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Discente:
Noa Mário Beca
Docentes:
Prof. Doutor. Hélder Zavale
Eng.º Bruno de Araújo (Msc)
Índic
e
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................2
1.2 OBJECTIVOS......................................................................................................................3
Objectivo geral...........................................................................................................................3
Objectivos específicos............................................................................................................3
3. METODOLOGIA...............................................................................................................5
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................6
4.3 Impactos das mudanças climáticas na SAN para agricultura familiar em Moçambique.
..............................................................................................................................................10
5. CONCLUSÃO..................................................................................................................14
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................15
1. INTRODUÇÃO
As mudanças climáticas têm sido vistas como um dos maiores desafios ambientais do século
XXI. A possibilidade de danos irreversíveis aos ecossistemas terrestres e de água, além de
reduções no potencial de produção agrícola, desafiam pesquisadores das mais diversas áreas
do conhecimento. Os efeitos das mudanças climáticas possivelmente apresentarão grande
variabilidade entre as diferentes regiões do planeta e setores econômicos. Particularmente,
haverá um impacto desproporcional sobre os pobres em áreas rurais, onde os meios de
subsistência da maioria dependem diretamente dos recursos naturais (FISCHER et al., 2002).
Como a agricultura é essencial para a segurança alimentar nacional e exerce uma forte
atuação sobre o aumento do PIB, existe uma crescente preocupação com o fato de que o setor
está cada vez mais vulnerável às variações e às mudanças climáticas.
Neste trabalho pretende-se analisar os impactos das mudanças climáticas na segurança
alimentar e nutricional para pequenos produtores em Moçambique.
1.2 OBJECTIVOS
Objectivo geral
Objectivos específicos
Caracterizar agricultura familiar em Moçambique;
Descrever a evolução das mudanças climáticas no mundo e em Moçambique;
Avaliar os impactos das mudanças climáticas na segurança alimentar e nutricional
para pequenos produtores em Moçambique.
Segundo Novunga (2006) a agricultura familiar é responsável por mais de 99% da produção
agrária em Moçambique, e este sector e altamente dependente as condições ambientais.
Tendo em conta a contribuição massiva dos pequenos produtores para segurança alimentar e
nutricional para as famílias moçambicanas, surgem a necessidade de analisar os impactos das
mudanças climáticas na segurança alimentar e nutricional dos pequenos produtores em
Moçambique.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3. METODOLOGIA
Este presente trabalho baseou-se numa pesquisa do tipo qualitativo, descritivo. O carácter
qualitativo deve-se essencialmente ao seu horizonte focalizado em compreender os processos
que contribuem para um fenómeno ou acontecimento mais geral (Veloso, 2007), dá-se, aqui,
o caso de analisar os efeitos das mudanças climáticas na segurança alimentar e nutricional
para pequenos produtores em Moçambique; Para realização deste trabalho recorreu-se
consulta de manuais electrónicos e livros.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
% De Areas Exploradas
Pequenas Media
O gráfico acima ilustra que o
37296;
sector familiar 1% ocupa 99% das
áreas de exploração
agrícola enquanto apenas
1% das 3090197; explorações
99%
agrícolas é ocupada pelas
médias e grandes empresas agraria. Segundo Novunga (2006) afirma que Moçambique possui
mais de 3.3 milhões de unidades agrícolas familiares, o sector familiar é responsável por mais
de 99% da produção agrária e as médias e grandes empresas exploram apenas 1%.
Dentro das diferentes actividades a produção de alimentos para o consumo constitui a base
principal da estrutura produtiva do sector familiar.
De acordo com o TIA/2002, existe uma diversidade de produtos alimentares praticados; nesta
diversidade, o milho e a mandioca ocupam posições preponderantes da área cultivada, sendo
o milho cultivado por cerca de 80% das explorações e a mandioca por 76%.
No concernente ao uso de meios de produção e serviços, apenas cerca de 11% usam rega
dentro das pequenas explorações, em termos do uso de insumos, somente 3.7% das pequenas
explorações utilizam fertilizantes e 6.7% utilizam pesticidas, cerca de 16% das explorações
contratam mão-de-obra.
Os serviços de extensão ainda são limitados, de um total de 128 distritos no país, apenas 55
estão cobertos por serviços públicos de extensão; apesar do reforço que estes serviços
recebem da contribuição das ONGs a sua cobertura ainda é relativamente fraca. Segundo o
TIA 2002, o número total de extensionistas dos serviços públicos é 485, enquanto a rede de
extensão das ONGs é composta por 350 extensionistas.
A zona Sul é caracterizada por solos arenosos pobres e por um regime de precipitação
irregular e de baixas quantidades. Estas condições não são favoráveis para agricultura de
sequeiro.
Existem vários factores que afectam o sector agrário em Moçambique, deste modo, os
elementos de dinâmica que devem ser considerados na análise do sector agrário em
Moçambique incluem:
O baixo uso de tecnologias melhoradas, incluindo sementes fertilizantes e pesticidas;
As desigualdades no acesso e utilização da terra;
A fraca concentração de infra-estruturas de rega nas zonas prioritárias;
O fraco acesso aos mercados de insumos e factores;
O fraco apoio financeiro aos produtores;
A dispersão geográfica das zonas de produção de acordo com as zonas agroecológica
definidas, e
Os baixos volumes de produção por individuo, o que requer uma função de
acumulação que pode ser aproveitada através das associações de produtores
As secas extremas e cheias cíclicas afectam sobretudo algumas regiões do Sul e Centro do
País.
As zonas mais áridas (interior de Gaza, norte e interior de Inhambane e sul de Tete) são
igualmente mais propensas e mais vulneráveis às secas extremas, uma vez que a pluviosidade
normal destas zonas já está nos limites mínimos de possibilidades de produção em condições
de sequeiro.
As cheias são mais frequentes nas margens das principais bacias hidrográficas no Sul e
Centro do país, principalmente por causa das chuvas que ocorrem nos países vizinhos.
Devido à sua localização geográfica, o País é também afectado por ciclones.
Gráfico 3 Gráfico 4
Precipitação a nível mundial: FAO STATA (2017) Comportamento da Precipitação em Moçambique:
SETSAN (2015) STATA 2017
Segundo JARVIS (2008) cerca de 20% dos parentes selvagens de culturas de três grandes
culturas (amendoim, feijão e batata) devem sofrer ameaça de extinção até 2050, com extinção
destas culturas, uma vez que maior parte da população nas zonas rurais em Moçambique
dependem literalmente de amendoim, feijão batata e outras culturas, este senário poderá
afectar negativamente a disponibilidade dos alimentares e consequentemente poe em risco a
SAN.
O Painel de Mudanças Climáticas considera existir alta confiança de que todos os aspectos da
segurança alimentar em todo o mundo são potencialmente afetados pelas mudanças
climáticas, incluindo a produção de alimentos, o acesso e o uso, bem como a estabilidade de
preços.
Com as mudanças climáticas os pequenos produtores terão mais dificuldades para encontrar
alternativas econômicas e tecnológicas. No caso especifico de Moçambique onde 99% da
exploração agrícola e dominado pelos pequenos produtores, este cenário podem trazer sérios
problema na segurança alimentar e nutricional no pais, porque todos pilares da segurança
alimentar e nutricional serão negativamente afectados (NOVUNGA, 2006).
A agricultura deverá ser o setor mais afetado, mesmo que a quantidade de chuva fique
inalterada. Isso porque a disponibilidade de umidade no solo deve diminuir, em consequência
da elevação da temperatura média anual, o que intensifica a evapotranspiração e afeta a
produção agrícola, especialmente onde já existe pouca água, a s culturas de milho, arroz,
feijão, algodão e mandioca deverão ser severamente afetadas (MARENGO, 2006).
De um modo geral, irão ocorrer perdas agrícolas em todo o país, quer por aumento ou
diminuição de chuvas, associadas ao aumento de temperatura. Segundo Sitoe (2005) os
pequenos produtores em Moçambique dependem literalmente das condições ambientais
(produção em condições de sequeiro) e actulamente verifica-se o desvio anormal da
precipitação devido as mudanças climáticas e este cenário coloca em risco a produção dos
pequenos produtores
Estima-se que nos próximos anos a temperatura atinja 35ºC, o tal da temperatura deve levar
ao abortamento de flores de café e feijão, resultar na morte em frangos, abortamentos em
porcas e redução da produção de leite. Se a temperatura continuar a subir nas atuais taxas de
0,3°C por década, deve haver redução de 90% na produção e, ainda poderá afetar as culturas
de arroz, feijão, milho e trigo (MCTI, 2016).
O aquecimento também provoca problemas fitossanitários, deve afetar a forma como pragas,
fitopatógenos e plantas invasoras se proliferam e afeta a saúde humana (HAMADA E GHINI,
2017).
Em Moçambique um estudo feito pela ONG ESSOR 2010 preocupada com o uso excessivo
de pesticidas nas zonas verdes onde constatou que há muitos produtores que não tem
conhecimento e não respeitam as regras básicas do uso racional de pesticidas químicos. As
pragas e doenças são grandes responsáveis pelas perdas de produção e baixa produtividade do
milho em Moçambique. De modo geral o aumento das incidências de pragas e doenças
poderá afectar negativamente a produção dos pequenos produtores.
Devido às mudanças climáticas, o regime de chuvas tem sido cada vez mais imprevisível, o
que dificulta a capacidade dos camponeses de gerir os ciclos de plantio das suas culturas
agrícolas. Nos últimos meses, Moçambique tem sido afectado por uma situação de seca
severa, o que tem contribuído para o aumento do número de famílias em insegurança
alimentar (FAO, 2019).
O painel de cientistas estima ainda que os trópicos terão uma redução das chuvas, com o
aquecimento, e um encolhimento das terras para prática da agricultura. Mesmo uma pequena
elevação na temperatura (de 1°C a 2°C) pode reduzir a produtividade das culturas, estimou o
painel, o que aumentaria o risco de fome.
5. CONCLUSÃO
As mudanças climáticas é um problema muito serio em todo mundo e ela traz consigo varias
consequências em todas áreas de produção e também afecta negativamente os seres humanos.
Neste trabalho abordou-se sobre os efeitos das mudanças climáticas na segurança alimentar
dos pequenos agricultores ou sector familiar em Moçambique.
Fim deste estudo pode-se constar que segundo a constituição da Republica de Moçambique, a
agricultura é a base para o desenvolvimento, onde cerca de 99% da população dependem
literalmente da agricultura. A agricultura familiar em Moçambique é fragmentado pelos
vários factores como: fraco acesso ao financiamento bancário, fraco de serviço de extensão,
baixo uso de tecnologias agrícolas, alta dependência das condições ambientais, mudanças
climácticas entre outros factores.
Quanto as mudanças climáticas, pode-se constatar que desde o início da revolução industrial
verifica-se o aumento da temperatura no mundo e também verifica-se o desvio anormal da
precipitação, ocorrências de secas, cheias, ciclones, furacões entre outros fenómenos naturais.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS