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ORGANISMOS:

REPRODUÇÃO

UFABC
3o quadrimestre/2019
Ecossistema:
Fluxo de energia e Níveis de
ciclo de nutrientes
organização
em Ecologia

Biofera:
Processos globais Comunidade:
Interação entre
populações

População: Dinâmica populacional;


unidade da evolução
Aula de
Hoje Organismo: Sobrevivência e
reprodução; unidade da seleção natural 2
Adaptações relacionadas à reprodução:
História de Vida do Salmão
 Nasce na água doce, migra para o oceano (onde se torna
sexualmente maduro), retorna para a água doce para reproduzir e
morre depois da desova (milhares de ovos).
 Viaja cerca de 1.400 km do oceano até o local da desova (água
doce), sendo 2.100 m de subida rio-acima
Adaptações relacionadas à reprodução:
História de Vida do Elefante
 Produz um único descendente a intervalos de vários anos
 Dedicando cuidados intensos ao seu filhote (cuidado parental) até a
vida adulta deste
Adaptações relacionadas à reprodução:
História de Vida do Homo sapiens
 a idade da primeira reprodução é muito maior do que dos outros
grandes primatas, mas nossa fertilidade pode ser maior
 nossas crianças dependem dos outros para subsistência (cuidado
parental) por muito mais tempo do que a prole de outros
mamíferos, ainda que o desmame seja mais cedo do que na
maioria dos grandes primatas
 temos o maior tempo de vida dentre os mamíferos terrestres,
ainda que as mulheres interrompam seu período fértil na
metade deste tempo de vida
História de Vida: Definição
 Adaptações relacionadas às estratégias
reprodutivas que são influenciados por:
 fatores ambientais
 estrutura geral do corpo e estilo de vida dos
organismos
 respostas individuais dos organismos às
condições físicas, suprimento de alimentos,
predadores e outros aspectos do ambiente
Muitos filhotes pequenos ou
Poucos filhotes grandes?

O número de filhotes afeta o investimento parental que
cada jovem recebe

Muitos filhotes significa pouco investimento parental para
cada um (ou pequeno estoque de nutrientes em sementes,
no caso das plantas): organismos que habitam locais
perturbados ou imprevisíveis usam essa estratégia para
aumentar as chances de sobrevivência e maturidade ao
menos algum dos filhotes (ex. tartarugas marinhas)
Estratégia: Muitos filhotes
Pouco Poucos sobrevivem
investimento até a fase reprodutiva
parental

muitos predadores:
siris, aves, tubarões
Estratégia: Poucos filhotes
Investimento Parental
História da Vida
 É governada pelo conjunto de regras e
opções que influenciam a sobrevivência e a
reprodução (aptidão) de um indivíduo em
cada faixa etária
História de Vida: Etapas

 Maturidade: idade da 1ª reprodução



Parição: número de episódios reprodutivos

Fecundidade: número de filhotes/episódio

Envelhecimento: fim da fase reprodutiva
As histórias de vida variam ao longo de um
contínuo lento-rápido e variam entre espécies

Extremo lento (k) Extremo rápido (r)


(ex. elefante) (ex. rato)

Longevidade alta baixa

Desenvolvimento lento rápido

Maturidade tardia precoce

Investimento elevado baixo


parental
Fecundidade baixa alta
Tempo de Geração
 Alguns organismos apresentam várias ou
muitas gerações no período de um ano
 Outros apresentam apenas uma geração por
ano: espécies anuais
 Outros tem um ciclo de vida que ultrapassa
vários anos: espécies perenes ou plurianuais
Tipos de história de vida: organismos que vivem por mais de 1 ano

Iterópara sazonal

Iterópara contínua

Semélpara
Iteroparidade e Semelparidade
 Espécies iteróparas: reproduzem repetidamente,
devotando alguns de seus recursos durante um evento
reprodutivo, sobrevivendo para eventos reprodutivos
futuros. Ex. seres humanos

Espécies semélparas: apresentam apenas um episódio
reprodutivo em suas vidas, não alocando recursos para
sobrevivência futura; assim a reprodução é seguida pela
morte. Ex. salmão e algumas espécies de bambu.
Reprodução Sexuada X
Reprodução Assexuada

Sexuada Assexuada

Maior variabilidade Menor custo


Vantagem genética, prole energético, prole
potencialmente mais potencialmente
adaptada a mudanças mais numerosa

Maior custo Menor variabilidade


Desvantagem energético com genética
a produção (filhotes idênticos,
de ovos e gametas brotos)
Reprodução Sexuada
• Mistura o material genético de dois indivíduos
• Ocorre em muitos animais e plantas dióicas
(dois sexos separados) e indivíduos que
possuem ambos os órgãos sexuais masculino e
feminino (hermafroditas e plantas monóicas)
• Em plantas monóicas, assim como animais
hermafroditas, podem evitar a auto-fertilização
com a assincronia de maturação do pólen e
óvulos (separação no tempo)
Plantas dióicas têm dois sexos separados

macho
fêmea
Plantas monóicas (mais comuns): possuem tanto os
órgãos sexuais femininos quantos os masculinos
Especialização Sexual

• A especialização mais complexa dos órgãos


sexuais representa um custo energético mais
alto para o desenvolvimento desses órgãos
• Para compensar esse gasto e transmitir seus
genes com maior eficiência, os indivíduos
com sexo separado (dióicos) desenvolvem
estratégias para atrair parceiros e também
desenvolvem cuidado parental
Monogamia x Poligamia

• Indivíduos tem como objetivo transmitir


seus genes para a próxima geração.
• Estratégias possíveis para indivíduos dióicos
(sexos separados):
– Poligamia (promiscuidade)
– Monogamia: associada ao cuidado
parental
Os elefantes-
marinhos são
poligênicos:
machos bem-
sucedidos
possuem harém e
o defendem de
outros machos
A seleção sexual pode favorecer
armas elaboradas
Seleção sexual e Dimorfismo
Sexual
A plumagem do pavão pode
prejudicar sua própria
sobrevivência: alta alocação de
energia para crescer, vistosa
(atrai predadores) e dificulta a
fuga de predadores

Qual a vantagem desta cauda?


Seleção sexual
• Teoria desenvolvida por Darwin para explicar o
dimorfismo sexual (por que fêmeas e machos são
diferentes em muitas espécies?)
• Processos:
– Seleção intrasexual: envolve competição macho-
macho (ou fêmea-fêmea) pela oportunidade de
acasalamento, levando ao exagero das características
secundárias (ex. chifres, tamanho do corpo)
– Seleção intersexual: envolve a atração diferencial de
indivíduos de um sexo pelo outro, levando a
características chamativas e usadas em exibições
sexuais (ex. plumagem colorida em aves)
A seleção sexual pode favorecer
exibições elaboradas de corte

VIDEO
Comportamento Social
Inclui todos os tipos de interações entre
indivíduos da mesma espécie, da cooperação
ao antagonismo
Sociedade Animal

abelhas
cupins

formigas
Sociedade Humana
Vivendo em grupo (ex. cardume de sardinhas)
Vivendo sozinho (ex. aves predadoras)
Comportamento Social
Grupos maiores de
suricatas têm mais
probabilidade de serem
protegidos por sentinelas
(barras no gráfico)

Contudo, indivíduos que


forrageiam em grupos
maiores gastam mais
tempo forrageando
(buscando alimento) e
menos tempo vigiando
(pontos no gráfico), se
alimentando mais rápido
e estando disponíveis
para a vigília
Área de Vida x Território
 Área de Vida = espaço
que um animal
normalmente usa
durante um ano
 Quando a área de vida
ou parte dela é
defendida, esta área
defendida é chamada
de território
Hierarquia de Dominância
 Defesa de território desvantajosa por causa da
alta densidade populacional, da variação da
disponibilidade de recursos ou dos benefícios da
vida em grupo

 Sem território, resultado = hierarquia social

 Hierarquia de dominância: indivíduos ordenam-se


pela posição social (divisão do trabalho)

 Relação entre posição social e ocupação do espaço:


“inferiores” ou “perdedores” na periferia
Gene Egoísta x Seleção de Grupo
 Dois modelos alternativos de Seleção Natural
(evolução centrada no indivíduo):
 Gene egoísta (Dawkins, 1976): evolução centrada
no gene.
gene Espera-se que um organismo evolua para
maximizar sua aptidão inclusiva – o número de
cópias de seus genes transmitido
 Seleção de grupo (Wynne-Edwards, 1962): muitos
comportamentos são adaptações do grupo, mais do
que adaptações do indivíduo, ou seja, a evolução
pode estar centrada no grupo
Sociobiologia

• Sociobiologia se baseia na suposição de que o


comportamento social é resultado da evolução, tendo
duas premissas:
1. Certos comportamentos sociais são herdados,
2. Características comportamentais herdadas tem sido
aprimoradas pela seleção natural.
O que é eussocialidade?

 Eussocialidade é caracterizada por:


 vários adultos vivendo em grupos
 sobreposição de gerações
 cooperação na construção do ninho e cuidado
à prole
 dominância reprodutiva por um ou poucos
indivíduos, com presença de castas estéreis
Eusocialidade é limitada aos Insetos (Hymenoptera e
Isoptera) e Mamíferos (2 espécies de rato-toupeira:
Heterocephalus glaber e Cryptomys damarensis)
Cupins (Isoptera): divisão do trabalho

Obs. Cupins podem produzir mais de 2 litros de hidrogênio quando digerem


uma única folha de papel, sendo os bioreatores mais eficientes do planeta.
Bibliografia
Livro-texto:
Ricklefs RE 2003 A Economia da Natureza 5ª ed.
Guanabara, Rio de Janeiro. (Capítulos 10, 11 e 12)
Livro de apoio:
Townsend CR, Begon M & Harper JL 2006
Fundamentos em Ecologia 2ª ed. Artmed, Porto
Alegre. (Capítulos 2 e 5)
Contato
Profa. Simone R. Freitas

Website: http://simonerfreitasufabc.wix.com/
ufabc-biodiv-simone
Grupo do Facebook “UFABC - Biodiversidade: Interações entre
organismos e ambiente”:
https://www.facebook.com/groups/310538949088431/
 E-mail: simone.freitas@ufabc.edu.br

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