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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE LIQUEFAÇÃO DE REJEITOS DE MINERAÇÃO

Romero César Gomes1; Eleonardo Lucas Pereira2 & Luís Fernando Martins Ribeiro1

Resumo – Na região conhecida como “Quadrilátero Ferrífero”, no estado de Minas Gerais, que abrange uma área
aproximada de 7000 km2, estão localizadas imensas reservas de minério de ferro, ouro, manganês e vários outros
minerais, objeto de exploração por parte de grandes conglomerados industriais e por inúmeras minerações de pequeno
e médio porte. Esta exploração, sistemática e intensa nas últimas décadas, resultou na produção e disposição de
consideráveis volumes de rejeitos. Estas metodologias de disposição resultam em depósitos de rejeitos saturados e com
elevados índices de vazios, gerando ainda um complexo processo de segregação natural das partículas, em face das
diferentes densidades dos minerais presentes. Para materiais com granulometria fina, torna-se fundamental avaliar a
susceptibilidade dos rejeitos à liquefação sob condições de carregamento estático. O trabalho apresenta alguns
resultados de um extenso programa experimental implementado para a avaliação do potencial de liquefação de resíduos
de mineração. A sistemática adotada baseou-se na execução de ensaios triaxiais tipo CIU com análises do
comportamento das trajetórias das tensões e da evolução das poropressões geradas durante o cisalhamento sob
condições não drenadas.

Abstract – The ‘Quadrilátero Ferrífero’ (Iron Quadrangle) region in the state of Minas Gerais is worldwide known for
its immense deposits of iron ore, gold, manganese and several other valuable minerals, which are mined by large
industrial conglomerates, and countless small-to medium-sized mining companies. This intense and systematic
exploitation, during the last decades, has produced considerable volumes of tailings. Usually, the residues produced at
these mines are stored as hydraulic fills. These disposition procedures produce, generally, tailings deposits saturated and
with high void ratio. In addition, their sediments undergo a complex process of natural segregation of the particles as a
consequence of different densities of the existing minerals. In case of fine grained materials, the tailings may be
susceptible to liquefaction associated to static loads. To investigate the susceptibility of tailings to liquefaction, a large
laboratory research program was carried out at Federal University of Ouro Preto. Some results from this research
program are presented and discussed in this paper. These studies used varied tailing materials of different nature, grain
size distribution, ore types, mineral processing and disposition techniques and involved the execution of CIU triaxial
compression tests.

Palavras-Chave – Liquefação; Rejeitos de Mineração; Ensaios de Laboratório.

INTRODUÇÃO

Como subprodutos remanescentes dos processos de beneficiamento e concentração de minérios em instalações


industriais, os rejeitos apresentam características granulométricas que dependem do tipo de minério bruto (ferro,
bauxita, ouro, etc) e dos processos de beneficiamento, podendo ser ativos (contaminados) ou inertes (não
contaminados). Em relação ao bem mineral explorado, estes resíduos podem atingir proporções muito elevadas (da
ordem de 40% para minérios de ferro e praticamente 100% para minerações de ouro, por exemplo), impondo a
necessidade da concepção de sistemas adequados de disposição destes materiais, conjugados a metodologias criteriosas
de controle e minimização dos impactos ambientais decorrentes.
Estes problemas assumem uma relevância singular no caso de grandes províncias minerais, tal como a região do
chamado “Quadrilátero Ferrífero” de Minas Gerais. Assim denominado devido às suas vastas reservas de minérios de
ferro, a região é definida por um polígono de aproximadamente 7000 km2 de área, delimitado pelas linhas que ligam as
cidades de Itabira , Rio Piracicaba, Mariana, Congonhas, Casa Branca, Piedade de Paraopeba, Serra Azul e Belo
Horizonte. Além das enormes reservas de minérios de ferro, grandes conglomerados industriais e inúmeras minerações
de pequeno e médio porte exploram nesta região bens minerais tais como ouro (cerca de 60% do ouro produzido no
Brasil), manganês, bauxita, calcáreo, dolomitos, topázio, etc. Esta exploração, sistemática e intensa nas últimas décadas,
resultou na produção e disposição de consideráveis volumes de rejeitos.
Geralmente, os rejeitos são transportados por via úmida e armazenados em barragens construídas com vários
alteamentos, muitas vezes com a utilização dos próprios resíduos como material de construção, normalmente sem
controle tecnológico sistemático. Barragens para disposição de rejeitos se popularizaram a partir das exigências legais
introduzidas pelas legislações ambientais. Atualmente, existem mais de 200 barragens no QF de Minas Gerais, com
objetivos de controle e disposição de sedimentos erodidos e/ou gerados nos tratamentos de minérios.

1
Professor Adjunto, Universidade Federal de Ouro Preto, Departamento de Engenharia Civil, Ouro Preto/MG.
2
Aluno de Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto, Departamento de Engenharia Civil, Ouro Preto/MG;
Estas metodologias de disposição resultam em depósitos de resíduos com elevados índices de vazios e um
complexo processo de segregação natural das partículas, em face das diferentes densidades dos minerais presentes
(evento particularmente importante em depósitos de rejeitos de ferro, devido aos efeitos da interação aleatória de
diferentes partículas de sílica e óxidos de ferro de diferentes granulometrias).
Adicionalmente, os materiais de granulometria fina tendem a colmatar os sistemas de drenagem interna das
barragens, induzindo a elevação do nível freático e a conseqüente saturação do maciço. Tal condição, associada ao
estado fofo dos rejeitos, pode comprometer a estabilidade da estrutura e levá-la à ruptura, sob carregamentos estáticos
ou solicitações dinâmicas. No contexto da exploração mineral do QF de Minas Gerais, as rupturas de barragens de
contenção de rejeitos têm sido condicionadas essencialmente por fenômenos de liquefação associados a carregamentos
estáticos e grandes deformações cisalhantes [1,2].
Neste contexto, torna-se de fundamental importância a realização de estudos e análises específicas sobre o
comportamento geotécnico destes rejeitos, em termos do comportamento tensão – deformação e parâmetros de
resistência, sob condições de carregamento estático. Neste sentido, o presente trabalho apresenta alguns resultados
destas análises, a partir de estudos experimentais baseados em ensaios triaxiais, executados sob condições não-drenadas
e sob diferentes estágios de tensões.

PROGRAMA EXPERIMENTAL

Os estudos realizados compreenderam rejeitos de natureza diversa, considerando diferentes aspectos em termos
de granulometria, tipo do minério bruto, processo de beneficiamento industrial e técnicas de disposição, visando
estabelecer uma sistemática geral de avaliação do potencial de liquefação destes materiais. Neste trabalho, são
analisados os resultados obtidos com 03 tipos de rejeitos de minério de ferro e 01 tipo de rejeito de bauxita, que
sintetizam o comportamento geral observado em um grande número de rejeitos estudados, evidenciando as diferenças
típicas de susceptibilidade destes materiais à liquefação.
As amostras foram coletadas diretamente dos reservatórios das barragens de rejeitos, em diferentes locais do
Quadrilátero Ferrífero. As amostras de rejeitos de ferro foram designadas como FE1, FE2 e FE3 e a amostra do rejeito
de bauxita como AL4. A caracterização geotécnica compreendeu a execução de ensaios de determinação da
granulometria e da densidade dos grãos, determinação dos índices de vazios máximo e mínimo e ensaios triaxiais tipo
CIU com os materiais. Todos as ensaios foram realizados no Laboratório de Geotecnia da UFOP [3].

Caracterização Geotécnica dos Rejeitos


Os ensaios de granulometria e densidade dos grãos (G) foram executados sobre amostras homogeneizadas dos
rejeitos e de acordo com as normas técnicas padronizadas no Brasil. A figura 1 apresenta as curvas granulométricas dos
quatro rejeitos estudados e os parâmetros característicos obtidos estão apresentados na tabela 1. Os rejeitos de minério
de ferro apresentam tipicamente granulometrias de siltes ou areias siltosas, ao passo que o rejeito de bauxita é
predominantemente silto – argiloso. Os finos de todos os rejeitos apresentaram comportamento não plástico.

Figura 1. Curvas granulométricas dos rejeitos estudados


Tabela 1. Distribuição granulométrica dos rejeitos estudados
Rejeito Areia (%) Silte (%) Argila (%)
FE1 19 68 13
FE2 07 80 13
FE3 50 48 02
AL4 24 26 50

As densidades dos grãos variaram entre 2,8 e 5,0 para os resíduos de ferro, em função do óxido de Fe
predominante, sendo igual a 2,61 para o rejeito de bauxita. Os valores máximo e mínimo dos índices de vazios foram
obtidos de acordo com as normas ASTM D4253-91 e D4254-91, respectivamente.

Tabela 2. Parâmetros geotécnicos dos rejeitos estudados


Rejeito Gs emin emax
FE1 2,82 0,54 0,86
FE2 5,00 0,80 1,53
FE3 3,16 0,47 1,03
AL4 2,61 0,76 2,74

Preparação das Amostras

As amostras foram preparadas utilizando-se diferentes técnicas de moldagem, adotando-se, para cada uma delas,
a metodologia mais adequada em termos de garantia de saturação e não segregação dos corpos de prova. Assim, as
amostras FE1 e FE2 foram moldadas com o material seco; a amostra FE3 foi moldada em cilindro bipartido com
aplicação de vácuo e a amostra AL4, por colocação do material e de água alternadamente. Todas as amostras foram
preparadas em diferentes estados de compacidade, exceto o rejeito de bauxita, que foi preparado apenas nas condições
da densidade in situ.
No caso da moldagem com o material seco, a amostra foi preparada na própria câmara triaxial. Após por um
processo de saturação inicial, foram abertas as válvulas de conexão entre o reservatório e a base do pedestal, aplicando-
se um baixo gradiente de percolação de forma a não causar perturbações significativas à amostra. Após a saturação
inicial, a linha de drenagem foi desconectada, obtendo-se uma sucção sem influência sobre o índice de vazios da
amostra. A válvula de drenagem foi, então, fechada e o “top-cap” foi colocado, juntamente com a pedra porosa e o
papel-filtro. A membrana foi então desdobrada, envolvendo as paredes do “top-cap”, sendo, então, colocados os anéis
de borracha para vedação.

Ensaios de Compressão Triaxial


A sistemática de avaliação do potencial de liquefação de rejeitos sob carregamento estático teve como diretriz
básica a reprodução de procedimentos padronizados e convencionalmente adotados em ensaios geotécnicos de solos.
Assim, o programa experimental envolveu basicamente a execução de ensaios triaxiais de deformação controlada tipo
CIU [4,5,6,7,8,9,10], utilizando-se equipamentos e transdutores de uso generalizado neste tipo de ensaio. Os corpos de
prova de rejeitos foram preparados com diferentes densidades e cisalhados com velocidades entre 0,09 mm/min e
0,20mm/min.
No contexto da sistemática proposta, os ensaios foram realizados com tensões de 40, 80 e 160 kPa, intervalo
representativo das reais condições vigentes nas rupturas observadas no campo. Em relação à amostra FE3, esta faixa de
tensões foi substancialmente alterada para a faixa entre 50 e 900 kPa, visando analisar o potencial do problema sob
tensões mais elevadas, reproduzindo as condições de outras estruturas do mesmo tipo já construídas ou em construção
no local.

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Rejeito FE1

A figura 2 apresenta os resultados do ensaio CIU obtidos para uma amostra do rejeito FE1, moldada com um
índice de vazios de 0,80. Observa-se um comportamento tipicamente crescente das tensões de desvio com as
deformações, com pequenos acréscimos de poropressões na fase inicial do carregamento (deformações inferiores a 2%)
e decréscimos elevados nas fases subseqüentes, característicos de comportamento francamente dilatante durante o
cisalhamento. Estes resultados foram similares para amostras preparadas com outras densidades. As correspondentes
trajetórias de tensões estão indicadas na figura 3, ratificando as conclusões anteriores.
Figura 2. Resultados do ensaio CIU para ao rejeito FE1

Figura 3. Trajetórias de tensões dos ensaios FE1 (e = 0,80)

Os resultados dos ensaios triaxiais realizados demonstram a não susceptibilidade dos rejeitos FE1 de minério de
ferro à liquefação e forneceram valores de ângulos de atrito entre 35º a 37,6º para estes materiais, utilizados como
parâmetros de resistência para as análises de estabilidade dos futuros alteamentos da barragem atual, que não apresenta
quaisquer problemas de instabilização.

Rejeito FE2

O rejeito de minério de ferro FE2, com características de um silte arenoso de cor escura, apresentou
comportamento de contração na fase de saturação inicial, uma vez abertas as válvulas de comunicação entre o
reservatório e a base do pedestal. Assim, para a obtenção do índice de vazios do ensaio, a amostra foi moldada
previamente com um índice de vazios proporcionalmente maior. Os resultados dos ensaios CIU para o rejeito FE2 são
apresentados na figura 4, para uma amostra moldada com um índice de vazios de 1,40.
Figura 4. Resultados do ensaio CIU para ao rejeito FE2

Figura 5. Trajetórias de tensões dos ensaios FE2 (e = 1,40)

Os resultados obtidos apresentam certas similaridades de comportamento sob cisalhamento em condições não
drenadas em relação ao rejeito anterior, com tendência de dilatação durante o processo, para as tensões de 40 e 80 kPa.
A mudança de comportamento da evolução das poropressões é, entretanto, tipificada para deformações maiores, da
ordem de 4 %. Os acréscimos de poropressões são baixos e o comportamento é tipicamente dilatante, como indicado
pelas respectivas trajetórias de tensões (figura 5).
Condição distinta é evidenciada no ensaio sob tensão confinante de 160 kPa; neste caso, as tensões de desvio são
sempre crescentes, sem um ponto máximo definido, com a mudança de fase no processo da evolução das poropressões
ocorrendo para deformações da ordem de 6%. Embora elevadas, as poropressões são sempre inferiores às tensões
confinantes aplicadas. A envoltória de tensão apresenta um típico ponto de inflexão, característico da mudança de fase
das poropressões, tendendo a se ajustar, a partir de então, com a envoltória de ruptura [8]. Comportamentos análogos
foram constatados no caso de amostras submetidas a maiores tensões confinantes. A liquefação em todos estes casos é
potencial, mas as poropressões são insuficientes para deflagrar o processo.
Nos casos em que as poropressões forem suficientemente elevadas e o ponto de inflexão da trajetória de tensões
ocorrer para deformações muito baixas, a resistência do material é abruptamente reduzida e os rejeitos tornam-se
susceptíveis a colapso por liquefação.
Rejeito FE3

O rejeito FE3 apresenta características de uma areia siltosa e as amostras foram moldadas em diferentes
densidades e ensaiadas sob tensões confinantes de 50, 300 e 600 kPa, com velocidades de cisalhamento de 0,09
mm/min, em condições isotrópicas, adensadas e não drenadas. Os resultados dos ensaios são apresentados na figura 6,
com as trajetórias de tensões sendo dadas na figura 7.

Figura 6. Resultados do ensaio CIU para ao rejeito FE3

Figura 7. Trajetórias de tensões dos ensaios FE3 (e = 0,94)

Para os rejeitos FE3, as poropressões geradas nas fases iniciais do carregamento são bastante elevadas, induzindo
um comportamento colapsível dos rejeitos sob baixas deformações (tipicamente inferiores a 2,5%), mesmo sob
solicitações estáticas. As envoltórias de tensões (figura 7) demonstram um comportamento tipicamente de contração
destes rejeitos sob cisalhamento em condições não drenadas.
Com efeito, a barragem estudada sofreu um processo de ruptura parcial, iniciado por um processo de
escorregamento nos taludes do reservatório, dando início a um progressivo processo de liquefação dos rejeitos. Neste
sentido, esses rejeitos são extremamente susceptíveis aos efeitos de liquefação sob carregamento estático, particular-
mente em condições de baixa compacidade e estes condicionantes devem nortear, certamente, os critérios de projeto das
estruturas de contenção destes materiais. Neste caso específico, os critérios críticos de projeto estão relacionados ao
potencial de liquefação dos rejeitos e não à envoltória de resistência do material.
Rejeito AL4

O rejeito de bauxita AL4 apresenta uma granulometria típica de uma areia siltosa de cor avermelhada clara e os
resultados dos ensaios CIU são apresentados na figura 8, para tensões de 40 e 160 kPa. As trajetórias de tensões
correspondentes estão apresentadas na figura 9.

Figura 8. Resultados do ensaio CIU para ao rejeito AL4

Figura 9. Trajetórias de tensões dos ensaios AL4 (e = 1,23)

Os resultados obtidos são essencialmente similares aos obtidos para o rejeito FE2, com inversão da tendência do
comportamento do rejeito sob cisalhamento em condições não drenadas, em função da magnitude das tensões
confinantes. A envoltória de tensão apresenta um típico ponto de inflexão, característico da mudança de fase das
poropressões (em torno de 7% para uma tensão confinante de 160 kPa), tendendo a se ajustar, a partir de então, com a
envoltória de ruptura.
Analogamente aos rejeitos FE2, as poropressões são sempre insuficientes para tornar efetiva a potencial
susceptibilidade destes rejeitos à liquefação. Rejeitos de natureza diversa têm sido ensaiados e os resultados obtidos
reproduzem basicamente os comportamentos típicos descritos neste trabalho.
CONCLUSÕES

A região conhecida como “Quadrilátero Ferrífero” de Minas Gerais abriga um grande número de minerações,
com centenas de sistemas de disposição de rejeitos sob a forma de pilhas ou barragens de contenção, muitas vezes
executados sem qualquer controle tecnológico. Neste contexto, um extenso programa experimental tem sido
desenvolvido na Universidade Federal de Ouro Preto para a caracterização tecnológica dos resíduos de mineração desta
que é a principal província mineral do Brasil.
Em termos da avaliação do potencial de liquefação dos rejeitos, a sistemática adotada buscou utilizar
metodologias convencionalmente adotadas em laboratórios de solos, através da execução de ensaios triaxiais tipo CIU e
análise do comportamento das trajetórias das tensões e da evolução das poropressões geradas durante o cisalhamento
dos rejeitos sob condições não drenadas.
Alguns resultados típicos são apresentados neste trabalho, a partir dos quais podem ser feitas as seguintes
conclusões:
• Alguns rejeitos apresentam uma susceptibilidade potencial à liquefação e este comportamento pode ser ou não
manifestado, em função da magnitude das poropressões induzidas durante o cisalhamento;
• Este comportamento foi observado em rejeitos de natureza diversa, tipicamente na faixa granulométrica
correspondente a solos siltosos;
• Alguns rejeitos apresentaram susceptibilidade elevada à liquefação, sob cisalhamento em condições não drenadas
e a baixas deformações (tipicamente inferiores a 2,5%);
• Rupturas de estruturas de contenção de rejeitos por liquefação têm sido registradas na região do Quadrilátero
Ferrífero de Minas Gerais, associadas tipicamente a materiais com comportamento em ensaios CIU similares ao
do rejeito FE3, descrito neste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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