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ESCOLA E. PROF. RODOVAL BORGES DISC. BIOLOGIA PROF.

SERGIO CORRÊA

ASSUNTO; ECOLOGIA
Ecologia (do grego oikos: casa; logos: estudo) é a parte da biologia que estuda todas as interações dos seres
vivos entre si e com o ambiente em que vivem.

Conceitos

- Espécie: conjunto de organismos semelhantes entre si (fisiológica e morfologicamente) e que quando cruzados
aleatoriamente, geram descendentes férteis.
- População: conjunto de organismos da mesma espécie, que vivem ao mesmo tempo em uma determinada área.
- Comunidade: conjunto de todas as populações presentes numa determinada região.
- Ecossistema: conjunto formado pela comunidade e pelo meio ambiente. É formado por componentes bióticos e
abióticos.
- Componentes bióticos: compreendem todos os seres vivos que vivem em uma determinada área.
- Componentes abióticos: constituem os fatores ambientais que atuam sobre os seres vivos, tais como luminosidade,
temperatura, disponibilidade de água, tipos de solo etc.
- Euribiontes: São os seres dotados da capacidade de tolerar amplos limites de variações a um determinado
componente abiótico.
- Estenobiontes: São aqueles que apresentam limites de tolerância relativamente estreitos.
- Biosfera: conjunto de todos os ecossistemas do planeta, toda porção biológica habitada.
- Nível trófico: conjunto de todos os organismos de um ecossistema com o mesmo tipo de nutrição:
 Produtores ou autótrofos: São organismos capazes de fabricar seu próprio alimento através de
substâncias simples inorgânicas obtidas do meio ambiente.
 Consumidores ou heterótrofos: Compreendem os organismos incapazes de produzir seu próprio
alimento. Em vista disso, nutrem-se dos produtores ou de outros consumidores.
 Decompositores: Nutrem-se de organismos mortos ou de partes deles que são liberadas no ambiente.
A atividade decompositora é fundamental para a reciclagem da matéria na natureza, fato
importantíssimo para a manutenção de vida nos mais diversos ecossistemas da Terra.
- Habitat: é o tipo de local ou lugar físico normalmente habitado pelos indivíduos de uma espécie.
- Nicho Ecológico: é o “lugar funcional” ocupado por uma espécie dentro do seu sistema. Isso compreende o que a
espécie representa no quadro geral do ecossistema, pelo que ela faz como procede em relação às outras espécies e
ao próprio ambiente, em que horas do dia ou em que estações do ano têm maior atividade, quando e como se
reproduz, de que forma serve de alimento para outros seres ou contribui para que naquele local se instalem novas
espécies.
Cadeias e teias alimentares

A cadeia alimentar corresponde à sequência de Nos ecossistemas, entretanto, não existe apenas uma
organismos em que um serve de alimento para o cadeia alimentar possível, mas várias cadeias que se
inter-relacionam, formando o que se chama de teia
outro, a partir do produtor.

Pirâmides Ecológicas

São representações gráficas de uma cadeia alimentar considerando alguns fatores. Quando o fator é o
número de indivíduos que participaram da cadeia alimentar, temos uma pirâmide de números; quando consideramos
a quantidade de matéria viva de cada nível da cadeia alimentar, temos uma pirâmide de biomassa; e quando
consideramos a energia disponível para cada nível trófico participante da cadeia alimentar, teremos uma pirâmide
de energia.
Nessas pirâmides, cada nível é representado por um retângulo, cujo comprimento é proporcional ao número
de indivíduos na pirâmide de números, a biomassa na pirâmide de biomassa e/ou a produção de energia na pirâmide
de energia.
 Pirâmide de Números:

Indica o número de indivíduos em cada nível trófico.


Dependendo da cadeia, a pirâmide de números pode ter o vértice para cima ou para baixo. Vai ter o vértice
voltado para cima quando for necessário um grande número de produtores para alimentar poucos herbívoros, e estes
servirão de alimento para um número ainda menor de carnívoros. O contrário vai ocorrer quando considerarmos
cadeias alimentares com parasitas.
Há ainda um terceiro tipo, quando um único vegetal sustenta um grande número de herbívoros. Nesse caso a
pirâmide terá forma inversa, apenas entre esses dois níveis.

 Pirâmide de Biomassa:
A biomassa ou matéria orgânica representa a quantidade de substância viva em cada nível trófico. É
expressa em termos de quantidade de matéria orgânica por unidade de área em um determinado momento.

Este tipo de pirâmide geralmente apresenta o vértice voltado para cima, pois a biomassa dos produtores é
maior que a dos herbívoros, que é maior que a dos carnívoros. Este caso é encontrado em ecossistemas terrestres. Já
em ecossistemas aquáticos verificamos o contrário, a pirâmide de biomassa apresenta-se invertida. Nesses casos, os
produtores são representados por algas microscópicas com ciclos de vida curto e rápido aproveitamento pelo
zooplâncton. Dessa forma a pirâmide é invertida entre esses dois níveis tróficos. Uma pirâmide como essa pode dar a
falsa impressão de que uma biomassa pequena suporta uma massa grande de consumidores primários.

 Pirâmide de Energia:

Este tipo de pirâmide não depende do tamanho do organismo: alguns organismos podem ter biomassa
pequena, mas a energia que apresentam disponível para o nível trófico seguinte pode ser muito maior que a de um
organismo com biomassa grande, pois um organismo grande gasta muita energia na sua própria manutenção,
deixando pouca energia disponível para o nível seguinte.
A pirâmide de energia nunca é invertida, pois há sempre perda de energia ao passar de um nível trófico para
outro. Isto porque, em todo o processo de transformação de energia há sempre liberação de energia calorífica, não
aproveitável. A energia pode ser transformada de um tipo em outro (energia luminosa em energia química), porém
jamais é criada ou destruída.
O primeiro nível da pirâmide de energia corresponde à quantidade de alimento produzido pelos autótrofos
em uma determinada área, em um determinado intervalo de tempo. A essa quantidade de alimento produzido
chamamos de produtividade bruta. Parte dessa é usada na respiração, e, portanto, gasta pelo próprio autótrofo na
sua manutenção. A matéria orgânica não utilizada na respiração é incorporada aos tecidos dos autótrofos, estando
desta forma disponível para níveis tróficos seguintes. Essa matéria orgânica é a produtividade líquida e representa,
portanto, a energia disponível ao segundo nível trófico, representado pelos herbívoros.
Do alimento digerido e assimilado, parte é excretada na forma de urina, parte é utilizada na respiração e
parte e parte é incorporada aos tecidos dos organismos. A matéria incorporada é a que vai estar disponível para o
nível trófico seguinte, o dos consumidores secundários. Nesse nível trófico, ocorre novamente o que foi descrito para os
consumidores primários.
A quantidade de matéria orgânica acumulada pelos heterótrofos de um ecossistema em uma determinada
área, em um determinado intervalo de tempo, é denominada produção secundária.
Estima-se que apenas cerca de 10% da energia disponível de um nível trófico seja utilizada pelo próximo nível.
Por causa dessa redução de energia disponível em cada nível trófico, dificilmente há mais do que cinco elos
em uma cadeia alimentar. Assim, quanto mais curta for a cadeia, maior será a quantidade de energia disponível para
os níveis tróficos mais elevados.

Relações Ecológicas

Relações ecológicas são relações entre os indivíduos das populações e podem regular a densidade destas e
contribuir para a manutenção do equilíbrio da comunidade.

Relações intra-específicas: entre indivíduos da mesma espécie.


Relações interespecíficas: entre indivíduos de espécies diferentes.
Relações harmônicas ou positivas: relações nas quais não se verifica nenhum tipo de prejuízo entre os
organismos associados.
Relações desarmônicas ou negativas: relações nas quais pelo menos uma das espécies é prejudicada.
Neutralismo: quando duas ou mais espécies vivem no mesmo habitat, sem que uma seja afetada por outra.
Intra-específica Sociedade
Relações harmônicas Colônia

Mutualismo
Interespecífica Protocooperação
Comensalismo
Inquilinismo

Intra-específica Canibalismo
Relações desarmônicas Competição

Competição
Interespecífica Amensalismo
Predatismo
Parasitismo

Sociedade:
Indivíduos da mesma espécie que se agrupam para obter algumas vantagens. Caracterizam-se pela divisão
de trabalho e pela solidariedade entre seus membros.

Rainha: fêmea fértil com função reprodutora.


Sociedade das abelhas: Operárias: fêmeas estéreis com função de defesa da colmeia; coleta do néctar; fabricar
cera, mel, geleia real; cuidados com a prole.
Zangões: macho fértil, cuja função é fecundar a fêmea rainha para continuação da
espécie.

Rainha ou içá: fêmea fértil.


Sociedade das formigas: Rei ou bitus: machos férteis.
Operárias: estéreis.
- Soldado – defesa.
- Cortadeira – carregadeira, coletora das folhas.
- Jardineiras – cuidam dos fungos que alimentam a sociedade.

Rainha: fêmea fértil e alada.


Sociedade dos cupins ou térmitas: Reis: machos férteis e alados.
Operárias: indivíduos cegos, com função de defesa.

A união entre os indivíduos na sociedade é mantida por produtos químicos segregados pelos animais, os
feromônios. Estes são substâncias químicas que servem para a comunicação entre os indivíduos. São usados também
para demarcar território, na atração sexual, na identificação entre os indivíduos do mesmo grupo, etc.
Colônias:
Agrupamento de indivíduos que revelam profundo grau de interdependência. São constituídos por indivíduos
que se mantém anatomicamente unidos entre si (formando uma unidade estrutural), com ou sem divisão de trabalho.
Podem ser:
- Amorfas (homeotípicas): não há diferenças morfológicas entre seus membros, nem divisão de trabalho. Exemplo:
corais, cracas, bactérias do gênero Cocus.
- Heteromorfas (heterotípicas): há uma diferenciação morfológica e divisão de trabalho entre os indivíduos. Exemplo:
caravelas.

Mutualismo:
Associação de indivíduos de espécies diferentes que estão intimamente ligados (grande interdependência)
com benefícios mútuos. Também chamada simbiose. Esta associação é necessária para sobrevivência de ambas as
espécies associadas.
Exemplos:
- Cupins e o protozoário Triconinfa que digere a madeira transformando a celulose em glicose, que será utilizada por
ele e pelo cupim.
- Herbívoros e bactérias do intestino que digerem a celulose, obtendo alimento para elas e para o herbívoro.
- Algas e fungos (líquens): as algas contribuem com a matéria orgânica e os fungos com a umidade e os sais. Os
líquens são considerados bioindicadores de poluição.
- Fungos e raízes de vegetais (micorrizas): os fungos absorvem os sais e realizam a decomposição e os vegetais
colaboram com os produtos da fotossíntese.

Protocooperação:
Indivíduos de espécies diferentes obtendo benefícios mútuos sem que haja grande dependência entre eles, os
indivíduos podem sobreviver quando isolados. (mutualismo facultativo).
Exemplos:
- Paguro e anêmona: o paguro permanece dentro de sua concha se deslocando, proporcionando com isto uma
melhor alimentação para a anêmona. A anêmona contribui com suas células urticantes, afugentando predadores,
dando proteção ao paguro.
- Pássaro e boi: O pássaro come os carrapatos do boi, que se livre destes parasitas.
- Pássaro palito: O pássaro cata vermes e restos de comida nos dentes do crocodilo, que fica com a boca mais sadia
evitando infecções.
- Peixe e anêmona: o peixe vive entre os tentáculos da anêmona protegendo-se dos predadores, e a anêmona tem
presas mais fáceis com a movimentação feita pelo peixe.
- Formiga e pulgões. As formigas cuidam e protegem os pulgões, e estes sugam a seiva elaborada da planta e
eliminam substância açucarada pelo ânus que serve de alimento para as formigas.

Comensalismo:
Duas espécies se associam apenas com benefício para uma delas e sem causar prejuízo para a outra. (Está
relacionada a vantagens alimentares da espécie).
Exemplos:
- Rêmora e tubarão: a rêmora come os restos da alimentação do tubarão.
- Hiena e leão: a hiena come os restos da alimentação do leão.

Inquilinismo:
Duas espécies se associam apenas com benefício para uma delas e sem causar prejuízo para a outra. Pode
ser como o uso de outra espécie como abrigo (inquilinismo); o uso de uma espécie como suporte para fixação de
uma planta (epifitismo) ou de um animal (epizoísmo).
Exemplos:
- Peixe agulha e pepino do mar: o peixe agulha abriga-se dentro do equinodermo.
- Orquídeas e árvores: A orquídea tem maior facilidade de obtenção de luz, sem prejudicar a árvore.
- Entamoeba coli e o homem: protozoário que vive no intestino do homem sem prejudicá-lo.
- Paguro: crustáceo se aproveita de conchas de moluscos que já morreram para abrigar seu frágil abdome.

Amensalismo:
Uma espécie é prejudicada sem que a outra seja afetada. Uma espécie impede o crescimento ou a
reprodução de outra.
Exemplos:
- Maré vermelha: proliferação excessiva de algas causando a morte de peixes e outros indivíduos aquáticos.
- Produção de antibióticos por fungos. Os fungos impedem a proliferação de bactérias.
- Pinheiro americano: folhas impedem o crescimento da grama.
Canibalismo:
Um animal mata e devora outro da mesma espécie.
Exemplos:
- Ocorre com alguns insetos; ex.: Louva-a-Deus – fêmea devora o macho após cópula;
- Algumas aranhas, a fêmea devora o macho após cópula;
- Alguns anfíbios (sapo boi), devoram-se entre si para impedir a superpopulação.

Competição intra-específica:
Todo ser vivo compete com outro por alimento e energia.
Exemplos:
- Vegetais competem pela luz, água e sais minerais.
- Animais competem por alimento, espaço vital, posse da fêmea, defesa da prole, etc.
A competição entre os indivíduos da mesma espécie tem como consequência o controle do tamanho da
população:
Estabelecido: na época da reprodução, luta para defender o espaço, impedindo a
Defesa de território: reprodução de excedentes – Seleção, favorecimento dos mais aptos.

Demarcado: urina – ex.: lobo, coelho.


feromônios – ex.: insetos.
canto – ex.: pássaros.

Competição interespecífica:
Quando duas espécies diferentes vivem na mesma área, usam o mesmo tipo de alimento, ou disputam alguns
recursos. Desta forma, se estabelece uma competição que pode eliminar uma das espécies da comunidade.
Princípio de Gause (princípio da exclusão competitiva).
Exemplos:
- Paramercium aurelia e Paramercium caudatum foram criados separadamente; quando criados juntos, com alimento
constante, uma das espécies declina sua população até se extinguir, enquanto a outra cresce até se estabilizar. As
duas espécies competem pelos mesmos recursos: uma das espécies é eliminada. Não ocupam o mesmo nicho por
muito tempo.

Predatismo:
Um organismo (predador) mata outro (presa) para alimentar-se.
Exemplo:
- Herbivorismo: herbívoro e as plantas de que se alimenta.
- Carnivorismo: mamífero carnívoro se alimentando de mamíferos herbívoros.

Defesas: - Vegetais produzem substâncias tóxicas.


- Animais podem apresentar camuflagem, coloração de advertência, mimetismo.
* Camuflagem: animal se confunde com o ambiente (cor e aspecto)
- Presa: ajuda na defesa
- Predador: facilita a aproximação
* Coloração: animal adquire cor que o predador “aprende” ser de gosto ruim, secreção irritante ou veneno.
* Mimetismo: indivíduos de uma espécie assemelham-se aos de outra, obtendo vantagem.
Exemplo: animais que não tem gosto ruim, que não são venenosos, adquirem o aspecto e cor daqueles que são.

Parasitismo:
Quando um organismo, denominado parasita, vive no corpo do outro, denominado hospedeiro, do qual retira
alimentos. Embora os parasitas possam causar a morte dos hospedeiros, de modo geral trazem-lhe apenas prejuízos.
Os parasitas podem ser classificados quanto à localização:
- Endoparasitas – quando vive no interior do corpo do hospedeiro.
Exemplo: vermes, bactérias, vírus, protozoários.
- Ectoparasita – quando vive na superfície do corpo do hospedeiro.
Exemplo: piolhos, carrapatos, pulgas.
Sucessão Ecológica

É a sucessiva implantação de espécies em lugares desabitados, contribuindo para o desenvolvimento de uma


comunidade e, portanto, de um novo ecossistema.
Etapas:
1. Ecésis: corresponde à chegada ao local dos primeiros organismos vivos que vão colonizar a região. Comumente,
esse papel é realizado pelas algas cianofíceas que são autótrofas e possuem boa capacidade de assimilação do
hidrogênio livre do ar. São os chamados “organismos pioneiros”.

2. Série, Sere ou Sera: são as sucessivas implantações de organismos vegetais mais complexos, o que torna o ambiente
convidativo para insetos, moluscos e outros pequenos animais.

3. Clímax: é quando a sucessão ecológica atinge o seu desenvolvimento máximo, naturalmente compatível com as
condições físicas do local.
A sucessão que se instala numa área inteiramente desabitada constitui uma sucessão primária. Entretanto, é
comum que as comunidades clímax evoluam e se transformem num processo que chamamos de sucessão
secundária.

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