAS ORGÂNICAS

• O método colorimétrico é normalizado no Brasil pela


NBR NM 49:2001 versão corrigida: 2001.

• A verificação da qualidade de um agregado miúdo


suspeito, sob ponto de vista de impurezas orgânicas, é
normalizada pela NBR 7221:1987 Errata 1:2000.
ARGILA E OUTROS MATERIAIS
FINOS
• A argila pode estar presente nos agregados na forma de uma película
superficial que interfere na aderência entre o agregado e a pasta de
cimento. Além disso, o silte e o pó de britagem podem estar presentes
tanto na forma de película como material solto.

• Mesmo nesse estado, o silte e o material fino não devem estar presentes
em grandes quantidades, pois, devido à sua finura e consequente grande
área superficial, aumentam a demanda de água necessária para a
molhagem de todas as partículas da mistura.
ARGILA E OUTROS MATERIAIS
FINOS
• A determinação do teor de argila em torrões e materiais friáveis é
normalizada pela NBR 7218:2010, enquanto a NBR NM 46:2003
estabelece os procedimentos para a determinação do teor de ma- terial
fino passante na peneira 75 μm por lavagem.

• Os teores desses materiais estão estabelecidos pela NBR 7211:2009, e


são torrões de argila e materiais friáveis, 3% para agregados miúdos e 1, 2
e 3% para agregados graúdos utilizados em concretos, respectivamente,
aparente, sujeito a desgaste superficial e demais concretos.
ARGILA E OUTROS MATERIAIS
FINOS

• O teor de material fino (pulverulento) para agregados


miúdos é 3 e 5%, respectivamente para concreto
submetido a desgaste superficial e protegido do
desgaste superficial. Para agregados graúdos, o teor é
1%. Para agregado total, o valor é 6,5%.
CONTAMINAÇÃO POR SAIS
• A areia obtida da orla marinha ou do estuário de um rio contém sal,
que pode ser removido por lavagem em água doce. Cuidados
especiais são necessários com depósitos de areia situados logo
acima da linha de maré alta, pois contêm grandes quantidades de
sal (algumas vezes acima de 6% da massa de areia).

• Isso pode ser extremamente perigoso para estruturas de concreto


armado devido à possibilidade de corrosão das armaduras.
Entretanto, em geral, a areia do leito do mar lavada, mesmo em
água salgada, não contém quantidades nocivas de sais.
CONTAMINAÇÃO POR SAIS
• Existe ainda outra consequência do sal nos agregados: ele irá
absorver umidade do ar e causar eflorescências, depósitos
esteticamente desagradáveis na superfície de concreto.

• A NBR 7211:2009 estabelece os teores máximos de cloretos e


sulfatos para os agregados miúdos e graúdos, sendo 0,2%
para concreto simples, 0,1% para concreto armado e 0,01%
para concreto protendido. A determinação de sais, cloretos e
sulfatos solúveis é feita pela NBR 9917:2009.
PARTÍCULAS INSTÁVEIS

• Existem dois tipos de partículas de agregados instáveis:


aquelas que não mantêm sua integridade devido às
impurezas não duráveis, e as que desagregam no
congelamento ou mesmo quando expostas à água, ou seja,
em função de variações de volume como resultado de
mudanças nas condições físicas.
PARTÍCULAS INSTÁVEIS
• Folhelhos e outras partículas de baixa massa específica são
considerados instá- veis, assim como incrustações moles,
como torrões de argila, madeira e carvão, pois resultam
em falhas e escamação.

• Essas partículas, se presentes em grandes quantidades


(acima de 2 a 5% da massa do agregado), podem afetar
negativamente a resistência do concreto e sem dúvida não
devem existir em concretos expostos à abrasão.
PARTÍCULAS INSTÁVEIS

• Os teores máximos de substâncias deletérias, como


argila em torrões e materiais friáveis, materiais
carbonosos, é estabelecida na NBR 7211:2009.

• Para a determinação do teor de materiais carbonosos, é


adotada a norma americana ASTM C 123–04.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
• O processo de dividir uma amostra de agregado em frações de
partículas de mesma dimensão é denominado análise
granulométrica, e seu objetivo é determinar a graduação ou
distribuição das dimensões do agregado.

• Uma amostra de agregado seca ao ar é classificada por meio da


agitação ou vibração de uma série de peneiras empilhadas em
ordem decrescente, por um tempo especificado, de maneira que o
material retido em cada peneira represente a fração de material
maior que a peneira em questão, mas menor que a peneira acima.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

• A NBR 7211:2009 define agregado miúdo como o


material cujos grãos passam na peneira com abertura
de malha de 4,75 mm.

• Agregado graúdo é definido como o material cujos


grãos passam na peneira de abertura de malha de 75
mm e ficam retidos na peneira 4,75 mm.
CURVAS GRANULOMÉTRICAS

• No Brasil, a determinação da composição


granulométrica de agregados é prescrita pela NBR
NM 248:2003.

• Esse ensaio calcula a porcentagem retida e retida


acumulada.
MÓDULO DE FINURAS
• O ensaio de granulometria, normalizado no Brasil pela NBR
NM 248:2003, utiliza duas séries de peneiras: a série normal e
a série intermediária. A série normal é constituída pelas
peneiras 150 μm; 300 μm; 600 μm; 1,18 mm, 2,36 mm, 4,75
mm, 9,5 mm; 19 mm; 37,5 mm e 75 mm.

• A série intermediária é constituída pelas peneiras, com


dimensões em mm, 6,3; 12,5; 25; 31,5; 50 e 63. O módulo de
finura é a soma das porcentagens retidas acumuladas em
massa nas peneiras da série normal, dividida por 100.
REQUISITOS DE GRANULOMETRIA
• Viu-se como avaliar a granulometria de uma amostra de agregados,
mas ainda falta estabelecer quando uma determinada granulometria
é adequada ou não para produzir um “bom” concreto. Em primeira
instância, a granulometria é importante apenas se afetar a
trabalhabilidade, pois ela não tem relação com a resistência.

• No entanto, a obtenção de alta resistência exige um adensamento


máximo, obtido com a aplicação de uma quantidade de energia
aceitável, o que somente pode ser alcançado com uma mistura
suficientemente trabalhável.
REQUISITOS DE GRANULOMETRIA

• Na realidade, não existe uma granulometria ideal devido à


interação entre os principais fatores que afetam a
trabalhabilidade, ou seja, a área superficial do agregado
que determina a quantidade de água necessária à
molhagem de todos os sólidos, o volume relativo ocupado
pelo agregado, a tendência à segregação e a quantida- de
de finos da mistura.
REQUISITOS DE GRANULOMETRIA

• Inicialmente será analisada a área superficial das partículas do


agregado. A relação água/cimento da mistura, em geral, é
fixada a partir de requisitos de resistência ou durabilidade.

• Ao mesmo tempo, a quantidade de pasta de cimento deve ser


suficiente para envolver todas as partículas. Dessa forma,
quanto menor a área superficial do agregado, menor a
quantidade de pasta e, assim, menos água é necessária.
REQUISITOS DE GRANULOMETRIA

• O volume relativo dos agregados também afeta a


trabalhabilidade. Como os agregados são mais baratos que a
pasta de cimento, uma exigência econômica é que os agregados
ocupem o maior volume relativo possível.

• Entretanto, se o volume máximo de agregados for determinado


pela maior densidade, ou seja baseado na distribuição
granulométrica que resulte no mínimo teor de vazios entre as
partículas, o resultado obtido será um concreto de aparência
áspera e não trabalhável.
REQUISITOS DE GRANULOMETRIA

• A trabalhabilidade é melhorada quando existe um excesso de


pasta para o preenchimento dos vazios da areia, bem como
quantidade de argamassa (cimento e areia) acima do necessário
para preencher os vazios dos agregados graúdos, porque o
material menor serve como “lubrificante” para as partículas
maiores.
REQUISITOS DE GRANULOMETRIA

• O terceiro fator é a tendência à segregação do concreto.

• Infelizmente, as exigências de trabalhabilidade e segregação são


em parte incompatíveis, pois, quanto mais fácil for obter
compactação com partículas de diferentes dimensões, com as
menores preenchendo os vazios entre as maiores, também será
mais fácil que as partículas menores sejam deslocadas dos
vazios, causando assim a segregação no estado seco.
REQUISITOS DE GRANULOMETRIA

• O quarto fator que afeta a trabalhabilidade é a


quantidade de material de dimensão menor que 300 μm
existente.

• Para ter uma trabalhabilidade satisfatória, não áspera, a


mistura deve conter o volume de finos (< 125 μm)
apresentado na tabela seguinte.
DIMENSÃO MÁXIMA DO AGREGADO

• Foi mencionado anteriormente que quanto maior a partícula


do agregado, menor a área superficial a ser molhada por
unidade de massa (ou seja, superfície específica).

• Assim, levando a distribuição granulométrica do agregado até


uma dimensão maior, será menor a demanda de água da
mistura, ou seja, para uma determinada trabalhabilidade e
riqueza da mistura, a relação água/cimento pode ser reduzida
com consequente aumento da resistência do concreto.
DIMENSÃO MÁXIMA DO AGREGADO

• Entretanto, existe um limite para a dimensão máxima do


agregado, além da qual o decréscimo da demanda de água é
contrabalançado pelos efeitos prejudiciais de uma menor
superfície de aderência e pelas descontinuidades introduzidas
pelas partículas muito grandes.

• Em consequência, o concreto se torna bastante heterogêneo e


de baixa resistência.

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