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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – MEC

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN


ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ – EAJ

Ecologia Geral

Professor : José Ribamar Silva do Nascimento Júnior

Macaíba-RN
2019
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – MEC
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ – EAJ

Indivíduos, Histórias de Vida e


Ajustamento Evolutivo
Professor : José Ribamar Silva do Nascimento Júnior

Macaíba-RN
2019
O que é
tudo isso ?

COMER.
SOBREVIVER.
REPRODUZIR.
COMER.
SOBREVIVER.
REPRODUZIR.
COMER.
SOBREVIVER.
REPRODUZIR.
COMER.
SOBREVIVER.
REPRODUZIR.
Quais são os tipos de organismos?
Quais são os tipos de organismos?
Organismos unitários e modulares
Unitários:
• Possuem a forma altamente determinada (os gatos
tem 4 patas).
• Os juvenis serão semelhantes aos adultos.
• Tempo de vida determinado
Modulares:
• Nem a forma e nem o tempo de crescimento são
determinados.
• Forma-se um módulo germinativo e o organismo
se desenvolve a partir deste módulo. Ex; corais e
esponjas.
• Tempo de vida indeterminado
Organismos Unitários

• Zigoto – nascimento – jovem- adulto – senescência


• Sucessão de fases totalmente previsível
• Não há mudança de forma ?
• Permanece nessa forma até morrer
Organismos modulares

• O zigoto se desenvolve em uma unidade de construção


• Módulo
• São imóveis, exceto algumas fazes juvenis
• Exemplo: ramos com folhas
Organismos modulares
• Animais (esponjas, hidroides, corais briozoários e
ascídias coloniais),
• protistas e fungos
• Plantas
Organismos modulares
Organismos modulares

• Seu desenvolvimento é muito depende de sua


interação com o ambiente.

• Crescimento se dá pelo acúmulo de módulos

módulos
Organismos modulares

Genet/Geneta: indivíduo genético” o produto de um zigoto

Ramet/Rameta: Módulos com o potencial de existirem


separados (clones)
Organismos modulares
O que quantificar ? Ramet ou Genet?
• Objetivo do trabalho
Disponibilidade alimentar para caprinos em pastejo de buffel
• Remeta
História de Vida

Histórias de Vida
As características do ciclo de vida relacionadas à
sobrevivência e reprodução

A cronologia da vida de um indivíduo:


✓ Idade.
✓ Maturidade
✓ Número de filhotes,
✓ Duração de vida.

Fonte: UNESP
Histórias de Vida
A história de vida de um organismo compreende,
durante seu ciclo de vida padrões de:

• Crescimento
• Sobrevivência
• Reprodução
História de Vida

Sucesso reprodutivo:

 O resultado final é quase sempre o mesmo.

 Cada indivíduo, em média, produz uma prole que


vive para se reproduzir.

 As formas como os organismos crescem e


produzem as proles variam em todos os caminhos
imagináveis.
História de Vida

 Variação no crescimento e reprodução.

luispellegrini.com.br
salmão, nada rio acima cerca de 5.000 km As mães elefantas cuidam intensamente de
do oceano, enfrenta outros 1.000 km rio seus filhotes por muitos anos.
acima até a área de reprodução. Deposita
milhares de ovos e em seguida morre.
História de Vida

 Variação no crescimento e reprodução.

Fonte: Oceanites oceanicus - SE Tasmania.jpg|Oceanites oceanicus - SE Tasmania


Fonte: Dario Sanches

Os sabiás começam a se reproduzir Os petreis-de-tormenta, aves marinhas do


quando têm 1 ano de idade, e podem tamanho de sabiás, começam a se reproduzir a
produzir diversas ninhadas de três ou partir de 4 ou 5 anos de idade, e produzem no
quatro filhotes por ano, mas raramente máximo um único filhote por ano, podem viver
vivem além de 3 ou 4 anos cerca de 30 ou 40 anos.
História de Vida

 As histórias de vida são delineadas pela seleção


natural.
 A história de vida de um organismo representa a
solução que ele encontrou para a seguinte questão:

“Como alocar tempo e recurso limitados de


modo a atingir o sucesso reprodutivo
máximo?”
História de Vida

Em 1947, David Lack, da Universidade de Oxford, foi a primeira


pessoa a reconhecer as diferenças na estratégia reprodutiva

 Lack colocou a observação da história de vida


dentro de um contexto evolutivo.
 Hipótese: a habilidade dos adultos em obter alimento
para as suas crias são limitada e, de modo
correspondente, que os filhotes em ninhadas grandes,
ficariam subnutridos e não sobreviveriam.
História de Vida

Em 1947, David Lack, da Universidade de Oxford, foi a primeira


pessoa a reconhecer as diferenças na estratégia reprodutiva

 As características da história de vida contribuem para o


sucesso reprodutivo e influenciam o ajustamento
evolutivo.

 Demonstrou que as histórias de vida variam de acordo


com fatores do ambiente, tais como o comprimento do
dia disponível para a alimentação.

 Propôs uma hipótese que podia ser sujeita a testes


experimentais.
História de Vida

 Os organismos diferem no
número de filhotes que
produzem.
 As aves que se reproduzem
em altas latitudes (4-10)
normalmente põem ninhadas
maiores do que as espécies
tropicais (2 ou 3).

Alimento coletado
História de Vida

 O tamanho da ninhada reflete o


número máximo de filhotes que os
pais podem criar.

 O tamanho médio de 7 da ninhada


da pega europeia foi manipulada
pela adição ou remoção de ovos
para fazer ninhadas de 5 a 9
filhotes.

Esforço pra conseguir alimento


História de Vida

As negociações na alocação de recursos proporcionam


uma base para a compreensão das histórias de vida

 Os organismos possuem tempo, energia e


nutrientes limitados à sua disposição

 As mudanças adaptativas na forma e na função:


 Aumentam a disponibilidade de recursos

 Os recursos são utilizados de modo mais otimizado.

A energia ou os materiais destinados à


Compromisso estrutura do corpo, às funções
fisiológicas ou ao comportamento não
podem ser alocados para outra coisa
História de Vida

 O conjunto de regras e opções que influenciam a


sobrevivência e a reprodução de um indivíduo em
cada faixa etária governa sua história de vida.

 Componentes da história de vida :


 Maturidade: idade da primeira reprodução
 Parição: número de episódios reprodutivos
 Fecundidade: número de filhotes produzidos por
episódio reprodutivo
 Longevidade
História de Vida

A história de vida é um conjunto de regras e escolhas que influenciam a


sobrevivência e a reprodução.
História de Vida

 As histórias de vida variam ao longo de um


continuum lento-rápido

 Os atributos da história de vida, como idade na


maturidade, a fecundidade e a longevidade, variam
bastante entre espécies diferentes e até mesmo entre
populações diferentes da mesma espécie.
 A correlação entre a mortalidade e a fecundidade
nas espécies deve em parte refletir o fato de que,
em populações persistentes, os nascimentos e
mortes devem se equilibrar na média.
História de Vida

 As histórias de vida variam ao longo de um


continuum lento-rápido
Figure 10.12
 As taxas de fecundidade e
mortalidade variam em paralelo.

 Plotadas logaritmicamente, as
relações entre a fecundidade anual
e a taxa de mortalidade adulta para
33 espécies de aves se agrupam em
torno de uma linha reta.
História de Vida

As histórias de vida variam ao longo de um


continuum lento-rápido
Cuidado Parental e fecundidade
Indivíduos Muitos descendentes pequeno investimento
de energia
Indivíduos Poucos descendentes Alto investimento
de energia

Carpa (Cyprinus carpio L.)


Carpa. Foto: Vitalii Hulai / Shutterstock.com
1 filhote a cada 2 a 4 anos
300.000 ovos por desova Começam a se reproduzir com
Começa a se reproduzir a partir 12 anos
de um ano e pode viver até 60 Vive 60 anos
História de Vida

Trocando em miúdos

• Organismos maiores tendem a ter durações de vidas


maiores e menores taxas reprodutivas do que os
organismos menores;
• Pequenos organismos são mais frequentemente presas
do que predadores;
• Crescimento rápido e uma maturidade precoce são
geralmente vantagens para escapar à predação;
História de Vida
História de Vida

Predação

FIG. 7.8 A predação sobre os guppies seleciona mudanças nas histórias de vida. As
populações expostas à forte predação nos córregos abaixo das cachoeiras amadurecem
mais cedo e em tamanhos menores (aI, alocam mais de seus recursos para a reprodução (b)
e produzem mais (c) e menores [d] filhotes do que as populações livres de predação.
Segundo D. N. Reznick et 01, Am. Not. 147319-338 (19961
História de Vida
Ciclos de vida
História de Vida
Ciclos de vida
História de Vida
Ciclos de vida
História de Vida
Ciclos de vida

Curva de sobrevivência
História de Vida
Ciclos de vida

•Tipo I. Maioria dos primatas possuem uma curva de


sobrevivência Tipo I. Em uma curva Tipo I, os organismos
tendem a não morrer quando jovens ou de meia-idade mas,
ao invés disso, morrem quando se tornam velhos.

•geralmente mostram um número pequeno de descendentes


e fornecem muito cuidado parental para garantir a
sobrevivência dos descendentes.
História de Vida
Ciclos de vida

•Tipo II. Muitas espécies de aves possuem curva de


sobrevivência Tipo II. Em uma curva Tipo II,
organismos morrem mais ou menos igualmente em cada
faixa etária.
•Organismos com esse tipo de curva de sobrevivência
também tendem a ter prole relativamente pequenas e
fornecem cuidado parental significativo .
História de Vida
Ciclos de vida

Tipo III. Árvores, invertebrados marinhos e a maioria dos


peixes possuem curva de sobrevivência Tipo III. Em uma
curva Tipo III, pouquíssimos organismos sobrevivem aos
anos iniciais. No entanto, os que têm sorte de sobreviver à
juventude têm maior probabilidade de longevidade.
• Espécies com esse tipo de curva geralmente têm proles
numerosas a cada vez—como as árvores que liberam
milhares de sementes—mas não fornecem muitos
cuidados aos descendentes.
História de Vida

 As histórias de vida equilibram as demandas entre a


reprodução atual e as reproduções futuras.
 Quando um indivíduo deveria começar a
produzir filhotes?
 Com que frequência deveria se reproduzir?
 Quantos filhotes deveria tentar gerar em cada episódio
reprodutivo?
História de Vida
História de Vida

As histórias de vida respondem às variações no


ambiente

 As adaptações evolutivas das populações e as respostas


dos indivíduos à variação das condições ambientais que
eles normalmente encontram são governadas por
conjuntos de regras de decisão relacionados à alocação
de tempo e recursos.
 As respostas individuais não são genéticas.
 As maneiras como os indivíduos respondem a seus
ambientes podem estar sob controle genético e sujeitas a
mudanças evolutivas através da seleção natural.
História de Vida

 Relações entre idade e


tamanho na maturidade podem
diferir quando as taxas de
crescimento são diferentes.
 Os indivíduos podem fazer a
opção por uma idade
constante, um tamanho
constante ou uma situação
intermediária entre as duas
História de Vida

 O suprimento alimentar e o momento da


metamorfose:
 As metamorfoses das formas larvais para as adultas
e a maturação sexual são as mais proeminentes das
mudanças ao curso de desenvolvimento de uma
espécie
 O momento ideal para passar por essas transições
varia em função da presença de recursos e de
inimigos naturais no ambiente, e a determinação da
hora exata se torna mais complicada por causa das
variações na taxa de crescimento decorrentes do
suprimento alimentar, da temperatura e de outros
fatores ambientais.
História de Vida

 A relação de tamanho e
idade na metamorfose em
rãs criadas com
disponibilidades alta e baixa
de alimentos.
 A norma de reação de
metamorfose se situa entre os
extremos de idade constante e
tamanho constante.
História de Vida

Organismos semélparos reproduzem-se uma vez e


então morrem

 Semelparidade: semel ("uma vez") e paria ("dar a luz").


 Reprodução seguida de morte
Rara entre animais e plantas de vida longa
 Iteroparidade: itero ("repetir").
 Mais comum entre os indivíduos
História de Vida

 Os agaves são plantas


semelparideiras.
 O agave Parry do Arizona cresce como
uma roseta de folhas espessas e
carnosas por muitos anos. Então,
subitamente, projeta para cima um
caule florescente e gera frutos, após o
que a roseta morre.
História de Vida

 A planta semelparideira
Lobelia telekii é encontrada
nas encostas do Monte
Quênia.
 As gigantescas inflorescências
em primeiro plano são L. telekii,
enquanto as rosetas de caule ao
fundo são L. keniensis.
História de Vida

 Semelparos Iteroparos
História de Vida

A senescência/envelhecimento é um
declínio das funções fisiológicas com o
aumento da idade
História de Vida

A incidência de morte por


câncer e doenças circulatórias
aumenta com a idade.
Estão apresentadas as idades e
causas de morte para os
machos na população inglesa
no início da década de 1980.

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