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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS
CAMPUS MONTES CLAROS-MG

Relatório de Prática: SEDIMENTAÇÃO

Relatório da prática experimental nº X,


apresentado como requisito parcial para
obtenção de aprovação na disciplina
Laboratório de Engenharia Química III do
curso Bacharelado em Engenharia Química
do IFNMG - Campus Montes Claros

Docente: Dr. João Carlos Gonçalves

Discentes: Rodrigo Lopes


Sérgio Guimarães
Vitor Miller

Montes Claros, MG
X de maio de 2022
SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO 3

2- OBJETIVOS 4

3- REVISÃO DE LITERATURA COM FORMULAÇÃO MATEMÁTICA 4


3.1- Talmadge e Fitch 4
3.2 - Kynch 5
3.3 - Coe Clevenger 6
3.4 - Roberts 7

4- MATERIAIS 7

5- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 8

6- RESULTADOS E DISCUSSÃO 8

8- CONCLUSÃO 10

9- REFERÊNCIAS 11

10- ANEXO 1 11
1- INTRODUÇÃO

A sedimentação é uma operação unitária de separação que utiliza a


gravidade como força motriz do processo. A separação das fases sólidas e fluidas
em suspensões é fundamentada na diferença de concentração das fases, que por
ação da gravidade se depositam no fundo do equipamento sedimentador.
Usualmente são utilizados tanques cilíndricos, mas equipamentos cônicos também
podem ser encontrados em algumas instalações (CREMASCO, 2012).
Os sedimentadores, aqui também denominados de decantadores, são
classificados de acordo com o produto de interesse e o modo de operação.
Equipamentos em que a fase clarificada é o produto de interesse são denominados
clarificadores. Já os equipamentos em que se deseja obter a fase particulada,
caracterizada por apresentar o espessado de alta concentração, denominam-se
espessadores (AROUCA, 2007).
Quanto ao modo de operação poder ser: contínuos ou descontínuos. Nos
decantadores contínuos a alimentação é realizada constante na parte central do
tanque, de forma a evitar turbulência do sistema, enquanto o clarificado é
constantemente coletado, já nos decantadores descontínuos a alimentação é feita
em bateladas e o lodo e clarificado retirados no final do processo (FOUST et al,
1982).
A eficiência e o estudo operacional de sedimentadores em escala laboratorial
consistem basicamente no teste de sedimentação em batelada de suspensões com
concentrações iniciais conhecidas sendo adicionando previamente, um agente
floculante para aumentar a eficiência e acelerar o procedimento. A floculação
consiste em adicionar agentes floculantes à mistura, na intenção de provocar a
formação de flocos das partículas sólidas, facilitando assim a sedimentação dos
mesmos (FOUST et al, 1982).
2- OBJETIVOS

Na seguinte prática o principal objetivo foi, analisar a quantidade de


suspensão sedimentada ao decorrer do tempo, após a adição de diferentes
concentrações de coagulantes. O procedimento é realizado por meio do teste de
jarros (jar test).

3- REVISÃO DE LITERATURA COM FORMULAÇÃO MATEMÁTICA

Com a finalidade de dimensionar os sedimentadores para diferentes tipos de


processos, alguns métodos foram aplicados ao longo da história.

3.1- Talmadge e Fitch

Depois de realizar o teste em bancada, obtém-se a curva de sedimentação e


traça-se uma reta tangente à curva de sedimentação e outra tangente à curva de
compressão. As curvas são separadas pelo crítico, que é também o encontro da
bissetriz das duas tangentes com a curva de sedimentação. Após determinar o
ponto de cruzamento das duas tangentes, traça-se a tangente passando pelo ponto
crítico.
Encontra-se a altura de compressão através da Equação (1):

𝑍0*𝐶0
𝑍𝐸 = 𝐶𝐸

onde é Z0 a altura inicial da interface; C0 é a concentração de sólidos na suspensão


alimentada e CE é a concentração de sólidos na compressão.
Por fim, com os gráficos elaborados e o ponto crítico determinado,
encontra-se θE e, por meio da Equação (2) calcula-se a vazão volumétrica das
suspensão alimentada:
𝑆𝑚𝑖𝑛*𝐶0*𝑍0
𝑄𝐴 = 𝐶𝐸

onde Smin é a área mínima; CA é a concentração de sólidos da suspensão


alimentada e θE é o tempo necessário para atingir o espessamento.

3.2 - Kynch

O método de Kynch para o dimensionamento de espessadores precisa


apenas de um ensaio que determine a curva de sedimentação (Z versus θ).
Tanto a concentração (C) como velocidade (u) podem ser obtidas diretamente
da curva. Assim, tangentes são traçadas em vários pontos da curva e definem-se os
valores de θ, Z e Zi . A seguir estão as equações para o cálculo da velocidade (u) e
da concentração (C) :

𝑑𝑍 𝑍𝑖−𝑍𝑐
𝑢= 𝑑θ
= θ𝑐

onde Z1 é a altura que corresponde à concentração do clarificado; Zc é a altura da


interface no ponto crítico e θc é o tempo necessário para atingir o tempo crítico.

𝑍0*𝐶0
𝐶= 𝑍𝑖

onde C0 é a concentração de sólidos na suspensão alimentada.


Com a criação gráfica detalhada calculam-se os diversos pares de valores da
concentração e da velocidade de sedimentação,cujo serão calculados os pontos
correspondentes da seção transversal.

𝑄𝐴*𝐶𝐴 1 1
𝑆= 𝑢
* (𝐶 − 𝐶𝐸
)
onde u é a velocidade de decantação na zona limite; QA é a vazão volumétrica da
suspensão alimentada; CA é a concentração de sólidos na suspensão alimentada;
CE é a concentração da lama espessada e C é concentração da suspensão na zona
limite.
Por fim, o valor máximo encontrado determinará a área mínima requerida
para o espessador. Os valores de concentração e velocidade de sedimentação
específicos em cada sistema sólido-fluido podem ser obtidos por ensaios de
proveta, clássico do modelo de Kynch, como representado na Figura 4.

Figura 1: Zonas de sedimentação contínua convencional.

Fonte: MAIA & SILVA. (s.d)

3.3 - Coe Clevenger

O método de Coe e Clevenger consistem na formação de curvas de


sedimentação a começar pelos ensaios de batelada em diversas concentrações,
diferenciando entre alimentação e concentração das lamas de underflow. a partir da
definição das velocidades de sedimentação, determina-se a área unitária de
espessamento através da Equação 6.

𝑉𝑠0
𝑞𝑠 = 1 1
∊𝑠0
− ∊𝑠𝑈
3.4 - Roberts

Em 1949, Roberts analisou o trabalho de Coe e Clevenger e propôs um


método gráfico que parte da curva de sedimentação (Z versus q) traçada em escala
monologarítimica (Figura 2). Esse método evidencia e caracteriza o ponto crítico
(início da zona de compressão) com a descontinuidade da curva. O método,
também, é realizado com ensaios em provetas com uma única concentração de
alimentação.

Figura 2: Descontinuidades da curva da interface e, função do tempo em papel


log-log (Roberts)

Fonte: PINTO, 2009.

4- MATERIAIS

● Beckers;
● Cubetas
● Proveta de 2000 mL;
● Pipetas;
● Cronômetro;
● Turbidímetro;
● Amostra de água turva;
● Solução de Sulfato de Alumínio 20 g/L;
● Solução de Cloreto Férrico 20 g/L;
● Módulo de Jar test.

Figura 3: Imagem representativa do módulo de Jar test

Fonte: Virtual Labs, 2022.

5- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Primeiramente, coleta-se amostras de 2000 mL de água turva que são


dispostas nas cubetas. Em seguida são adicionados diferentes volumes de
floculantes em cada uma das amostras. Na primeira mantém-se o controle, não
adicionando volume de floculante, para as demais adiciona-se, respectivamente, de
1 a 5 mL de floculante, a fim de que se tenha concentrações de 10, 20, 30, 40 e 50
ppm de floculante nas amostras.
Após adição da solução, as amostras são submetidas a agitação rápida por 1
minuto. Após agitação rápida, os sistemas são agitados lentamente durante 20
minutos. Após agitação lenta, as amostras são deixadas em repouso e, findo esse
tempo, são coletadas amostras de cada cubeta, que são levadas ao turbidímetro
para leitura da turbidez. A coleta de amostras foi feita na mesma altura para todas
as cubetas, a fim de garantir similaridade de condições de análise. A leitura de
turbidez foi feita em triplicata. O procedimento descrito foi efetuado para os dois
floculantes utilizados.
6- RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela abaixo temos os valores de PPM, que eram conhecidos


inicialmente, e os respectivos valores de turbidez da água após o respectivo agente
floculante ser utilizado e ser dado tempo para que os flocos decantassem.

Tabela x: Valores de Turbidez por PPM de coagulante


Turbidez

PPM Al2(SO4)3 FeCl3

62 20,2

10 62,7 19,3

62,4 20,4

21,8 13,9

20 21,8 13,5

21,3 13,1

20,9 16,2

30 21,7 14,9

21,3 15,3

19,8 14

40 19,9 14,5

19,9 14,2

37,3 10,6

50 35,8 10,5

35,6 10,3

Com os valores de PPM e turbidez da água, podemos fazer as curvas de


tratabilidade do sulfato de alumínio e do cloreto férrico.
Gráfico x: Curva de tratabilidade utilizando coagulante sulfato de alumínio.

Gráfico x: Curva de tratabilidade utilizando coagulante cloreto férrico.

Através da análise gráfica, pode-se aferir os respectivos pontos ótimos de


PPM dos coagulantes utilizados. Percebe-se que para o cloreto férrico, o ponto
ótimo encontrado foi de 13,5 PPM e, para o sulfato de alumínio, o ponto ótimo
encontrado foi de 21,6 PPM. Nota-se que há pontos na qual há uma turbidez menor
ainda em relação ao ponto ótimo encontrada, porém há a necessidade de uma
maior quantidade do agente, o que para o processo de remoção do mesmo traria
maior custo, desta forma, é importante que sejam avaliados e equilibrados os
critérios de custo de processo e turbidez desejada para a realização de um
processo de scaleup.
8- CONCLUSÃO

Através da realização do experimento foi possível observar o procedimento


de análise preliminar de tratamento de água pela remoção de resíduos através de
coagulantes. Encontrou-se uma concentração ótima de 13,5 ppm para o Cloreto
Férrico e 21,6 ppm para o Sulfato de Alumínio. Foi possível observar que dentre os
dois agentes coagulantes utilizados, o Cloreto Férrico foi o que apresentou a maior
redução de turbidez da amostra de referência, se apresentando como a melhor
opção dentre as analisadas. Além disso, foi, também, o que apresentou a menor
concentração ótima de remoção de partículas, requerendo uma menor quantidade
de coagulante para uma remoção maior de partículas.

9- REFERÊNCIAS

AROUCA, F. O.”Uma Contribuição ao Estudo da Sedimentação Gravitacional


em Batelada”.Tese de Doutorado, FEQUI/UFU, Uberlândia, Brasil, 2007.

CREMASCO, M.A. Operações unitárias em sistemas particulados e


fluidomecânicos. Ed. Blucher. São Paulo, 2012.

FOUST, A. S. et. al. Princípios das Operações Unitárias. Ed. Guanabara Dois,
1982.

PERRY, H.R.; GREEN; D.W. Perry’s Chemical engineers’ handbook. 7th Edition,
1999.
10- ANEXO 1

3
Primeiramente converter os 11, 5𝑥10 m3/d para m3/min:
3 3
11,5𝑥10 𝑚 𝑑 ℎ 3
𝑑
* 24
* 60𝑚𝑖𝑛
= 7, 986 𝑜𝑢 8, 0 𝑚 /𝑚𝑖𝑛

Baseado na vazão estabelecida, podemos determinar o volume de mistura rápida:


5 3
𝕍 = 𝑄 * 𝑡0 = 8 * ( 60 ) = 0, 67𝑚

A área da bacia correspondente é calculada por:


3
0,67𝑚 2
Á𝑟𝑒𝑎 = 2 = 0, 17𝑚
4,0𝑚

2
𝐿𝑎𝑑𝑜 = 4, 0 𝑚 = 2, 0𝑚

Calcula-se com isso, o diâmetro equivalente dos tanques:


2
4*Á𝑟𝑒𝑎 4*0,1675𝑚
𝑇𝐸 = Π
= Π
= 0, 46𝑚

A potência de entrada necessária é calculada usando a seguinte equação

2 −1 2 −3 3
𝑃 = 𝐺 µ𝕍 = (600𝑠 ) * (1, 52𝑥10 𝑃𝑎 * 𝑠) * (0, 67𝑚 ) = 0, 611𝑊

Usando a tabela abaixo, podemos avaliar diferentes impelidores radiais de tamanho


usando as proporções geométricas.

Para fazermos então o dimensionamento do tanque de mistura, dividimos em trens


de floculação.
3
8,0𝑚 /𝑚𝑖𝑛 3
𝑄𝑡 = 2
= 4, 0 𝑚 /𝑚𝑖𝑛
3
𝕍 = (𝑄𝑡) * (𝑡0) = 4 * 30 = 120𝑚

Dividimos então nosso volume em 3 tanques.

𝕍 3
𝕍𝑡 = 3
= 40𝑚

Usamos este valor para realizar o cálculo da àrea , do lado e do diâmetro


equivalente:

3
40,0𝑚 2
𝐴= 4,0𝑚
= 10, 0𝑚
2
𝐿𝑎𝑑𝑜 = 10, 0 𝑚 = 3,, 16𝑚
2
4*Á𝑟𝑒𝑎 4*0,10,0𝑚
𝑇𝐸 = Π
= Π
= 3, 57𝑚
A potência de entrada necessária será calculada três vezes porque cada floculador
tem um gradiente de velocidade único.

2
𝑃𝐺=70 = 𝐺 µ𝕍 = 298𝑊
2
𝑃𝐺=50 = 𝐺 µ𝕍 = 152𝑊
2
𝑃𝐺=30 = 𝐺 µ𝕍 = 54, 7𝑊

Através da tabela supracitada, nota-se que o impulsor de diâmetros 1,4m apresenta


melhores resultados para este caso.

𝑃 1/3 298 1/3


𝑛𝐺=70 = [ 5 ] = [ 5 ] = 34 𝑟𝑝𝑚
𝑁𝑝*ρ*(𝐷𝑖) 0,31*1000*(1,4)

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