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Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Campus de Marechal Cândido Rondon


Centro de Ciências Agrárias
Agronomia

CAROLINE RAFAELA PAPPEN


NICOLI MAISA CELLA

Anatomia e Morfologia Vegetal


MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA DOS FRUTOS

Marechal Cândido Rondon


2022
CAROLINE RAFAELA PAPPEN
NICOLI MAISA CELLA

MORFOLOGIA INTERNA E EXTERNA DO FRUTO

Relatório da aula prática da disciplina de Morfologia


e Anatomia Vegetal, do curso de Agronomia, da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, como
requisito para a obtenção do título de Agrônomo.

Prof. Dr. Gustavo Ferreira Coelho

Marechal Cândido Rondon


2022
INTRODUÇÃO
As flores são as estruturam reprodutivas da planta e é a partir da fecundação
dos gametas que acontece por três processos – polinização, fertilização e fecundação
-, que é originado os frutos.
A polinização, a germinação do pólen e o crescimento do tubo
polínico na direção do óvulo, têm importante papel na formação do fruto. Em
alguns casos, a mera germinação do pólen ou o crescimento parcial do tubo
polínico, sem fertilização são suficientes para causar o crescimento das
paredes do ovário ou outras partes florais, que se transformarão em fruto,
sendo a auxina o principal hormônio responsável por este crescimento.
(LUCENA et al., 2015, pg 121)
Os frutos advindos da evolução das plantas em angiospermas se configuram
como a principal estrutura de proteção das sementes, auxiliando a sua dispersão e a
consequente propagação e perpetuação da espécie da planta.
O fruto, segundo a definição clássica, é o ovário desenvolvido, após
a fertilização dos óvulos, e que contém em seu interior as sementes. Há,
entretanto, exceções a esta regra geral: nos frutos partenocárpicos, há o
desenvolvimento do ovário sem a fecundação prévia dos óvulos, não
havendo, portanto, sementes no interior do fruto. Frutos partenocárpicos
ocorrem, por exemplo, no limão taiti, na banana, em certas variedades de
maçã e pêra. (FILHO, 1993, pg 59)
Nesse sentido, o fruto pode ser classificado entre simples, que resulta do ovário
de uma só flor; múltiplos ou agregados, resultado de vários ovários de uma flor
dialicarpelar; compostos ou infrutescências, concrescência de ovários das flores de
uma infrutescência; ou complexos ou pseudofruto, vindo de uma flor onde outras
estruturas participam da constituição do fruto, além do ovário. Ademais, a
partenocarpia ocorre a partir da liberação de hormônios, principalmente a auxina, que
estimulam o crescimento do fruto sem que antes haja fecundação, sendo o fruto sem
semente.
O fruto carnoso se torna fonte de alimentação para os animais, que passam a
participar do ciclo de reprodução da planta ao disseminá-las pelas mais diversas
regiões. Pode ainda ser seco e ter-se desenvolvido com a finalidade de se multiplicar
pela ação de fatores abióticos, como o vento e a chuva, que levam essas estruturas
para o solo próximo à planta-mãe, a que os originou, liberando suas sementes com o
impacto da queda. Ainda pode-se inferir os frutos com plumas, onde as sementes são
transportadas pelo vento.
De forma geral, há a constituição do fruto pelo pericarpo, que é a parede do
fruto, pelo epicarpo, mesocarpo e endocarpo. Epicarpo seria a camada mais externa,
sendo representado pela casca e formado pela epiderme externa da parede ovariana;
mesocarpo, a intermediária e mais espessa, geralmente é a comestível e a mais
nutritiva pois atua na acumulação de reserva; por fim, o endocarpo é a parte mais
interna do fruto (parede ovariana) que se encontra em contato com sementes ou
formando o caroço em drupas.
Na maturidade, os frutos podem apresentar pericarpo mais ou menos
seco, com pequeno conteúdo de água, ou serem sucosos, de consistência
carnosa, constituídos por tecido macio e rico em água. Além disto, os frutos,
quando maduros, podem abrir-se para liberar as sementes do seu interior, ou
permanecerem fechados. (FILHO, 1993. pg 60)
Quando os frutos se abrem de forma natural para exporem suas sementes ao
meio externo visando a propagação da espécie, o fruto é chamado deiscente. Quando,
mesmo caindo do lugar onde foi formado ao atingir a maturação, não se abre e
continua com o pericarpo inteiro, é denominado indeiscente.
Ainda sobre os tipos de fruto, tem-se que para caracterizar uma espécie,
também é analisado o número de sementes (mono, di, tri, polispérmicos; uma, duas,
três e várias, respectivamente) e o número de carpelos (mono, apo e sincárpicos,
provenientes de gineceu uni, diali e gamocarpelar, respectivamente).
Portanto, o fruto, além de ser fonte de energia para animais e compor um
resultado básico e essencial para o processo evolutivo das plantas angiospermas, por
ser consequência do fruto, é uma criação muito inteligente da natureza em perpetuar
espécies vegetais. Outrossim, é válido destacar que o estudo a partir das
características dos frutos se torna importante para adquirir conhecimento acerca de
como as plantas que dominam o globo terrestre se mantém em seu ciclo, além de
contribuir para a identificação de espécies e estruturas com as quais a comunidade
se depara diariamente, sem questionar de onde ou como veio.
Durante as aulas de Anatomia e Morfologia Vegetal do dia 21 de novembro de
2022, no Campus de Marechal Cândido Rondon da Universidade Estadual do Oeste
do Paraná, foram ministradas duas aulas acerca da morfologia externa e interna dos
frutos, as quais foram de forma prática, e o objetivo foi aprender a identificar as
características de constituição do fruto, como o número de sementes, sua
consistência, deiscência, número de carpelos entre outras características de 6 frutos
diferentes, além no mínimo 4 frutos referentes a atividade complementar.
OBJETIVOS
Durante as aulas práticas de Anatomia e Morfologia Vegetal do dia 21
de novembro de 2022 no curso de Agronomia, da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná, Campus de Marechal Cândido Rondon, foi possível:

• Identificar 6 estruturas de diferentes frutos;


• Diferenciar e reconhecer a composição e diversas outras
características que compõem os frutos;
• Classificar os mesmos quanto ao número de sementes, quanto
ao pericarpo, a sua deiscência, ao número de carpelos, além da
classificação entre simples, múltiplo, composto, complexo ou
partenocárpico.
METODOLOGIA
Um fruto é o ovário maduro de uma flor torna-se um fruto, geralmente após a
fertilização. Se a fertilização não ocorre, é chamado de fruto partenocárpico.
O fruto é o ovário amadurecido de uma flor, formado após a
fecundação. Assim, o ovário representa o precursor do fruto, que é a
estrutura morfológica que porta as sementes, protegendo-as e
auxiliando na sua dispersão. Somente as plantas que possuem flores,
as angiospermas, podem produzir frutos. (RODRIGUES ET AL. 2015,
PG 139)

Considerando as classificações apresentadas na introdução – número de


sementes, consistência do pericarpo, deiscência, número de carpelos; e entre
simples, múltiplos, compostos, complexos ou partenocárpicos -, os frutos foram
classificados na aplicação prática, na qual houve também um maior aprofundamento
segundo os frutos simples secos, frutos simples carnosos, múltiplos, pseudofrutos e
infrutescências.
Os frutos simples secos podem ser deiscentes ou indeiscentes. Em deiscente,
tem-se: folículo (univalvo), legume (bivalvo com duas deiscências), síliquia (bivalvo
com quatro deiscências), cápsula (valvas e carpelos variáveis), opecarpo (porífero) e
pixídio (urna e opérculo). Em indeiscentes, tem-se: quênios (semente presa por um
só ponto do pericarpo), cariopse (semente totalmente ligada ao pericarpo), sâmara
(pericarpo com expansão alada) e glande (pericarpo evolvido na base por uma
cúpula), todos monospérmicos.
Os frutos simples carnosos são todos indeiscentes e são classificados entre
drupa, baga, hesperídeo e peponídeo. Foi nessa parte onde o trabalho obteve maior
concentração, uma vez que engloba a maioria dos frutos que se ingere
cotidianamente. Entre suas classificações, drupa é caracterizada pela presença de
caroço e endocarpo endurecido; baga, pela presença de diversas sementes e
endocarpo mais macio; hesperídeo, pelo endocarpo membranoso com o interior
repleto de suco e sementes dispersas; e peponídeo, pela cavidade central repleta de
sementes concentradas.
Os pseudofrutos são divididos em pomo e balausta. Pomo possui pericarpo
carnoso, formado pelo receptáculo, já a balausta possui receptáculo bem
desenvolvido mas pericarpo seco, com diversos lócus.
As infrutescências partem-se em sorose e sicônio. Sendo sorose, as estruturas
florais se tornam carnosas, sendo sicônio, o receptáculo será carnoso e os frutos
encontram-se no interior oco.
Seguindo todas as definições expostas, foram classificadas as seguintes frutas
em sala: uva, vagem, pêssego, tomate, laranja e maçã. Na atividade complementar,
foram: melão, mamão, abobrinha, pepino, morango, abacaxi e acerola.
FIGURA 01 - Espécie 01- Pêssego

FONTE: fotos tiradas pelas discentes (2022)


N° DE SEMENTES Monospérmico
PERICARPO Carnoso
DEISCENCIA Indeiscente
CARPELOS Monocárpico
TIPO DE FRUTO Drupa
CLASSIFICAÇÃO Simples

1- Endocarpo
2- Mesocarpo
3- Epicarpo
FIGURA 02 – Espécie 02 – Tomate

FONTE: fotos tiradas pelas discentes (2022)


TIPO DE FRUTO Baga
CARPELOS Sincárpico
DEISCENCIA Indeiscente
PERICARPO Carnoso
N° DE SEMENTES Polispérmico
CLASSIFICAÇÃO Simples

1- Endocarpo
2- Mesocarpo
3- Epicarpo
FIGURA 03 – Espécie 03 – Uva

FONTE: fotos tiradas pelas discentes (2022)


TIPO DE FRUTO Baga
CARPELOS Sincárpio
DEISCENCIA Indeiscente
PERICARPO Carnoso
N° DE SEMENTES Polispérmico
CLASSIFICAÇÃO Simples

1- Endocarpo
2- Mesocarpo
3- Epicarpo
FIGURA 04- Espécie 04 – Laranja

FONTE: fotos tiradas pelas discentes (2022)


TIPO DE FRUTO Hesperídeo
CARPELOS Sincárpio
DEISCENCIA Indeiscente
PERICARPO Carnoso
N° DE SEMENTES Polispérmico
CLASSIFICAÇÃO Simples

1- Endocarpo
2- Mesocarpo
3- Epicarpo
FIGURA 05 – Espécie 05 - Maçã

FONTE: fotos tiradas pelas discentes (2022)


CLASSIFICAÇÃO Pseudofruto/complexo
TIPO DE FRUTO Pomo
CARPELOS Sincárpico
DEISCENCIA Indeiscente
PERICARPO Carnoso
N° DE SEMENTES Polispérmico

1- Endocarpo
2- Mesocarpo
3- Epicarpo
FIGURA 06 – Espécie 06 – Vagem

FONTE: fotos tiradas pelas discentes (2022)


N° DE SEMENTES Polispérmico
PERICARPO Seco
DEISCENCIA Deiscente
CARPELOS Monocarpelar
TIPO DE FRUTO Legume/bivalvo
CLASSIFICAÇÃO Simples

1- Endocarpo
2- Mesocarpo
3- Epicarpo
Atividade Complementar

FIGURA 07 – Espécie 07- Abacaxi

FONTE: fotos tiradas pelas discentes (2022)


CLASSIFICAÇÃO Composto/infrutescência
PERICARPO Carnoso
DEISCÊNCIA Indeiscente
INFRUTESCÊNCIA Sorose

1- Endocarpo
2- Mesocarpo
3- Epicarpo
FIGURA 08 – Espécie 08 – Abobrinha

FONTE: fotos tiradas pelas discentes (2022)


CLASSIFICAÇÃO Simples
PERICARPO Carnoso
DEISÊNCIA Indeiscente
CARPELOS Sincárpio
N° DE SEMENTES Polispérmico
TIPO DE FRUTO Peponídeo

1- Endocarpo
2- Mesocarpo
3- Epicarpo
FIGURA 09 – Espécie 09 – Melão

FONTE: fotos tiradas pelas discentes (2022)


CLASSIFICAÇÃO Simples
PERICARPO Carnoso
DEISCENCIA Indeiscente
CARPELOS Sincárpico
N° DE SEMENTES Polispérmico
TIPO DE FRUTO Peponídeo

1- Endocarpo
2- Mesocarpo
3- Epicarpo
FIGURA 10 – Espécie 10 – Mamão

FONTE: fotos tiradas pelas discentes (2022)


CLASSIFICAÇÃO Simples
PERICARPO Carnoso
DEISCENCIA Indeiscente
CARPELOS Sincárpico
N° DE SEMENTES Polispérmico
TIPO DO FRUTO Peponídeo

1- Endocarpo
2- Mesocarpo
3- Epicarpo
FIGURA 11 – Espécie 11 - Pepino

FONTE: fotos tiradas pelas discentes (2022)


CLASSIFICAÇÃO Simples
PERICARPO Carnoso
DEISÊNCIA Indeiscente
CARPELOS Sincárpico
N° DE SEMENTES Polispérmico
TIPO DE FRUTO SIMPLES Peponídeo

1- Endocarpo
2- Mesocarpo
3- Epicarpo
FIGURA 12 – Espécie 12 – Acerola

FONTE: fotos tiradas pelas discentes (2022)


CLASSIFICAÇÃO Simples
PERICARPO Carnoso
DEISÊNCIA Indeiscente
CARPELOS Sincárpico
N° DE SEMENTES Polispérmico
TIPO DE FRUTO SIMPLES Peponídeo

1- Endocarpo
2- Mesocarpo
3- Epicarpo
FIGURA 13 – Espécie 13 – Morango

FONTE: fotos tiradas pelas discentes (2022)


CLASSIFICAÇÃO Simples
PERICARPO Carnoso
DEISÊNCIA Indeiscente
CARPELOS Sincárpico
N° DE SEMENTES Polispérmico
TIPO DE FRUTO SIMPLES Peponídeo

1- Endocarpo
2- Mesocarpo
3- Epicarpo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DAMIÃO FILHO, Carlos Ferreira. Morfologia Vegetal. Jaboticabal, São Paulo:


FUNEP/UNESP,1993

LUCENA, Eliseu Marlônio Pereira de; MEDEIROS, Jeanne Barros Leal de Pontes;
MENDES, Roselita Maria de Souza. Morfologia e Anatomia de Espermatófitas.
Fortaleza, Ceará: UECE, 2015

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