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FACULDADE DE IRECÊ

TIJOLO SOLO-CIMENTO À BASE DE PSP


CONFORMIDADE DOS TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO COM A
NORMA TÉCNICA BRASILEIRA NBR 8492: ESTUDO DE CASO EM
UMA FÁBRICA DA CIDADE DE IRECÊ-BA

Autores: Renato da Conceição Silva e Sebastião Castro Dourado


Orientador: Magno Martins Andrade

Irecê
2023.2
JUSTIFICATIVA

Contribuir para a inovação sustentável na construção civil, inspirado pela eficácia dos
tijolos solo-cimento e pela capacidade do PSP de agregar valor ecológico ao processo
de produção.

Contribuição para o corpo de conhecimento em construções sustentáveis (Fiai e Souza,


2017).

Promoção da responsabilidade ambiental no setor da construção (Zacarias et al., 2022).


QUESTÃO PROBLEMA

Os tijolos ecológicos produzidos com a adição de PSP (Produto para sub-base


de pavimentação) estão em conformidade com as normas técnicas específicas
para tijolos de solo-cimento?
OBJETIVOS
Objetivo Geral:
Analisar o bloco ecológico, com inclusão do PSP (produto de sub-base para pavimentação),
verificando sua conformidade com as normas técnicas brasileiras, em especial a NBR 8492.

Objetivos específicos:
Avaliar a resistência à compressão dos tijolos de solo-cimento produzidos com PSP,
comparando-os com padrões estabelecidos pela indústria e normativas técnicas
Determinar a taxa de absorção de água dos tijolos de solo-cimento incorporados com PSP, e
verificar se essa se encontra dentro dos padrões aceitáveis segundo as normativas técnicas
REFERENCIAL TEÓRICO
HISTÓRICO

Tijolos desde 4000 a.C.: Primeiros usos na história humana, com origens incertas (Anicer,
2008).

Inovações arquitetônicas: Assírios pioneiros em construções de alvenaria com arcos e


abóbadas (Roman et al., 1999).

Legado das civilizações antigas: Edificações em alvenaria que perduram e são utilizadas até
hoje (Duarte, 1999).
REFERENCIAL TEÓRICO
CONSTRUÇÃO CIVIL E SUSTENTABILIDADE

Desde a Revolução Industrial, o modelo capitalista ocidental tem causado severos impactos
ambientais e sociais (Savi et al., 2013).

Na construção civil, há consumo excessivo de recursos e geração de resíduos sólidos,


líquidos e gasosos (Ministério do Meio Ambiente, 2019).

Desafio da indústria é otimizar o uso de recursos, minimizar perdas e resíduos, e priorizar


materiais ambientalmente eficientes (Loureiro et al., 2016).

Tijolo ecológico é uma solução que busca harmonizar viabilidade econômica, respeito ao
meio ambiente e redução de custos (Correa, 2009).
REFERENCIAL TEÓRICO
SOLO E ARGILA

Processo de Intemperismo: Formação do solo por desintegração mecânica e decomposição


química (Caputo, 2015).

Norma NBR 7181: Métodos para analisar a distribuição de tamanho de partículas do solo
(ABNT, 2016).

Diretrizes da NBR 10833:2013: Qualidade e granulometria do solo para uso em solo-


cimento.
REFERENCIAL TEÓRICO
PEDRA BRITADA

Extraída de rochas naturais, triturada e classificada para uso na construção civil


(Ambrozewicz, 2012).

Etapas de Produção: Decapeamento, perfuração, detonação e britagem.

Diferentes granulometrias para diversas aplicações, de brita 3 até pó de pedra (Almeida;


Sampaio, 2002).
REFERENCIAL TEÓRICO
AGREGADO MIÚDO

Material granular sem forma ou volume definida, chave para argamassa e concreto
(Ambrozewicz, 2012);

Propriedades: Porosidade, granulometria, absorção de água, textura das partículas e


resistência mecânica (Ambrozewicz, 2012);

Grãos entre as peneiras #4 (4,8 mm) e #100 (0,150 mm) (NBR 7211, 2022);

MF entre 2,20 e 2,90 para melhor trabalhabilidade e compactação do concreto. NBR NM


248 (ABNT, 2003)
REFERENCIAL TEÓRICO
PSP (PRODUTO PARA SUB-BASE DE PAVIMENTAÇÃO)

Obtido durante o decapeamento em jazidas de calcário;

Agregado miúdo, resultante da mistura de solo com pó de brita;

Empregado na criação de sub-bases para pavimentação;


REFERENCIAL TEÓRICO
CIMENTO PORTLAND

Produzido pela moagem de clínquer, principalmente silicatos de cálcio hidráulicos, de


misturas calcinadas de calcário e argila (ABCP, 2002);

Principal aglomerante hidráulico na construção civil;

CP V-ARI: Ideal para rápido ganho de resistência, obras urgentes e pré-fabricação;

Conformidade com NBR 5733 (ABNT, 2018) para composição e propriedades.


REFERENCIAL TEÓRICO
SOLO-CIMENTO

Mistura de solo, cimento Portland e água ABCP (1986);

Interação iônica com estruturas argilominerais do solo melhora propriedades mecânicas


(Milani & Freire, 2006);

Uso de solos arenosos e fragmentos de pedra aumenta eficiência (Ker et al., 2012).
REFERENCIAL TEÓRICO
TIJOLO SOLO-CIMENTO

Fabricação ecológica sem queima, evitando desmatamento e emissões tóxicas (SALA, 2006).

Produção de baixo custo e redução de prazos de construção (MOTTA et al., 2014);

NBR 8491 (ABNT, 2012) estabelece requisitos para o recebimento de tijolos de solo-cimento;

NBR 8492 (ABNT, 2012) determina resistência a compressão, absorção de água e dimensões dos
tijolos de solo-cimento;

NBR 10833 (ABNT, 2013) estabelece os métodos para a fabricação de tijolo e bloco de solo-
cimento com prensa manual ou hidráulica.
REFERENCIAL TEÓRICO
ESTUDOS CORRELATOS

Márcia I. B. Souza et al. (2008): utilização de resíduos de concreto na produção do tijolos.

Segantini e Wada (2011): Mistura ótima de solo-cimento com RCD para tijolos prensados.

Sousa e Tavares (2022): Tijolos de solo-cimento com RCC e RBC em Macapá, AP.
METODOLOGIA
• Quali-Quantitativa

• Exploratória

• Estudo de caso realizado em uma fábrica na cidade de Irecê-Ba

• Registros fotográficos, Balança, Estufa, Reservatório de Água,


Paquímetro, Prensa hidráulica.
METODOLOGIA
A FÁBRICA
O empreendimento está estrategicamente situada ao lado de uma mineradora em Irecê-BA;

Identificou a chance de reutilizar o PSP (produto secundário do processo) substituindo o


solo tradicional;

Necessita de análises conforme NBR 8491 e NBR 8492 (ABNT, 2012) para verificação de
conformidade.
METODOLOGIA
FABRICAÇÃO DOS TIJOLOS SOLO-CIMENTO
METODOLOGIA
FABRICAÇÃO DOS TIJOLOS SOLO-CIMENTO
METODOLOGIA
FABRICAÇÃO DOS TIJOLOS SOLO-CIMENTO
METODOLOGIA
DEFINIÇÃO DE LOTES

Identificação de variações significativas como parte do controle de qualidade;

Diferenças notadas na coloração e curva granulométrica entre as áreas de extração;

Quatro lotes distintos foram examinados;

Divisão alinhada com as especificações da NBR 8492 (ABNT, 2012).


METODOLOGIA
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
PENEIRAMENTO A SECO
METODOLOGIA
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
LAVAGEM E SECAGEM DE FINOS
METODOLOGIA
ANÁLISE DIMENSIONAL
METODOLOGIA
ABSORÇÃO DE ÁGUA
METODOLOGIA
ABSORÇÃO DE ÁGUA
METODOLOGIA
ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES
METODOLOGIA
ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES
RESULTADOS PARCIAIS
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
RESULTADOS PARCIAIS
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
RESULTADOS PARCIAIS

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
CURVA DE DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA - PSP
120%

100%
FREQUÊNCIA RETIDA ACUMULADA

80%

ZONA UTILIZÁVEL
ZONA ÓTIMA SUPERIOR
ZONA ÓTIMA INFERIOR
60% ZONA UTILIZÁVEL
LOTE 1
LOTE 2
LOTE 3
LOTE 4

40%

20%

0%
4,760 2,000 1,180 0,590 0,300 0,149 FUNDO

DIÂMETRO DOS GRÃOS (mm)


RESULTADOS PARCIAIS
LAVAGEM E SECAGEM DE FINOS
RESULTADOS
ANÁLISE DIMENSIONAL
RESULTADOS
ANÁLISE DIMENSIONAL
RESULTADOS
ABSORÇÃO DE ÁGUA
RESULTADOS
RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO SIMPLES
RESULTADOS
RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO SIMPLES
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tijolo-solo cimento com adição de PSP atende aos requisitos da NBR 8492 quanto a resistência.

Os valores obtidos não obtiveram discrepâncias relevantes. Sendo assim, estão em conformidade
com a NBR 8491.

Ensaio de absorção de água, realizado na idade de 28 dias, em conformidade com ABNT NBR
8492.

Proposta para futuras pesquisas expandirem a investigação para outros agregados alternativos.
REFERÊNCIAS

ALROMA – Máquinas para Tijolos Ecológicos. Disponível em: https://www.alroma.com.br, último acesso em: 08/10/2023.
Ambrozewicz, P. H. L. Materiais de Construção/ Paulo Henrique Laporte Ambrozewicz. – São Paulo: Pini, 2012.
Assis, Maria Cristina de. Metodologia do trabalho científico. In: Evangelina Maria B. De Faria; Ana Cristina S. Aldrigue. (Org.). Linguagens: usos e reflexões. 3.Ed.
João pessoa: Editora universitária UFPB, 2009.
ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland. ET 35. Dosagem das misturas de solo-cimento; normas de dosagem e métodos de ensaios. São Paulo, 1986.
ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland. Boletim Técnico – BT 111. Fabricação de Tijolos de Solo-Cimento com a Utilização de Prensas Manuais. São
Paulo, 2000.
ANITECO. Associação Nacional da Indústria do Tijolo Ecológico. abr. 2018. Disponível em: Acesso em: 22 out. 2018.
Flick, U. Introdução à pesquisa qualitativa. Tradução Joice Elias Costa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
Gil, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. Ed. São Paulo: atlas, 2008.
Godoi, B.C.S Requisitos de sustentabilidade para o desenvolvimento de projetos residenciais multifamiliares em são Paulo. Dissertação (Mestrado). FAUUSP:São Paulo.
2012.
IGNIS Periódico Científico de Arquitetura e Urbanismo Engenharias e Tecnologia de Informação, 2017
Yin, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos / Robert K. Yin; trad. Daniel Grassi - 2.ed. -Porto Alegre: Bookman, 2001.

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