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CAUSAS DA CORROSÃO,

FATORES DESENCADEADORES E
FATORES ACELERANTES

Profa. Dra. Eliana Barreto Monteiro


CAUSAS DA CORROSÃO

A perda da passivação pode ocorrer por:

• Carbonatação do concreto
(despassiva a armadura porque
reduz o pH do concreto)

• Presença de íons cloreto


(despassiva a armadura porque
rompe pontualmente a película passiva)
A PERDA DA PASSIVAÇÃO

Fonte: Mendes et al, 2017


FATORES QUE PROVOCAM A CORROSÃO

(FOSROC, 2002) (FOSROC, 2002)


Fonte: Cascudo, 1997
FONTE: FIGUEIREDO E MEIRA, 2013
FATORES QUE PROVOCAM A CORROSÃO GENERALIZADA

• Redução da alcalinidade
do concreto que pode
ser devido a uma
“ lixiviação”
por circulação de águas puras
ou ligeiramente ácidas
FATORES QUE PROVOCAM A CORROSÃO GENERALIZADA

Fonte: Téchne (2013).


FATORES QUE PROVOCAM A CORROSÃO GENERALIZADA
• O CO2 existente na atmosfera, na presença de umidade,
reage com a pasta de cimento hidratada (o agente é o ácido
Carbônico, pois o CO2 gasoso não é reativo) reduzindo o
pH do concreto de aproximadamente 12,6 a 13,5 para
Valores em torno de 9. (NEVILLE, 2013)

Ca(OH)
Ca(0H)22 ++ CO
CO22 CaC03 + H2O
CARBONATAÇÃO DO CONCRETO

CEB (1984)
CORROSÃO POR CARBONATAÇÃO
FATORES QUE INFLUENCIAM A CARBONATAÇÃO
❖Relação água/cimento

PROFUNDIDADE DE CARBONATAÇÃO (cm)

0,5 0,6 0,7 0,8


RELAÇÃO ÁGUA/CIMENTO

VENUAT (1993)
FATORES QUE INFLUENCIAM A CARBONATAÇÃO

❖Tipo de Cimento

O tipo de cimento influencia a velocidade de carbonatação,


já que a reserva alcalina é função da composição química
do cimento e das adições.

VELOCIDADE DE CARBONATAÇÃO

CIMENTOS COM ADIÇÕES > CIMENTOS SEM ADIÇÕES

•CPIII •CPII-F
•CPIV
FATORES QUE INFLUENCIAM A CARBONATAÇÃO

❖Tipo de Cimento

fonte: LEWIS (1987)


FATORES QUE INFLUENCIAM A CARBONATAÇÃO

❖Condições de Cura

A prática de uma boa cura melhora as propriedades


do concreto. As condições de cura juntamente com
as condições de exposição devem ser consideradas.
Para reduzir o ingresso do CO2 , o concreto deve ser
curado com água por um certo período de tempo.
FATORES QUE INFLUENCIAM A CARBONATAÇÃO
❖Umidade Fonte: VENUAT & ALEXANDRE, 1969

Relação entre umidade


Condições mais
relativa favoráveis para
ambiental
e grau de carbonatação
carbonatação
(VENUAT
50% a 70% de &umidade
ALEXANDRE, 1969).
relativa

Fonte: BAKKER, 1988


FATORES QUE INFLUENCIAM A CARBONATAÇÃO

❖Umidade POROS SECOS

Representação esquemática da difusão de CO2 nas situações de poros secos (BAKKER, 1988).
FATORES QUE INFLUENCIAM A CARBONATAÇÃO
❖Umidade
POROS PARCIALMENTE SATURADOS

Representação esquemática da difusão de CO2 na situação


de poros parcialmente saturados (BAKKER, 1988).
FATORES QUE INFLUENCIAM A CARBONATAÇÃO

❖Umidade
POROS SATURADOS

Representação esquemática da difusão de CO2 na situação de poros saturados (BAKKER, 1988).


FATORES QUE INFLUENCIAM A CARBONATAÇÃO

❖Quantidade de CO2

AMBIENTES INTERNOS > AMBIENTES EXTERNOS

Ambientes Naturais 0,03%

Ambientes Industriais 0,1%


FATORES QUE INFLUENCIAM A CARBONATAÇÃO

❖Quantidade de CO2

a/c=0,5
Coeficiente de carbonatação (mm/semana)

a/c=0,6 5

a/c=0,7
4

0
0 2 4 6 8 10 12
Concentração de CO2 (%)

Fonte: POSSAN, 2004


FATORES QUE INFLUENCIAM A CARBONATAÇÃO

❖Fissuras
FATORES QUE PROVOCAM A CORROSÃO LOCALIZADA
Corrosão Localizada

Corrosão Localizada

Agentes Desencadeantes Fontes de Alimentação

•Matérias primas
Íons Despassivantes •Aditivos
Cloretos e sulfatos •Penetração do Exterior

Pilhas de pH e •Fissuras
de Aeração Diferencial •Segregação
•Estrutura em dois meios

Pilhas Galvânicas
Contato de dois metais

ANDRADE (1992)
Pilhas de pH e de Aeração Diferencial

ANDRADE (1992)
Pilhas Galvânicas

MENDES ET AL, 2017


CORROSÃO POR CLORETOS

Como os cloretos podem contaminar o concreto?

Aditivos
Água
Contaminação
Interna Aceleradores de Pega
(CaCl2)
Areia

Tratamentos de Limpeza
Atmosfera Marinha Contaminação
(ácido muriático)
Externa

Atmosferas Industriais
CORROSÃO POR CLORETOS
Como os cloretos podem estar no concreto?

Quimicamente Precipitados
combinados ou dissolvidos
A agressividade dos íons
cloreto está associada ao
teor de íons cloreto livres
CORROSÃO POR CLORETOS

Glass & Buenfeld (1997a) defendem que a melhor forma de


expressar o limite crítico de cloretos é a relação entre o
teor de cloretos totais e a massa de cimento,
considerando que a concentração de hidroxilas na solução
dos poros não é o único parâmetro que representa as
propriedades inibidoras do cimento e que os cloretos
inicialmente ligados podem vir a participar das reações de
corrosão.
CORROSÃO POR CLORETOS

Quadro dos limites máximos de teor de cloretos aceitos em alguns países

Fonte : MOTA / 2011


CORROSÃO POR CLORETOS

0,4 % m.c.

Fonte: CEB, 1984.

Norma Brasileira - Teor máximo de cloretos em água de


amassamento (NBR 12655, 2015)
0,15 da Massa de Cimento - Concreto exposto
a contaminação por íons cloreto 0,15
0,40 da Massa de Cimento - Concreto Situado
em Local Seco e Protegido da Umidade 0,40
Norma Brasileira - Água de Amassamento do Concreto
(NBR 15900, 2009)
CORROSÃO
POR
CLORETOS
Pites
FATORES QUE INFLUENCIAM A PENETRAÇÃO DE CLORETOS

❖Relação água/cimento
fonte: JAERGEMANN (1990)
FATORES QUE INFLUENCIAM A PENETRAÇÃO DE CLORETOS

❖Compactação e Cura

< DIFUSÃO

> CAPACIDADE DE
FIXAÇÃO DE CLORETOS
FATORES QUE INFLUENCIAM A PENETRAÇÃO DE CLORETOS
❖Composição Química do Cimento

RASHEEDUZZADAR et al. (1990)


FATORES QUE INFLUENCIAM A PENETRAÇÃO DE CLORETOS

❖Carbonatação

Em concretos parcialmente carbonatados,


o ingresso de cloretos pode ser
acelerado até 100% (Dhir et al., 1993).

CONCRETOS CARBONATADOS < Iniciação da corrosão


FATORES QUE INFLUENCIAM A PENETRAÇÃO DE CLORETOS

❖Umidade Relativa

Há uma faixa ideal de umidade relativa


que favorece o ingresso de cloretos
no concreto, e que proporciona um
Alto risco de corrosão, situada em
torno de 85% (CEB, 1992)
FATORES QUE INFLUENCIAM A PENETRAÇÃO DE CLORETOS

❖Temperatura

Elevadas temperaturas
aumentam
substancialmente a
corrosão como
conseqüência do
aumento da velocidade de
penetração dos cloretos,
porque os íons cloreto
têm mais mobilidade
iônica à temperaturas
mais elevadas
(Andrade, 2001)
FATORES QUE INFLUENCIAM A PENETRAÇÃO DE CLORETOS

❖Fissuras

O2

CO2 Cl-

H2 O

Permitem o acesso
O conteúdo de umidade no interior do concreto exerce
importante papel sobre a corrosão, quer seja por causa
da água necessária para que ocorra a reação catódica
de redução do oxigênio, ou por causa da influência na
resistividade do concreto e na permeabilidade ao oxigênio.

ANDRADE (1992)
Zona de maré – corrosão intensa

Fonte: MESQUITA, 2012


FATORES ACELERANTES DA CORROSÃO

(BERNHOEFT, 2008)
FATORES ACELERANTES DA CORROSÃO

Proporção de Cloretos

Aumento Cl- < Resistividade (maior condutividade)

> Corrosão (velocidade de corrosão)

Quando ocorre a carbonatação de estruturas


contaminadas por cloretos. Neste caso, pode
ocorrer também o aumento de cloretos livres
devido a instabilidade dos cloroaluminatos
com a redução do pH
Proporção de Cloretos
FATORES ACELERANTES DA CORROSÃO

Temperatura

Aumento Temperatura > mobilidade das moléculas, favorecendo


seu transporte através da
microestrutura do concreto.
(GOÑI et al., 1989)

DiminuiçãoTemperatura > condensações no concreto ocasionando


um aumento da umidade do material
(HELENE, 1993)
Cidade Temperatura
Recife 31 °C
São Paulo 24 °C Temperatura de grandes
cidades do Brasil (climatempo, 2017).
Salvador 27 °C
Fortaleza 30 °C
FATORES ACELERANTES DA CORROSÃO

Formação da Macrocélula de Corrosão

As macrocélulas de corrosão são as pilhas de corrosão


formadas entre duas áreas distantes de, no máximo,
alguns decímetros e de caráter distinto, onde uma
ânodo e a outra mantém-se
é corroída e atua como
passiva e atua como cátodo. Quando essa situação ocorre,
o efeito da ação das micropilhas se soma a ação da macropilha,
aumentando a velocidade de corrosão.
Área Anódica
A disposição
geométrica do
ânodo e do cátodo,
Área Catódica além da relação
entre as áreas
anôdicas e catódicas
Também tem influência
na velocidade de
corrosão
Área Anódica devido às macrocélulas
VIDA ÚTIL

GRAU DE DEGRADAÇÃO Nível Máximo Aceitável

CO2, Cl-

TEMPO
INICIAÇÃO PROPAGAÇÃO
VIDA ÚTIL
CORREÇÃO
Representação Esquemática do Modelo de Vida Útil (Tuutti, 1982)
Representação Esquemática do Modelo de Vida Útil (Tuutti, 1982)
VIDA ÚTIL

Período de Iniciação è o período que


os agentes agressivos que provocam
a corrosão das armaduras penetram
e avançam até a armadura, e quando
alcançam um teor crítico, provocam o
rompimento de sua película protetora.

Período de Propagação è o período que


acontece a intensificação do processo de
corrosão

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