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3. CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE
A indústria possui 300 empregados, sendo 220 operários e 80 funcionários com expediente de
8 horas por dia durante o horário administrativo. A parte operacional ocorre durante o
funcionamento da unidade fabril, que é de 16 horas por dia (110 operários por turno de 8 horas). Para
que os cálculos sejam feitos, será considerado os padrões de acordo com a ABNT NBR 7229, assim
como é apresentado na Tabela 2.
Tabela 2 – Padrões de vazão e carga gerada per capita
Equivalente populacional
Trabalhadores Vazão Per Capita
- L/dia g/dia
Funcionários 66,67 35
Operários 70 40
Fonte: ABNT NBR 7229 (1993)
Para o cálculo da DBO, tem-se:
⮚ Para o funcionário:
⮚ Para o operário
Σ𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎
𝐷𝐵𝑂total = Σ𝑉𝑎𝑧õ𝑒𝑠 = 62 mg/L (6)
Os dois efluentes foram tratados numa mesma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE),
contudo a mistura dos dois só foi feita após o Decantador primário que é onde ocorre a remoção dos
poluentes inorgânicos oriundos da indústria de tintas.
Sabendo que variações na vazão podem ocorrer, foram calculados os valores de vazão máxima
e mínima em cada etapa da ETE, sendo a vazão mínima cerca de 0,5 vezes a vazão média e a vazão
máxima cerca de 1,8 vezes a vazão média. Os valores encontrados foram de 100 m3/dia e 360 m3/dia
para o efluente industrial, e 10,3668 m3/dia e 37,32048 m3/dia vindo do efluente doméstico. O
dimensionamento foi feito levando em consideração a vazão máxima por questão de segurança em
relação a capacidade produtiva.
5. FLUXOGRAMA DO TRATAMENTO
6.1 Gradeamento
A grade escolhida foi uma grade média com 20 mm de abertura e 8 mm de espessura, pois ela
vai reter os sólidos suspensos do efluente sanitário. Sabendo que a velocidade do efluente foi de 0,6
m/s, foi calculado os parâmetros abaixo.
Eficiência da grade:
α 20
E= α+𝑡
𝑥 100 = 20 + 8
𝑥 100 = 71, 43% (9)
𝑄 0,00043195
Au = 𝑣
= 0,6
= 0, 000719 𝑚² (10)
Seção:
𝐴𝑢 0,00719
S= 𝐸
= 0,7143
= 0, 0101 𝑚² (11)
𝑄 0,00043195
𝑣0 = 𝑆
= 0,0101
= 0, 4285 𝑚/𝑠 (12)
(𝑣² − 𝑣𝑜²)
ℎ𝑓 = 1, 43 𝑥 2𝑔
= 1, 235 𝑚 (13)
𝑆 0,01073
𝑏= 𝐻𝑚𝑎𝑥
= 0,02055
= 0, 5221 𝑚 (14)
𝐻𝑚á𝑥: É a altura da lâmina d’água para a vazão máxima na calha Parshall (Valor obtido nos
cálculos da Calha Parshall para o efluente doméstico).
𝑏−𝑎 0,5221−0,02
𝑛= 𝑡+𝑎
= 0,008+0,02
= 17, 93 = 18 barras
(15)
𝑁𝑒 = 𝑛 + 1 = 19 (16)
Fonte: Internet
H (altura):
𝑄𝑚á𝑥
𝐻 = √( 4𝑣1
) = 0, 01897 𝑚 (17)
B (largura da caixa):
L (comprimento da caixa):
𝑣1
𝐿= 𝑣2
𝑥𝐻𝑥𝐹𝑠 = 0, 4268 𝑚 (19)
𝑄𝑚á𝑥
𝑏= 𝑣3𝑥𝐻
= 0, 03794 𝑚 (20)
Área S:
𝑄𝑚á𝑥
𝑇𝐴𝑆 = 𝑆
= 1152 𝑚³/𝑚². 𝑑𝑖𝑎 (22)
𝑉𝐶𝑅
𝐶= 𝑆
= 0, 336 𝑚 (25)
Como descrito pela NBR 8160/1999, a caixa de gordura corresponde a uma unidade de
retenção de gorduras, graxas e óleos presentes no efluente, que forma camadas a serem removidas
periodicamente, com o intuito de evitar a sua obstrução. A norma supracitada salienta que as caixas
de gordura devem ser dimensionadas de acordo com a quantidade/natureza das cozinhas que
contribuirão com efluentes constituídos de resíduos gordurosos.
Levando em consideração que a indústria conta com três cozinhas em sua planta, é indicada a
instalação de uma caixa de gordura dupla, que conta com um volume de 120 L. Além disso, foi
adotada uma profundidade útil (Hu), correspondente à altura molhada, de 30 cm.
Diâmetro (d):
2
4*𝐴𝐵 4*4000 𝑐𝑚
𝐷 = π
= π
= 71, 36 𝑐𝑚 (27)
Fonte: Internet
Uma condição importante para o funcionamento adequado de uma calha Parshall é a de que o
nível de água a jusante da calha deve ser suficientemente baixo para evitar o seu "afogamento", um
termo que indica que o nível de água a jusante da calha influi sobre o nível a montante.
O dimensionamento é feito a partir dos valores limite de vazão utilizados por Von Sperling,
sendo o máximo igual a 1,8 vezes a vazão total média obtida e o mínimo igual a 0,5 da mesma.
Sendo assim, temos uma vazão máxima de 4,5986 L/s e uma mínima de 1,2774 L/s. Analisando a
Tabela 4, observa-se que esse intervalo se encaixa no primeiro intervalo de dimensionamento das
Calhas Parshall, e por isso uma largura de 3’’ será adotada.
Tabela 4 - Valores limites de vazão (L/s) em função da largura da garganta
W Qmín Qmáx
76 ( 3") 0,85 53,8
152 ( 6") 1,52 110,4
229 ( 9") 2,55 251,9
305 ( 1') 3,11 455,6
457 (1½') 4,25 696,2
915 ( 3') 17,26 1426
1220 ( 4') 36,79 1921
1525 ( 5') 62,80 2422
1830 ( 6') 74,40 2929
Para W = 3”, obtém-se a Tabela 5 abaixo com os valores de dimensões da calha, conforme
indicado na Figura 2.
O valor do ressalto Z, e dos valores subsequentes de ℎ𝑚á𝑥 e ℎ𝑚í𝑛 (obtidos pela subtração de Z
em 𝐻𝑚á𝑥 e 𝐻𝑚í𝑛) são respectivamente de 2,08 cm, 7,39 cm e 2,05 cm.
6.5 Floculador
𝐻
𝐿
= 1, 2 (32)
3
𝑉 = 1, 2 𝐿 (33)
3 0,3887
𝐿= 1,2
= 0, 6868 𝑚 (34)
𝐻 = 0, 8241 𝑚 (35)
Assim, a área do tanque de floculação será de 0,4716 m2. Os coagulantes utilizados precisam
ser adicionados através de bomba dosadora, com isso, serão adotadas as seguintes vazões calculadas.
A principal função do decantador primário é permitir que os sólidos em suspensão, que têm
densidade maior do que a do líquido, sedimentem lentamente para o fundo do tanque. Essa massa
que vai para o fundo é chamada de lodo primário bruto, uma boa parte desses SST é composta de
matéria inorgânica em suspensão. Para tratamento de esgotos os decantadores utilizados são
circulares. De acordo com a Norma ABNT 12.209/2011, a taxa de escoamento superficial (𝑣0) no
decantador primário quando este preceder um sistema de lodo ativado deve ser menor ou igual a 120
m³/m².dia, nesse projeto foi estipulada uma de 60 m3/m2.dia. A vazão de ETE é inferior a 250 L/s e,
de acordo com a Norma ABNT NBR 12209/2011, recomenda-se que se construa mais de um
decantador apenas quando esse valor é atingido. Portanto, apenas 1 tanque de decantação primária
será construído neste projeto.
Segundo a Norma ABNT NBR 12209/2011, o tempo de retenção para a vazão máxima obtida
deve ser superior a 1 hora. Para o dimensionamento dessa estação de tratamento utilizou-se tempo de
retenção igual a 1h30min.
Área (A):
3
𝑚
𝑄𝑚á𝑥 360 𝑑𝑖𝑎 2
𝐴𝑑𝑒𝑐𝑎𝑛𝑡 = 𝑣0
= 𝑚
3 = 6𝑚 (36)
60 2
𝑚 𝑑𝑖𝑎
Diâmetro (D):
𝐴𝑑𝑒𝑐𝑎𝑛𝑡 6 𝑚
2
𝐷 = π
= π
= 1, 38 𝑚 (37)
Volume (V):
3
𝑚 𝑠 3
𝑉 = 𝑄𝑚á𝑥 * 𝑡 = 0, 00416 𝑠
* 60 𝑚𝑖𝑛
* 90 𝑚𝑖𝑛 = 22, 5 𝑚 (38)
Profundidade (H):
22,5
𝐻= 6
= 3, 75 𝑚 (39)
A principal finalidade do tanque de equalização é regular a vazão garantindo que ela seja
constante nas unidades que virão em seguida, assim como o pH do efluente. O dimensionamento do
tanque necessita do conhecimento dos parâmetros: vazões máximas, médias e mínimas dos efluentes
industriais.
Esse tanque recebe, geralmente, o efluente por gravidade e o formato do tanque deverá ser
cilíndrico com misturador. A entrada e saída do tanque deverão ficar em lados opostos.
A correção do pH será feita no tanque de equalização, com o objetivo de reduzir custos de
instalação e operação, assim como a diminuição da temperatura do efluente, que deve estar em torno
de 30 ºC.
Volume (V): Calculado a partir do tempo de retenção (3h) e da vazão máxima afluente na ETE.
3
𝑚 3
𝑉 = 𝑄𝑚 * 𝑇𝑟 = 16, 55 ℎ
* 3ℎ = 49, 665 𝑚 (40)
Diâmetro (D): O tanque de equalização em formato cilíndrico tem seu diâmetro calculado a
partir do volume e da altura dele
4*𝑉 4*49,665
𝐷 = 𝐻*π
= 3*π
= 4, 591 𝑚 (41)
Área do Tanque (A): A área do tanque de equalização foi calculada a partir do diâmetro do
mesmo
2
π*𝐷 2
𝐴𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 = 4
= 17 𝑚 (42)
O sistema de lodo ativado é a etapa principal do tratamento secundário para a ETE deste
projeto. O sistema remove o material orgânico biodegradável solúvel e coloidal, em termos de DBO,
com a ação de reatores biológicos. Nesse sistema, o efluente originado do sistema de decantação
primária é colocado em tanques e a presença de oxigênio dissolvido promove o crescimento de
microrganismos capazes de degradar tal matéria orgânica (JORDÃO; PESSÔA, 2011), o sistema
ocorre de forma circular. A aeração pode ser feita por difusores de oxigênio, agitadores mecânicos
ou a combinação de ambos.
Segundo Jordão e Pessôa (2011) o tempo de retenção para o sistema de lodo ativado
convencional está entre 4 e 8 horas. Nesse projeto, utilizou-se um sistema de lodo ativado
convencional pelo tempo de retenção ser menor e atingir as remoções de DBO e DQO desejadas.
Para dimensionar a unidade são necessários alguns dados como a vazão máxima afluente ao sistema
de lodo ativado e tempo de retenção igual a 4 horas.
Área total do sistema (Atot): Para o presente projeto de ETE, tomou-se uma profundidade (H)
de 3 metros.
3
𝑉 66,2 𝑚 2
𝐴𝑡𝑜𝑡 = 𝐻
= 3𝑚
= 22, 07 𝑚 (44)
Para decantador secundário precedido de lodo ativado, a Norma ABNT NBR 12209/2011
determina que a taxa de escoamento superficial (𝑣0) deve ser menor ou igual a 28 m³/m².dia.
Diâmetro do decantador (D): Como o decantador tem formato cilíndrico, o diâmetro será dado
por:
𝐴 14,19
𝐷 = π
= π
= 2, 125 𝑚 (47)
Tempo de retenção (θ): O tempo de retenção foi obtido através da vazão máxima da ETE e o
volume total dos decantadores.
3
Θ=
𝑉
=
49,66 𝑚
3 *
24 ℎ
= 3ℎ (48)
𝑄𝑚á𝑥 𝑚 1 𝑑𝑖𝑎
397,32 𝑑𝑖𝑎
6.10 Filtro Prensa
Massa de Lodo (Ml): Considerou-se uma concentração de sólidos no lodo igual a 4% (lodo
digerido) e a densidade do lodo igual a 1000 kg/m³.
𝑘𝑔
𝑀𝑙 = 36, 49462 𝑑𝑖𝑎
Volume de lodo tratado por dia (V’): A concentração de sólidos na torta escolhida foi de 40
kg/m³.
𝑀𝑙 36,49462 𝑚
3
𝑉' = 𝐶𝑡𝑜𝑟𝑡𝑎
= 40
= 0, 9123 𝑑𝑖𝑎
(52)
Volume do Filtro (V): O filtro prensa opera 15 h por dia, cada ciclo tem 2,5 h, sendo assim o
número total de ciclos é igual a 6.
3
𝑚
𝑉' 0,9123 𝑑𝑖𝑎 3
𝑉= 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠
= 6
= 0, 1521 𝑚 (53)
3
𝑉 3,46305 𝑚
Θ = 𝑄𝑚á𝑥
= 𝑚
3 = 33, 1 𝑠 (54)
0,00459 𝑠
O filtro de carvão remove impurezas dissolvidas utilizando carvão ativado. Nesse projeto o
carvão clarifica, desodoriza e purifica os líquidos já tratados anteriormente. Além disso, é importante
para retirar os metais pesados residuais encontrados nesse afluente.
7. EFICIÊNCIA DO PROCESSO
Sabe-se que a DBOinicial = 62 mg/L. Segundo Sperling, tem-se a eficiência na remoção (%)
para cada tratamento utilizado. Os dados e cálculos de DBO remanescentes se encontram na Tabela
6 abaixo.
𝐷𝐵𝑂𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙−𝐷𝐵𝑂𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝐸(%) = 𝐷𝐵𝑂𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
* 100% = 97, 22% (55)
8. ÁREA DA ETE
O cálculo da área total da ETE é realizado pelo somatório das áreas dos tanques utilizados. Os
valores se encontram na Tabela 7.
9. CORPO RECEPTOR
A DBO final é de 1,72 mg/L, tendo redução de 97,22%, logo esta redução está de acordo com
a Resolução 430/2011 da CONAMA.
O efluente final da ETE tem DBO de 1,72 mg/L e vazão de 2,554 L/s. O despejo será feito no
rio São Francisco, que segundo a Agência Nacional de Água, tem vazão média de 2850 m³/s e DBO
de 3,25 mg/L. Calcula-se a DBO do rio após o despejo:
O rio São Francisco é um rio classe II, logo tem valor máximo de DBO permitido de 5 mg/L.
Então, pode-se observar que a DBO de despejo está de acordo com os critérios.
10. CONCLUSÃO
JORDÃO, E.P.; PESSOA, C.A. Tratamento de Esgotos Domésticos, 6. ed. Rio de Janeiro:
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2011.
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%20-%20Tratamento%20preliminar%20de%20esgotos.pdf
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izada,30%20e%2040%20w%2Fm%C2%B3.
http://jararaca.ufsm.br/websites/ces/download/A2.pdf
https://suporte.altoqi.com.br/hc/pt-br/articles/360000854234-Dimensionamento-da-caixa-de-g
ordura-para-reten%C3%A7%C3%A3o-de-graxas-e-%C3%B3leos-no-projeto-sanit%C3%A1rio -
caixa de gordura
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limpa/#:~:text=O%20funcionamento%20da%20caixa%20%C3%A9,s%C3%A3o%20elevadas%20at
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