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DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS DE ESTAÇÃO COMPACTA DE

TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO – ECTE

1. Parâmetro de Projeto:
1.1. Normas da Legislação Brasileiras:
As condições técnicas do presente memorial estão de acordo com as resoluções do Conselho
Nacional de Meio Ambiente – CONAMA (CONAMA 357) e da Associação de Normas Técnicas
(NBR 13.969/97 e NBR 7.229/97).
1.2. Condições de Projeto:
Número de Contribuintes: 30 habitantes
Contribuição per capta de esgoto: 150 l/(hab. x dia)
Concentração de carga orgânica por litro: 300mg/l
Coeficiente p/ dia de maior consumo: 1,2
Coeficiente p/ hora de maior consumo: 1,5
V=Volume útil em litros
T=período de detenção, em dias: 1 dia
K=taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumulação de
lodo fresco: ( 10<t>20)°C: K=65 em 1 ano.
LF=Contribuição de lodo fresco, em litros/pessoa x dia ou litro/unidade x dia: 1

2. Sistema combinado:
2.1. Caixa Receptora com grade +
Reator UASB 1 +
Reator UASB 2 +
Reator UASB3
FB + Cloração

3. Parâmetros de Dimensionamento:
3.1. Vazão do Projeto:
Qmed=(NxPercaptaX coeficiente retorno)+10%=0,O,O42l/s =0,15m³/dia
Qmáx=Qmedxcoefdiaxcoefhora=0,15x1,2x1,5=0,27m³/dia

3.2. Carga Orgânica do Projeto:


C.O= (QmedxDBO adotado)=0,27x0,3=0,081Kg DBO/dia

3.3. Reator Anaeróbico:


Tempo de detenção hidráulica: TDH=8,0h
Tempo de detenção hidráulica para vazão máx.:TDHM=5,0h
Velocidade superficial: VS=0,5 m/h
Velocidade superficial Max.: VSM=0,9m/h
Tempo de detenção no decantador= TDC=1,5h
Taxa de aplicação Superficial: TAS=1,0 m³/m²xhora
Temperatura do esgoto Tempo de detenção hidráulica para UASB ( hs )
( ºC ) Qméd Qmáx
15 a 18 ≥ 10,0 ≥ 7,0
18 a 22 ≥ 8,0 ≥ 5,5
22 a 25 ≥ 7,0 ≥ 4,5
> 25 ≥ 6,0 ≥ 4,0

3.4. LAF – Lodo Ativado Fluidizado:


Tempo de detenção hidráulica: TDH=8,0h
Tempo de detenção hidráulica para vazão máx.:TDHM=5,0h
População atendida: 30 habitantes
Vazão média de esgotos: L/s
Carga de DBO: kg/d
Taxa de aplicação hidráulica: TAH=5m³/m²xdia
Diâmetro =(áreax4/π)½

3.5. Desinfecção UC– Unidade de Cloração:


O TDH para a desifecção dos efluentes tratados e oxi-redução do sulfeto (H2S) é de 30 minutos. As
recomendações da WEF – Water Environmental Federation é que a dosagem de cloro para
desinfecção de esgotos sanitários domésticos seja na ordem de 50 a 100 Lb/mil galões e tempo de
contato mínimo de 30 minutos. O cloro livre residual dever ser controlado, permanecendo na faixa
de 0,5 mg CL/L s 1,0 mg CL/L. Com essa dosagem e esse tempo de detenção elimina-se 99,99% dos
patogênicos presentes nos esgotos sanitários domésticos.
De acordo com a GENCO, fabricante das pastilhas de cloro, a material prima básica é o
“tricloro s-triazina-triona”. Produto altamente concentrado, e que contém 90% de cloro
ativo. Isto é, 1,0 kg de pastilhas, ou seja, 05 pastilhas de 200 gramas, fornece 0,90 kg de cloro
ativo. Cada pastilha de 200 gramas é consumida, em média, tratando um volume de 30 m³.
Considerando Qmed de 0,30 m³/dia de contribuição, temos: 0,30 / 30 = 0,01 ou seja 1
pastilhas semana. Em cada tubo (câmara de erosão) cabem 60 pastilhas. Como cada
equipamento possui 01 (um) câmaras de erosão, vale dizer que o equipamento tem
capacidade para armazenar até 60 pastilhas, suficiente para: 60 /1 = 60 dias de consumo.

4. Cálculos da Caixa de Gradeamento:


4.1. Volume útil:
V=1000+N(CxT+KxLf) =4,45 m³ de esgoto.
4.2. Cálculo do Tanque de gradeamento:
S=Q/Tes=7,45/380=0,02m²; medidas adotadas- comprimento 0,8x largura 0,4Xaltura1m
4.3. Cálculo da velocidade a montante da grade:
Vmed=Qmed/(LxH)=0,18 < 0,3OK

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5. Cálculo do UASB – Reator Anaeróbico por Fluxo Ascendente:

5.1 UASB 1=UASB2;


TD= tempo de detenção hidráulica de esgoto por faixa de vazão e temperatura do esgoto=0,67

5.1.1 Cálculo do Volume do Filtro Anaeróbico;


V=1,6xNxCxTD=4,5m³

5.1.2 Vazão média;


Qmed=populaçãoxpercaptaxcoef retorno +10%=0,15m³/dia

5.1.3 Carga Orgânica adotada:


De acordo com a NBR 12.209/92 a contribuição da carga orgânica per-capita/dia para os
esgotos das redes públicas municipais é igual a 54 gDBO5,20/d. Esse valor leva em conta que
as redes públicas municipais recebem esgotos de outras fontes geradoras, tais como,
restaurantes, lanchonetes, padarias, açougues, indústrias, etc. A literatura específica diz que
os esgotos sanitários domésticos possuem uma concentração média da DBO5,20 na ordem
de 300 (segundo Jordão e Pessoa (1995) e Macintyre (1996), entre 100 e 300 mg/l. Já Netto
et al., (1977) e Von Sperling (1996) afirmam que, para esgoto sanitário doméstico, a média é
de 300 mgO2/litro.)

(*) Concentração em termos de DBO5,20 e DQO segundo SILVA e MARA, 1979:


Concentração Fraca Média Grande
DBO5,20 (mg/L) 200 350 500
DQO (mg/L) 400 700 1000

Portanto, os valores adotados nesse projeto estão dentro dos parâmetros médios
preconizados.

DBO5,20 (mg/L)=300mgO₂/l
DQO (mg/L)=600mgO₂/l
Massa DQO=0,6kg/m³x0,15m³/dia=0,09kg/dia
Massa DBO5,20 =0,3kg/m³x0,15m³/dia=0,045kg/dia
Massa SST=0,045kgSS/dia

5.1.4. Cálculo do volume necessário UASB1;


Vu=QmedxTDH=0,33x12,3=1,2m³
Vlodo=Qmedxtdlodo=0,75m³
Capacidade: 750 litrosx3=2250litros
Medidas: Diâmetro 0,8m
Altura 1,40m

5.1.5. Cálculo da área do Reator;


Ar=V/H=0,75/1,4=0,6m²
velocidade=qmed/Ar=0,15/0,6=0,25m/h OK

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5.1.6. Diâmetro do Reator;
¬
D= √ 4xAr/π= 0,3m OK

6. Cálculo da Carga Orgânica do Efluente;


6.1 CO UAB1;
DQO=67%=198 mgO₂/l
DBO5,20=68%=96 mgO₂/l
SST=68%=96 mgSS/l

6.2. CO UASB 2;
DQO=67%=65,34 mgO₂/l
DBO5,20=68%=30,72 mgO₂/l
SST=68%=30,72 mgSS/l

6.3. Sai UASB 1 → carga no UASB 2;


DQO=(Qmedx86,4)x(DQO efUASB1/1000)=0,78kg DQO/dia
DBO5,20=0,38 kg DBO/dia
SST=0,38 kg SS/dia
6.4. Sai UASB 2 → carga do UASB 3
DQO=(Qmedx86,4)x(DQO efUASB2/1000)=0,54 DQO/dia
DBO5,20=0,26 kg DBO/dia
SST=0,26 kg SS/dia
6.5. CO no UASB 3;
DQO=70%=19,61 mgO₂/l
DBO5,20=70%=9,22 mgO₂/l
SST=71%=8,91 mgSS/l
6.5. Sai do UASB 3+ filtro → Carga para clorador
DQO=(Qmedx86,4)x(DQO efLAF/1000)=0,23 DQO/dia
DBO5,20=0,11 kg DBO/dia
SST=0,11 kg SS/dia

7. Cálculo UASB 3 + filtro;

Contribuintes: 30 habitantes
Vazão média de esgotos: 0,042 L/s
Carga de DBO: 0,11 kg DBO/dia

7.1. Volume necessário p filtro;

Considerando-se o fator de carga f = 0, 08 kgDBO / kgSS.d e a concentração de 4,0 kg SS / m3


TA, tem-se o seguinte volume necessário de tanques de aeração:
0,11
VTA =  = 0 ,34m3
0,08 x 4,0

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7.2. Necessidade de oxigênio;

Considerando-se a necessidade de oxigênio igual a 2,5 kgO2 / kgDBOapl., a necessidade de


oxigênio será:
NEC O2 = 2,5 x 0,11 = 0,27 kg O2

Considerando-se que o sistema de aeração deverá funcionar 24 horas por dia, tem-se:
NEC. O2 = 0,27 /24 = 0,01 kgO2/h

Considerando-se o emprego de aeradores superficiais de baixa rotação, com capacidade de


transferência de oxigênio de 0,9 kg O2 / CV x hora, já nas condições de campo, tem-se a
seguinte potência total a ser instalada nos tanques:
PNEC = 0,4 / 0,9 = 0,04 CV

7.3. Dimensões dos tanques :

Diâmetro: 0,8 m
Profundidade útil: 1,20m
Profundidade total: 1,40 m
Volume útil resultante:
Area = d²xπ/4=0,5m²
Vu = Axh = 0,5x1,4 = 0,70m³

Fator de carga resultante:


f = 0,11 / (0,7 x 4,0) = 0,31 kgDBO/kgSSxdia

Densidade de potência resultante:


dp = (0,04x 735) / 0,70 = 11 w / m3

Tempo de detenção hidráulico resultante:


td = 0,7 / (0,066 x 3,6) = 0,2 horas

7.4. Vazão de retorno de lodo;


A vazão de retorno de lodo será estimada considerando-se que o lodo estará sedimentado no
fundo do filtro a uma concentração de 8,0 kg/m3 (dado típico). Fazendo-se um balanço de
massa de sólidos em suspensão no filtro , desprezando-se a perda com o efluente final, tem-
se:
(Q + QR ). X = QR . X R
Dividindo-se por Q e fazendo-se r = Qr / Q, tem-se:
(1 + r ). X = r. X R
Para X = 4,0 kg/m3 e Xr = 8,0 kg/m3, tem-se:
r = 1 e Qr = 0,23 L/s

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8. Cálculo Unidade de Cloração:

TDH adotado: 1:00 h = 0,04166


Qmvh = 0,15 m³/dia
Vutil = 0,04166 x 0,15 = 0,006m³

9. Estimativa das Eficiências:

Conforme calculado no item 6, estima-se que o reator UASB1, 2 e 3 apresente as seguintes


remoções de matéria orgânica com suas respectivas concentrações efluentes:
Eficiência de remoção de DBO: 68%
DBO efluente: 96 mgO₂/l
Eficiência de remoção de DQO: 67%
DQO efluente: 198 mgO₂/l

Para o filtro anaeróbio, estimam-se as seguintes eficiências de remoção, baseando-se na


bibliografia correlata:
Eficiência de remoção de DBO: 80,0%
Eficiência de remoção de DQO: 75,0%

As concentrações efluentes serão:


DBO → S = 96 – (80x96)/100 = 19,2mg/l
DQO → S = 198 – (75x198)/100= 49,5mg/l

Tais concentrações % atendem à Portaria CONAMA Nº 357/2005.

As eficiências globais do sistema serão:


DBO → E DBO= 100 x (S₀ - S DBO)/ S₀ = 100x(300-19,2)/300 = 93,6%
DQO → E DQO= 100 x (S₀ - S DQO)/ S₀ = 100x(600-49,5)/600 = 91,7%

A eficiência na remoção de coliformes termotolerantes deverá ser controlada através da dosagem


adequada de cloro no tanque de contato a partir do tanque de dosagem, a fim que seja atendida a
concentração máxima de 1.000 CF/100 mL no efluente.

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