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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
DISCIPLINA DE CONTROLE DA POLUIÇÃO

DIMENSIONAMENTO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE


EFLUENTE PARA INDÚSTRIA DE TINTAS

Fabian Cavalcanti de Miranda Filho


João Victor Moraes Amorim

Professora: Silvana Calado

Recife, 27 de Outubro de 2022


1. INTRODUÇÃO

Os resíduos da indústria de tintas são provenientes de etapas de limpeza com solventes


empregadas em processos de produção de tintas, efluentes líquidos de etapas de limpeza, lodos e
lavagens aquosas, alcalinas ou com solventes, de etapas de limpeza de tubulações, como chumbo,
solventes, cromo, entre outros. Os efluentes da indústria têm alta carga inorgânica. As tintas
usualmente podem ser divididas em quatro componentes básicos: resina, pigmentos, solventes e
aditivos. As indústrias de tintas têm resíduos considerados poluentes, ou seja, são aqueles, classe I
segundo a NBR 10004 (2004), que apresentam periculosidade em função de suas propriedades
físicas, químicas ou infectocontagiosas, podendo apresentar riscos à saúde pública e ao meio
ambiente.
Para introduzir esse efluente gerado na água, é necessário o tratamento dos despejos,
minimizando assim os efeitos devastadores, decorrentes da poluição dos efluentes, os quais
degradam os cursos d’água e prejudicam o meio ambiente e a saúde.
2. ORIGEM DOS DESPEJOS

Tabela 1 - Resíduos gerados na fabricação de tintas


Código Resíduo Constituintes

K078 Resíduos provenientes de etapas de Cromo, chumbo, solventes


limpeza com solventes empregadas em
processos de produção de tintas

Efluentes líquidos provenientes Chumbo, mercúrio, benzeno, tetracloreto de


K079 de etapas de limpeza ou materiais carbono, cloreto de metileno,
cáusticos gerados em processos de tetracloroetileno naftaleno, di-(2-
produção de tintas etilhexilftalato), di-n-butilftalato,
tolueno
K081 Lodos provenientes do tratamento de
efluentes líquidos originados no Cromo, chumbo, mercúrio, níquel, cloreto
processo de produção de tintas de metileno, tolueno

K082 Lodos ou poeiras provenientes do Antimônio, cádmio, cromo, chumbo,


sistema de controle de emissão de gases níquel, prata, cianetos, fenol, mercúrio,
empregado na produção de tintas pentaclorofenol, cloreto de vinila, 3-3-
diclorobenzilideno, naftaleno, di-(2-
etilhexilftalato), di-n-butilftalato, benzeno,
tolueno, tetracloreto de carbono, cloreto de
metileno, tricloroetileno

Lodos e lavagens aquosas, alcalinas ou


K086 com solventes, provenientes de etapas Chumbo, cromo hexavalente
de limpeza de tubulações e
equipamentos utilizados para a
formulação de tintas a partir de
pigmentos, secantes, sabões e/ou
estabilizantes contendo cromo ou
chumbo.
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 10004 (2004).

3. CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE

3.1 Esgotos domésticos

A indústria possui 300 empregados, sendo 220 operários e 80 funcionários com expediente de
8 horas por dia durante o horário administrativo. A parte operacional ocorre durante o
funcionamento da unidade fabril, que é de 16 horas por dia (110 operários por turno de 8 horas). Para
que os cálculos sejam feitos, será considerado os padrões de acordo com a ABNT NBR 7229, assim
como é apresentado na Tabela 2.
Tabela 2 – Padrões de vazão e carga gerada per capita
Equivalente populacional
Trabalhadores Vazão Per Capita

- L/dia g/dia
Funcionários 66,67 35
Operários 70 40
Fonte: ABNT NBR 7229 (1993)
Para o cálculo da DBO, tem-se:

⮚ Para o funcionário:

𝑄𝐹𝑢𝑛𝑐 = 𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑝𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎 ∗ 𝑁º 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 (1)


𝑄F𝑢𝑛𝑐 = 66,67 ∗ 80 = 5333,6 𝐿/𝑑𝑖𝑎
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎F𝑢𝑛𝑐 = 𝑁º𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 ∗ 𝐸𝑞 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (2)
C𝑎𝑟𝑔𝑎 = 80 ∗ 35 = 2.800 g/dia

⮚ Para o operário

𝑄𝑜𝑝𝑒 = 𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑝𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎 ∗ 𝑁º 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟á𝑟𝑖𝑜𝑠 (3)


𝑄𝑜𝑝𝑒 = 70 ∗ 220 = 15.400 𝐿/𝑑𝑖𝑎
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝑜𝑝𝑒 = 𝑁º𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟á𝑟𝑖𝑜𝑠 ∗ 𝐸𝑞 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (4)
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 = 220 ∗ 40 = 8.800 g/dia

⮚ Cálculo da DBO sanitária

Σ𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑜𝑝𝑒 + 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑐


DBO = Σ𝑉𝑎𝑧õ𝑒𝑠
= 𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑜𝑝𝑒 + 𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑓𝑢𝑛𝑐
= 559,47 mg/L (5)

3.2 Esgoto Industrial

Foi adotado uma vazão média: 𝑄𝑖𝑛𝑑 = 200.000 𝐿/𝑑𝑖𝑎


A carga industrial pôde ser obtida pelo Sperling, onde ele cita que para uma indústria de tintas
a DBO é de 10 mg/L, o que nos dá uma carga de 2 kg/L.

3.3. DBO e Vazão total

Para o cálculo da DBO total, procede-se da seguinte forma:

Σ𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎
𝐷𝐵𝑂total = Σ𝑉𝑎𝑧õ𝑒𝑠 = 62 mg/L (6)

Para a vazão basta-se somá-las, pode-se ver o cálculo abaixo.

𝑄total = 𝑄𝑖𝑛𝑑 + 𝑄𝑠𝑎𝑛 = 220733,6 L/dia (7)

Os resultados podem ser observados na Tabela 3.

Tabela 3 – Vazões e DBO para cada tipo de efluente


Efluente Vazão DBO
- m3/d mg/L
Industrial 200 10
Doméstico 20,7 559,47
Total 220,7 62
Fonte: os autores

Os dois efluentes foram tratados numa mesma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE),
contudo a mistura dos dois só foi feita após o Decantador primário que é onde ocorre a remoção dos
poluentes inorgânicos oriundos da indústria de tintas.
Sabendo que variações na vazão podem ocorrer, foram calculados os valores de vazão máxima
e mínima em cada etapa da ETE, sendo a vazão mínima cerca de 0,5 vezes a vazão média e a vazão
máxima cerca de 1,8 vezes a vazão média. Os valores encontrados foram de 100 m3/dia e 360 m3/dia
para o efluente industrial, e 10,3668 m3/dia e 37,32048 m3/dia vindo do efluente doméstico. O
dimensionamento foi feito levando em consideração a vazão máxima por questão de segurança em
relação a capacidade produtiva.

3.3 Sólidos Suspensos

Segundo a NBR 12209/2011 a carga de SS (kg/trabalhador.dia) = 0,06. Então o teor de SS


doméstico é:
SST doméstico = Carga SS * n° de trabalhadores = 0,06 * 300 = 18,00 kg/dia
(8)

4. PARÂMETROS PARA AVALIAÇÃO

De acordo com Sperling, o parâmetro de importância no efluente de indústria de tinta são os


metais.

5. FLUXOGRAMA DO TRATAMENTO

Figura 1 – Fluxograma da ETE


Fonte: os autores
6. DIMENSIONAMENTO

6.1 Gradeamento

A grade escolhida foi uma grade média com 20 mm de abertura e 8 mm de espessura, pois ela
vai reter os sólidos suspensos do efluente sanitário. Sabendo que a velocidade do efluente foi de 0,6
m/s, foi calculado os parâmetros abaixo.

Eficiência da grade:

α 20
E= α+𝑡
𝑥 100 = 20 + 8
𝑥 100 = 71, 43% (9)

Área útil (Au):

𝑄 0,00043195
Au = 𝑣
= 0,6
= 0, 000719 𝑚² (10)

Seção:

𝐴𝑢 0,00719
S= 𝐸
= 0,7143
= 0, 0101 𝑚² (11)

Velocidade de aproximação (v0):

𝑄 0,00043195
𝑣0 = 𝑆
= 0,0101
= 0, 4285 𝑚/𝑠 (12)

Perda de carga (hf):

(𝑣² − 𝑣𝑜²)
ℎ𝑓 = 1, 43 𝑥 2𝑔
= 1, 235 𝑚 (13)

Largura do canal (b):

𝑆 0,01073
𝑏= 𝐻𝑚𝑎𝑥
= 0,02055
= 0, 5221 𝑚 (14)

𝐻𝑚á𝑥: É a altura da lâmina d’água para a vazão máxima na calha Parshall (Valor obtido nos
cálculos da Calha Parshall para o efluente doméstico).

Quantidade de barras (n):

𝑏−𝑎 0,5221−0,02
𝑛= 𝑡+𝑎
= 0,008+0,02
= 17, 93 = 18 barras
(15)

Número de Escapamento (Ne):

𝑁𝑒 = 𝑛 + 1 = 19 (16)

6.2 Caixa de areia


Caixa de areia é um dispositivo que é construído junto às tomadas de água, também chamado
de canal de derivação. Sua função é separar por decantação areias e outros materiais pesados que se
encontram em suspensão no fluxo de água. As principais finalidades da caixa de areia são: Proteção
de bombas, válvulas e acessórios contra a abrasão e evitar o entupimento e o assoreamento.
Considerando uma produção de areia de 0,075 mL/L, intervalo de 7 dias para limpeza entre os
compartimentos, um fator de segurança (Fs) de 50% na distância L, velocidade de deslocamento
horizontal (v1) de 0,3 m/s, velocidade de sedimentação das partículas (v2) de 0,02 m/s, velocidade
no canal de aproximação (v3) de 0,6 m/s, foram calculados alguns parâmetros importantes no
dimensionamento de uma caixa de areia.

Figura x - Esquema de uma Caixa de areia convencional

Fonte: Internet

H (altura):

𝑄𝑚á𝑥
𝐻 = √( 4𝑣1
) = 0, 01897 𝑚 (17)

B (largura da caixa):

𝐵 = 4𝑥𝐻 = 0, 07589 𝑚 (18)

L (comprimento da caixa):

𝑣1
𝐿= 𝑣2
𝑥𝐻𝑥𝐹𝑠 = 0, 4268 𝑚 (19)

b (largura do canal de aproximação):

𝑄𝑚á𝑥
𝑏= 𝑣3𝑥𝐻
= 0, 03794 𝑚 (20)

Área S:

𝑆 = 𝐵𝑥𝐿 = 0, 0323 𝑚² (21)


Taxa de aplicação (entre 600 e 1300):

𝑄𝑚á𝑥
𝑇𝐴𝑆 = 𝑆
= 1152 𝑚³/𝑚². 𝑑𝑖𝑎 (22)

VRD (volume de retenção diário de areia):

𝑉𝑅𝐷 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 (𝑚³/𝑑𝑖𝑎) 𝑥 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 (𝑚³/𝑚³) (23)


𝑉𝑅𝐷 = 0, 001555 𝑚³/𝑑𝑖𝑎

VCR (volume da caixa de retenção):

𝑉𝐶𝑅 = 𝑉𝑅𝐷 * 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑚𝑝𝑒𝑧𝑎 = 0, 01088 𝑚³ (24)

C (altura da caixa de areia):

𝑉𝐶𝑅
𝐶= 𝑆
= 0, 336 𝑚 (25)

6.3 Caixa de gordura

Como descrito pela NBR 8160/1999, a caixa de gordura corresponde a uma unidade de
retenção de gorduras, graxas e óleos presentes no efluente, que forma camadas a serem removidas
periodicamente, com o intuito de evitar a sua obstrução. A norma supracitada salienta que as caixas
de gordura devem ser dimensionadas de acordo com a quantidade/natureza das cozinhas que
contribuirão com efluentes constituídos de resíduos gordurosos.
Levando em consideração que a indústria conta com três cozinhas em sua planta, é indicada a
instalação de uma caixa de gordura dupla, que conta com um volume de 120 L. Além disso, foi
adotada uma profundidade útil (Hu), correspondente à altura molhada, de 30 cm.

Área da base (AB):


3 3
𝑐𝑚 𝑐𝑚
𝑉 (𝐿) *1000 120 𝐿 *1000 2
𝐴𝐵 = 𝐻𝑢
𝐿
= 30 𝑐𝑚
𝐿
= 4000 𝑐𝑚 (26)

Diâmetro (d):
2
4*𝐴𝐵 4*4000 𝑐𝑚
𝐷 = π
= π
= 71, 36 𝑐𝑚 (27)

6.4 Calha Parshall

As calhas Parshall são medidores de vazão que através de estrangulamento e ressaltos


estabelecem, para uma determinada seção vertical a montante, uma relação entre a vazão do fluxo e
a lâmina d’água naquela seção. Nas calhas de medição de vazão, a água é submetida a uma
concentração produzida pelas laterais ou pela elevação do fundo do canal ou por ambas. Uma
característica comum das calhas medidoras é a formação proposital de uma onda de refluxo próximo
a sua saída, o que conduz a uma perda de carga correspondente três a quatro vezes menor que a que
seria observada em um vertedor de mesma capacidade. Apresenta as vantagens de autolimpeza,
devido à velocidade do fluxo submetido a regime crítico de escoamento e perda de carga
desprezível.

Figura 2 - Esquema de uma Calha Parshall convencional

Fonte: Internet

Uma condição importante para o funcionamento adequado de uma calha Parshall é a de que o
nível de água a jusante da calha deve ser suficientemente baixo para evitar o seu "afogamento", um
termo que indica que o nível de água a jusante da calha influi sobre o nível a montante.
O dimensionamento é feito a partir dos valores limite de vazão utilizados por Von Sperling,
sendo o máximo igual a 1,8 vezes a vazão total média obtida e o mínimo igual a 0,5 da mesma.
Sendo assim, temos uma vazão máxima de 4,5986 L/s e uma mínima de 1,2774 L/s. Analisando a
Tabela 4, observa-se que esse intervalo se encaixa no primeiro intervalo de dimensionamento das
Calhas Parshall, e por isso uma largura de 3’’ será adotada.
Tabela 4 - Valores limites de vazão (L/s) em função da largura da garganta
W Qmín Qmáx
76 ( 3") 0,85 53,8
152 ( 6") 1,52 110,4
229 ( 9") 2,55 251,9
305 ( 1') 3,11 455,6
457 (1½') 4,25 696,2
915 ( 3') 17,26 1426
1220 ( 4') 36,79 1921
1525 ( 5') 62,80 2422
1830 ( 6') 74,40 2929

Para W = 3”, obtém-se a Tabela 5 abaixo com os valores de dimensões da calha, conforme
indicado na Figura 2.

Tabela 5 - Dimensões dos parâmetros da Calha Parshall (cm)


W A B C D E F G” K N
7, 62(3”) 46,6 45,7 17,8 25,9 45,7 15,2 30,5 2,5 5,7

Os valores de λ e n, característicos para 3”, são respectivamente 0,176m3/s e 1,547m3/s. Esses


valores serão usados para calcular o ressalto, a partir das fórmulas a seguir.
1
𝑄𝑚á𝑥
𝐻𝑚á𝑥 = ( λ
𝑛
) = 0, 0947 𝑚 (28)
1
𝑄𝑚á𝑥
𝐻𝑚í𝑛 = ( λ
) 𝑛 = 0, 0414 𝑚 (29)
𝑄𝑚á𝑥* 𝐻𝑚í𝑛− 𝑄𝑚í𝑛* 𝐻𝑚á𝑥
𝑍= 𝑄𝑚á𝑥− 𝑄𝑚í𝑛
= 0, 0208 𝑚 = 2, 08 𝑐𝑚 (30)

O valor do ressalto Z, e dos valores subsequentes de ℎ𝑚á𝑥 e ℎ𝑚í𝑛 (obtidos pela subtração de Z
em 𝐻𝑚á𝑥 e 𝐻𝑚í𝑛) são respectivamente de 2,08 cm, 7,39 cm e 2,05 cm.

6.5 Floculador

É necessário um sistema para agregar as partículas e químicos em suspensão, aumentar a


densidade delas para que decantem para o fundo do tanque decantador. Optou-se por usar cloreto
férrico, pois segundo PAVANELLI (2001) a utilização do cloreto férrico diminui drasticamente a
turbidez e a DBO, e elimina fosfatos; uma boa parte de metais pesados (mercúrio, chumbo) ou
venenosos (arsênio, selênio, bário) também é eliminado quando a coagulação é realizada na faixa de
pH com a melhor eficiência do coagulante. Será aplicada uma dosagem de 660 mg/L do cloreto
férrico (10%) e 0,03 mg/L floculante catiônico (1%).
Visto que a vazão do processo é mais baixa, foi optado por utilizar um floculador mecanizado,
pois não haveria energia suficiente provinda da água para utilização de um floculador hidráulico.
Para calcular o volume útil unitário foi utilizada a vazão Qmáx, que é igual a 0,00043195 m3/s. Como
a floculação é um sistema de mistura lenta, escolheu-se um tempo de detenção igual a 15 minutos,
este valor é a média de uma faixa entre 10 e 30 minutos.
3
𝑚 𝑠 3
𝑉 = 𝑄𝑚 * 𝑡 = 0, 00255 𝑠
* 15 𝑚𝑖𝑛 * 60 𝑚𝑖𝑛
= 0, 3887 𝑚 (31)
O tanque foi dimensionado com base quadrada, e o tipo de floculador utilizado foi o
mecanizado, por conta da sua boa eficiência e pequena área necessária para produção. Foi adotada a
relação altura/largura sendo 1,2, como citado por José Alves Nunes (2001), onde a altura será de:

𝐻
𝐿
= 1, 2 (32)
3
𝑉 = 1, 2 𝐿 (33)
3 0,3887
𝐿= 1,2
= 0, 6868 𝑚 (34)
𝐻 = 0, 8241 𝑚 (35)

Assim, a área do tanque de floculação será de 0,4716 m2. Os coagulantes utilizados precisam
ser adicionados através de bomba dosadora, com isso, serão adotadas as seguintes vazões calculadas.

Cloreto Férrico – 0,72 L/h; Floculante Catiônico – 0,046 L/h

6.6 Decantador Primário

A principal função do decantador primário é permitir que os sólidos em suspensão, que têm
densidade maior do que a do líquido, sedimentem lentamente para o fundo do tanque. Essa massa
que vai para o fundo é chamada de lodo primário bruto, uma boa parte desses SST é composta de
matéria inorgânica em suspensão. Para tratamento de esgotos os decantadores utilizados são
circulares. De acordo com a Norma ABNT 12.209/2011, a taxa de escoamento superficial (𝑣0) no
decantador primário quando este preceder um sistema de lodo ativado deve ser menor ou igual a 120
m³/m².dia, nesse projeto foi estipulada uma de 60 m3/m2.dia. A vazão de ETE é inferior a 250 L/s e,
de acordo com a Norma ABNT NBR 12209/2011, recomenda-se que se construa mais de um
decantador apenas quando esse valor é atingido. Portanto, apenas 1 tanque de decantação primária
será construído neste projeto.
Segundo a Norma ABNT NBR 12209/2011, o tempo de retenção para a vazão máxima obtida
deve ser superior a 1 hora. Para o dimensionamento dessa estação de tratamento utilizou-se tempo de
retenção igual a 1h30min.

Área (A):
3
𝑚
𝑄𝑚á𝑥 360 𝑑𝑖𝑎 2
𝐴𝑑𝑒𝑐𝑎𝑛𝑡 = 𝑣0
= 𝑚
3 = 6𝑚 (36)
60 2
𝑚 𝑑𝑖𝑎

Diâmetro (D):
𝐴𝑑𝑒𝑐𝑎𝑛𝑡 6 𝑚
2
𝐷 = π
= π
= 1, 38 𝑚 (37)

Volume (V):
3
𝑚 𝑠 3
𝑉 = 𝑄𝑚á𝑥 * 𝑡 = 0, 00416 𝑠
* 60 𝑚𝑖𝑛
* 90 𝑚𝑖𝑛 = 22, 5 𝑚 (38)

Profundidade (H):
22,5
𝐻= 6
= 3, 75 𝑚 (39)

6.7 Tanque de equalização

A principal finalidade do tanque de equalização é regular a vazão garantindo que ela seja
constante nas unidades que virão em seguida, assim como o pH do efluente. O dimensionamento do
tanque necessita do conhecimento dos parâmetros: vazões máximas, médias e mínimas dos efluentes
industriais.
Esse tanque recebe, geralmente, o efluente por gravidade e o formato do tanque deverá ser
cilíndrico com misturador. A entrada e saída do tanque deverão ficar em lados opostos.
A correção do pH será feita no tanque de equalização, com o objetivo de reduzir custos de
instalação e operação, assim como a diminuição da temperatura do efluente, que deve estar em torno
de 30 ºC.

Volume (V): Calculado a partir do tempo de retenção (3h) e da vazão máxima afluente na ETE.
3
𝑚 3
𝑉 = 𝑄𝑚 * 𝑇𝑟 = 16, 55 ℎ
* 3ℎ = 49, 665 𝑚 (40)

Considerou-se que a altura (H) do tanque de equalização é de 3 metros, e calculou-se o


diâmetro dele.

Diâmetro (D): O tanque de equalização em formato cilíndrico tem seu diâmetro calculado a
partir do volume e da altura dele

4*𝑉 4*49,665
𝐷 = 𝐻*π
= 3*π
= 4, 591 𝑚 (41)
Área do Tanque (A): A área do tanque de equalização foi calculada a partir do diâmetro do
mesmo
2
π*𝐷 2
𝐴𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 = 4
= 17 𝑚 (42)

6.8 Lodo Ativado

O sistema de lodo ativado é a etapa principal do tratamento secundário para a ETE deste
projeto. O sistema remove o material orgânico biodegradável solúvel e coloidal, em termos de DBO,
com a ação de reatores biológicos. Nesse sistema, o efluente originado do sistema de decantação
primária é colocado em tanques e a presença de oxigênio dissolvido promove o crescimento de
microrganismos capazes de degradar tal matéria orgânica (JORDÃO; PESSÔA, 2011), o sistema
ocorre de forma circular. A aeração pode ser feita por difusores de oxigênio, agitadores mecânicos
ou a combinação de ambos.
Segundo Jordão e Pessôa (2011) o tempo de retenção para o sistema de lodo ativado
convencional está entre 4 e 8 horas. Nesse projeto, utilizou-se um sistema de lodo ativado
convencional pelo tempo de retenção ser menor e atingir as remoções de DBO e DQO desejadas.
Para dimensionar a unidade são necessários alguns dados como a vazão máxima afluente ao sistema
de lodo ativado e tempo de retenção igual a 4 horas.

Volume total do sistema (V):


3
𝑚 3
𝑉 = 𝑄𝑚á𝑥 * θ = 16, 55 ℎ
* 4ℎ = 66, 22 𝑚 (43)

Área total do sistema (Atot): Para o presente projeto de ETE, tomou-se uma profundidade (H)
de 3 metros.
3
𝑉 66,2 𝑚 2
𝐴𝑡𝑜𝑡 = 𝐻
= 3𝑚
= 22, 07 𝑚 (44)

Como Qmáx < 100 L/s, utilizou-se apenas 1 reator biológico.

6.9 Decantador secundário

Para decantador secundário precedido de lodo ativado, a Norma ABNT NBR 12209/2011
determina que a taxa de escoamento superficial (𝑣0) deve ser menor ou igual a 28 m³/m².dia.

Área Seção (A):


3
𝑚
𝑄𝑚á𝑥 397,32 2
𝐴= 𝑣0
= 𝑚
3
𝑑𝑖𝑎
= 14, 19 𝑚 (45)
28 2
𝑚 *𝑑𝑖𝑎

Volume do decantador (V):


A profundidade do decantador secundário deve ser maior ou igual a 3,5 metros (JORDÃO;
PESSOA, 2011). Neste projeto adotou-se profundidade igual a 3,5 metros.
2 3
𝑉 = 𝐴 * 𝐻 = 14, 19 𝑚 * 3, 5 𝑚 = 49, 66 𝑚 (46)

Diâmetro do decantador (D): Como o decantador tem formato cilíndrico, o diâmetro será dado
por:
𝐴 14,19
𝐷 = π
= π
= 2, 125 𝑚 (47)

Tempo de retenção (θ): O tempo de retenção foi obtido através da vazão máxima da ETE e o
volume total dos decantadores.
3
Θ=
𝑉
=
49,66 𝑚
3 *
24 ℎ
= 3ℎ (48)
𝑄𝑚á𝑥 𝑚 1 𝑑𝑖𝑎
397,32 𝑑𝑖𝑎
6.10 Filtro Prensa

O lodo gerado no projeto será desidratado em um filtro-prensa de placa com dimensões de


1,20m x 1,20 obtidas de fornecedor. Ao forçar o lodo pelas placas em série usando alta pressão, a
torta fica retida nas placas e a água segue o caminho. Algumas vantagens do filtro-prensa são: alta
concentração de sólidos da torta; baixa turbidez do filtrado; alta captura de sólidos.
O filtro prensa é calculado de acordo com a população contribuinte. Segundo Jordão e Pessoa
(2011) o lodo primário tem carga de lodo per capita na faixa de 0,5 – 1,0 L/hab.dia, enquanto o lodo
ativado convencional tem carga de lodo per capita na faixa de 1,5 – 4,5 L/hab.dia, no presente
projeto se utilizou carga de lodo per capita de 0,5 L/hab.dia pro lodo primário e 1,5 L/hab.dia pro
lodo ativado convencional.
Equivalente Populacional (EP): A carga da DBO total da ETE é igual a 62 kg/dia e a
contribuição per capita (CPC) é igual a 0,054 kg/hab.dia.
𝑘𝑔
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 62 𝑑𝑖𝑎
𝐸𝑃 = 𝐶𝑃𝐶
= 𝑘𝑔 = 456, 182 ℎ𝑎𝑏 (49)
0,054 ℎ𝑎𝑏.*𝑑𝑖𝑎

Produção de Lodo (Qs):


3
(𝐿𝑜𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜 + 𝐿𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎𝑑𝑜) * 𝐸𝑃 (0,5+1,5) 𝑚
𝑄𝑠 = 1000
= 1000 ℎ𝑎𝑏*𝑑𝑖𝑎
* 456, 182 ℎ𝑎𝑏 (50)
3
𝑚
𝑄𝑠 = 0, 9123 𝑑𝑖𝑎

Massa de Lodo (Ml): Considerou-se uma concentração de sólidos no lodo igual a 4% (lodo
digerido) e a densidade do lodo igual a 1000 kg/m³.

𝑀𝑙 = 𝐶𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜𝑠 * 𝑄𝑚á𝑥 * ρ𝑙𝑜𝑑𝑜 (51)


3
𝑚 𝑘𝑔
𝑀𝑙 = 0, 04 * 0, 9123 𝑑𝑖𝑎
* 1000 𝑑𝑖𝑎

𝑘𝑔
𝑀𝑙 = 36, 49462 𝑑𝑖𝑎

Volume de lodo tratado por dia (V’): A concentração de sólidos na torta escolhida foi de 40
kg/m³.
𝑀𝑙 36,49462 𝑚
3
𝑉' = 𝐶𝑡𝑜𝑟𝑡𝑎
= 40
= 0, 9123 𝑑𝑖𝑎
(52)

Volume do Filtro (V): O filtro prensa opera 15 h por dia, cada ciclo tem 2,5 h, sendo assim o
número total de ciclos é igual a 6.
3
𝑚
𝑉' 0,9123 𝑑𝑖𝑎 3
𝑉= 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠
= 6
= 0, 1521 𝑚 (53)

Tempo de detenção (θ):

3
𝑉 3,46305 𝑚
Θ = 𝑄𝑚á𝑥
= 𝑚
3 = 33, 1 𝑠 (54)
0,00459 𝑠

6.11 Filtro de carvão

O filtro de carvão remove impurezas dissolvidas utilizando carvão ativado. Nesse projeto o
carvão clarifica, desodoriza e purifica os líquidos já tratados anteriormente. Além disso, é importante
para retirar os metais pesados residuais encontrados nesse afluente.

7. EFICIÊNCIA DO PROCESSO

Sabe-se que a DBOinicial = 62 mg/L. Segundo Sperling, tem-se a eficiência na remoção (%)
para cada tratamento utilizado. Os dados e cálculos de DBO remanescentes se encontram na Tabela
6 abaixo.

Tabela 6 - Parâmetros do efluente total


Tratamento Eficiência na remoção DBO
(%) (Sperling) remanescente(mg/L)
Preliminar 5 58,9
Primário 40 35,34
Secundário 95 1,72
Fonte: Os autores.

Tem-se que a eficiência do processo é dada pela equação abaixo:

𝐷𝐵𝑂𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙−𝐷𝐵𝑂𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝐸(%) = 𝐷𝐵𝑂𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
* 100% = 97, 22% (55)

8. ÁREA DA ETE

O cálculo da área total da ETE é realizado pelo somatório das áreas dos tanques utilizados. Os
valores se encontram na Tabela 7.

Tabela 7 - Áreas calculadas para cada equipamento


Equipamento Área (m2)
Gradeamento 0,00072
Tanque de Equalização 17,000
Calha Parshall 0,1269
Caixa de gordura 0,4000
Caixa de areia 0,06479
Floculador 2,137
Decantador 6,000
Primário
Lodo Ativado 22,07
Decantador Secundário 14,19
Filtro Prensa 2,88
Área total 64,8694
Fonte: os autores

9. CORPO RECEPTOR

A DBO final é de 1,72 mg/L, tendo redução de 97,22%, logo esta redução está de acordo com
a Resolução 430/2011 da CONAMA.
O efluente final da ETE tem DBO de 1,72 mg/L e vazão de 2,554 L/s. O despejo será feito no
rio São Francisco, que segundo a Agência Nacional de Água, tem vazão média de 2850 m³/s e DBO
de 3,25 mg/L. Calcula-se a DBO do rio após o despejo:

𝐷𝐵𝑂𝑟𝑖𝑜 𝑥 𝑄𝑟𝑖𝑜 +𝐷𝐵𝑂𝑒𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑥 𝑄𝑒𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 3,25𝑥2850 + 1,72𝑥0,00255


𝐷𝐵𝑂𝑓 = 𝑄𝑟𝑖𝑜 + 𝑄𝑒𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒
= 2850 + 0,002554
= 3, 249𝑚𝑔/𝐿

O rio São Francisco é um rio classe II, logo tem valor máximo de DBO permitido de 5 mg/L.
Então, pode-se observar que a DBO de despejo está de acordo com os critérios.

10. CONCLUSÃO

Pela característica do efluente e do esgoto da indústria de tintas, foram dimensionadas as


etapas necessárias para o tratamento desse efluente. Quando necessário, adotou-se valores e fez-se
estimativas para dados indisponíveis nas referências. Avaliando os principais parâmetros, vê-se que a
DBO final do efluente foi de 1,72 mg/L; obtendo-se uma redução de 97,22 %. Portanto, conclui-se
que o planejamento adotado apresentou resultados aceitáveis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10004: Resíduos


Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro-RJ, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12209: Elaboração


de projetos hidráulico-sanitários de estações de tratamento de esgotos sanitários. Rio de
Janeiro-RJ, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7229: Projeto,


construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Rio de Janeiro-RJ, 1993.

BRASIL. Resolução CONAMA nº 430 de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre condições e


padrões de lançamento de efluentes, Ministério do Meio Ambiente. Brasília DF, 2011.

CETESB. Manual de Tratamento de Águas Residuárias Industriais.

DA SILVA, L. F. Tratamento de efluente real de indústria de tintas pelo uso de métodos


conjugados química e eletroquímico Catalão - Goiás, 2016. Dissertação (Mestrado em Química) -
Universidade Federal de Goiás, Unidade Acadêmica Especial de Física e Química.

FONSECA, I. F. S., et al. Comparação entre os processos oxidativo e de biorreator de


membranas (MBR) para tratamento de efluentes na indústria de tintas, 2017.

GUEDES, M. R. Estudo dos processos de coagulação floculação e decantação para o


tratamento de efluentes gerados em uma indústria de tintas local. João Pessoa - Paraíba, 2018.
Trabalho de Conclusão de Curso - Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Engenharia
Química.

JORDÃO, E.P.; PESSOA, C.A. Tratamento de Esgotos Domésticos, 6. ed. Rio de Janeiro:
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2011.

NASCIMENTO, F. C. Tratamento de efluentes da produção de tintas industriais,


automotivas e de repintura por irradiação com feixe de elétrons, IPEN, São Paulo – Brasil, 2013.

NUNES, José A. Tratamento Físico-Químico de Águas Residuárias Industriais, 2ª edição,


Editora J. Andrade, Aracaju, 1996.

SPERLING, M.V, Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos, 2ª


edição, volume 1, Belo Horizonte, 1998.

material
gradeamento:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4121887/mod_resource/content/0/Aula%207
%20-%20Tratamento%20preliminar%20de%20esgotos.pdf

s://slideplayer.com.br/slide/10938406/#:~:text=Quando%20o%20tanque%20%C3%A9%20util
izada,30%20e%2040%20w%2Fm%C2%B3.

link do video da caixa de areia:


https://www.youtube.com/watch?v=MrcGTR154d4

http://jararaca.ufsm.br/websites/ces/download/A2.pdf

https://silo.tips/download/prof-celio-carlos-zattoni-maio-de-2008 - caixa de areia

https://suporte.altoqi.com.br/hc/pt-br/articles/360000854234-Dimensionamento-da-caixa-de-g
ordura-para-reten%C3%A7%C3%A3o-de-graxas-e-%C3%B3leos-no-projeto-sanit%C3%A1rio -
caixa de gordura

https://arsepbarcarena.com.br/2021/02/02/caixa-de-gordura-qual-sua-funcao-e-como-mante-la-
limpa/#:~:text=O%20funcionamento%20da%20caixa%20%C3%A9,s%C3%A3o%20elevadas%20at
%C3%A9%20a%20superf%C3%ADcie. - caixa de gordura

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