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OPEX

Custos operacionais
ETE Capelinha

TERMO DE REFERÊNCIA Nº: 100-007-E-05-013-23-04-TR-001


1 Dados da proposta:

1.1 Informações do empreendimento:

Esse estudo tem por objetivo a estimativa de custos da ETE Capelinha. Para isso,
vamos usar a tabela abaixo de custos praticados pela empresa Águas do Brasil, em diversas
localidade e que consta no termo de referência.

Mão de obra - Operador R$ 5.560,00 (com todos os encargos


salariais no regime de 12x36h)
1.2 Dados da empresa contratada: Considerar operador volante
Energia Elétrica 1,07 R$/kWh
Transporte e Disposição de Lodo 300 R$/ton
Coagulante para Remoção de Fósforo 1,58 R$/kg do cloreto férrico a 40%
Geocalcio (Alcalinizante) 1,00 R$/kg

E.E.A. – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda.

CNPJ: 03.345.558/0001-05

Endereço: Rua 15B, 1317 – Bela Vista – Rio Claro – São Paulo

Tel.: (19) 3524-5327 - www.eea.eng.br - eea@eea.eng.br

Coordenador do projeto: Eng.(a) Danielle Mayara Lobo Dela Corte

Engenheiro responsável: Msc. Eng. Emerson Marçal Júnior CREA: 5060507757/D

2 Descritivo e cálculo dos custos operacionais:


2.1 Gradeamento:

O gradeamento EEA é padronizado e composto por grade média e grade fina, sendo
que seu manual de operação indica a limpeza média de 1 vez por dia, tendo essa a duração
média de 15 minutos, ou seja, 15 minutos diários x 30 dias daria um tempo de 450 minutos
por mês ou 7,5 horas por mês.

Estima-se que a composição do material retido nas grades, seja em 30% papéis, 10%
trapos, 20% materiais diversos e 40% material volátil. Segundo a Tabela 5.2 MetCalf & Eddy
pode-se adotar uma quantidade de 11 kg por 1.000 m 3 de esgoto, portanto, se em 1 dia
passam aproximadamente 100 m3 na ETE estudada, estima-se cerca de 1 kg de resíduos
grosseiros retidos nas grades por dia, chegando-se ao valor 30 kg mensais.

Tabela Resumo dos Custos do Gradeamento Grosso e Fino:

Mão de obra: 7,5 h/ mês;

Energia elétrica: zero;

Lodo formado: 30 kg / mês;

Produto químico: zero.

2.2 Caixa de Areia:


Os valores para volume areia depositado, são encontrados na Tabela 5.3 do livro de
MetCalf & Eddy, e estimam um valor de 10 kg de areia retida para cada 1.000 m3 de esgoto
tratado, portanto como essa ETE tem valor aproximado de 100 m3 por dia, justifica-se
considerar de 1 kg por dia, ou seja, 30 kg por mês.

Como a caixa de areia tem volume para uma limpeza semanal ou mais, recomenda-
se que a mesma seja limpa com caminhão esgota fossa, no dia que o mesmo vier
mensalmente limpar o lodo, portanto o valor de hora fica igualado ao da limpeza da grade,
no entanto, o valor será bastante reduzido.

Tabela resumo dos custos da caixa de areia:

Mão de obra: 2,5 horas mensais

Energia elétrica: zero

Lodo formado: 30 kg de areia por mês

Produto químico: zero


2.3 Medidor de Vazão

O medidor de vazão proposto é do tipo eletromagnético carretel e deverá ser limpo


1 vez por mês se necessário com um escovão de cerdas macias, para tirar do mesmo as
gorduras que se juntam na parede do sensor, o mesmo também deve ser aferido 1 vez por
ano se a vazão digital for muito diferente da vazão aferida na régua.

Tabela resumo de custos da Calha Parshall:

Mão de obra: 2,5 horas mensais (junto com outros)

Energia elétrica: praticamente zero

Lodo formado: zero

Produto químico: zero

2.4 Estação Elevatória de Esgoto (EEE)

Mão de obra: 2,5 horas mensais

Energia elétrica: 2 CV ligada 12 horas por dia

Lodo formado: zero

Produto químico: zero


2.5 ETE Horizontal

A ETE Horizontal EEA é um tratamento simples composto por tanque de aeração com
material recheio, decantador secundário e decantador primário adensador de lodo.

Gasto de energia elétrica:

A vazão de ar é calculada em função da carga removida pelo sistema, ou seja, pela


eficiência do FAS. Segundo o memorial de cálculo apresentado a vazão de ar necessária é de
32,06 m³/hora, sendo especificado o uso de 2 compressores de canal lateral da Marca
Vazflux, modelo 2 VF 130/260/1,5 de 1,5 kW de potência, sendo um deles reserva.

Devido o reator ter capacidade de tratar 100.000 litros por dia com DBO de 350 mg/l
na especificação desse soprador, sendo uma carga total de 35 kg, e na verdade o efluente a
ser tratado será de 85.000 litros com DBO de 280 mg/l, a carga real a ser tratada será de
23,8 kg, o que representa que o aerador deverá ficar ligado por apenas 16 horas, ou seja,
podendo ficar 8 horas do dia desligado, onde sugerimos ficar em períodos de menos carga.

Segue já a sugestão de parar o mesmo das 23:00 as 7:00, no entanto, caso verifique-
se anaerobiose nesses momentos, pode-se intervalar de outra maneira que o responsável
operacional verificar através do perfil de OD. (esse teste deve ser feito somente no start do
reator, depois não existe mais variação a curto prazo).
Produção de lodo no reator:

A produção de lodo do sistema foi calculada com base na ABN NBR 12209:2011.

Produção de lodo

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Y - coeficiente de crescimento 0,60 kg SST/kg DBO


C rem - carga orgânica removida 19,24 kg DBO/dia
Plodo - produção de lodo 11,54 kg/dia

Volume de lodo no sistema


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Mlodo - massa de lodo produzida 11,54 kg/dia


Dlodo - densidade do lodo 1020,0 kg/m³
Teor de sólidos do lodo 1%
V lodo - volume por módulo 1,13 m³/dia
V lodo - volume total 1,13 m³/dia

A produção mensal de lodo é, portanto, 1,1 m 3 x 30 = 33 m³ a 99% de umidade, no


entanto, o lodo é enviado para adensamento e pode chegar a 2% de teor de sólidos, o que
reduzia o volume para 0,5 m3 de lodo úmido por dia, ou seja, 0,5 m 3 x 30 = 15 m³.

Tabela resumo de custos para o reator horizontal:

Mão de obra: 2,5 horas mensais

Energia elétrica: 1,5 kw ligado 16 horas por dia

Lodo formado: 15.000 litros por mês = 1 caminhão esgota fossa por mês;

Produto químico: zero


2.6 Sistema de Desinfecção:

A ETE Horizontal EEA é dotada de compartimento para desinfecção para reduzir a


carga de patógenos presentes e minimizar o risco de contaminação da população que entrar
em contato com o corpo d’água receptor.

Sabe-se que 2 gramas de pastilha desinfetam 1000 litros de água em 99,99%


segundo manuais de fornecedores de pastilha, portanto, uma pastilha de 200 gramas
conseguirá tratar 100.000 litros. Considerando-se então que a vazão da ETE é de 86.000
litros por dia e devido a rotina operacional, recomenda-se colocar uma pastilha por dia.

Como em média cada tablete é vendido a 7 reais e serão necessários 30 tabletes por
mês, gera-se um custo mensal de R$ 210,00 (duzentos e dez reais).

Tabela resumo de custo para o sistema de desinfecção:

Mão de obra: 5 h/mês

Energia elétrica: zero

Lodo formado: zero

Produto químico (cloro): 30 tabletes / mês


2.7 Sistema terciário (floculação + filtração):

O sistema terciário visa a remoção de fósforo, através de um


sistema de coagulação e floculação mecânica com adição de cloreto férrico e pós filtração,
no entanto, o mesmo também reduzirá bem a DBO a níveis bem abaixo da exigência.

Remoção de fósforo por coagulação de cloreto férrico de 7,0 mg/l para 4,0 mg/l é
bem simples e fácil de ser conseguida usando-se uma dosagem de 4,5 mg/l.

Dosagem do floculante
Concentração de entrada de fósforo 7,0 mg/L
Concentração pretendida de saída 4,0 mg/L
Dosagem 4,50 mg/L
Consumo diário 0,39 Kg/dia

A dosagem determinada é de 4,50 miligramas por litro de efluente, ou seja, em


100.000 litros por dia, podemos considerar 30 dias x 4,5 mg/l x 100.000 litros / 1.000.000,
que resulta em uma demanda mensal de 13,5 kg de cloreto férrico.

Tabela de custo resumo para a floculação:

Mão de obra: 5 horas mensais;

Energia elétrica: zero;

Lodo formado: zero;

Produto químico: 13,5 kg/mês.


Os filtros de areia são responsáveis pelo polimento final e clarificação do efluente já
tratado. Devido a retenção de partículas, com o tempo esses equipamentos acumulam
sedimentos que podem acarretar na colmatação dos filtros, o que a longo prazo pode
ocasionar no mal funcionamento do aparelho, por isso, é necessária a retrolavagem. A
retrolavagem consiste em injetar água no sentido contrário de filtração do equipamento.

Tabela de custo resumo para a filtração:

Mão de obra: 5 horas mensais

Energia elétrica: 1,5 cv ligado 1 hora por dia

Lodo formado: zero

Produto químico: zero


Tabela resumo com todos os Custos operacionais da ETE:

Potencia Hora Lodo Lodo Barrilha Cloreto Cloro


Usada Homem Úmido Gerado (Kg/mês) férrico (Pastilhas /
(KWats.h/mes) (h/mês) (m3) (Kg/mês) (kg/mês) mês)
Grade 0 7,5 0 30 15 0 0
Cx Areia 0 2,5 0 30 15 0 0
EEE (12 hs) 540 2,5 0 0 30 0 0
Horiz (16 hs) 720 2,5 15 0 0 0 0
Desinfecção 0 5 0 0 0 0 30
Terc. (1 h) 45 5 0 0 30 13,5 0
outros 0 5 0 0 0 0
Total: 1305 30 15 60 90 13,5 30
R$1396,35 R$ 930,00 R$ 1.500,00 R$ 18,00 R$ 90,00 R$ 20,00 R$ 210,00

Portanto custo total de operação da ETE: R$ 4164,35

3. Conclusão:

Como existem diversos parâmetros de variação, como a redução de gasto energético, já que
muitas de nossas ETEs conseguem funcionar com até 8 horas apenas de aeração, assim
como pode-se otimizar as visitas caso o sistema de gradeamento não fique tão sujo,
podemos ir uma equipe dia sim, dia não, além de que o lodo também pode ser menor,
dependendo da DBO de entrada, permite-se dizer que a faixa de custo operacional se dará
entre R$ 3.500,00 a R$ 5.000,00 reais por mês, o que significa um custo operacional entre
R$ 1,37 a R$ 1,96 reias por m3

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