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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA REGIÃO TOCANTINA DO

MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

LETÍCYA SÁ NASCIMENTO

RESUMO

Imperatriz
2019
LETÍCYA SÁ NASCIMENTO

RESUMO
Trabalho entregue ao Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Estadual da Região Tocantina do
Maranhão, como requisito parcial para a obtenção de
nota na disciplina de agroecologia.

Profa. MSc. Denise Lima Cavalcante Marinho

Imperatriz
2019
Em diversas regiões a modernização ocorreu sem distribuição de terra e os “benefícios”
disso foram extremamente desiguais, com os maiores e mis ricos controlando o capital e as
terras férteis, sendo assim privilegiados, em contrapartida os agricultores mais pobres com
menos terras e recursos, a chamada “revolução verde” contribuiu para a disseminação de
diversos problemas ambientais, tais como erosão do solo, desertificação, poluição por
agrotóxicos e perda da diversidade.
A crise que existe hoje, em sua maioria nos países de terceiro mundo é resultado do
fracasso dos paradigmas dominantes de produção, onde as estratégias de desenvolvimento e
produção revelaram-se limitadas e não foram capazes de atingir as parcelas mais pobres, muito
menos resolver os problemas da fome.
Atualmente a discussão sobre desenvolvimento sustentável obteve uma resposta rápida
em virtude do declínio da qualidade da vida rural, assim como a degradação dos recursos
associados à agricultura moderna. A visão dos grandes agricultores argumenta que causas
específicas afetam a produtividade e que tal limitação pode ser superada com a implantação de
tecnologias alternativas.
Sem a percepção de que os fatores que limitam a produção são somente sintomas de um
distúrbio mais sistêmico, novos agroecossistemas sustentáveis não podem ser implementados,
pois não há mudança nos determinantes que governam o que é produzido, como é produzido e
para quem é produzido.
A agroecologia nos traz uma estrutura para compreender mais profundamente a natureza
dos agroecossistemas assim como dos princípios os quais são fundamentados, essa abordagem
agroecológica é um incentivo para pesquisadores a conhecer as técnicas e desenvolver
agroecossistemas com o mínimo de dependência de insumos e energéticos externos.
Englobando métodos alternativos para controle de pragas ou deficiência do solo, a
agroecologia fornece a orientação necessária para não provocar danos desnecessários ou
irreparáveis ao meio. Na agroecologia a preservação e ampliação da biodiversidade é o primeiro
princípio utilizado para produzir auto-regulação e sustentabilidade, pois com a biodiversidade
restaurada pode-se aproveitar das interações entre solo, plantas e animais.
Contudo, restaurar a saúde ecológica não é seu único objetivo, o estudo do
conhecimento do camponês, das pessoas do local podem gerar estratégias produtivas
multidimensionais, para alguns agroecologistas diversos aspectos dos sistemas tradicionais são
relevantes, sendo inclusos os conhecimento de práticas agrícolas e do ambiente físico.
Diversos agroecossitemas tradicionais encontram-se em centros de diversidade
genética, esses sistemas são constituídos de repositórios locais de diversidade genética, tal
diversidade resulta em um aumento da resistência a doenças e possibilita aos agricultores
explorar diferentes microclimas, atender suas necessidades nutricionais e preservar não
somente a biodiversidade nas áreas de cultivos, mas também aquelas onde não há produção.
Ainda que os agroecossistemas tradicionais variem de acordo com a sua posição
geográfica e ou circunstâncias históricas, muitas características estruturais e funcionais são
divididas pelos diferentes sistemas. Suas estruturas complexas permitem que esse tipo de
sistemas diminua as perdas por ação de pragas, através de uma gama de mecanismos biológicos.
Camponeses que trabalham com sistemas tradicionais de produção possuem um amplo
conhecimento sobre a diversidade agrícola que manuseiam, é justamente por esse motivo que
estudiosos se opõem a abordagens que separam estudo da diversidade agrícola do estudo das
culturas que alimentam a população local.
Para os agroecologistas existem quatro aspectos dos sistemas tradicionais de
conhecimentos que são relevantes: o conhecimento sobre o meio ambiente, a taxonomia
biológica popular, a natureza experimental do conhecimento tradicional e o conhecimento das
práticas agrícolas.
Com a necessidade de se combater urgentemente a miséria rural e regenerar as base dos
recursos das pequenas propriedades, várias ONGs tem sido estimuladas a buscar novas
estratégias de desenvolvimento e manejo de recurso na agricultura, algumas estão envolvidas
em programas de desenvolvimento rural (PDR), demonstrando assim a capacidade de
compreender a natureza específica e diferenciada da pequena produção.
Esse tipo de abordagem difere-se da revolução verde não apenas tecnicamente mas
também por critérios socioeconômicos, ela é também mais sensível as complexidades dos
sistemas agrícolas locais, onde os critérios de desenvolvimento não incluem somente uma
produção crescente mas também sustentabilidade, segurança alimentar, estabilidade biológica
e conservação de recursos.
Um dos grandes problemas da revolução verde com regiões agrícolas heterogêneas é
que os esforços foram todos concentrados nos grandes produtores, aqueles que possuíam mais
recursos, ao contrário dos agroecologistas que enfatizam que o desenvolvimento deve vir de
baixo para cima.
Na prática, a aplicação dos princípios agroecológicos aos PDR podem ser traduzidos
em uma pluralidade de programas de pesquisa e demonstração e sistemas alternativos de
produção, os quais melhoram a produção de alimentos básicos, resgatam e reavaliam os
conhecimento e as tecnologias camponesas, promovem o uso eficiente dos recursos locais,
aumentam a diversidade vegetal e garantem que sistemas alternativos fortaleçam não só as
famílias mas toda a comunidade.
Diversos projetos de ONGs baseados em uma abordagem agroecológica precisa de
avaliações bem detalhadas e formais, entretanto há evidencias que essas organizações tem
gerado e adaptados tecnologias que contribuem significativamente, gerando fontes de renda e
melhorando a base de recursos naturais.
Alguns dos princípios básicos para um agroecossistema sustentável são a conservação
dos recursos renováveis, a adaptação dos cultivos ao ambiente e a manutenção de um nível
moderado, porém sustentável e de produtividade, como esse sistema não enfatiza a
produtividade a curto prazo mas a sustentabilidade, ele deve reduzir uso de energia e recursos,
reduzir perdas de nutrientes combatendo a lixiviação, incentivar a produção local e aumentar a
eficiência e a viabilidade econômica das pequenas e médias unidades de produção.
Dos vários tipos de sistemas de produção a serem utilizados uma série de condições
sociais e ecológicas são existentes, por mais que partilhem do mesmo enfoque possuem
características diversas, dependendo da diversificação pode assumir uma dimensão espacial ou
temporal.
O policultivo é uma das principais escolhas, pois em uma área que é semeada com
cultivos múltiplos muito frequentemente produz mais que uma área equivalente cultivada em
parcelas monoculturais distintas, tal eficiência no aproveitamento da terra é importante
principalmente onde as propriedades são pequenas devida a condições socioeconômicas.
Embora os agricultores utilizem os policultivos sem aplicação de fertilizantes ou
agrotóxicos, as vantagens desse tipo de produção não ficam restritas somente a redução dos
insumos, isso é importante pois mostra que os agricultores podem continuar explorando a
eficiência crescente no uso da terra a medida que melhora a produtividade dos seus sistemas.
O cultivo de cobertura é uma outra técnica dos agroecossistemas, o qual é denominado
onde o plantio de leguminosas, cereais ou qualquer outra mistura apropriada na camada inferior
das plantações, pomares e parreiras acontece, tendo por objetivo proteger o solo contra erosão,
melhorar o microclima e eliminar pragas.
Nas médias e grandes propriedades a conversão dos sistemas tradicionais de produção
para sistemas agroecológicos, é complexa e necessita de um conhecimento ecológico
substancial para orientar o prosseguimento dos fluxos necessários para a manutenção das
produções de sistema integrado.
O processo de transição possui quatro fases distintas, as quais consistem da retirada
progressiva de produtos químicos, racionalização e melhoramento da eficiência no uso de
agroquímicos por meio de manejo integrado de pragas e manejo integrado de nutrientes,
substituição de insumos e replanejamento do sistema agrícola; esse processo pode levar de um
a cinco anos, dependendo do nível de artificialização ou degradação do sistema original.
A sustentabilidade agrícola embora seja de grande importância em todo o mundo, tem
pouca participação nas definições de políticas econômicas, e quando são deixadas de fora
parecem lógicas as distorções que ameaçam a sustentabilidade. Quase toda definição de
agricultura sustentável é baseada na manutenção da produtividade e lucratividade das unidades
de produção minimizando ao mesmo tempo os impactos ambientais.
Sendo assim políticas que desprezam o uso da produtividade dos recursos naturais na
agricultura diminuem a sustentabilidade e causam perdas econômicas e fiscais bem
significativas.

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