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Fruto

parte frequentemente comestível de uma


planta com flor

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Saiba mais

Fruto

órgão de plantas (d)


Tipo plant ovary (d)
termo botânico (d)
Características

Composto
pericarpo
de

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Em t ermos bot ânicos, o fruto é o órgão que procede a flor, formado pela mat uração de um ou
mais ovários, geralment e após a fecundação. Out ras part es da flor além do ovário, como o
cálice, o hipant o ou recept áculo floral, muit as vezes t ambém part icipam da formação do
frut o.[1]

Os frut os são o meio pelo qual as plant as com flores (angiospermas) disseminam suas
sement es. O frut o é uma das adapt ações, junt ament e com as flores, que t em cont ribuído para
o sucesso evolut ivo das angiospermas. A variedade de t ipos de frut os que as angiospermas
desenvolveram ao longo de sua evolução lhes permit iu invadir e conquist ar t odos os habit at s
t errest res possíveis.[2]

Em gimnospermas e plant as sem flores não exist em frut os verdadeiros, embora cert as
est rut uras reprodut ivas, como pinhas, sejam comument e int erpret adas como frut os.

Origem e desenvolvimento
Os frut os derivam da mat uração do ovário de uma ou mais flores. O gineceu (órgão reprodut or
feminino da flor, que cont ém os carpelos, formados por est igma, est ilet e e ovário) est á
sit uado no cent ro da flor e forma t odo ou part e do frut o. Os óvulos est ão sit uados dent ro do
ovário, onde começa uma complexa sequência de dupla fecundação. Est e processo envolve a
união de um gamet ófit o feminino (megagamet ófit o, t ambém chamado de saco embrionário)
com dois gamet as masculinos (espermat ozóides). Começa quando um grão de pólen adere ao
est igma do carpelo, a est rut ura reprodut iva feminina de uma flor. O grão de pólen ent ão
absorve umidade e começa a germinar, formando um t ubo polínico que se est ende at é o
ovário at ravés do est ilet e. A pont a do t ubo polínico ent ão ent ra no ovário e penet ra at ravés da
abert ura da micrópila no óvulo. O t ubo polínico libera os dois espermat ozóides no
megagamet ófit o. Dent ro do megagamet ófit o um espermat ozoide se une ao óvulo, formando
um zigot o, enquant o o segundo espermat ozoide ent ra na célula cent ral formando a célula
mãe do endosperma, que complet a o processo de dupla fert ilização.[3] Mais t arde o zigot o
dará origem ao embrião da sement e, e a célula-mãe do endosperma dará origem ao
endosperma, um t ecido nut rit ivo ut ilizado pelo embrião.

À medida que os óvulos se desenvolvem em sement es, o ovário começa a amadurecer e a


parede do ovário, o pericarpo, pode t ornar-se carnosa (como nas bagas ou drupas), ou pode
formar uma cobert ura ext erna dura (como nas nozes). Em alguns frut os com várias sement es,
a ext ensão em que uma est rut ura carnosa se desenvolve é proporcional ao número de óvulos
fert ilizados.[4] O pericarpo é t ipicament e diferenciado t rês camadas dist int as; est es são
chamados de exocarpo (camada ext erna, t ambém chamada de epicarpo), mesocarpo (camada
int ermediária) e endocarpo (camada int erna).

Em alguns frut os, as sépalas, pét alas, est ames e/ou o est ilet e da flor caem à medida que o
frut o carnoso amadurece. No ent ant o, para frut os simples derivados de um ovário ínfero — ou
seja, que se encont ra abaixo da fixação de out ras part es florais,— exist em part es (incluindo
pét alas, sépalas e est ames) que se fundem com o ovário e amadurecem com ele. Nesse
caso, quando out ras part es florais que não o ovário formam uma part e significat iva do frut o
que se desenvolve, est e é chamado de pseudofrut o ou frut o acessório.

Como várias part es da flor além do ovário podem cont ribuir para a est rut ura de uma frut a, é
import ant e est udar a est rut ura da flor para ent ender como uma det erminada frut a se forma.[4]
Exist em t rês modos gerais de desenvolviment o de frut os:

Frutos apocárpicos desenvolvem-se a


partir de uma única flor com ovário
dialicarpelar (enquanto têm um ou
mais carpelos separados, não
fundidos).
Frutos sincárpicos se desenvolvem a
partir de um único gineceu de uma flor
com ovário gamocarpelar (com dois
ou mais carpelos fundidos).
Frutos múltiplos se formam a partir de
uma inflorescência de flores.
Segundo regist ros fósseis,os primeiros frut os não passavam de folhas carpelares, como as
encont radas em Gimnospermas, porém fechadas sobre as sement es, formando folículos. Os
frut os mais simples nas espécies at uais possuem est rut ura similar, foliculares, mas os mais
comuns são frut os formados pela combinação de vários carpelos unidos ent re si.
A sequência de desenvolvimento de uma
drupa típica, a nectarina (Prunus persica)
durante um período de 7,5 meses, desde a
formação dos botões no início do inverno
até o amadurecimento dos frutos no meio
do verão.
Partes de uma flor.
No noni, as flores são produzidas em
sequência temporal ao longo do caule. É
possível ver uma progressão da floração,
desenvolvimento dos frutos e
amadurecimento dos frutos.

Estrutura
O frut o é const it uído por duas part es Par tes d o fruto

fundament ais: o pericarpo (originado da parede


do ovário), que const it ui o próprio frut o, e a
sement e. De modo geral, o pericarpo é dividido
em t rês camadas:[5][1]

Epicarpo ou
exocarpo: a
camada mais Num a drupa c om o no c aso do pê sse go.

externa do
pericarpo dos frutos, que origina-se da
epiderme externa do ovário.
Mesocarpo: camada intermediária do
pericarpo dos frutos, que fica
imediatamente abaixo do epicarpo.
Provém do mesofilo carpelar.
Endocarpo: camada mais interna,
normalmente a camada mais rígida
que envolve as sementes. Origina-se
da epiderme interna da folha carpelar.
Há muit as variações na aparência e na consist ência dest as camadas. Em frut os secos, é
comum o mesocarpo ou o epicarpo est arem suprimidos, enquant o a camada rest ant e assume
consist ência lenhosa. Em frut as do t ipo baga, como o t omat e, o pericarpo é carnoso,
enquant o que em frut os do t ipo drupa, como em ameixas e pêssegos, a part e suculent a é
formada pelo mesocarpo, enquant o o "caroço" corresponde ao endocarpo fibroso envolvendo
a sement e. Nas melancias, o mesocarpo e uma camada espessa e resist ent e, e o endocarpo
corresponde à polpa vermelha em seu int erior. Enfim, t odos os frut os part em do mesmo plano
básico de t rês camadas, cada um derivando-se de uma maneira ou de out ra em direção a
caract eríst icas próprias.[6]

Função
A função primordial dos frut os é a prot eção da sement e em desenvolviment o, e é a principal
razão at ribuída pelos est udiosos ao fechament o dos carpelos nas primeiras Angiospermas. Ao
longo de sua evolução, as plant as com flores e frut os desenvolveram novos t ipos de frut os, e
novas est rat égias para a dispersão das sement es cont idas neles, de forma que nas espécies
at uais há uma variedade imensa de cores, formas, est rut uras acessórias e sabores, cada qual
especializada em uma forma diferent e de dispersão de sement es.

As variações nas est rut uras dos frut os dependem em grande part e dos modos de dispersão
associados às suas sement es. Há frut os que secam e abrem-se na mat uração, simplesment e
liberando as sement es sobre o solo. Out ros, ao se abrir, expelem as sement es de forma
explosiva, arremessando-as a grandes dist âncias. Os frut os carnosos normalment e dependem
de animais, que carregam os frut os para out ros lugares, ou os ingerem, e carregam suas
sement es no t rat o digest ivo para serem liberadas longe do local de origem. Cert os frut os
armados de espinhos agarram-se à pelagem de mamíferos ou penugem de aves, e assim
percorrem grandes dist âncias. Há ainda frut os providos de alas e pelos, que permit em que
flut uem por alguns moment os.

Classificação
Os frut os são classificados de diferent es maneiras e com base em diferent es crit érios.

Um dos crit érios de classificação mais ut ilizados at ualment e é de acordo com a origem e com
o modo de desenvolviment o dos frut os, que são classificados em t rês grupos principais:
frutos simples , frutos agregados e frutos múltiplos (ou compost os). Os agrupament os
reflet em como o ovário e out ros órgãos florais est ão dispost os e como os frut os se
desenvolvem, mas não são evolut ivament e relevant es, pois diversos t áxons de plant as podem
est ar no mesmo grupo.

Os frutos simples são aqueles originários de um ovário gamocarpelar, ist o é, cujos carpelos
est ão fusionados ent re si. Est e é o caso da maioria dos frut os, como o maracujá, o t omat e,
et c. Os frutos agregados são aqueles que originam-se de um ovário dialicarpelar, ist o é, que
possuem carpelos separados desde a flor e que se desenvolvem separadament e. Os frutos
múltiplos ou compost os, t ambém chamados de infrut escências, são aqueles que se originam
de inflorescências, como o abacaxi.

Os frut os t ambém podem ser classificados com base na t ext ura do pericarpo como
carnosos (que apresent am pericarpo suculent o), secos ou duros , e quant o à abert ura, como
deiscentes (que abrem-se na mat uração) ou indeiscentes (que não se abrem
espont aneament e).[7]

Os tipos de frutos carnosos incluem:[1]


Drupa: fruto simples, carnoso e
indeiscente, geralmente
unicarpelar, endocarpo endurecido
e concrescente com semente
única formando um caroço, como
o pêssego, a ameixa, a azeitona,
etc.
Baga: fruto simples, indeiscente,
com um ou mais carpelos e
sementes, como o tomate, o
maracujá, a uva, a goiaba, etc.
Hesperídio: tipo de baga,
proveniente de ovário súpero, cuja
casca (epicarpo) tipicamente
contendo essências, envolve o
endocarpo membranoso, sendo
este revestido internamente por
numerosos pelos suculentos que
constituem a parte comestível; é
típico do gênero Citrus, ao qual
pertencem a laranja, a tangerina e
o limão.
Pepônio: tipo de baga, proveniente
de ovário ínfero, que contém
mesocarpo volumoso e carnoso;
típico das plantas da família
Cucurbitaceae, como o pepino, a
abóbora, etc.
Pomo: pseudofruto cuja porção
carnosa é derivada do receptáculo
floral, como a maçã, a pera e o
marmelo.

Os tipos de frutos secos deiscentes


incluem:[1]
Folículo: abre-se através de uma
única fenda longitudinal, como o
fruto da magnólia, a esporinha, etc.
Cápsula: fruto seco que se abre
através de poros ou por fendas
longitudinais, por exemplo: papoula,
mamona, tabaco, paineira, algodão,
etc.
Legume: abre-se através de duas
fendas longitudinais. Característico
da família Fabaceae (Leguminosae),
que inclui o feijão, a soja, a ervilha, o
amendoim, a fava, etc.
Pixídio: abre-se através de um septo
transversal, preparando-se uma
espécie de "tampinha" conhecida por
opérculo, por exemplo: jequitibá,
eucalipto, sapucaia, etc.
Síliqua: abre-se por quatro fendas
longitudinais, deixando um septo
mediano, por exemplo: ''crucíferas''
como couve e repolho, etc.
Os tipos de frutos secos indeiscentes
incluem:[1]
Aquênio: fruto seco indeiscente em
que o pericarpo seco está
totalmente aderido a uma única
semente, apenas em um ponto,
como o girassol, etc.
Cariopse ou Grão: fruto seco
indeiscente, o pericarpo seco está
totalmente aderido a uma única
semente, porém difere dos Aquênios
e caracteriza as gramíneas, por
exemplo: milho, arroz, trigo, aveia,
cevada, alpiste, etc.
Sâmara: fruto seco indeiscente, o
pericarpo seco forma expansões
aladas, por exemplo: tipuna, pau-
d'alho
Noz: um fruto seco com apenas uma
semente (raramente duas) no qual a
parede do ovário ou parte dela
torna-se muito dura na maturidade,
por exemplo: avelã, bolota, etc.

Frutos sem semente


A ausência de sement es é uma caract eríst ica import ant e de alguns frut os comument e
comercializados. Em algumas espécies, a ausência de sement es é o result ado da
part enocarpia, onde os frut os se desenvolvem sem fert ilização, e esses frut os são
denominados frut os part enocárpicos. A frut ificação part enocárpica pode (ou não) exigir
polinização, mas a maioria das frut as cít ricas sem sement es requer um est ímulo da
polinização para produzir frut os.[8] Bananas e uvas sem sement es são t riplóides, e a ausência
de sement es result a do abort o da plant a embrionária que é produzida pela fert ilização, um
fenômeno conhecido como est enospermocarpia, que requer polinização e fert ilização
normais.[9]

Confusão conceitual:
"Frutos", "Frutas" e
"Legumes"
Frut a não é uma t ermologia bot ânica, é o nome vulgar dado aos frut os e pseudofrut os
comest íveis de sabor adocicado. Em razão do leve gost o adocicado do t omat e, não é
incomum que muit as pessoas o enquadrem como frut a, o que não est á necessariament e
errado. Vulgarment e est e frut o é chamado de legume, mas como veremos mais a frent e,
bot anicament e, não o é. Em t ermos bot ânicos, legume é um t ipo de frut o caract eríst ico da
família Fabaceae (leguminosas) e, inclusive, compreende frut os adocicados como o ingá. No
Brasil, est e t ermo t ambém é vulgarment e usado para nomear frut os não adocicados, como
grande part e dos legumes (no sent ido bot ânico), além de raízes e caules subt errâneos
comest íveis.

Pseudofrutos

Um morango partido ao meio


(Pseudofruto)

Os pseudofrut os ou frut os acessórios são aqueles cuja part e carnosa desenvolve-se de


out ras peças florais, como o hipant o, o recept áculo floral e o pedúnculo. Os pseudofrut os
t ambém podem ser classificados como simples, agregados ou múlt iplos (ou compost os),
assim como os frut os verdadeiros. Exemplos de pseudofrut os incluem o morango (cuja part e
carnosa é const it uída pelo recept áculo floral, enquant o que os verdadeiros frut os são as
pequenas est rut uras parecidas com sement es, que são frut os agregados e secos do t ipo
aquênio), a maçã (t ambém derivada do recept áculo, sendo classificada como pomo) e o caju
(cuja part e carnosa deriva principalment e do pedúnculo). No abacaxi, a part e comest ível é
originada at ravés do desenvolviment o do recept áculo e de out ras peças florais. O frut o
propriament e dit o são as escamas da casca, que, unidas, formam um frut o múlt iplo, originado
de uma inflorescência.
Referências

1. Vidal, Waldomiro Nunes & Vidal,


Maria Rosária Rodrigues (1990).
Botânica organografica: quadros
sinóticos ilustrados de fanerógamos.
(3 ed.). Viçosa: Universidade Federal
de Viçosa.

2. Dilcher, D. (2003). «Toward a new


synthesis: Major evolutionary trends
in the angiosperm fossil record».
PLoS One. 9(13): 7030-7036

3. Mauseth, James D. (2003). Botany:


an introduction to plant biology.
Boston: Jones and Bartlett
Publishers. p. 258. ISBN 978-0-7637-
2134-3.

4. Mauseth, James D. (2003). Botany:


An Introduction to Plant Biology.
Jones and Bartlett. pp. 271–72. ISBN
978-0-7637-2134-3.

5. Oliveira, Fernando de; Akisue, Gokithi


(2009). Fundamentos de
Farmacobotânica e de Morfologia
Vegetal. São Paulo: Atheneu.
ISBN 9788573791884

6. Monteiro, S. C.; Brandelli, C. L. C.


(2017). Farmacobotânica: Aspectos
Teóricos e Aplicação. Porto Alegre:
Artmed Editora.
ISBN 9788582714416
7. Judd, W. S.; Campbell, C. S.; Kellogg,
E. A.; Stevens, P. F.; Donoughe, M. J.
(2009). Sistemática Vegetal. [S.l.]:
Artmed Editora

8. Agusti, Manuel; Primo-Millo, Eduardo


(2020). The Genus Citrus. Woodhead
Publishing. pp. 219–244. ISBN 978-
0-12-812163-4.

9. Spiegel-Roy, P.; E.E. Goldschmidt


(1996). The Biology of Citrus.
Cambridge University Press. pp. 87–
88. ISBN 978-0-521-33321-4.

Ver também

Anatomia Árvore frutífera


vegetal Caule
Flor Semente
Folha Planta
Fruticultura Fruta
Lista de frutas Legume
Raiz Hortaliça

Ligações externas

«In Search of the First Flower» (http://ca


s.bellarmine.edu/tietjen/images/in_sear
ch_of_the_first_flower.htm) (em inglês).
- Artigo de Sun et al. sobre o fóssil mais
antigo de uma Angiosperma, cujo
exemplar exibe forma extremamente
primitiva de fruto.
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title=Fruto&oldid=66358412"

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