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Apresentação..............................................................................................

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VIDA É DIVERSIDADE................................................................................... 2
BIOMAS DO CEARÁ....................................................................................11
CAATINGA....................................................................................................... 12
MATA ATLÂNTICA.......................................................................................... 16
ECOSSISTEMAS ASSOCIADOS...................................................................... 20
Manguezal................................................................................................. 21
Dunas......................................................................................................... 23
Restingas....................................................................................................24
BIODIVERSIDADE NATIVA E EXÓTICA..........................................................26
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UCs)........................................................30
SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação......................... 31
Categorias de Unidades de Conservação.................................................. 35
Unidades de Conservação de Proteção Integral..................................36
Unidade de Conservação de Uso Sustentável..................................... 40
Outros conceitos importantes................................................................48
Atividades educativas que podem ser desenvolvidas pelos AJAs..... 51
REFERÊNCIAS............................................................................................. 54

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Apresentação

Olá, AJA!

Tudo bem com você? Está curtindo a nossa jornada? Tenho certeza
que nosso curso vem ampliando seus horizontes, mexendo com sua
cabeça, modificando o modo como você vê o mundo.

É isso! As questões ambientais estão tão enraizadas no nosso dia a


dia, que é impossível estudar sobre elas sem modificar nosso olhar sobre
o mundo, sem modificar nossa vida. E esse é o nosso tema de hoje. Neste
módulo, vamos literalmente falar da vida. Da nossa e de todos os seres
deste Planeta, principalmente do nosso Ceará. Vamos conhecer também
nossos biomas e áreas protegidas por lei, fundamentais para a
preservação da vida. Bora lá!

VIDA É DIVERSIDADE

Para falarmos de vida, precisamos falar de diversidade. A


Diversidade é um pressuposto da vida, de toda vida. Da vida que está
fora da gente e da vida que está dentro da gente. Assim como o mundo

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fora de nós é biodiverso, o mundo dentro de nós também o é. Nós somos
seres biodiversos.

Biodiversidade é um conceito mais amplo que o “conjunto de seres


vivos existentes na Terra”. Ele inclui a diversidade genética, fator
fundamental para se compreender os ecossistemas em sua totalidade e
integridade.

Você já se perguntou porque somos parecidos com nossos irmãos,


primos, tios, pais, avós? A resposta é: porque temos no nosso corpo
moléculas (genes), que nos foram transmitidas por nosso pais, que
funcionam como um manual de instruções para o nosso crescimento,
funcionamento e reprodução. Cada gene desses tem um papel a
desempenhar. Eles são responsáveis pela cor da nossa pele, dos nossos
cabelos, dos nossos olhos. Mas também vão dizer da nossa saúde, do
nosso desenvolvimento, e junto com os estímulos socioambientais
(nossas relações pessoais, nossa alimentação, contato com a natureza,
educação, etc.), vão determinar nosso comportamento, desenvolvimento
e aprendizagem.

Assim como acontece com nós humanos, também acontece com os


demais seres vivos. Plantas, bichos, fungos, bactérias, todos têm uma
constituição genética que, interagindo com o ecossistema em que eles
vivem, vai determinar seu comportamento, seu desenvolvimento e sua
função no mundo.

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Diversidade de mamíferos encontrados no Ceará.
Fotos: Castiele Holanda Bezerra, John A. A. Oliveira, Ingrid Andrade e Déborah Praciano de Castro.

Se olharmos para o planeta como um gigantesco organismo,


compreenderemos a função e a importância dessa diversidade genética.
Cada ser, individualmente e como espécie, com seu conjunto de genes,
possui sua função e importância nesse enorme ser vivo chamado Terra.

Sem as plantas, por exemplo, não haveria oxigênio, não haveria


quem captasse a energia do sol e a transformasse em alimento para
todos os animais, inclusive o animal humano. As plantas, porém,
precisam das abelhas e outros insetos, para fazer a polinização e assim
produzir os frutos. Sem os fungos, não haveria a decomposição e
reciclagem da matéria orgânica. Os pássaros, por sua vez, têm a função
de disseminar sementes, controlar a população de insetos, dentre outras
funções. Tudo está interligado!

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Perereca-Macaco (Pithecopus nordestinus), Perereca-de-capacete (Corythomantis greeningi) e Sapo-boi
(Proceratophrys cristiceps).

A diversidade de anfíbios encontrados no Ceará. Fotos: Déborah Praciano e Kássio de Castro.

FIQUE ATENTO

Observe no vídeo a seguir a importância do equilíbrio da


biodiversidade.

A biodiversidade é importante porque é justamente o equilíbrio


proporcionado por ela que traz purificação da água e do ar, controle de
doenças e pestes, polinização, fixação de carbono no solo, produzindo
fertilidade e proteção ao aquecimento global. Esses “serviços” que a
natureza nos oferece gratuitamente são chamados de Serviços
Ambientais (são os benefícios que os seres humanos obtém da natureza
direta ou indiretamente, através dos ecossistemas, a fim de sustentar a
vida no planeta).

A diversidade de insetos do Ceará: Borboleta-asas-de-vidro (Pseudoscada sp.), Mane-Magro (Stiphra


sp.) e Abelha Uruçu (Melipona sp.). Fotos: Eric Andrei, Juliana Lima e Joaquim Saldanha.

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O trabalho dos cientistas é fundamental nesse contexto. As
pesquisas e estudos que eles realizam sobre a biodiversidade contribuem
para que possamos entender como funcionam os ecossistemas e como
preservar as espécies, para que elas possam viver, se reproduzir e se
perpetuar, mas para que se efetive essa preservação é fundamental a
participação de todos.

A diversidade de frutos encontrados no Ceará: caju, tamarindo, siriguela e ameixa. Fotos: Google.

Nessa luta pela diversidade é preciso unir esforços. Do doutor ao


agricultor, do menino ao idoso, homem, mulher e quem mais quiser ver a
vida fluir. Nessa luta, você AJA, é peça fundamental. Educando,
conscientizando, organizando as ações de preservação através de seus
Planos de Ação Comunitária.

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PAC Abelhas Sem Ferrão conscientiza os visitantes do Parque Estadual Botânico, em Caucaia/CE, sobre
a importância das abelhas nativas.

Foto: @ajaabelhassemferrao

Os animais domésticos também fazem parte da biodiversidade e precisam de PACs para sua proteção.
Fotos: @comedouroparapetnapraia e @ajasdeitapaje

SAIBA MAIS

Os animais domésticos são aqueles que, ao longo de milhares de


anos, passaram por um processo de domesticação e, portanto, estão
acostumados com a presença humana. Eles foram domesticados para

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atender alguma necessidade do ser humano, seja de alimentação,
transporte, entretenimento ou proteção. Confira mais informações
sobre os cuidados com os animais domésticos nesta cartilha.

Os fungos são os recicladores da matéria orgânica na natureza.

Fotos: Sérgio Mota.

Diversidade de aves no Ceará: Choca-do-nordeste (Sakesphorus cristatus), Tucaninho-da-serra


(Selenidera gouldii baturitensis), Pica-pau-dourado-escuro (Piculus chrysochloros), Mãe-da-lua
(Nyctibius griseus), Galo-campina (Paroaria dominicana) e Besourinho-de-bico-vermelho (Chlorostilbon
lucidus). Fotos: Manoel Monte, Douglas Pinheiro e Adilene Albuquerque.

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CURIOSIDADE

Biodiversidade no Mundo e no Brasil

De acordo com a WWF, existem entre 10 e 50 milhões de espécies


de animais e plantas na Terra. Porém, apenas 1,5 milhão foi
catalogada.

Já no Brasil, segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança


do Clima (MMA), o “somos o país com a maior biodiversidade do
mundo. São mais de 116.000 espécies animais e mais de 46.000
espécies vegetais conhecidas no País.” Essa diversidade de vida abriga
mais de 20% do total de espécies do mundo encontradas em terra e
água.

IMPORTANTE

É da biodiversidade que provém os nossos alimentos; os


remédios para nossa saúde; a matéria-prima para construir nossos
abrigos, nossas casas; o ar que respiramos, a água que mata nossa
sede, e até a alegria de nossas festas e tradições provém da nossa
biodiversidade. É preciso então conhecê-la, pois só se ama e se protege
aquilo que conhecemos.

Mas não é só de fauna e flora que vive a nossa riqueza em


diversidade genética. Nosso País abriga uma rica sociobiodiversidade,
constituída por mais de 300 povos indígenas e diversas comunidades
quilombolas, caiçaras e seringueiros, os quais possuem imensurável
conhecimento acerca da conservação da biodiversidade.

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FIQUE ATENTO

O Programa Cientista-Chefe Meio Ambiente catalogou e


lançou dois inventários da biodiversidade cearense:

➔ O Inventário da Fauna do Ceará catalogou 1.275 espécies


animais, sendo 140 mamíferos, 133 répteis, 57 anfíbios, 443 aves
e 502 peixes. CLIQUE AQUI para acessar
➔ O Inventário da Flora do Ceará catalogou 2.465 espécies de
plantas com flores e frutos. CLIQUE AQUI para acessar.

Diversidade de espécies no Ceará é impressionante! Cobra-verde (Philodryas olfersii), Papa-vento


(Enyalius bibronii), Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), Caranguejo-Uça (Ucides cordatus),
Aranha - prateada (Argiope argentata) e Marinha-farinha (Ocypode quadrata). Fotos: Victor Rodrigues,
Castiele Holanda, Gabriel Chagas, Célio Alves e Pedro Elder.

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BIOMAS DO CEARÁ
Um bioma pode ser definido, segundo o IBGE, como:

um conjunto de vida vegetal e animal, constituído pelo


agrupamento de tipos de vegetação contíguos e que podem ser
identificados a nível regional, com condições de geologia e clima
semelhantes e que, historicamente, sofreram os mesmos
processos de formação da paisagem, resultando em uma
diversidade de flora e fauna própria.

Basicamente existem dois biomas predominantes no Ceará:


Caatinga e Mata Atlântica, com resquícios de Cerrado. Vamos
conhecê-los.

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CAATINGA

Conhecida também como sertão, agreste, cariri, seridó, carrasco –


denominações populares para as diferentes formações vegetais do
bioma, a Caatinga abrange os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas,
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e norte de Minas
Gerais, com uma área de 844.453 km², aproximadamente 10% do
território nacional, não sendo encontrado em mais nenhum outro
local do planeta.

Originado do tupi-guarani, o termo é tradicionalmente interpretado


como mata (caa) branca (tinga). Esse nome remete à cor que sua
vegetação adquire no período da estiagem. Nesse período, nossas
florestas soltam as folhas para evitar a perda de água. As folhas secas
cobrem o solo, refletindo a luz solar e evitando o superaquecimento. Essa
é a estratégia que nossa vegetação desenvolveu para conviver com os
meses de ausência de chuvas.

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Um dos grandes mitos que envolvem o bioma Caatinga, é que há
pouca vida nesta região devido às condições climáticas (média de chuvas
anuais de 800 mm). Provavelmente você já viu, nos meios de
comunicação, a imagem de solos rachados, sem plantas ou animais, ou a
imagem de pessoas andando quilômetros em busca de água.

Isso acontece em algumas regiões, em determinadas épocas do


ano. Contudo, as espécies que habitam a Caatinga foram selecionadas
naturalmente ao longo do tempo e desenvolveram estratégias de
sobrevivência.

De acordo com a Associação Caatinga, na Caatinga já foram


registradas 3.150 espécies de plantas, 548 aves, 386 peixes, 276 formigas,
167 répteis e 98 anfíbios e 148 mamíferos. O nível de endemismo nesses
grupos varia de 6% entre mamíferos a 52,9% entre os peixes, um número
bem alto se comparados com outras florestas secas do mundo. Supõe-se
que o número real de espécies é ainda maior, visto que uma quantidade
significativa da região ainda não foi estudada de forma eficiente.

FIQUE ATENTO

Endemismo é quando uma determinada espécie se desenvolve


somente em uma região específica. Por exemplo, quando dizemos que
52,9% dos peixes da Caatinga são endêmicos, estamos afirmando que
mais da metade das espécies vivem exclusivamente nesse bioma.

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EXEMPLOS DE FLORA DA CAATINGA

Aroeira. Pau branco.


Foto: J. A. Araújo Filho. Foto: J. A. Araújo Filho

Xique-xique. Carnaúba.
Foto: Sérgio Mota Foto: Marcos Vieira

EXEMPLOS DE FAUNA DA CAATINGA

Mocó. Corrupião.
Foto: Samuel Portela Foto: Samuel Portela

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Sapo-cururu. Cobra-verde.
Foto: Genário Azevedo Foto: Samuel Portela.

ROLÊ INVESTIGATIVO

“Ninguém ama aquilo que não conhece.”


Agostinho de Hipona.

Para conhecer os caminhos que compõem a sua realidade,


é preciso andar junto aos outros caminhantes. Trilhar com eles
o mundo que com eles se divide. Saber seus nomes, como
vivem, onde moram, o que comem. O cachorro que dorme na
rua, o menino que brinca com ele, a abelha que visita a flor do
jardim do vizinho, a flor do jardim, o vizinho. Todos compõem o
caminho que se trilha. Cada coisa, cada planta, é um ser que
pode ensinar, um elo da sua vida, que pode te dar remédio e
comida e o ar que você respira. O caminho é a própria vida, e
caminhar é vivê-la. Não sem conhecê-la, não sem amá-la. E para
amá-la é preciso conhecê-la.

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A proposta do ROLÊ INVESTIGATIVO desse módulo é listar
tudo que é vivo à sua volta. Plantas, bichos, gentes.

De chinelo no pé, boné na cabeça e o seu caderno de


anotações na mão.

Tudo pronto? Então bora lá!

Antes de sair de casa, crie na sua mente um percurso


imaginário. Tente vê-lo antes de trilhá-lo. Agora saia e observe.
Olhe tudo com admiração e a surpresa de uma criança que
descobre o mundo. Prenda-se nos detalhes.

Quantas espécies diferentes de seres vivos você consegue


identificar? Faça uma lista das plantas e bichos que você sabe o
nome. Alguma planta ou bicho que te chamou atenção mas que
lhe é desconhecido? Fotografe. Em casa você poderá pesquisar
sobre ele na internet. Mas não deixe de observar também a
diversidade humana. Veja as muitas raças que compõem a sua
comunidade. Descreva-os também. Isso tudo é parte da rica
biodiversidade da sua região.

MATA ATLÂNTICA

A Mata Atlântica é considerada Patrimônio Nacional pela


Constituição Federal. Ela está presente em 17 estados brasileiros (3.429
municípios).

Hoje, esse Bioma mantém apenas 12,4% da sua área original.


Mesmo assim ela abriga uma imensa biodiversidade: 20.000 espécies de
plantas, 850 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de
répteis, 270 espécies de mamíferos e 350 espécies de peixes.

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Atualmente, cerca de 72% da população brasileira vive em área de
Mata Atlântica (IBGE). São mais de 145 milhões de habitantes. Não é de se
admirar que esse bioma seja um dos mais ameaçados do país.

FIQUE ATENTO

Você conhece a Mata Atlântica do Ceará?

Nem só de Caatinga vive nosso Estado. A Mata Atlântica no Ceará


está localizada na Chapada do Araripe, Litoral, Chapada da Ibiapaba,
Maciço de Baturité, Serra da Meruoca e Serra de Uruburetama. São
áreas de domínio da Mata Atlântica: a Serra da Aratanha, Serra do
Machado, Serra das Matas e Serra de Maranguape.

Áreas de Mata Atlântica do Estado do Ceará

Fonte: IBGE 2008

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EXEMPLOS DE FLORA DA MATA ATLÂNTICA NO CEARÁ

Mulungu. Gameleira.

Foto: Sérgio Mota Foto: recantodacanastra.com.br

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Lírio-amarelo.

Foto: Celso Oliveira

Ipê-amarelo.

Foto: wikipedia

EXEMPLOS DE FAUNA DA MATA ATLÂNTICA NO CEARÁ

Coandu-espinho. Foto: Culturamix

Sairá-militar.

Foto: Sérgio Mota

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Macrophyes pacoti.
Jibóia.
Foto: UNILAB.
Foto: InfoEscola

ECOSSISTEMAS ASSOCIADOS

Quando falamos em biomas, logo nos vem à mente outro conceito:


ecossistema. Contudo, eles não significam a mesma coisa. Para a
classificação de bioma, interessa mais o meio físico (a fisionomia da área,
principalmente da vegetação). Já os ecossistemas constituem uma rede
de interações entre organismos e entre os organismos e o ambiente,
dentro de um bioma.

Em outras palavras, o bioma pode ser definido como uma grande


área de vida formada por um complexo de ecossistemas com
características homogêneas. Assim, nos biomas Caatinga e Mata Atlântica
no Ceará, temos uma diversidade de ecossistemas que abrigam inúmeras
espécies de seres vivos. Conheça a seguir importantes ecossistemas
presentes nos biomas do Ceará.

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Manguezal

O Manguezal é um ecossistema localizado ao longo do litoral, no


encontro da água do rio com o a do mar. É considerado um dos
ecossistemas mais complexos e ricos em biodiversidade, onde peixes,
aves, crustáceos e outros animais encontram as condições para se
reproduzirem, se alimentarem e se abrigarem. Por isso, o manguezal
também é conhecido como um berçário natural, tanto para as espécies
que vivem nesse ambiente, como as que migram em busca de condições
favoráveis para a sobrevivência.

No Estado do Ceará, os manguezais são encontrados ao longo de


todo o litoral, com cerca de 19.518 ha (1,4% da área de manguezais do
Brasil). Sua constituição vegetacional é representada pelas principais
espécies de mangue: mangue vermelho (Rhizophora mangue); mangue
branco (Laguncularia racemosa); mangue preto, canoé (Avicennia sp); e
mangue de botão (Conocarpus erectus).

Garça-branca. Parque Estadual do Cocó - Fortaleza/CE. Mangue branco. Parque Estadual do Cocó - Fortaleza/CE.

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Aratu. APA do Estuário do Rio Curu - Paracuru e Paraipaba/CE. Mangue vermelho. APA do Estuário do Rio Ceará - Caucaia/CE.

IMPORTANTE

Manguezal = Ecossistema.

Mangue = vegetação encontrada no manguezal.

Além da riqueza de vida, a vegetação de mangue serve para fixar


as terras, impedindo assim a erosão e ao mesmo tempo estabilizando
a costa. As raízes do mangue funcionam como filtros na retenção dos
sedimentos. Clique aqui e veja este experimento.

FIQUE ATENTO

O manguezal produz mais de 95% do alimento que o ser


humano captura do mar. Sua preservação é vital para a subsistência
das comunidades pesqueiras que vivem em seu entorno.

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CURIOSIDADE

Você conhece o EcoMuseu Natural do Mangue? Ele fica em


Fortaleza, na comunidade da Sabiaguaba. Conheça seu belo trabalho
de educação ambiental no Instagram: @ecomunam Já imaginou como
seria rico uma visita ao museu e depois uma trilha de educação
ambiental no meio desse ecossistema?!

Dunas

As dunas são o cartão-postal de várias praias cearenses, fonte de


inspiração para músicos e artistas. Elas são formadas por sedimentos de
origem continental que foram transportadas pelos ventos e rios até a
costa, acumulando-se em forma de dunas.

As dunas funcionam como reservatório natural de água. São


extremamente porosas, absorvem muita água das chuvas, por isso são a
principal fonte de água doce do litoral do Ceará. Elas são ainda uma
importante proteção contra a força das marés, temporais, ressacas do
mar e outros fenômenos climáticos.

IMPORTANTE

As dunas devem ficar livres da interferência humana, pois suas


areias precisam circular: o vento as joga no leito dos rios, que são
levadas para o mar, e de lá para as praias, num movimento constante,
cíclico e dinâmico.

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Calango do rabo azul, vive sob a vegetação das
Ubaia, fruto típico de dunas. dunas.
Foto: wikipedia. Foto: Pinterest.

Restingas

A área de Restinga é formada pelo acúmulo de sedimentos


arenosos que são transportados por processos naturais, como as marés,
as chuvas e os ventos.

Sua vegetação é altamente adaptada às condições de salinidade e


de poucos nutrientes no solo, sendo uma importante barreira contra o
avanço dos mares, atuando como fixadora de dunas e abrigando uma
imensa biodiversidade nas praias e dunas.

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A restinga atua como fixadora de dunas. Praia da Tabuba-Caucaia/CE.

Foto: Sérgio Mota.

A restinga serve como abrigo e alimento para animais. Praia da Tabuba-Caucaia/CE.

Foto: Sérgio Mota.

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BIODIVERSIDADE NATIVA E EXÓTICA

Espécie nativa é uma espécie natural de um determinado


ecossistema ou bioma. Ao longo da história, ela se desenvolveu naquele
ambiente em conjunto com outras espécies, criando inter-relações que
culminaram no equilíbrio ecológico da região. Então, podemos afirmar
que uma espécie nativa é importantíssima para que um ecossistema ou
bioma continue em harmonia.

Tatu-bola, mamífero nativo da Caatinga. Umbuzeiro, árvore nativa da Caatinga.


Foto: Associação Caatinga Foto: EMBRAPA

Periquito-cara-suja, ave nativa e endêmica da


Facheiro, planta nativa e endêmica da Caatinga.
Mata Atlântica.
Foto: Wikipedia.
Foto: SEMA.

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SAIBA MAIS

Conheça o Soldadinho-do-Araripe, ave nativa e endêmica da


região do Cariri.

Uma espécie exótica é toda aquela que se encontra fora de sua


área de distribuição natural, isto é, que não é originária ou nativa de
um determinado local. Ela pode ter sido trazida para uma região
intencionalmente ou acidentalmente pelo ser humano.

Bananeira é uma espécie exótica, trazida da Ásia. Coqueiro é uma espécie exótica, trazida da
Foto: Afe. África.
Foto: FazFácil.

IMPORTANTE

Não necessariamente uma espécie exótica causa prejuízo ao


equilíbrio ecológico de uma área. Contudo, existem espécies exóticas
que causam graves danos ambientais. Elas são conhecidas como
espécies exóticas invasoras. Elas ocupam ecossistemas naturais,
alteram sua composição e estrutura e competem com as espécies
nativas. As invasoras conseguem se adaptar bem às condições do novo

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hábitat, e são favorecidas pela ausência de inimigos naturais, o que
aumenta o seu potencial degradador.

A Unha-do-cão ou Viuvinha é a principal espécie vegetal invasora no Ceará. Ela encobre principalmente as carnaúbas, impedindo a
fotossíntese. Fotos: Selma Freire de Brito.

O pardal, natural do Oriente Médio, ocupa O caramujo-gigante-africano destrói plantações


abrigos e compete pelos mesmos alimentos com e altera a dieta de animais nativos.
espécies nativas.
Foto: InfoEscola. Foto: Wikipedia.

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FIQUE ATENTO

O avanço das espécies invasoras é a segunda maior causa de


perda de diversidade ecológica no planeta, atrás apenas da destruição
de habitats. Vamos valorizar nossas espécies nativas!

IMPORTANTE

Você já ouviu falar da árvore Nim Indiano? É uma espécie trazida


da Índia para arborizar as cidades do Nordeste. Cresce rápido, faz
sombra, “suja” pouco. Parece uma maravilha para os seres humanos.
Mas, por desconhecimento, ela acabou se tornando uma espécie
invasora. Além de se propagar sem controle, ela possui uma
substância que causa infertilidade em pássaros e insetos, afetando o
equilíbrio ecológico. Tem Nim na sua região? Que tal pensar no projeto
Nim Não! Nativa Sim!

Nim Indiano é uma espécie invasora muito comum nas cidades cearenses.

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UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UCs)

As Unidades de Conservação (UCs) são espaços territoriais


protegidos por lei, que apresentam características naturais relevantes e
têm como principal função proteger a fauna, flora, recursos hídricos,
solos, paisagens e processos ecológicos dos ecossistemas naturais, além
de contribuir para a manutenção dos modos de vida das culturas
tradicionais, como os povos indígenas e quilombolas.

Soldadinho-do-Araripe. Refúgio da Vida Silvestre Iguana. Parque Nacional de Jericoacoara/CE.


Soldadinho-do-Araripe. Crato/CE Foto: Luiz Braga.
Foto: Thieres Pinto.

A Constituição Federal Ele prevê que o Poder Público tem o dever de


“definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização
que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua
proteção.” A partir desse artigo, foi criada a Lei n° 9.895/2000 (Sistema
Nacional de Unidades de Conservação – SNUC).

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IMPORTANTE

Entenda a importância das Unidades de Conservação neste vídeo.

SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação

O SNUC traz as regras para a criação e a gestão de UCs, objetivos e


diretrizes a serem seguidos para assegurar a sua preservação, além das
categorias de UC, que podem ser criadas pelo poder público ou até
mesmo por um cidadão.

Também traz as formas de participação da população na


administração e regulação do sistema, possibilitando assim o
desenvolvimento de estratégias conjuntas para as áreas naturais a serem
preservadas e a potencialização da relação entre o Estado, os cidadãos e
o meio ambiente.

Na composição do SNUC, temos:

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Os órgãos que coordenam o SNUC são o Ministério do Meio
Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o CONAMA.

Uma Unidade de Conservação pode ser criada pelo governo federal,


estadual ou municipal, ou ainda por um particular.

Em nível federal, quem cria e cuida de UCs é o


Instituto Chico Mendes de Conservação Biodiversidade -
ICMBio. O ICMBio é uma autarquia federal vinculada ao
Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A
principal função do ICMBio está relacionada à gestão,
implantação, proteção, fiscalização e monitoramento de Unidades de
Conservação Federais.

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Parque Nacional de Jericoacoara/CE. Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba
Foto: Assembleia Legislativa-CE. (CE/PI/MA)
Foto: ICMBio.

Em nível estadual, aqui no Ceará, quem cria e faz a gestão das UCs é
a SEMA. Já em nível municipal, é o órgão ambiental municipal.

Parque Estadual Sítio Fundão. Crato/CE. APA Municipal da Lagoa da Bastiana. Iguatu/CE.
Foto: SEMA. Foto: MaisFM Iguatu.

IMPORTANTE

Um cidadão também pode criar uma Unidade de Conservação


particular, desde que a área tenha uma relevante importância
ambiental. A Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN é
uma categoria de UC criada pela vontade do proprietário da terra. No

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momento em que decide criar uma RPPN, o proprietário assume o
compromisso com a conservação da natureza.

RPPN Serra das Almas. Crateús/CE.


Foto: Eco Nordeste.

FIQUE ATENTO

Quem cria uma Unidade de Conservação tem que cuidar! Seja o


poder público ou um particular.

Para auxiliar na gestão de uma Unidade de Conservação, o SNUC


prevê a participação da sociedade civil através do Conselho Gestor.
Esse Conselho tem como função auxiliar a equipe da UC na sua gestão.
Podem participar do Conselho: representantes da população da área
protegida e seu entorno, órgãos públicos, associações, ONGs,
pesquisadores, empresas privadas e interessados. A soma desses
saberes ajudará na tomada das decisões para o cumprimento dos
objetivos de uma UC.

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Reunião do Conselho Gestor da APA da Serra de Baturité. Pacoti/CE.

Foto: SEMA.

Categorias de Unidades de Conservação

Existem diversas categorias de UCs, que variam de acordo com as


características do local e os objetivos de proteção que uma área
necessita.

Por exemplo: em uma área natural que abriga diversas espécies em


extinção, é preciso ordenar a visitação humana ou até mesmo proibi-la.
Talvez até cercar a área. Já em uma área urbanizada localizada em uma
serra, pode ser necessário o controle da expansão das atividades
humanas, limitando ou proibindo certos tipos de atividades.

O SNUC divide as Unidades de Conservação em duas grandes


categorias: Proteção Integral e Uso Sustentável.

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Unidades de Conservação de Proteção Integral

O objetivo central das Unidades de Proteção Integral é preservar


integralmente a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos
seus recursos naturais. Existem cinco tipos de UCs de proteção integral:

Estação Ecológica

Seus principais objetivos são a preservação da natureza e a


realização de pesquisas científicas.

Nessas unidades, é proibida a visitação pública, podendo ocorrer


visitas com fins educacionais.

Estação Ecológica do Pecém. São Gonçalo do Estação Ecológica de Aiuaba. Aiuaba/CE.


Amarante/CE. Foto: Eco Nordeste.
Foto: Celso Oliveira.

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Reserva Biológica

Os principais objetivos das Reservas Biológicas são a preservação


integral da biota e dos atributos naturais existentes em seus limites, de
modo que não haja interferência humana direta ou qualquer modificação
ambiental, excetuando-se as medidas de recuperação de ecossistemas
alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o
equilíbrio ecológico, a diversidade e os processos naturais.

Reserva Biológica Atol das Rocas. Natal/RN. Reserva Biológica Poço das Antas. Silva Jardim e
Foto: ICMBio. Casimiro de Abreu/RJ.
Foto: klimanaturali.org

Parque Nacional, Estadual e Natural Municipal

O Parque, seja ele nacional, estadual ou natural municipal, apresenta


como objetivo a preservação de ecossistemas naturais com relevância
ecológica e beleza cênica, de modo a garantir a realização de pesquisas
científicas, desenvolvimento de atividades de educação ambiental, recreação
em contato com a natureza e turismo ecológico.

Devido a sua ampla distribuição no território brasileiro e por


incentivarem a visitação pública, os Parques são as Unidades de

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Conservação que propiciam a maior variedade de experiências e a maior
interação entre o visitante e a natureza.

Parque Estadual do Cocó, Fortaleza/CE. Parque Estadual Botânico do Ceará. Caucaia/CE.


Foto: SEMA. Foto: Celso Oliveira.

Parque Estadual Pedra da Risca do Meio. Fortaleza/CE.

Foto: Celso Oliveira.

CURIOSIDADE

Conheça o Parque Estadual do Cocó.

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Monumento Natural

A principal função dos Monumentos Naturais é a preservação de


áreas naturais raras, singulares ou de grande beleza cênica. Esse tipo de
Unidade pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja
possível compatibilizar os objetivos da Unidade com a utilização da terra
e dos recursos naturais pelos proprietários.

Monumento Natural Os Monólitos de


Quixadá/CE.
Monumento Natural Falésias de Beberibe/CE.
Foto: Celso Oliveira.
Foto: Celso Oliveira.

Refúgio de Vida Silvestre

Esse tipo de categoria apresenta como principal objetivo a proteção


de ambientes naturais, que assegurem condições para a existência ou
reprodução de espécies da flora local e da fauna residente e/ou
migratória.

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Refúgio de Vida Silvestre Pedra da Andorinha. Sobral/CE.
Foto: Sobral Online.

Refúgio de Vida Silvestre Periquito Cara-Suja. Guaramiranga/CE.


Foto: SEMA.

Unidade de Conservação de Uso Sustentável

O objetivo das UCs de Uso Sustentável é compatibilizar a


conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus
recursos naturais. É uma categoria menos restritiva que as UCs de
Proteção Integral, ou seja, são permitidas mais atividades humanas
nessas áreas.

O grupo das Unidades de Uso Sustentável é composto pelos


seguintes tipos:

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Área de Proteção Ambiental (APA)

As APAs são áreas extensas, com certo grau de ocupação humana,


dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos e culturais que são
importantes para a qualidade de vida e bem-estar humanos. Os
principais objetivos dessa categoria são a proteção da diversidade
biológica, a disciplina dos processos de ocupação humana e a garantia da
sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

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APA da Lagoa do Uruaú. Beberibe/CE.
APA da Bica do Ipu/CE.
Foto: Celso Oliveira.
Foto: Celso Oliveira.

APA da Serra de Aratanha. Maranguape e APA das Dunas do Paracuru/CE.


Pacatuba/CE. Foto: Celso Oliveira.
Foto: Celso Oliveira.

Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE)

As ARIEs são áreas que apresentam pequena extensão, com pouca


ou nenhuma ocupação humana. Esse tipo de Unidade, em geral, é
implantado em locais com características naturais extraordinárias ou que
abriguem exemplares raros da biota regional, de modo a garantir a
manutenção dos ecossistemas naturais de importância regional ou local e

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regular o uso admissível dessas áreas, compatibilizando-os com os
objetivos da conservação da natureza.

ARIE das Águas Emendadas dos Inhamuns. Tauá, ARIE do Sítio Curió. Fortaleza/CE.
Independência e Pedra Branca/CE. Foto: Celso Oliveira.
Foto: Celso Oliveira.

CURIOSIDADE

Clique aqui e Faça uma Trilha virtual pela ARIE do Sítio Curió.

Floresta Nacional, Estadual e Municipal

São áreas com cobertura florestal de espécies predominantemente


nativas, que apresentam como principais objetivos o uso múltiplo
sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica.

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Floresta Nacional da Chapada do Araripe. Floresta Nacional do Tapajós. Aveiro, Belterra,
Barbalha, Crato, Jardim, Missão Velha, Nova Placas e Rurópolis/PA.
Olinda e Santana do Cariri/CE. Foto: G1-Globo.
Foto: ICMBio.

Reserva Extrativista (Resex)

Área utilizada por populações tradicionais, cuja subsistência


baseia-se no extrativismo. Os principais objetivos deste tipo de Unidade
são a proteção dos meios de vida e cultura de populações tradicionais e o
uso sustentável dos recursos naturais da Unidade.

Resex Batoque. Aquiraz e Cascavel/CE.


Foto: Márcia Freire Pinto.

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Resex Prainha do Canto Verde. Beberibe/CE.
Foto: Fernando Braga.

Reserva de Fauna

Áreas naturais com populações animais de espécies nativas,


terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias. Essas áreas funcionam
como locais adequados para estudos técnico-científicos sobre manejo
econômico sustentável de recursos faunísticos.

Reserva de Fauna Baia de Babitonga/SC.


Foto: Meio Sustentável.

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Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS)

Áreas naturais com populações tradicionais que utilizam sistemas


sustentáveis de exploração dos recursos naturais. O principal objetivo
desse tipo de Unidade é a preservação da natureza, de modo que sejam
asseguradas as condições e meios necessários para a reprodução e
melhoria dos modos e da qualidade de vida das populações tradicionais.

RDS Itatupã-Baquiá. Gurupá/PA. RDS Mapurilândia/AM.


Foto: ICMBIO Foto: Dida Sampaio.

Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)

Áreas privadas, criadas por iniciativa do proprietário e gravadas


com perpetuidade, de modo a garantir a conservação da diversidade
biológica. Em RPPNs são permitidas apenas a pesquisa científica e a
visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais.

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RPPN Fazenda Não Me Deixes. Quixadá/CE.
Foto: Luzilene Saboia.

RPPN Serra das Almas. Crateús/CE.


Foto: Associação Caatinga.

IMPORTANTE

Quando uma RPPN é criada pelo dono da área, essa proteção


vale para sempre! Inclusive se a área for vendida, herdada ou
dividida.

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Outros conceitos importantes

Corredor Ecológico

Embora o Corredor Ecológico não seja considerado uma categoria


de UC pelo SNUC, ele é previsto na lei como uma forma de interligar
Unidades de Conservação, de modo a aumentar a possibilidade de
movimento das espécies, recolonização de áreas degradadas e
manutenção de populações que demandem grandes áreas de
sobrevivência.

Corredor Ecológico do Rio Pacoti. Interliga a APA da Serra de Baturité com a APA do Rio Pacoti.

Foto: Celso Oliveira.

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Plano de Manejo

É o documento oficial de planejamento de uma Unidade de


Conservação. Fundamentado nos objetivos de gerais da Unidade, é nele
que se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o
uso da área e o manejo dos recursos naturais.

O processo de elaboração de Planos de Manejo é um ciclo contínuo


de consulta e tomada de decisão com base no entendimento das
questões ambientais, socioeconômicas, históricas e culturais que
caracterizam uma Unidade de Conservação e a região onde esta se
insere. A participação do Conselho Gestor é fundamental para a
elaboração e monitoramento.

Zona de Amortecimento

Imagine um imenso Parque Natural Municipal, todo protegido e


preservado. Será que uma indústria poderia se instalar bem ao lado

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desse Parque? A resposta é não, pois vários danos seriam causados,
como emissão de fumaça, esgoto e barulho.

Para minimizar e/ou evitar impactos sobre as Unidades de


Conservação, o SNUC definiu as chamadas Zonas de Amortecimento.
Elas são áreas no entorno das Unidades, onde as atividades humanas são
regradas, de modo a garantir a manutenção dos processos ecológicos no
interior da Unidade. A ideia é que, à medida que vai se afastando da UC,
mais atividades vão sendo liberadas.

Zona de Amortecimento (linha vermelha) de uma UC (em amarelo).

Imagem: SEMA.

SAIBA MAIS

Atualmente, no Ceará temos o total de 112 Unidades de


Conservação, sendo:

50
12 Federais, 39 Estaduais, 19 Municipais e 42 Particulares (RPPN).

CLIQUE AQUI para acessar o mapa das Unidades de Conservação


no Ceará.

Atividades educativas que podem ser desenvolvidas pelos


AJAs

As Unidades de Conservação são excelentes locais para colocar em


prática nossa vontade de ajudar o meio ambiente. Educação Ambiental
em Unidades de Conservação é uma das principais formas de sensibilizar
a população para a reconexão com a natureza.

Existem muitas atividades possíveis nessas áreas, desde que


estejam de acordo com objetivos da UC. Vamos conhecer algumas
possibilidades:

Condução de grupos em trilhas

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Organização de mutirões de limpeza

Mutirão de plantio de árvores

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Produção de mudas de plantas

E ai AJA , já pensou em atuar numa Unidade de Conservação? Com


qual atividade você se identifica? Ah! Lembre-se que essas ações também
podem ser realizadas fora de UCs, como nas praças, polos e areninhas!
Até mesmo na sua casa! Clica aqui e se liga nesse vídeo.

Educação ambiental se faz em todo canto, a toda hora!

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REFERÊNCIAS

Zé Pedro de Oliveira Costa - “Uma história das florestas brasileiras” –


Ed. Autêntica, 2022

Emanuele Coccia - “VIDA DAS PLANTAS, A - UMA METAFISICA DA


MISTURA” – Editora Cultura e Barbárie, 2018

https://www.sema.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/36/2018/11/
Unidades-de-Conserva%C3%A7%C3%A3o.pdf

https://www.sema.ce.gov.br/fauna-do-ceara/

https://www.sema.ce.gov.br/flora-do-ceara/

https://datastudio.google.com/reporting/19F2ts_110C43nbZRVdtRJT
B41uV38c0q/page/OKhT

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