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FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

2º Exercício Avaliativo – TEI II – Valor: 30 pontos

Alunos: _Williana da Mata_ DATA DE ENTREGA: 14/09/21

Considere o efluente bruto de uma indústria alimentícia, localizada em Juiz de Fora, com vazão
de geração igual a 350 m3/dia, DBO 1800 mg/L O2 e DQO 3800 mg/L O2. Assuma que a empresa
opere 24 horas por dia, de segunda a segunda e que vazão e composição do efluente não
variem ao longo do dia.

Considerações:

- A matéria orgânica que compõe o efluente encontra-se dissolvida e a concentração de sólidos


sedimentáveis é próxima a 0 mL/L.

- O efluente possui relação C:N:P ótima para processos biológicos

- O efluente bruto não possui óleos, graxas e sólidos grosseiros.

Para resolução das questões abaixo, caso necessário, faça suas próprias considerações adicionais. Não
se esqueça de deixa-las destacadas na resolução dos exercícios.

A fim de avaliar os possíveis processos de tratamento para esse efluente, determine:

Para responder os itens abaixo utilizou-se os livros do Von Sperling de Lodos Ativados e
Lagoas.

a-) a área e volume de uma lagoa facultativa.

Dados:

Q = 350 m³/dia

DBO = 1800 mg/L

DQO = 3800 mg/L

Assim encontrou-se a carga média:

DBO = 630 kg/d

DQO = 1330 kg/d

A temperatura mínima em Juiz de Fora no mês mais frio 16,4 °C, de acordo com a normal
climatológica de 1981 a 2010. Para a Lagoa facultativa um importante parâmetro e projeto é a
taxa de aplicação superficial (Ls). Aplicando a fórmula abaixo:

Ls=350 × ( 1,107−0,002× Tar )(Tar −25)


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Encontramos Ls = 189,12 KgDBO/ha*d. Assim podemos encontrar a área da lagoa facultativa.
Para calculas a área utilizamos a carga orgânica de DBO dividido pela taxa de aplicação
superficial.

L 630 KgDBO /d
Área= = =3 ,33 ha=33312 ,3 m ²
Ls 189,12 KgDBO /ha∗d

Onde:

A = área requerida para a lagoa (ha);

L = carga orgânica de DBO aplicada (kgDBO/d);

Ls = taxa de aplicação superficial (kgDBO/ha. d).

A profundidade da lagoa facultativa deve estar entre 1,5 a 2,0 metros. Supondo assim uma
altura de 2 metros, temos o volume:

Volume=2 m∗33312,3 m²=6 6624,6 m ³

b-) a área ocupada por um sistema de lagoas anaeróbia - lagoa facultativa. Determine também
os respectivos volumes de cada lagoa.

Lagoa Anaeróbia:

Para determinar a área e o volume encontramos primeiro a taxa de aplicação volumétrica (L v).
Lv é calculada a partir da fórmula abaixo:

L v=( 0,02×Tar )−0,10=0 , 2(kgDBO /m³. d )

Assim podemos calcular o volume da lagoa anaeróbia, a partir da equação abaixo:

kgDBO
630
L d
V= = =27 63 ,2 m ³
Lv kgDBO
0,2 .d
m3

Onde:

V = volume requerido para a lagoa (m³)

L = carga orgânica de DBO aplicada (kgDBO/d)

Lv = taxa de aplicação superficial (kgDBO/m³. d)

A profundidade de uma lagoa anaeróbia pode variar entre 3,5 a 5 metros. Assim adotou-se o
valor a altura de 4 m, o valor médio. Dessa forma, aplica-se a equação a seguir para encontrar
a área.
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V
A= =6 90,8 m²
H

Eficiência de remoção de DBO da lagoa anaeróbia será de 60%. Assim a estimativa da DBO
efluente, foi calculada como mostra a seguir.

DBOeflu= 1− ( 60
100)×1800
mg
l
=720
mg
L

Lagoa Facultativa:

A carga afluente á lagoa facultativa será calculada a partir da fórmula:

L=( (100−E ) × L 0 ) ÷ 100=252 KgDBO /d

Para calcular a área:

L 252 KgDBO /d
Área= = =1,3 ha=13324,9 m²
Ls 189,12 KgDBO /ha∗d

Adota-se 2 m de altura, bem como a do item anterior, e assim determina-se o volume:

Volume=2 m×13328,9 m ²=26649,8 m ³

Somando-se as áreas das duas lagoas o sistema precisará de uma área de 14015,7 m².

c-) O volume e a área ocupados por um reator lodos ativados (LA) convencional. No caso
específico deste efluente, é necessária a introdução de um decantador primário no layout da
estação de tratamento? Justifique.

Para o cálculo do volume, primeiro adota-se os seguintes dados: Y = 0,6 gSSV/gDBOremovido,


kd= 0,09 d −1 , Xv = 3000 mg/L, fb’ = 0,8, idade do lodo = 7 d. A eficiência de remoçã o
adotada é de 90%, que está dentro da faixa de remoçã o de LA convencional (85% a 95%).
Com essa eficiência de remoçã o, DBO efluente será de 180 mg/L. Sabendo que Q = 350
m³/d, S0 =1800 mg/L. Assim calcula-se:

f 'b
f b= =0,71
1+ ( 1−f b ) × Kd ×idade do lodo
'

Y ×idade do lodo ×Q ×(S0 −S)


V= =548,4 m ³
X v ×(1+ Kd × f b ×idade do lodo)

De acordo com Von Sperling (2002), o tratamento primário atua principalmente na remoção
de sólidos em suspensão sedimentáveis, sólidos flutuantes e parte da matéria orgânica (DBO
em suspensão). Para o mesmo autor, a eficiência remoção de sólidos em suspensão nesta
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etapa do tratamento é cerca de 60 a 70%, enquanto a DBO é removida com eficiência em
torno de 25 a 35%. O objetivo da sedimentação é remover uma parte substancial dos sólidos
orgânicos que seriam despejados diretamente nos corpos receptores (METCALF E EDDY, 2014).
Assim não é necessária introdução de um decantador primário, pois os decantadores primários
são indicados quando se tem sólidos sedimentáveis, que não é o caso de efluente industrial.

d-) Determine a área e o volume de um reator LA com aeração prolongada precedido por um
reator UASB.

Como o UASB precede o LA, é necessário calcular a DBO efluente do UASB. Assume-se para o
reator UASB, segundo Von Sperling, uma eficiência de remoção de 70% para DBO.

Dessa forma a carga afluente de DBO e sua concentração é calculada a seguir:

Carga=Carga de esgoto bruto × ( 1−eficiência )=189 kgDBO / d

C oncentração=C oncentração de esgoto bruto × ( 1−eficiência )=540 kgDBO/d

Sabendo a que a vazão é de 350 m³/d, para dimensionar o reator adota-se os seguintes dados
(Von Sperling, 2009):

Idade do lodo = 24 dias

TDH = 16 horas

Relação A/m = 0,08 kgDBO5/kgSSV.d

Y = 0,6 g SSV/g DBO5 removida;

Kd = 0,06 mg SSV/mgSSV.d

Xv = 3000 mg/L

O fb é a fraçã o biodegradá vel dos SSV gerados no sistema, calculando-o encontramos o


seguinte valor:

f b'
fb= =0,62
1+ ( 1−f b )∗Kd∗Θc
'

Determina-se uma eficiência para o LA. Foi considerado um valor de 90%. Logo, a
concentraçã o final de DBO foi:

S=Sa∗ ( 100−90
100 )
=54 mg/ L

Agora calcula-se o volume do reator:


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Y ∗Q∗Θc∗DBOaflu−S
V= =431m ³
Xv∗( 1+ Kd∗fb∗Θc )

Admitindo a altura do reator consegue-se descobrir a á rea da unidade. Adotando-se a


altura de 4 metros, temos:

V
A= =1728 m ²
h

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