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Considere o efluente bruto de uma indústria alimentícia, localizada em Juiz de Fora, com vazão
de geração igual a 350 m3/dia, DBO 1800 mg/L O2 e DQO 3800 mg/L O2. Assuma que a empresa
opere 24 horas por dia, de segunda a segunda e que vazão e composição do efluente não
variem ao longo do dia.
Considerações:
Para resolução das questões abaixo, caso necessário, faça suas próprias considerações adicionais. Não
se esqueça de deixa-las destacadas na resolução dos exercícios.
Para responder os itens abaixo utilizou-se os livros do Von Sperling de Lodos Ativados e
Lagoas.
Dados:
Q = 350 m³/dia
A temperatura mínima em Juiz de Fora no mês mais frio 16,4 °C, de acordo com a normal
climatológica de 1981 a 2010. Para a Lagoa facultativa um importante parâmetro e projeto é a
taxa de aplicação superficial (Ls). Aplicando a fórmula abaixo:
L 630 KgDBO /d
Área= = =3 ,33 ha=33312 ,3 m ²
Ls 189,12 KgDBO /ha∗d
Onde:
A profundidade da lagoa facultativa deve estar entre 1,5 a 2,0 metros. Supondo assim uma
altura de 2 metros, temos o volume:
b-) a área ocupada por um sistema de lagoas anaeróbia - lagoa facultativa. Determine também
os respectivos volumes de cada lagoa.
Lagoa Anaeróbia:
Para determinar a área e o volume encontramos primeiro a taxa de aplicação volumétrica (L v).
Lv é calculada a partir da fórmula abaixo:
kgDBO
630
L d
V= = =27 63 ,2 m ³
Lv kgDBO
0,2 .d
m3
Onde:
A profundidade de uma lagoa anaeróbia pode variar entre 3,5 a 5 metros. Assim adotou-se o
valor a altura de 4 m, o valor médio. Dessa forma, aplica-se a equação a seguir para encontrar
a área.
FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
V
A= =6 90,8 m²
H
Eficiência de remoção de DBO da lagoa anaeróbia será de 60%. Assim a estimativa da DBO
efluente, foi calculada como mostra a seguir.
DBOeflu= 1− ( 60
100)×1800
mg
l
=720
mg
L
Lagoa Facultativa:
L 252 KgDBO /d
Área= = =1,3 ha=13324,9 m²
Ls 189,12 KgDBO /ha∗d
Somando-se as áreas das duas lagoas o sistema precisará de uma área de 14015,7 m².
c-) O volume e a área ocupados por um reator lodos ativados (LA) convencional. No caso
específico deste efluente, é necessária a introdução de um decantador primário no layout da
estação de tratamento? Justifique.
f 'b
f b= =0,71
1+ ( 1−f b ) × Kd ×idade do lodo
'
De acordo com Von Sperling (2002), o tratamento primário atua principalmente na remoção
de sólidos em suspensão sedimentáveis, sólidos flutuantes e parte da matéria orgânica (DBO
em suspensão). Para o mesmo autor, a eficiência remoção de sólidos em suspensão nesta
FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
etapa do tratamento é cerca de 60 a 70%, enquanto a DBO é removida com eficiência em
torno de 25 a 35%. O objetivo da sedimentação é remover uma parte substancial dos sólidos
orgânicos que seriam despejados diretamente nos corpos receptores (METCALF E EDDY, 2014).
Assim não é necessária introdução de um decantador primário, pois os decantadores primários
são indicados quando se tem sólidos sedimentáveis, que não é o caso de efluente industrial.
d-) Determine a área e o volume de um reator LA com aeração prolongada precedido por um
reator UASB.
Como o UASB precede o LA, é necessário calcular a DBO efluente do UASB. Assume-se para o
reator UASB, segundo Von Sperling, uma eficiência de remoção de 70% para DBO.
Sabendo a que a vazão é de 350 m³/d, para dimensionar o reator adota-se os seguintes dados
(Von Sperling, 2009):
TDH = 16 horas
Kd = 0,06 mg SSV/mgSSV.d
Xv = 3000 mg/L
f b'
fb= =0,62
1+ ( 1−f b )∗Kd∗Θc
'
Determina-se uma eficiência para o LA. Foi considerado um valor de 90%. Logo, a
concentraçã o final de DBO foi:
S=Sa∗ ( 100−90
100 )
=54 mg/ L
V
A= =1728 m ²
h