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CURSO: Ciências Biológicas

DISCIPLINA: Ecossistemas marinhos e sua biota


CONTEUDISTA: Alexandra E. Rizzo &
Luis Felipe Skinner

AULA 3 – Ciclos de vida no


ambiente marinho
(microrganismos, algas e
fanerógamas)

FEVEREIRO DE 2017

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Meta
Apresentar os principais modos de reprodução e ciclos de vida no ambiente marinho.

Objetivos:

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
1. Reconhecer a importância dos diferentes modos de reprodução para os organismos
marinhos;
2. Diferenciar os tipos de ciclos de vida dos principais grupos de seres vivos encontrados
no mar;
3. Associar os diferentes ciclos de vida às variações ambientais do meio marinho e às
adaptações dos organismos a este ambiente.

Introdução

Como vimos nas aulas anteriores, a origem da vida na terra remonta a aproximadamente
4 bilhões de anos atrás, nos lagos e oceanos primitivos. Uma característica da vida é que
ela se expande a todos os locais aonde haja condições para sua existência. E uma das
principais formas desta expansão, em última análise, é por meio da reprodução. A
reprodução usualmente produz como efeito direto um aumento do tamanho da população,
além de outras conseqüências, como por exemplo, a recombinação gênica em certos
casos. A reprodução conecta as gerações por meio da hereditariedade.

Hereditariedade
É o conjunto de processos biológicos que assegura que cada ser vivo receba e transmita
informações genéticas por meio da reprodução.

Vimos também no capítulo anterior, que uma das características utilizadas no


reconhecimento de uma espécie é sua capacidade de reproduzir-se somente consigo
mesma, deixando a prole fértil por várias gerações.

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Neste capítulo veremos os diferentes modos de reprodução de bactérias, microalgas e
macroalgas, relacionando as adaptações ao ambiente marinho e suas características (em
caso de dúvida, retorne aos capítulos 1 e 2).

O que é Ciclo de vida?

Em primeiro lugar precisamos definir alguns termos. O primeiro deles é ciclo de vida. Ciclo
de vida é definido como os estágios pelo qual uma espécie passa desde os estágios mais
iniciais do desenvolvimento até o retorno a este mesmo estágio, por meio da reprodução.
Ciclo de vida é uma das etapas da história de vida de uma espécie, mas estes dois
termos não são sinônimos, portanto, tenha cuidado!

História de vida de uma espécie


É o conjunto de parâmetros relacionados à sobrevivência de um organismo, desde seu
nascimento até sua morte, passando por sua capacidade de reproduzir-se. É um termo
muito utilizado em dinâmica de populações (área da Ecologia que estuda as variações na
abundância das populações dos seres vivos) para dividir as diferentes etapas que
ocorrem ao longo do ciclo de vida e permitir calcular a sobrevivência e a capacidade
reprodutiva. Alguns dos parâmetros medidos são: padrão de desenvolvimento e
crescimento, idade em que alcança os diferentes estágios do ciclo de vida, grau de
dependência parental desde o nascimento, capacidade e esforço reprodutivo, número de
eventos reprodutivos durante a vida e idade de senescência.

Os ciclos de vida podem ser extremamente simples, como ocorre em muitos


microorganismos como bactérias e protistas, por meio de uma reprodução assexuada
simples, até modos bem complexos, como os observados na reprodução sexuada de
muitas espécies, passando por diversos estágios intermediários de desenvolvimento até o
reinício do ciclo. Usualmente os ciclos de vida incluem etapas como eclosão ou
nascimento, um período pré-reprodutivo (juvenis) e um período reprodutivo (adultos).

Ciclos de Vida Simples


Ciclo de vida simples é aquele no qual não há grandes modificações entre os indivíduos
parentais e os juvenis. O ciclo de vida simples pode envolver tanto a reprodução
assexuada quanto a reprodução sexuada. Exemplos de ciclos de vida simples são

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frequentemente observados em bactérias, microalgas (fitoplâncton), diversos protistas,
alguns invertebrados e a grande maioria dos vertebrados. Os ciclos reprodutivos dos
animais serão estudados na próxima aula.

Fecundação

Figura 3.1 Esquema de um ciclo de vida simples com reprodução sexuada. (Legenda:
Zygote = zigoto; Embryo = embrião; Juvenile = juvenil; adult = adulto; egg = ovo; sperm =
esperma; death = morte).

Ciclos de vida complexos


Ciclos de vida complexos são aqueles que envolvem uma ou mais etapas desde a
eclosão do ovo fecundado até o estágio juvenil. Este tipo de estratégia é bastante
diversificada e possui diversos significados ecológicos e populacionais, como evitar a
competição com adultos, uma vez que os juvenis passam a utilizar recursos diferenciados
ao longo das diferentes fases do ciclo, ou a fim de favorecer a dispersão para outras
regiões. Isto é bastante frequente em macroalgas, em invertebrados e em peixes.

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Fecundação

Figura 3.2 Esquema de um ciclo de vida complexo com reprodução sexuada. (Legenda:
Zygote = zigoto; Embryo = embrião; Larva (perhaps several stages) = larva (talvez vários
estágios); Juvenile = juvenil; adult = adulto; egg = ovo; sperm = esperma; death = morte).

Quantos eventos reprodutivos um organismo pode realizar ao longo de sua vida?

Esta é uma pergunta bastante freqüente entre biólogos e não biólogos. A razão é simples,
pois quanto maior for o numero de eventos reprodutivos, maior é a capacidade e a chance
de sucesso reprodutivo. Em função desta característica, os organismos podem ser
divididos em:

ITERÓPAROS: São aqueles organismos que tem o potencial de realizar diversos eventos
reprodutivos ao longo de seu ciclo de vida.

SEMÉLPAROS: São aqueles organismos que realizam um único evento reprodutivo,


morrendo após este processo.

Nos dois casos acima, é bastante freqüente a reprodução em determinadas épocas do


ano que correspondem a ocorrência de condições próprias para tal. Este fenômeno é
denominado SAZONALIDADE e os fatores que regulam esta sazonalidade são diversos.

Em regiões temperadas e polares, a temperatura e a oferta de alimento são dois


importantes fatores. Se julgar necessário, veja as diferenças nestas variáveis no capitulo

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1. Em regiões tropicais como o caso do Brasil as mudanças de temperatura não são tão
abruptas como em climas temperados e polares. Neste caso, outras variáveis podem
influenciar na sazonalidade dos eventos reprodutivos como diferenças de salinidade em
função de períodos secos e chuvosos, disponibilidade de alimento/nutrientes promovido
por misturas da coluna d’água e produtividade, por exemplo. No caso do Estado do Rio de
Janeiro, especialmente na região de Cabo Frio onde ocorre o fenômeno da ressurgência,
que é o afloramento de águas ricas em nutrientes e frias (em torno de 15 oC) durante o
período de primavera e verão, a temperatura é um fator importante. Neste caso, podemos
observar também uma reprodução sazonal. Mas mesmo em espécies que não possuem
sazonalidade, o esforço reprodutivo, isto é, a produção de novos indivíduos pode sofrer
variação sazonal de acordo com a intensidade das condições ambientais.

A reprodução é considerada um dos eventos mais marcantes na vida de um organismo e


requer um acumulo de energia e condições ou estímulos ambientais apropriados. Isto é
demonstrado na Ecologia nas três atividades mais marcantes da vida de um organismo:
1) a alocação de energia e recursos para a sobrevivência, 2) o crescimento, e 3) a
reprodução. Esta última somente ocorre caso as duas primeiras sejam completamente
atendidas (ver Figura 3.3).

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Figura 3.3: Gráfico esquemático apresentando as etapas dos ciclos de vida de três
cnidários em função da alocação de recursos. Ciclo biológico dos cifozoários. 1-8: fixação
e metamorfose da larva plânula para produzir um cifístoma (larva polipoide dos
cifozoários); 9-10: brotamento dos cifístomas; 11: liberação das éfiras; 12-14:
transformação da éfira em uma medusa adulta.

Quais são os principais modos de reprodução nos organismos marinhos ?

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Como vimos acima, os ciclos de vida dos organismos marinhos incluem ciclos de vida
simples e ciclos complexos. Ao longo de seu curso, você já deve ter ouvido falar bastante
em reprodução ASSEXUADA e reprodução SEXUADA.

A reprodução assexuada é bastante comum em organismos unicelulares como bactérias


(procariotos) e protistas. Mas mesmo organismos multicelulares são capazes de
reproduzirem-se assexuadamente. Em organismos unicelulares, a reprodução assexuada
é fruto de divisão celular mitótica como no exemplo da Figura 3.4. Em invertebrados, pode
ocorrer por meio da formação de novos indivíduos em formas coloniais (Figura 3.5) ou em
formas solitárias (Figura 3.6) ou, ainda, ser fruto da capacidade de regeneração de uma
espécie, como na Figura 3.7. A reprodução assexuada é o modo mais simples de uma
espécie reproduzir-se. No entanto, não gera variabilidade genética, mas é uma excelente
estratégia de rápida ocupação de ambientes.

Figura 3.4: Modo de reprodução assexuada de uma bactéria por fissão do corpo.
1: Antes da divisão binária o DNA encontra-se intensamente espiralado;
2: O DNA da bactéria é duplicado;
3: O DNA é concentrado em pólos distintos da bactéria à medida em que se prepara para
a fissão;
4: O crescimento de uma nova parede celular inicia a separação das células;
5: A nova parede celular, completamente formada, separa ambos os indivíduos;
6: A nova célula-filha possui DNA espiralado e as mesmas estruturas internas que a
célula-mãe.

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Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/49/Binary_Fission.png/450px-
Binary_Fission.png

Figura 3.5: Parte de uma ascídia colonial. Os zoóides formam-se por reprodução
assexuada (brotamento), mas são mantidos unidos no mesmo animal gerando a forma
colonial.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ascidiacea#mediaviewer/File:Botrylloidesleachi.jpg

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Figura 3.6: Foto de um indivíduo de Hydra (Cnidaria), mostrando os brotos em
desenvolvimento em seu corpo (indicados pela setas amarelas). Estes brotos vão se
separar do indivíduo parental e tornarem-se indivíduos solitários.
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Budding#mediaviewer/File:Hydra_oligactis.jpg

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Figura 3.7: Exemplo de reprodução assexuada a partir da capacidade de regeneração de
um animal invertebrado (estrela-do-mar). Alguns braços foram arrancados e encontram-se
em processo de regeneração.
Fonte:
http://en.wikipedia.org/wiki/Starfish#mediaviewer/File:Sea_star_regenerating_legs.jpg

Em relação à reprodução SEXUADA, esta geralmente é muito mais complexa nos


organismos marinhos e depende muito do grupo em que a observamos. Existem muitas
espécies que alternam fases de reprodução assexuada e fases sexuadas em seus ciclos,
enquanto outras não possuem qualquer etapa assexuada, como a grande maioria dos
vertebrados marinhos. Uma exceção dentre os vertebrados são algumas espécies de
peixes e de tubarões que se reproduzem por meio de partenogênese, em alguns casos
alternando este modo de reprodução com a reprodução sexuada.
Paternogênese

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O termo deriva do grego, em alusão à deusa grega Atena, cujo tempo era dominado por
Partenon. Refere-se ao crescimento e desenvolvimento de um embrião sem fertilização.
São fêmeas que procriam sem precisar de machos que as fecundem.

Como a reprodução atua na expansão geográfica das espécies?

Como vimos acima, a reprodução contribui para o aumento populacional das espécies.
Porém, outra conseqüência da reprodução, sobretudo a reprodução sexuada, é a
dispersão para outras áreas. DISPERSÃO é um evento pós-reprodutivo, isto é, um evento
que somente ocorre após ter ocorrido a reprodução. A dispersão transporta ovos,
propágulos, larvas ou juvenis passivamente por correntes marinhas ou ativamente
levando tais formas reprodutivas para outros locais, diferentes daqueles onde ocorreu a
reprodução.

Outra etapa importante é o que chamamos de RECRUTAMENTO, que é definido como a


passagem de uma forma reprodutiva para a forma de um juvenil da espécie. Este é
também um evento pós-reprodutivo.

A dispersão, juntamente com o recrutamento, vai contribuir com uma característica muito
marcante e importante entre os diferentes hábitats, ambientes e ecossistemas marinhos.
Esta característica é denominada CONECTIVIDADE e é uma das principais responsáveis
pela manutenção da diversidade gênica e de espécies em diferentes localidades. O
estudo da conectividade entre populações é uma das principais áreas de estudo em
biodiversidade e conservação nos dias de hoje.

Quais são os principais ciclos reprodutivos de diferentes grupos marinhos?

1) Microalgas ou Fitoplâncton

Este grupo é formado por diferentes grupos autótrofos incluindo bactérias (eubactérias e
arqueobactérias) e por diferentes protistas. São conhecidas aproximadamente 5.000
espécies fitoplanctônicas. Em termos numéricos, os grupos mais importantes do
fitoplâncton são as diatomáceas, as cianobactérias e os dinoflagelados.

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Nestes ciclos de vida, observamos, frequentemente, a alternância entre reprodução
assexuada e reprodução sexuada. Nas diatomáceas, devido à sua morfologia que
apresenta um revestimento externo formado por peças (tecas) complementares e de
tamanhos diferentes, durante a reprodução ASSEXUADA observamos na Figura 3.8
(abaixo) uma diminuição do tamanho dos indivíduos de uma das linhagens. Esta etapa do
ciclo é uma fase DIPLÓIDE (2n).

Figura 3.8: Esquema de reprodução assexuada e, em seqüência, a reprodução sexuada


de diatomáceas, mostrando a redução do tamanho da célula em função da produção de
tecas internas cada vez menores em uma das linhagens. (Legenda: vegetative cell
division = divisão celular vegetativa; fertile cell size = tamanho da célula fértil; meiosis =
meiose; fusion = fusão; auxospores = auxósporos (células especializadas que
desempenham importante papel no crescimento, reprodução sexuada ou dormência);
initial cells = células iniciais; “normal” vegetative cell = célula vegetativa “normal”; Diploid =
diploide; haplóid = haploide).
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Diatom_pennate_life_cycle.jpg?uselang=pt-
br
Com a redução do tamanho da célula e a chegada a um tamanho mínimo crítico, isto
estimula a reprodução SEXUADA, dando início à fase HAPLÓIDE (n). As células
produzem então os gametas masculinos e femininos que se fusionam formando o zigoto.
O zigoto, por sua vez, se desenvolve liberando uma teca silicosa coberta por uma

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membrana orgânica, o auxósporo. A nova célula gerada possui então um tamanho
normal, reiniciando o ciclo.

2) Macroalgas

Como você já deve ter estudado em Botânica, os ciclos de vida das macroalgas possuem
alternância de gerações, isto é, fases onde observamos indivíduos haplóides (n) e
diplóides (2n). Os indivíduos haplóides são denominados GAMETÓFITOS enquanto os
indivíduos diplóides são denominados ESPORÓFITOS. Como o próprio nome diz, o
gametófito é o indivíduo responsável pela formação dos gametas, enquanto que o
esporófito é responsável pela formação dos esporos. De uma forma geral, contrastando
com os organismos fitoplanctônicos, as macroalgas costumam ocorrer nos ambientes
bentônicos rasos (até 100 m de profundidade), pois sua distribuição está limitada pela
luminosidade (se você estiver em dúvida, volte ao capítulo 1 do livro e reveja este tema).

Os ciclos de vida das macroalgas (Figura 3.12), apesar de apresentarem um padrão


similar, diferem entre si em relação aos três principais grupos: as clorófitas, as feófitas e
as rodófitas.

Clorófitas
Chlorophyta é uma divisão das algas verdes e são representadas por cerca de 8.000
espécies de plantas. Possuem clorofila dos tipos a e b e pigmentos como carotenoides. O
material de reserva é o amido. Dentre estas, pode haver micro- e macroalgas. Uma
espécie bastante comum é Caulerpa taxifolia (Figura 3.9)

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Figura 3.9. Caulerpa taxifolia, uma espécie de clorófita ou alga nativa do Oceano Indico
que foi introduzida em várias partes do mundo por causa das atividades de aquariofilia.

Feófitas
Phaeophyta é outra divisão das algas, na maioria marinhas. Possuem a clorofila
encoberta por pigmentos pardos. Tem formas variadas, às vezes de grande porte e ficam
enraizadas no substrato. Diferente das espécies do gênero Sargassum (Figura 10) que
tem ciclo de vida parte no fundo e parte na coluna d’água, S. natans e S. fluitans, por
exemplo, tem desenvolvimento holopelágico, ou seja, reproduzem vegetativamente e
nunca aderem ao fundo do mar durante o seu ciclo de vida.

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Figura 3.10. Sargassum spp., um representante das feófitas, abriga várias espécies em
todo o mundo, seja em mares temperados ou tropicais rasos.

Rodófitas
Rhodophyta é a terceira divisão das algas. São popularmente conhecidas por algas-
vermelhas, por causa de sua coloração característica que as permitem sobreviver em
maiores profundidades quando comparadas as demais, já que conseguem absorver os
comprimentos de onda que penetram mais fundos nos oceanos. Existem cerca de 6.000
espécies, quase todas marinhas. De um modo geral, são pluricelulares e crescem junto
ao substrato, como rochas e corais (Figura 3.11), mas há algumas formas microscópicas,
filamentares.

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Figura 3.11. Uma alga vermelha, representante das rodófitas, crescendo sobre corais.
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Red_Algae_on_bleached_coral.JPG

Figura 3.12: Ciclo de vida das macroalgas. (Legenda: Spore = esporos; Multicellular
haploid = haploide multicelular; haploid gametes = gametas haploides; fertilization =
fertilização; diploid zygote = zigoto diploide; meiosis = meiose).
Fonte: https://biolabs.wikispaces.com/haploid,+diploid+and+alt+of+generation+life+cycles

3) Gimnospermas marinhas

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Apesar deste grupo não ser muito diverso no meio marinho ele é observado em águas
rasas e margens continentais formando ecossistemas como manguezais, marismas e os
fundos vegetados denominados de pradarias marinhas. O ciclo de vida deste grupo segue
o observado em plantas terrestres, com flores, produção de pólen e sementes, mas pode
haver diferenças quanto ao investimento em reprodução vegetativa. Por exemplo, nas
pradarias marinhas, a expansão assexuada por meio de rizomas é de extrema
importância. Os manguezais por sua vez, apresentam adaptações que possibilitam aos
propágulos iniciarem seu desenvolvimento ainda na planta-mãe, em um tipo de incubação
dos embriões que pode ser comparado à viviparidade dos animais.

Bactérias, fungos e vírus marinho

Pouco se sabe sobre os ciclos reprodutivos nos grupos Bactérias, Fungos e Vírus no mar.
São organismos extremamente importantes na ciclagem de nutrientes e no controle
populacional de diversas espécies. Recentemente temos observado o aumento da
incidência de mortalidades em massa de organismos marinhos, sobretudo em cultivos
relacionados a viroses, por exemplo.

Questões de revisão:

1) Após a leitura deste capitulo você deve ter percebido a diferença entre os
principais modos de reprodução dos organismos e os diferentes efeitos que
possuem sobre o crescimento populacional. Isto é extremamente importante para
entender a dinâmica de populações e as conseqüências para o ecossistema
marinho. Por exemplo, a reprodução assexuada em diatomáceas e outras
microalgas são capazes de acrescentar grande quantidade de energia a cadeia
trófica. Como é feita esta regeneração da população de microalgas?
Resposta:
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Resposta comentada: a partir do ciclo assexuado, há uma enorme produção de
indivíduos em um período de 24 horas, possibilitando que esta seja uma forma de
alimento constante para o plâncton.

2) O mar, ou seja, a água é o principal meio de suporte da vida dos ovos recém-
fecundados e de transporte destes para novos ambientes. Como é denominado
este transporte e que função possuem no meio marinho?
Resposta:
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Resposta comentada: Após a reprodução sexuada no meio marinho, geralmente os ovos


ou propágulos são dispersos pelas massas d’água. Estes ovos e propágulos são parte
importante do plâncton e a dispersão contribui para a distribuição geográfica das espécies
e para a manutenção do fluxo gênico entre diferentes populações.

Informações sobre a próxima aula


Na próxima aula, você irá estudar os ciclos de vida dos invertebrados marinhos, as
formas e os estímulos reprodutivos, os padrões de desenvolvimento, a diversidade de
formas larvais e o potencial de dispersão e migração, além de estratégias reprodutivas.

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