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RESÍDUO DE CORTE DE ROCHAS ORNAMENTAIS COMO

CARGA MINERAL EM COMPÓSITOS DE MATRIZ


POLIMÉRICA

I. C. Bigno1 , P. F. Castro2
1
Departamento de Pós Graduação em Ciência dos Materiais, IME (Instituto Militar de
Engenharia), 22290-270, Rio de Janeiro, Brasil
2
Departamento de Pós Graduação em Engenharia Civil, UFF (Universidade Federal
Fluminense), 22240–240, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil

RESUMO

O processo de corte de rochas ornamentais gera atualmente no mundo um volume expressivo


de resíduos. Só no Brasil são geradas cerca de 240.000 toneladas por ano, ainda sem destino
adequado, criando problemas ambientais, de transporte, estocagem, manutenção de depósitos
e de saúde para a população. Este artigo apresenta o estudo da utilização do Resíduo do Corte
de Rochas Ornamentais (RCRO) como carga para adição em compósitos de matriz polimérica
na elaboração de elementos pré-moldados. A influência da utilização do RCRO foi estudada
com base na resistência à tração na flexão, desgaste por abrasão superficial e manchamento de
placas de 200x200x4mm. A análise dos resultados permitiu concluir que o emprego do RCRO
como carga é tecnicamente viável, sendo que o teor máximo de adição, que permitiu boa
trabalhabilidade para moldagem das placas, foi de 50% em volume. Os ensaios de resistência
mecânica e os parâmetros de durabilidade avaliados apresentaram índices que demonstram o
potencial de utilização deste resíduo.

PALAVRAS–CHAVE

Resíduo, resíduos industriais, resíduo de corte de rocha, rochas ornamentais, carga, compósito
polimérico.

INTRODUÇÃO

O beneficiamento primário de rochas ornamentais gera atualmente no mundo um volume


expressivo de resíduos. No Brasil são geradas cerca de 240.000 toneladas por ano, ainda sem
destino adequado, criando problemas ambientais, de transporte, de estocagem e de
manutenção de depósitos (Moura et al.,2002).
O desdobramento dos blocos é efetuado com o auxílio de lama abrasiva e com o decorrer da
operação de serragem, a viscosidade desta lama eleva-se devido ao contínuo incremento de
fragmentos de rocha. Para controlar os componentes da lama efetuam-se descargas em
intervalos fixados, mantendo os compostos em uma faixa ideal capaz de proporcionar melhor
rendimento ao processo de corte (Penha et al., 1996). Em algumas indústrias a lama, que
nesse processo não se reaproveita, é depositada diretamente nos pátios para descarte. Em
outras indústrias, antes de ser depositada ela passa previamente por um filtro prensa, onde
parte da água é reaproveitada (Gonçalves, 2000). O armazenamento desta lama (resíduo do
corte de rochas ornamentais – RCRO) nos tanques de deposição final pode contaminar o solo,
alterando as condições naturais do subsolo e do lençol de água subterrânea. Quando esse
resíduo é lançado diretamente nos rios, altera a cadeia biológica dos seres vivos ali existentes,
bem como provoca o assoreamento da via navegável (Vilaschi e Sabadini, 2000).

Em função da grande quantidade de resíduo produzida no desdobramento dos blocos, alguns


pesquisadores (Gonçalves, 2000; Hernández e Rincón, 2001; Andrade e Moura, 2002;
Hristova et al., 2002; Moura et al., 2002; Mothé Filho et al., 2002) estudam com significativos
avanços, o seu aproveitamento em diferentes matrizes na elaboração de novos materiais
compósitos.

Este artigo apresenta um estudo da utilização do RCRO como carga para adição em
compósitos de matriz polimérica. A influência deste resíduo nos compósitos foi avaliada por
meio de ensaios de resistência mecânica e de durabilidade em elementos pré-moldados.

MATERIAIS

Os materiais empregados foram: RCRO beneficiado (destorroado e peneirado) como carga


mineral (filler) e resina poliéster tereftálica de média reatividade, pré-acelerada e de alta
molhabilidade.

Caracterização

As massas unitária e específica do RCRO foram determinadas por meio da NBR 7251
(ABNT, 1982b) e da NBR NM 23 (ABNT, 2001) respectivamente e os valores determinados
foram 1,39g/cm3 e 2,90g/cm3.

A análise granulométrica do RCRO utilizou o princípio do espalhamento de luz para


determinação da distribuição das partículas na faixa de diâmetro entre 0,05 – 550µm. O
diâmetro médio encontrado foi de 16,74 µm. O aspecto da curva granulométrica pode ser
observado na Figura 1.

As análises por microscopia eletrônica de varredura (MEV), com imagens de elétrons


secundários, revelaram que o RCRO é formado por partículas irregulares com superfícies
lisas. Nestas condições, fica caracterizada a ruptura por clivagem do RCRO. As Figuras 2 e 3
mostram micrografias obtidas em MEV do RCRO analisado em alto vácuo.
FIGURA 1. CURVA GRANULOMÉTRICA

FIGURA 2. MICROGRAFIA DO RCRO (MEV- FIGURA 3. MICROGRAFIA DO RCRO (MEV-


1000 X). 2000 X).

A composição química semi-quantitativa obtida por EDS (Espectroscopia por Dispersão de


Energia) do RCRO, encontra-se relacionada na Tabela 1. O espectro obtido por EDS pode ser
observado na Figura 4.

O espectro de difração de raios X da amostra foi coletado pelo método do pó. O difratograma
de raios X (DRX) indicou a presença de quartzo, feldspatos e mica, além de anfibólio e de
calcita. Aspecto do difratograma pode ser observado na Figura 5.

A caracterização mineralógica do RCRO, quanto a compostos não cristalinos (não


identificáveis por difração de raios X), foi feita por meio de análise termogravimétrica e
termodiferencial (ATG/ATD). O termograma da amostra confirmou a presença do quartzo, da
decomposição da calcita (entre 600 e 700°C). Além disso, indicou também um aumento de
massa, que possivelmente está relacionado à oxidação de resíduos de granalha presentes
(iniciado acima de 500°C). Na Figura 6 podem ser observadas as curvas de ATD, ATG e
dTGA (derivada da ATG) do RCRO.

Ensaios de solubilização NBR 10006 (ABNT,1987c) e lixiviação NBR 10005 (1987b) foram
realizados para verificar a presença de fluoretos no RCRO. Os resultados dos ensaios
mostraram teores inferiores aos limites máximos estabelecidos pela NBR 10004 (ABNT,
1987a). Por esta razão, o resíduo foi considerado inerte, inserindo-se na classe III da referida
norma.

TABELA 1. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS LOTES DE RCRO

Composto % em Peso
Al2O3 8,56
SiO2 45,96
K2O 4,75
BaO -
Fe2O3 13,06
CuO 3,14
ZnO 19,29
CaO 5,28

RCRO
Contagens

Energia (KeV)

FIGURA 4. ESPECTRO DE EDS DO RCRO

A resina utilizada foi de poliéster tereftálica, indicada para processos simples de laminação.
As constantes da resina líquida RPC 750 fornecidas pelo fabricante, encontram-se
relacionadas na Tabela 2.
Lin (Contagens)

2-Theta - scale

FIGURA 5. DRX DO RCRO


Peso (%)

Temperatura (ºC)

FIGURA 6. CURVAS DE ATD, ATG E DTGA (DERIVADA DA ATG) DO RCRO

TABELA 2. CONSTANTES DA RESINA LÍQUIDA

Viscosidade Brookfield a 25oC (CPS.) 250 300


Tempo de gel a 25oC (min) 07 09
Intervalo de reação (min) 08 15
Número ácido < 12
Sólidos (%) 54 58
Dureza Barcol após 2h 40 50
Densidade a 25oC 1,11 ± 0,03
Fonte: (http://www.cersa.com.br/inicia.htm)
PROGRAMA EXPERIMENTAL

O programa experimental foi desenvolvido a partir da moldagem de placas, de 200 x 200 x 4


mm, para possibilitar a realização de ensaios e a análise da influência do RCRO nos
compósitos poliméricos com diferentes percentuais do referido resíduo.

Execução das placas

A fôrma utilizada para a confecção das placas foi composta por uma base metálica, com
laterais fixadas por parafusos. Para uniformizar a textura da superfície das placas, o fundo da
fôrma recebeu uma placa de acrílico. Na seqüência de confecção da placa a face superior
recebeu uma placa de acrílico para garantir o nivelamento, isto é a espessura constante do
corpo de prova. O detalhamento da fôrma pode ser observado na Figura 7.
O programa experimental ensaiou misturas com diversos traços em volume. Entretanto, não
foi usado solvente para a resina com o intuito de reduzir sua viscosidade. Por esta razão, o
teor máximo de carga que permitiu manter uma trabalhabilidade adequada para moldar as
placas foi de 50% em volume (1:1).

FIGURA 7. DETALHAMENTO DA FÔRMA PARA CONFECÇÃO DA PLACA PRÉ-MOLDADA

Embora as misturas tenham sido projetadas em volume, o processo de execução das placas
para ensaio utilizou pesagem dos materiais. Portanto, o preparo do compósito polimérico
consistiu na seguinte seqüência de procedimentos:
• pesagem do RCRO e da resina separadamente;
• colocação do RCRO sobre a resina;
• homogeneização inicial com haste (1 minuto);
• mistura mecânica inicial em baixa rotação (1minuto);
• adição do catalisador;
• mistura mecânica final em baixa rotação (1 minuto);

As placas foram moldadas à temperatura ambiente. O processo de moldagem consistiu em
verter a mistura homogeneizada sobre a placa de acrílico, previamente polida colocada no
fundo da forma metálica. A uniformização da mistura sobre a superfície da placa no fundo da
fôrma foi executada com o auxílio de uma espátula distribuindo o material do centro para as
extremidades. Uma placa de acrílico polida foi colocada sobre a mistura após seu
espalhamento na fôrma. Uma carga uniformemente distribuída foi colocada sobre a placa de
acrílico com o objetivo de eliminar bolhas de ar e garantir o nivelamento da superfície.
Três horas após o lançamento da mistura foi realizada a desmoldagem. O processo de cura
limitou-se a armazenagem da placa em temperatura ambiente por 14 dias.
Ensaios

Verificação da homogeneidade por meio do pulso ultra-sônico

A homogeneidade do compósito foi verificada utilizando-se o método de avaliação da


velocidade de propagação do pulso ultra-sônico. Além de ser um ensaio não destrutivo, este
método permite a localização de descontinuidades internas (fissuras e vazios). O ensaio de
ultra-som foi realizado com base na NBR 8802 (ABNT, 1994). As placas quadradas (200 x
200 mm) em compósito polimérico foram ensaiadas com transdutores em arranjo direto,
colocados em três pontos eqüidistantes, situados ao longo das duas direções da face da placa.

Na Tabela 3 encontram-se listadas as velocidades do pulso ultra-sônico obtidas para a nova


série de placas ensaiadas e os resultados estatísticos (MIC - Método do intervalo de
confiança) utilizados na análise da variabilidade do compósito polimérico de cada placa.

TABELA 3. VELOCIDADE DO PULSO ULTRA-SÔNICO E FUNÇÕES ESTATÍSTICAS

Velocidades do pulso ultra-sônico por placa


(Km/s)
Intervalo
Placa Placa Placa Placa Placa Placa
01 02 03 04 05 06
aa’ 2,96 2,92 2,92 3,12 2,90 2,89
bb’ 2,82 2,82 2,88 2,89 2,88 2,84
cc’ 2,96 2,85 2,91 2,90 2,78 2,88
dd’ 2,91 2,81 2,88 2,90 2,88 2,89
ee’ 2,92 2,87 2,86 2,89 2,88 2,90
ff’ 2,85 2,84 2,90 2,89 2,83 2,94
Média 2,90 2,85 2,89 2,93 2,86 2,89
Desvio
0,06 0,04 0,02 0,09 0,04 0,03
Padrão
t0 1,33 1,75 1,50 2,11 2,00 1,67
tα 2,57 2,57 2,57 2,57 2,57 2,57
% de
resultados 0 0 0 0 0 0
eliminados

O teste hipótese mostra que não há diferença significativa, ao nível de 5%, entre os resultados
da velocidade do pulso ultra-sônico (t 0 < t α ) de cada placa. Além disso, o teste de hipótese
de Fischer, ao nível de 5%, mostrou que, para cada placa, as velocidades do pulso ultra-
sônico, não apresentam variações internas significativas. Portanto, pode-se afirmar que a
mistura de cada placa é homogênea.

O processo de execução das placas foi verificado por meio da análise da homogeneidade das
séries de corpos de prova utilizando o método da análise fatorial, com um fator controlado.
Não foi detectada diferença significativa entre as séries de placas ao nível de 5% de risco.
Portanto, o processo laboratorial de execução das placas é confiável na produção de
elementos homogêneos.
Determinação das propriedades de flexão

O ensaio para obtenção da carga de ruptura e do módulo de resistência à flexão de barras de


seção retangular de compósito polimérico, foi realizado com base na NBR 7447 (ABNT,
1982) para plásticos rígidos. Foram ensaiados seis corpos de prova com dimensões de 40 x
160 x 4mm.

O método estatístico do intervalo de confiança foi utilizado para verificar a homogeneidade


dos ensaios de resistência à tração na flexão das barras em compósito polimérico. Na Tabela 4
encontram-se relacionados os valores obtidos de resistência à tração na flexão para as barras e
os resultados estatísticos utilizados na análise da variabilidade destes valores amostrais.

TABELA 4. RESISTÊNCIA À TRAÇÃO NA FLEXÃO E FUNÇÕES ESTATÍSTICAS

Resistência à tração
Placa
na flexão (MPa)
07 33,24
08 35,15
09 24,10
10 21,59
11 24,89
12 31,13
Média 28,35
Desvio Padrão 5,54
to 1,23
tα 2,57
Erro Padrão 2,26
Limite superior
32,78
(média + 1,96 EP)
Limite inferior
23,92
(média - 1,96 EP)

O intervalo de confiança contém o valor de resistência à tração na flexão das barras, com
probabilidade de 95%. Sendo a média estatística de 28,35MPa um parâmetro aceitável de
referência.

Após o rompimento das barras, foram observados aspectos da superfície da fratura por meio
de microscopia eletrônica de varredura (MEV) em alto vácuo. Conforme pode ser observado
na Figura 8 a superfície apresentava-se compacta, mas irregular, devido à presença dos
inertes. Havia a presença de marcas de bolhas de ar e de inertes arrancados.
FIGURA 8. MICROGRAFIA DA SUPERFÍCIE DA FRATURA DA BARRA EM COMPÓSITO DE MATRIZ
POLIMÉRICA (MEV -100 X)

Desgaste por abrasão

A determinação do desgaste por abrasão das placas de compósito polimérico foi realizada
com base na NBR 12042 (ABNT, 1992b). Foram ensaiados quatro corpos de prova com
dimensões de 70 x 70 x 4mm, colados a um paralelepípedo de argamassa de mesma área de
base e com espessura média de 30mm.

Os corpos de prova foram avaliados quanto ao desgaste à abrasão e a perda de brilho após 500
e 1000m de percurso sobre a superfície de um anel de ferro fundido continuamente abastecido
com material abrasivo.

As placas em compósito polimérico confeccionadas com adição de RCRO não apresentaram


desgaste significativo após 500m de percurso, apresentando apenas perda de brilho. Após
1000m de percurso apresentaram redução de 1mm de sua espessura.

O valor de desgaste médio de 1,0mm obtido a 1000m de percurso foi comparado com os
índices de desgastes da NBR 11801 (ABNT, 1992a) para argamassas de alta resistência
mecânica para pisos. Nesse caso, verificou-se que, com esse desgaste, a placa de compósito
pode ser classificada no Grupo B (Solicitação predominante por abrasão, causada pelo arraste
e rolar de cargas médias, tráfego de veículos de rodas rígidas, tráfego intenso de pedestre e
impacto de pequena intensidade).

Resistência ao manchamento

A resistência ao manchamento foi determinada com base em método de ensaio existente para
outros materiais. O ensaio consistiu na aplicação de agentes manchantes em corpos de prova
(placas). A solução para o agente manchante vermelho foi preparada contendo 15 partes em
peso de óleo leve (óleo de soja) e 10 partes em peso de Fe2O3 (óxido férrico). A solução para
o agente manchante preto recebeu a mesma quantidade de óleo leve e 10 partes em peso de
Fe3O4 (óxido salino de ferro).

A aplicação dos agentes manchantes consistiu no espalhamento de quatro gotas de cada uma
das soluções na face superior dos corpos de prova (placas) previamente limpos com água e
secos, delimitado seu contorno com tinta não removível e cobertos com vidro de relógio
convexo, mantendo-o por 24 horas.
As placas em compósito polimérico elaboradas com adição de RCRO apresentaram facilidade
de limpeza, sendo necessária à utilização de esponja macia e produto de limpeza fraco para a
total remoção do agente manchante.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As análises e conclusões estão fundamentadas nos resultados dos ensaios obtidos no programa
experimental desenvolvido, que foi limitado pela quantidade de misturas, materiais, amostras
e procedimento empregado. Portanto, as conclusões são específicas para o programa
experimental apresentado nesse artigo.

Quanto às características do RCRO, os resultados obtidos no programa experimental, indicam


que este resíduo possui forma irregular e angulosa. A amostra ensaiada apresentou diâmetro
médio < 17µm.

A mistura utilizada na elaboração individual das placas, com teor máximo de adição de 50%
em volume (1 de resina : 1 de RCRO), foi considerada homogênea. A homogeneidade da
mistura de cada placa foi verificada por meio de teste estatístico com resultados de ensaio de
velocidade do pulso ultra-sônico, que não apresentou valores discrepantes para o intervalo de
confiança do teste de hipótese. Além disso, o teste de hipótese utilizando a distribuição de
Fischer mostrou que para cada placa, as velocidades do pulso ultra-sônico, não apresentam
variações internas significativas.

Em geral, tempo de mistura e a temperatura de cura são parâmetros que podem influenciar no
processo de execução. Por esta razão, o processo de execução das placas foi verificado por
meio de análise estatística (ANOVA). Nesse caso, foi realizada uma análise fatorial, com um
fator controlado, utilizando os resultados da velocidade do pulso ultra-sônico. Essa análise
indicou não haver influência do processo de execução das placas nos resultados dos ensaios
do programa experimental realizado.

As placas submetidas a esforços de tração na flexão romperam-se de forma dúctil, sendo


28,35MPa a resistência à tração na flexão média encontrada.

As placas apresentaram índices de desempenho satisfatório, quando submetidas a ensaios de


durabilidade. Não sofreram desgastes significativos à 500m de percurso, apenas perda de
brilho, indicando ter resistência superficial e após 1000m de percurso registrou-se a redução
de 1mm de sua espessura.

As placas resistiram ao manchamento, necessitando apenas de produto de limpeza fraco para


remoção de agentes manchantes.

As cargas são utilizadas nos laminados poliméricos para reduzir custos do produto. Além
disso, as cargas podem reduzir a translucidez, o empenamento, a dilatação térmica e retardar
as chamas.

Portanto, o Resíduo de Corte de Rochas Ornamentais é mais uma opção para uso como carga
na produção de laminados poliméricos. O estudo, aqui apresentado, indica que o
aproveitamento de RCRO, como carga mineral para produtos em matriz polimérica, é
tecnicamente viável.
REFERÊNCIAS

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