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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E


TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS
CAMPUS MONTES CLAROS-MG

Relatório n° 05: Tratamento De Água Em Sistema Contínuo

Relatório da prática experimental nº 05,


apresentado como requisito parcial para
obtenção de aprovação na disciplina
Laboratório de Engenharia Química III do
curso Bacharelado em Engenharia Química
do IFNMG - Campus Montes Claros.

Docente: Dr. João Carlos Gonçalves

Discentes: Hugo Lopes Ferreira


João Fiúza Maia
Sérgio Oliveira Guimarães

Montes Claros, MG
Junho de 2022
INTRODUÇÃO 4
REVISÃO DE LITERATURA COM FORMULAÇÃO MATEMÁTICA 4
MATERIAIS 6
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 6
RESULTADOS 8
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 10
CONCLUSÃO 10
REFERÊNCIAS 10
1. INTRODUÇÃO

Nos mais diversos processos industriais, as operações unitárias são parte essencial
para garantir que os objetivos do processo sejam atingidos efetivamente. Entre essas
operações podemos destacar a sedimentação. Nunes (2008), afirma que as operações de
sedimentação podem ser divididas em duas frentes, espessamento e clarificação, sendo os
produtos finais, o sólido e o líquido clarificado, de bastante interesse, para esse tipo de
operação.

Para que se tenha uma eficiência maior, tem-se como alternativa a adição de
floculantes que visam formar dentro dessas soluções com material suspenso, flocos de
diâmetros maiores, a fim de que, por meio da diferença de densidade entre eles e a água, eles
possam sedimentar no fundo do vaso de análise, e com isso, gerar um líquido clarificado e
com maior utilidade. (NUNES, 2008)

Vale ressaltar que tal operação é de extrema utilidade em processos de Estações de


tratamento de efluente, pois esse tipo de processo, melhora a qualidade do efluente, fazendo
com que a turbidez, e alguns outros parâmetros de análise, estejam em conformidade com
aqueles requisitos que estão determinados na legislação, para que assim possam ser utilizados
ou descartados dentro dos padrões legais de descarte.

2. REVISÃO DE LITERATURA COM FORMULAÇÃO MATEMÁTICA

Sedimentação é uma operação unitária que reduz a velocidade da água em tanques, de


modo que o material suspenso possa ser removido pela gravidade. É a operação para separar
sólidos de líquidos por gravidade, conhecida também por decantação, que ocorre em
consequência de o sólido ser mais denso que o líquido [Peçanha, 2014]. A Figura 1 mostra,
esquematicamente, um corte vertical de um sedimentador contínuo. O sedimentador opera
com três correntes: alimentação (A), passante (P) e retido (R).

Figura 1: Esquema de um Sedimentador contínuo


Fonte: Peçanha, 2014

Conforme mostra a Figura 1, o sedimentador, normalmente, opera aberto para a


atmosfera, e é provido de raspadores, mantidos suspensos por uma estrutura não mostrada na
figura, que giram lentamente junto a seu fundo. A geometria simples de um sedimentador
contínuo (basicamente um vaso cilíndrico com uma corrente de entrada e duas de saída)
reduz seu projeto ao cálculo da área da seção transversal (S) e da altura (Z).
Na metodologia de projeto de sedimentadores, primeiro calcula-se área da seção
transversal. Posteriormente, o valor de Z é obtido em função de S e de outras variáveis
envolvidas. As leis que regem as operações de sedimentação dependem da concentração das
partículas sólidas na suspensão onde elas se movem. Os fatores que controlam a velocidade
de sedimentação do sólido através do meio resistente são as densidades do sólido e do
líquido, o diâmetro e a forma das partículas e a viscosidade do meio [Massarani, 1997].
A eficiência de uma sedimentação está associada à eficácia na remoção de vários
constituintes de esgoto ou água. Os sólidos suspensos e a remoção de DBO são, portanto, os
cálculos mais comuns da eficiência desta operação unitária. Dentre os tratamento de
efluentes, a eficiência de uma bacia de sedimentação pode ser afetada por fatores como os
tipos de sólidos no esgoto, a temperatura do esgoto e as águas residuais e a idade dos sólidos.
A floculação seguida de coagulação em um processo de tratamento convencional de água é o
processo físico de mistura do floculante com a suspensão para aumentar a probabilidade de
colisão de partículas. A mistura eficaz reduz a necessidade de quantidade de produtos
químicos e melhora muito a sedimentação do processo. Para aumentar a velocidade de
formação de flocos e a força e peso do floco, agentes floculantes são frequentemente
adicionados.
Normalmente, em cada sedimentação/clarificação primária pode-se esperar que a
unidade remova 90 a 95% de sólidos, 40 a 60% do total de sólidos suspensos e 25 a 35% de
DBO. O teste de proveta realizado em laboratório propicia simular a sedimentação dos
sólidos no equipamento industrial a ser projetado. A simulação, mesmo que precária,
principalmente pelo fato de o teste de proveta ser do tipo batelada, enquanto o sedimentador
opera em regime contínuo, permite o dimensionamento de algumas variáveis de projeto.

3. MATERIAIS

● Tanque de reação;
● Solução Cloreto Férrico 20g/L;
● Proveta 1 Litro;
● Válvulas;
● Turbidímetro;
● Misturador Flash;
● Rotâmetro;
● Painel elétrico com botoeiras;
● Bomba peristáltica;
● Tubos de silicone;
● Balde 30 Litros;
● Barrilete.

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Em um primeiro momento foi montado o arranjo do sistema, de modo a verificar


todas as conexões e funcionalidade dos equipamentos de forma correta. O sistema foi
disposto como representado na imagem abaixo:

Figura 2: Imagem do sistema após montagem.


Fonte: Acervo dos autores.

Posteriormente, foi realizada a calibração dos equipamentos, para se obter uma curva
com parâmetros reais sobre a funcionalidade dos mesmos, os valores obtidos foram
registrados para tratamento estatístico.
Com base nas curvas obtidas, calculou-se então, uma quantidade ótima de vazão do
floculante, vazão da água bruta e também frequência de agitação do rotor do motor contido
no misturador flash, para que se atinja uma maior quantidade de flocos densos em um menor
tempo de residência da solução misturada. Com o auxílio de um módulo com par rotativa, a
solução foi levemente misturada.
Ao começar o bombeamento da água barrenta, que sai do recipiente primário, ela
passa pelo rotâmetro, na qual afere-se a vazão na tubulação, o mesmo é controlado por uma
válvula. A água passa então para a fase de mistura, na qual dentro do misturador flash, é
misturada a solução de cloreto férrico e água com argila.

Figura 3: Sistema de análise.


Fonte: Acervo dos autores.

A mistura do flash é vertida no recipiente de interação, na qual após um tempo de


residência a solução mais pura, sai como excesso de líquido no tanque, através de uma
tubulação e é despejada no tanque para uma recirculação no processo.

5. RESULTADOS

Os gráficos obtidos para as calibrações referidas no item anterior poderão ser


apresentados logo abaixo.
Gráfico 1 - Calibração do rotâmetro

Fonte: Próprios autores

Gráfico 2 - Calibração da bomba dosadora


Fonte: Próprios autores

A partir desses resultados foi possível determinar a vazão de trabalho inicial de ambos
equipamentos, tanto para o rotâmetro quanto para a abertura da bomba dosadora.
Inicialmente, após o grupo discutir e entrar em um consenso, a abertura da bomba foi em
torno de 23 e a bomba dosadora foi aberta em 80.
Após, foi necessário observar se o sistema, com as condições impostas, apresentaria a
turbidez determinada como “ótima”, no teste de JAR, prática anterior.

Após observar que a turbidez não estava variando de forma significativa, foi ajustado
alguns parâmetros de processo, e foi possível observar a turbidez descer de 150 NTU para um
valor em torno de 32 NTU, ajustando principalmente a dosagem de floculante a partir da
bomba dosadora, presente no módulo didático, pois observou-se uma sobredosagem do
floculante no processo.

6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A partir dos resultados obtidos foi possível observar que não foi possível desenvolver
a redução da turbidez conforme havia sido proposto no início do experimento. Acredita-se
que para que se tenha bons resultados e se desenvolva um trabalho um tanto mais consistente,
é necessário definir bem os parâmetros utilizados, bem como as condições de contorno que
deverão ser obedecidas dentro desse experimento.
Para a realização dessa prática seria necessário obter melhor os parâmetros para
dosagem, tanto da bomba quanto para a válvula do rotâmetro. Foi possível observar que
quanto menor a adição da solução de floculante, menor era a turbidez, e uma das limitações
do projeto era de conseguir selecionar a vazão necessária, pois o mínimo que conseguimos
dosar já era uma vazão maior do que se desejava.
Além disso, foi observado que a adição da agitação no tanque de sedimentação
aumentou a eficiência no objetivo da prática, que era no seu princípio, diminuir a turbidez da
solução em análise, portanto, colocar uma pá de agitação melhoraria a eficiência da
decantação neste processo..
Apesar de não atingir a turbidez desejada, que tratava-se da turbidez “ótima”
encontrada na prática do JAR teste, pode-se determinar alguns motivos pelos quais esse
objetivo não foi alcançado. O primeiro deles, poderia ser justificado pela região no qual a
solução do floculante que saía da região de mistura flash, que entrava em contato com a
mistura de decantação através da superfície. Pelo que foi demonstrado no referencial teórico,
a solução que saía da região de mistura flash deveria ser injetada no interior do tanque e não
sob a superfície do fluido no tanque de agitação, o que faz sentido, visto que no meio do
fluido haverá mais interação entre a suspensão e a solução de floculante. Quanto maior a
superfície de contato, maior a taxa de reação, e maior será a decantação do meio suspenso no
tanque de decantação.
No final, foi possível observar, na prática, as variáveis que influenciam no processo de
decantação da solução de análise, em um módulo didático.

7. CONCLUSÃO

Sedimentação é uma operação unitária que reduz a velocidade da água em tanques, de


modo que o material suspenso possa ser removido pela gravidade. É a operação para separar
sólidos de líquidos por gravidade, conhecida também por decantação, que ocorre em
consequência de o sólido ser mais denso que o líquido. Neste caso, tinha-se como objetivo
principal, observar de forma prática o processo de sedimentação em um módulo didático em
um processo contínuo de análise. Foi possível observar, na prática, as variáveis que
influenciam no processo de decantação da solução de análise, em um módulo didático. A
prática em si, não foi possível atingir a turbidez desejada, que tratava-se da turbidez “ótima”
encontrada na prática do JAR teste, porém pode-se determinar alguns motivos pelos quais
esse objetivo não foi alcançado, entre eles, a dosagem exata das vazões de entrada da solução
e dosagem do floculante no sistema. Além disso, foi possível identificar algumas possíveis
modificações que seriam benéficas, e que possivelmente melhorariam o resultado final da
prática. Portanto, pode-se concluir que o objetivo da prática foi alcançado, e acredita-se que
apesar de não conseguir alcançar a turbidez desejada, a dinâmica da prática foi extremamente
benéfica entre os alunos nos quais estavam executando, pois pode-se decidir em grupo as
decisões que foram tomadas durante toda a execução do experimento.

8. REFERÊNCIAS

NUNES, J. F. Estudo da sedimentação gravitacional de suspensões floculentas, 2008.


Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2008.

MASSARANI, Giulio. Fluidodinâmica em sistemas particulados. Editora e-papers, 1997.

PECANHA, Ricardo. Sistemas Particulados: Operações unitárias envolvendo partículas


e fluídos. Elsevier Brasil, 2014.

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