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CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO DO CORTE DE ROCHAS

DA REGIÃO DE SANTO ANTONIO DE PÁDUA PARA


UTILIZAÇÃO NA PRODUÇÃO DE ARGAMASSAS.

J. M. Désir, W. M. Afonso, R. M. Schwan, D. F.Dantas

Laboratório de Engenharia Civil - Universidade Estadual do Norte Fluminense


28015-600, Campos dos Goytacazes, Brasil

RESUMO

A utilização de resíduos e subprodutos industriais na construção civil apresenta-se, hoje,


como uma excelente alternativa para diminuição do impacto ambiental. Considerando que a
construção civil é um setor de atividade tecnológica que consome grande volume de recursos
naturais gerando enorme quantidade de rejeitos, este setor é um dos mais indicados para a
reutilização dos resíduos sólidos. O resíduo gerado no beneficiamento de rochas ornamentais
é resultante do processo da serragem de grandes blocos de rochas, utilizando disco
diamantado. Nesta operação, cerca de 30% do bloco é transformado em pó, geralmente
depositado nos pátios das empresas. No Brasil a quantidade estimada de geração deste resíduo
é de 200.000 toneladas por ano, sendo o estado do Rio de Janeiro, sobretudo a região Norte
Fluminense, um dos maiores exportadores do material acabado. Neste trabalho, foi realizado,
um conjunto de ensaios para a caracterização física, química e mecânica do resíduo de corte
de rochas (RCR) oriundo do município de Santo Antonio de Pádua, bem como a análise da
viabilidade técnica do seu uso em argamassas, como substituição da cal em teores diferentes.
A substituição parcial e total da cal foi considerada em traços convencionais de argamassas de
revestimento e assentamento. Os parâmetros considerados, segundo a norma brasileira NBR
13281, foram a resistência à compressão, teor de ar incorporado e retenção de água. Os
resultados mostram que estas argamassas com RCR atendem as especificações da norma
ABNT que regulamenta a produção e classificação de argamassas.

PALAVRAS-CHAVE

Argamassa, resíduos do corte de rocha, rochas ornamentais, desenvolvimento sustentável,


resíduos industriais, substituição de cal, especificações de argamassa.
INTRODUÇÃO

A maior parte dos processos de beneficiamento de matérias-primas é fonte geradora de


resíduos sólidos, em princípio inúteis, e que, ao longo do tempo, acabam por comprometer o
meio ambiente (Fellenberg apud Falcão e Stellin Júnior, 2001). A degradação é evidente,
apesar de exigências estaduais e federais, que, através de leis ambientais, estabelecem limites
máximos para emissões e deposições desses rejeitos, sejam eles, líquidos, sólidos ou gasosos.

Um dos setores industriais com expressiva contribuição na geração de rejeitos é o da


construção civil, com perdas da ordem de 30%. No Brasil, o índice de produção de entulhos é
de 0,9 toneladas por metro quadrado construído (Pinto apud Miranda, 2000). Outro aspecto
negativo é o consumo excessivo de recursos naturais. Estima-se que este setor produtivo
consome até 50% do total de recursos naturais consumidos pela sociedade.

Devido a esses motivos e também por se apresentar como uma atividade amplamente
difundida, nada mais justo que utilizar este mercado em ascensão como alternativa no
consumo de materiais sólidos reciclados.

Considerando a noção de desenvolvimento sustentável, torna-se evidente a necessidade de


uma melhor distribuição dos recursos econômicos da humanidade, tendo preocupação com a
preservação da natureza. Os processos de produção devem economizar energia e não gerar
sub-produtos perigosos, que podem por em risco a natureza e o ser humano (Penttalla apud
Gonçalves, 2000).

Na Conferência sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente das Nações Unidas (Rio 92) foi
consolidada, através da Agenda 21, a visão do desenvolvimento sustentável, de maneira a
garantir para as gerações futuras iguais condições de desenvolvimento - igualdade entre
gerações - mas, também uma maior equidade no acesso aos benefícios do desenvolvimento - a
igualdade intrageração (LIDDLE, ONU apud Gonçalves 2000).

Neste contexto, a reciclagem ou aproveitamento de resíduos e subprodutos de processos


industriais pode também contribuir bastante como garantia de manutenção do meio ambiente
às gerações futuras. A utilização de resíduos na produção de bens e materiais ou sua simples
incorporação em outras matrizes, reduzem o consumo de matérias-primas e de energia para a
produção destes produtos, e ainda mais, diminuem o impacto das deposições feitas pelas
indústrias geradoras desses poluentes.

O Brasil é um produtor de rochas ornamentais com grande potencial, tendo a região sudeste,
incluindo o Rio de Janeiro, papel significativo nesta produção. As principais rochas
beneficiadas são mármores e granitos, sendo a quantidade de resíduos gerada em torno de
200.000 toneladas por ano.

A produção dessas peças acabadas usualmente é feita a partir da serragem de grandes blocos
de rochas, em serrarias com teares de lâminas ou diamantados (Falcão e Stellin Júnior, 2001).
Estima-se que só o corte em chapas de 1.000 m3 de blocos de mármore produzam, entre 500 a
650 toneladas de natas com resíduo (Câmara Municipal de Estremoz).

No processo de serragem com disco diamantado as natas são constituídas geralmente pelo pó
oriundo do desgaste da rocha mais a água de lubrificação da serra. Esses resíduos são
normalmente canalizados para tanques de decantação e posteriormente acumulados ao redor
das serrarias. Muitas vezes as natas são lançadas ao meio ambiente, em locais inadequados,
até mesmo direto em cursos d’água.

No município de Santo Antônio de Pádua, no interior do Estado do Rio de Janeiro, a produção


de rochas ornamentais é uma das principais atividades econômicas. De acordo com dados da
Rede Cooperativa de Pesquisa e uso de bens minerais destinados a construção civil do Rio de
Janeiro (RETECMIN/RJ) a localidade possui 96 serrarias, das quais 46 fazem a separação do
RCR da água em unidades de tratamento de efluentes, totalizando cerca de 720 toneladas
mensais. No restante das serrarias o RCR é despejado como efluente comum provocando
poluição e assoreamento do Rio Pomba.

Torna-se então um grande desafio a tentativa de aproveitamento de forma racional dos


resíduos provenientes desses processos industriais de beneficiamento de rochas ornamentais.
Neste contexto, apresenta-se uma alternativa de destino do RCR através de seu emprego na
produção de argamassas de assentamento e revestimento, como um componente,
possivelmente em substituição à cal.

Neste trabalho foi realizado um grupo de testes visando a avaliação do desempenho do RCR e
sua influência nas propriedades de argamassa, seguindo os limites especificados pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

MATERIAIS

Resíduo do Corte de Rocha

O resíduo utilizado neste trabalho foi proveniente da região Norte Fluminense do Estado do
Rio de Janeiro, mais especificamente de uma serraria situada no município de Santo Antônio
de Pádua. Coletado do tanque de decantação, o material, ainda com alto teor de umidade, foi
seco em estufa por 24 horas, a uma temperatura de 110ºC, resultando um material em forma
de torrões. O destorroamento foi feito através de um moinho de bolas durante um período de
600 ciclos. Após este tratamento, o material apresentou, pela superfície específica Blaine,
uma finura de 340 m2/Kg e uma massa especifica teorica de 2,71 g/cm3.

As características granulométricas e de massa específica do RCR foram determinadas


conforme procedimentos indicados pela ABNT. Os resultados são apresentados na Tabelas 1,
2 e 3.

TABELA 1. DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO RCR Diâmetro das partículas (mm)

0,001 0,01 0,1 1


Número da Abertura da Percentual 100,0
peneira (ABNT) peneira (mm) passante
50 0,3 100 80,0
% Passando

100 0,15 100 60,0

200 0,075 97 40,0

20,0
325 0,044 87
0,0
FIGURA 1. CURVA GRANULOMÉTRICA DO RCR
A rocha de origem pode ser classificada geologicamente, como um Milonito Gnaisse, oriundo
de um metamorfismo de rochas ígneas semelhantes a Gnaisses (RETECMIN/RJ).

De acordo com Salvador, a análise mineralógica do RCR através da técnica de difração de


Raios X (XRD) indicou a presença de biotita (7%), quartzo (25%) e feldspato (microclina,
anortita e albita) (62%). A análise química, executada pelo CETEM (Centro de Tecnologia
Mineral), determinou os resultados apresentados na Tabela 2, enquanto que na Tabela 3 são
mostrados os resultados do ensaio de análise por energia dispersiva (EDX), realizado no
Laboratório de Engenharia Civil (LECIV) da UENF.

TABELA 2. ANÁLISE QUÍMICA DO RCR TABELA 3. ANÁLISE POR EDX DO RCR

Elementos Percentual Elementos Percentual


SiO2 67,14% SiO2 64,95%
Al2O3 14,92% Al2O3 16,55%
K2O 5,18 % K2O 9,16 %
Fe2O3 4,40 % Fe2O3 3,70 %
Na2O 2,93 % CaO 2,81 %
CaO 1,91 % SO3 1,55 %
TiO2 0,73 % TiO2 0,58 %
MgO 0,73 % BaO 0,51 %
PF 0,50 % Outros 0,20 %

Outros Materiais

Características da areia

Foi utilizada areia comum do rio da região, por ser, na prática, a mais usualmente empregada
para confecção de argamassas. O material, caracterizado conforme recomendações da ABNT,
tem a granulometria apresentada abaixo.

TABELA 4. DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DA AREIA


Diâmetro das partículas
Número Abertura da Percentual
da peneira peneira retido 0,01 0,1 1 10
(ABNT) (mm) acumulado 100
% Retida acumulada

8 2,4 0 90
80
16 1,2 12 70
60
30 0,6 60 50
40
50 0,3 94 30
20
100 0,15 99 10
0
200 0,075 100
FIGURA 2. CURVA GRANULOMÉTRICA DA AREIA

Para as outras propriedades, também segundo a ABNT, a areia utilizada um módulo de Finura
de 2,65, uma massa específica aparente no estado solto de 1,39 g/cm3 e uma massa específica
teórica de 2,65 g/cm3.
Características do cimento

O cimento empregado na produção das argamassas para ensaio foi o cimento Portland
composto com adição de escória de alto forno (CP II E 32), por ser o mais utilizado na região.
Suas características físicas são: Massa específica teórica de 2,92 g/cm3 e uma superfície
específica (Blaine) de 342 m2/Kg. A Tabela 5 mostra os resultados da análise química, feita
através do EDX.

TABELA 5. CONSTITUIÇÃO QUÍMICA DO CIMENTO

Elementos Percentual
CaO 70,21%
SiO2 17,03%
Al2O3 5,89 %
SO3 3,38 %
Fe2O3 1,82 %
K2O 0,86 %
TiO2 0,44 %
Outros 0,38 %

Características da cal

A cal usada na confecção da argamassa é do tipo CH III, fabricada por uma empresa situada
na própria região, tem Massa Específica Teórica de 2,24 g/cm3 e Superfície Específica
(Blaine) de 703 m2/Kg. Os resultados da análise química, podem ser vistos na Tabela 6.

TABELA 6. ANÁLISE POR EDX DA CAL

Elementos Percentual
CaO 96,24%
SiO2 1,35 %
SO3 1,04 %
K2O 0,95 %
Fe2O3 0,18 %
Outros 0,24 %

METODOLOGIA

Este estudo de viabilidade consiste na avaliação do desempenho do resíduo da serragem de


rocha como material constituinte de argamassas, através da substituição da cal pelo RCR em
três teores. Para isso, foi utilizado como base dois traços de argamassa, convencionalmente
empregados na região. O primeiro traço, 1:1/2:5 (cimento:cal:areia), corresponde a uma
argamassa de assentamento de blocos de alvenaria. O segundo, traço 1:2:9 é uma mistura para
revestimento de paredes e tetos.

Os percentuais de substituição da cal pelo resíduo foram iguais para os dois tipos de
argamassa, correspondendo a 50, 75 e 100%. Para o traço 1:1/2:5, a argamassa de referência,
isto é, sem resíduo, é denominada AR e as com substituições foram designadas A50, A75 e
A100, de acordo com o percentual de substituição. Com o traço 1:2:9 foi adotada uma
denominação similar, sendo RR a amostra referência e, R50, R75 e R100, as com
substituições. A Tabela 7 apresenta um resumo das substituições para ensaios.

TABELA 7. NOMENCLATURA DAS ARGAMASSAS DE SUBSTITUIÇÃO

Tipo de Substituição da cal


Traço Denominação
Argamassa pelo resíduo (%)
Assentamento 0 AR
de 50 A50
1:1/2:5
Blocos de 75 A75
Alvenaria 100 A100
Revestimento 0 RR
de 50 R50
1:2:9
Paredes e 75 R75
Tetos 100 R100

O procedimento de execução dos ensaios seguiu as determinações da NBR 13281 que


especifica e classifica as argamassas mistas industriais (ABNT, 2001). Para o enquadramento
das argamassas nos limites estabelecidos pela Norma para comercialização, as propriedades
avaliadas são a resistência à compressão (ABNT, 1995d), a capacidade de retenção de água
(ABNT, 1995b) e o teor de ar incorporado (ABNT, 1995c).

Em todos os ensaios, as argamassas foram dosadas com teores de água de acordo com a
consistência em mesa de abatimento (table flow), normalizada pela NBR 13276 (ABNT,
1995a).

Os corpos de prova para ensaio de resistência à compressão foram curados nas condições
ambientais de laboratório com temperatura de 23º C ± 2 e uma umidade relativa do ar de 65%
± 5.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A interpretação dos resultados obtidos nos ensaios está centrada nas prescrições impostas
pela ABNT, que classificam as argamassas utilizadas no Brasil. Portanto faz-se necessário à
apresentação das propriedades regulamentadas pela norma e seus respectivos valores limites
de modo a enquadrar as argamassas ensaiadas na classificação existente.

Conforme os ensaios realizados nas argamassas de substituição os resultados obtidos são


comparados aos encontrados nas especificações das normas e aos apresentados pelas
argamassas de referência, que podem ser visto na Tabela 8.
TABELA 8. EXIGÊNCIAS MECÂNICAS E REOLÓGICAS PARA ARGAMASSAS

Características Identificação Limites AR RR Método


Resistência à I ≥ 0,1 e < 4,0
compressão aos 28 II ≥ 4,0 e ≤ 8,0 12,66 4,21 NBR 13279
dias (MPa) III > 8,0
Capacidade de retenção Normal ≥ 80 e ≤ 90 94 92
de água (%) Alta > 90 NBR 13277
A <8
Teor de ar incorporado 7 3
B ≥ 8 e ≤ 18 NBR 13278
(%)
C > 18

Teor de Ar Incorporado

Os resultados do ensaio de teor de ar incorporado são vistos no gráfico da Figura 3.

A100
Teor de ar incorporado(%)

12 Argamassa de
Assentamento
A75

10
A50

Argamassa de
R75
AR

R100
8 Revestimento
R50

6
RR

4
2
0
1 2 3 4
Argamassas
FIGURA 3. CAPACIDADE DE INCORPORAÇÃO DE AR DAS ARGAMASSAS DE REFERÊNCIA E
SUBSTITUIÇÃO

Para a argamassa de assentamento, independente do percentual de substituição, ou seja,


incremento do teor de resíduo, há um acréscimo da incorporação de ar na argamassa, o que
também pode ser observado para as argamassas de revestimento. Entretanto, mesmo com esse
aumento, as argamassas ensaiadas atende as exigências da norma, enquadrando as argamassas
de assentamento na classe “B” e as de revestimento na classe “A”.

Retenção de Água

O gráfico da Figura 4 mostra os resultados do ensaio de retenção de água.


Argamassa de
96 Assentamento

AR
Retenção de água(%)
94 Argamassa de

R75
A50

A100
R100
RR
Revestimento
92

R50
90

A75
88
86
84
1 2 3 4
Argamassas

FIGURA 4. CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE ÁGUA DAS ARGAMASSAS DE REFERÊNCIA E


SUBSTITUIÇÃO

Para as argamassas de revestimento os resultados mostram que o acréscimo de resíduo


provoca pequenas oscilações na retenção de água em torno de um valor médio. Já a argamassa
de assentamento demonstra uma ligeira tendência de queda. Mesmo assim as argamassas
ensaiadas continuam a atender as exigências da norma, podendo ambas ser enquadradas na
classe “alta” de retenção de água.

Resistência à Compressão

Os valores de resistência à compressão, aos 7 e 28 dias, das argamassas são apresentados nos
gráficos das Figuras 5 e 6, respectivamente.
A100
A50

12 Argamassa de
Assentamento
A75
AR

10
Resistência (MPa)

Argamassa de
8 Revestimento
R100
R75

6
R50
RR

4
2
0
1 2 3 4
Argamassas
FIGURA 5. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DAS ARGAMASSAS ENSAIADAS AOS 7 DIAS
A100
A50
Argamassa de

AR
14

A75
Assentamento
12 Argamassa de
Resistência (MPa)

10 Revestimento

R75
8

R50

R100
6
RR

4
2
0
1 2 3 4
Argamassas

FIGURA 6. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DAS ARGAMASSAS ENSAIADAS AOS 28 DIAS

Já nas primeiras idades os resultados indicam uma tendência de aumento na resistência à


compressão tanto nas argamassas de assentamento quanto nas de revestimento; fato este
comprovado pelos valores obtidos nos ensaios aos 28 dias. As argamassas de assentamento
são então classificadas na classe III de resistência, e as de revestimento na classe II, atendendo
portanto aos requisitos impostos pela norma.

CONCLUSÃO

De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que o resíduo da rocha pode
substituir adequadamente a cal, em sua totalidade, para os traços ensaiados; sendo então uma
promissora alternativa para o consumo do resíduo gerado pelos processos de beneficiamento
de rochas ornamentais.

Conforme os requisitos da norma NBR 13281 (ABNT, 2001), reproduzida na Tabela 8, as


dosagens ensaiadas permitem classificar as argamassas de revestimento como II – Alta – a, e
as argamassas de assentamento como III – Alta – b.

Baseado nos resultados apresentados e sabendo que as argamassas disponíveis no mercado da


região pertencem, em geral, à classe I de resistência; a otimização do consumo de cimento,
aumentando o percentual de resíduo de rocha na dosagem da argamassa, torna o produto mais
competitivo, desde que continue a atender as especificações da ABNT. Acredita-se que com o
aumento do percentual de resíduo e o conseqüente aumento do teor de finos, deve ocorrer um
aumento da retenção de água melhorando a plasticidade da argamassa. Estudos de dosagem
mais aprofundados com respeito à otimização da argamassa, bem como a avaliação do
comportamento da argamassa de revestimento quanto à aderência, já estão sendo realizados.

Levando-se em conta que os ensaios propostos demonstram a qualidade da argamassa com


adição do resíduo de rocha em estado fresco e também seu o desempenho mecânico no estado
endurecido; tornou-se importante o estudo da durabilidade das argamassas, mesmo que este
não seja necessário para a inclusão da argamassa no mercado. Nesse âmbito, alguns
parâmetros de durabilidade estão sendo analisados e serão apresentados em trabalhos futuros.

REFERÊNCIAS

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Determinação da Finura pelo Método de Permeabilidade ao Ar (método de Blaine), Rio de
Janeiro.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. (1984a). NBR 6474 Cimento Portland e Outros
Materiais em Pó Determinação da Massa Específica, Rio de Janeiro.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. (1984b). NBR 6508 Grãos de Solos que Passam
na Peneira de 4,8 mm – Determinação da Massa Específica, Rio de Janeiro.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. (1984c). NBR 7182 Solo – Análise


Granulométrica, Rio de Janeiro.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. (1987). NBR 7217 Agregados – Determinação da


Composição Granulométrica, Rio de Janeiro.

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Determinação da Massa Unitária, Rio de Janeiro.

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Assentamento de Paredes e Revestimento de Paredes e Tetos – Determinação do Teor de
Água para Obtenção do Índice de Consistência-Padrão, Rio de Janeiro.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. (1995b). NBR 13277 Argamassa para


Assentamento de Paredes e Revestimento de Paredes e Tetos – Determinação da Retenção de
Água, Rio de Janeiro.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. (1995c). NBR 13278. Argamassa para


Assentamento de Paredes e Revestimento de Paredes e Tetos – Determinação da Densidade
de Massa e do Teor de Ar Incorporado, Rio de Janeiro.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. (1995d). NBR 13279. Argamassa para


Assentamento de Paredes e Revestimentos de Paredes e Tetos – Determinação da Resistência
à Compressão, Rio de Janeiro.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2001). NBR 13281 Argamassa para


Assentamento e Revestimento de Paredes e Tetos – Requisitos, Rio de Janeiro.

Câmara municipal de Estremoz/Divisão de Ambiente e Serviços Urbanos. Estudo para


Validação das “Natas” como Material de Confinação de Resíduos Sólidos Urbanos no Distrito
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Argamassas com Entulho Reciclado. Dissertação de Mestrado em Engenharia da Escola
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<http://www.cetem.gov.br/html/Retecmin/comeco.htm>

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