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Carbonatação
MANAUS–AM
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE – UNINORTE
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Carbonatação
MANAUS–AM
2022
Conteúdo
1.0 Definição e Manifestação .................................................................................................................. 4
2.0 Causas e reações químicas da carbonatação do concreto .......................................................... 4
2.1 Facilidade do gás carbônico em difundir-se no interior do concreto ................................................ 4
2.2 Condições ambientais ....................................................................................................................... 5
2.3 Propriedades do concreto ................................................................................................................. 5
3.0 Consequências da carbonatação .................................................................................................. 6
4.0 As principais causas e como evitar ............................................................................................... 8
REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 10
1.0 Definição e Manifestação
Para que a carbonatação aconteça, três fatores precisam estar dentro do concreto.
São eles: umidade, gás carbônico e oxigênio. A seguir, veja todas as etapas do processo de
carbonatação do concreto:
• H2O entra nos poros do concreto pelas fissuras;
• Forma-se uma fina camada de água;
• A água dissolve o Ca formando Ca(OH)2;
• CO2 entra no poro pelas fissuras;
• CO2 reage com H2O, formando H2CO3 (ácido carbônico);
• H2CO3 reage com o Ca(OH)2 formando CaCo3 (cristais);
Os ensaios naturais, que também podem ser designados por ensaios de longa
duração ou até mesmo ensaios não acelerados, têm como princípio básico criar ambientes
de degradação natural, para exposição de corpos de prova de materiais, dependendo do
uso a que se destinam.
Este tipo de ensaios é pouco utilizado nas pesquisas sobre carbonatação devido ao
tempo requerido na obtenção de resultados. Os resultados obtidos em ensaios naturais são
na grande maioria utilizados para correlacionar com resultados provenientes de ensaios
acelerados, para assim se definirem coeficientes de aceleração e prever a velocidade
profundidade de carbonatação.
Existem algumas vantagens em realizar ensaios ao natural ao invés dos acelerados.
A exposição aos ambientes, bem como a acção dos agentes agressivos são de carácter
real, contudo os materiais não são ensaiados na configuração de uso nem são considerados
os factores que daí advêm conjugados com os factores ambientais. Também não são
representativos das variações das condições de exposição, Em relação ao fenómeno da
carbonatação em ensaios ao natural é de referir que existe pouca bibliografia existente.
A autora menciona também é necessário ter particular cuidado quando se relaciona
ensaios acelerados e ao natural. Os coeficientes de aceleração resultantes dos ensaios
traduzem o comportamento do material para determinadas condições de ensaio, sendo
impossível generalizar com outras pesquisas.
Como já referido anteriormente, são vários factores que podem influenciar o processo de
carbonatação. Dos casos estudo até então realizados verifica-se que não existe uma
padronização dos ensaios e assim os resultados obtidos em cada pesquisa não serão
facilmente comparáveis entre si.
A idade e tipo de cura, uso de adições minerais, tipo de cimento, relação a/c. (factores
internos), são alguns dos parâmetros que têm sido estudados através de ensaios
acelerados de
carbonatação. Além destes, também há variação dos factores externos, concentração de
CO2,
temperatura e HR possibilitando uma quantidade infindável de ensaios possíveis de se
realizar. Acerca do assunto muito já foi estudado, mas os padrões empregados em cada
caso são os mais variados possíveis.
Torna-se então difícil conseguir relacionar e comparar os resultados de estudos diferentes.
É um composto orgânico bastante usado para medir pH, ou seja, para classificar se
as substâncias são ácidas ou básicas.
Ela possui a capacidade de alterar a cor, conforme o pH. Assim, se o pH for menor
do que 9, será incolor. Porém, se o pH for maior, a cor apresentada será magenta.
Dessa forma, é possível utilizar uma solução desse composto, contendo o etanol
como solvente, como um teste qualitativo, que servirá para detectar o grau de profundidade
da carbonatação no concreto.
Além do mais, por ser um teste mais simples, não é necessária mão de obra
especializada para a sua realização. Portanto, ele também apresenta um baixo custo.
Dessa forma, essa solução será borrifada por cima do concreto que foi exposto
recentemente.
A maneira correta de preparar uma solução do indicador de fenolftaleína (0,5\%) é a
seguinte:
• Pesar 0,5g de pó de fenolftaleína.
• Adicione o pó a 50ml de etanol 100\% (ou 95\%) e mexa bem. Permita que o pó se
dissolva adequadamente em etanol.
• Agora perfure o volume para 100ml adicionando água destilada.
• Dispense em uma garrafa com um conta-gotas para garantir fácil adição gota a gota
do indicador .
Observação: a fenolftaleína é um composto orgânico. Portanto, tem um baixa solubilidade
em água / soluções aquosas . No entanto, ele se dissolve muito bem em etanol. Você pode
observar um resíduo pulverulento se dissolvido em 50\% de etanol (aq.).
Portanto, é uma prática melhor dissolvê-lo em etanol e, em seguida, adicionar a quantidade
necessária de água à mistura.
Ao se verificar que uma estrutura de concreto armado está "doente", isto é, que
apresenta manifestações patológicas, torna-se necessário efetuar uma vistoria detalhada e
cuidadosamente planejada para que se possa determinar as reais condições da estrutura,
de forma a avaliar as anomalias existentes, suas causas, providências a serem tomadas e
os métodos a serem adotados para a recuperação ou o reforço.
(SOUZA; RIPPER, 1998) no caso de estruturas em processo de carbonatação, é
fundamental a aplicação da técnica e realcalinização do concreto para restabelecer a
alcalinidade do mesmo, através da elevação do seu pH. O processo de realcalinização tem
como vantagem, seja como método preventivo ou de reabilitação, de não necessitar a
remoção do concreto carbonatado. (ARAUJO, 2009) Segundo Araujo (2009), são três os
mecanismos de restabelecimento da alcalinidade do concreto. O primeiro se trata da difusão
e absorção de uma solução alcalina por ação capilar e de forças hidráulicas, denominado
realcalinização química, que independem do campo elétrico e do fluxo de corrente aplicado.
O segundo e terceiro ocorrem com o uso de corrente elétrica e consequentemente com a
formação de um campo elétrico, chamado de realcalinização eletroquímica. Sendo o
segundo através da produção de íons hidroxila, devido a reação catódica na superfície das
armaduras, e o terceiro através de um fluxo eletro-osmótico que transporta a solução
alcalina para o interior dos poros capilares do concreto.
A ocorrência da carbonatação do concreto se dá através das fissuras na estrutura
desse material. Isso ocorre devido à facilidade, a partir desse cenário, da entrada de CO2.
Da mesma maneira, em locais com mais umidade, em torno de 50% a 60%, o processo
pode ocorrer com ainda mais rapidez. Além das conseqüências na superfície do concreto e
a despassivação do aço, também pode acontecer a perda da seção de armadura e da
aderência desta com o concreto.
A seguir, veja quais os fatores que podem aumentar a incidência da carbonatação do
concreto e como evitá-los:
• Condições ambientais: altas concentrações de CO2 aumentam as chances de ataque
ao concreto. Essa influência é ainda maior para concreto com elevada relação
água/cimento.
• Temperatura: fator que exerce grande influência no desenvolvimento das reações
químicas e deve ser considerado na análise da durabilidade da estrutura.
• A deterioração nas estruturas situadas em países de clima equatorial e tropical é
mais grave e mais intensa do que nas estruturas similares situadas em clima
• temperado. Quanto maior a temperatura, maior o grau de agressividade relativo ao
cobrimento do concreto.
• Umidade relativa do ambiente: poros parcialmente preenchidos com água na
superfície do concreto apresentam condição favorável. Para umidade relativa no
limite entre 65% a 85%, há ocorrência de maior grau de carbonatação do concreto.
• relação da umidade relativa com a profundidade de carbonatação em função do
tempo é bastante complexa, devido aos aleatórios ciclos de umedecimento e
secagem aos quais as estruturas podem estar expostas.
• Poluição do ar: gases ácidos presentes na atmosfera são dissolvidos pela água da
chuva e precipitam sobre as estruturas de concreto. Da mesma forma, partículas em
suspensão típicas de atmosferas marítima, urbana e industrial são depositadas por
impactação nas superfícies das estruturas de concreto.
• Isso contribui para a retenção de água, penetração por difusão e absorção capilar,
neutralizando ou acidificando a superfície originalmente alcalina do concreto.
• Traço do concreto – relação água/cimento: altas relações entre água/cimento
resultam em concretos porosos e, portanto, aumentam as chances de difusão de
CO2 entre os poros. Ou seja, quanto maior essa relação, maior será a porosidade.
Como consequência, gera-se uma intensidade de propagação da carbonatação.
• Traço do concreto – relação cimento/agregado: fixando-se a consistência, a
profundidade de carbonatação é menor para relação cimento/agregado maior. Como
consequência, há maior necessidade de água para a mesma trabalhabilidade.
• Lançamento e adensamento: se o concreto tiver baixa permeabilidade (compacto),
dificultará a entrada de agentes agressivos. Outro ponto de atenção é a correta
posição da armadura, que precisa respeitar o cobrimento especificado no projeto.
• Cura: processo fundamental para reduzir o efeito da carbonatação, já que ela afeta
majoritariamente as condições de hidratação dos milímetros superficiais da
estrutura.
Normalmente, a análise da influência da cura com a resistência à carbonatação é
feita por meio da utilização de períodos distintos de cura ou com a utilização de formas
distintas de cura.
Dessa forma, quanto maior o tempo de cura, maior será o grau de hidratação do cimento e
menor será a porosidade e permeabilidade do concreto, gerando menos carbonatação.
Como foi possível perceber, há uma série de situações que merecem atenção para
minimizar o risco da ocorrência de carbonatação no concreto. Esse controle vai desde as
condições climáticas, passando pelo traço de concreto e chegando até a cura.
Com relação ao traço de concreto, o bom empacotamento dos agregados e a
utilização de aditivo auxiliam na redução de água na mistura. Como adição mineral, a
utilização da sílica ativa fecha os poros do concreto, além de consumir o hidróxido de cálcio.
Ao reduzir a quantidade de poros, dosagens com menor relação água/cimento terão
menores velocidades de carbonatação no concreto. Portanto, a sílica ativa pode ser
considerada como um dos principais meios de se evitar tal patologia.
Além das condições expostas anteriormente, podem existir vários agentes agressivos como:
íons sulfetos, íons cloretos, dióxido de carbono, nitritos, gás sulfídrico, óxidos de enxofre
entre outros, que quebram ou não permitem a formação da película passivadora, acelerando
o processo de corrosão.
Como já observado em outras oportunidades, a proteção das armaduras é conferida
por meio da alta alcalinidade da película passivadora e da camada do concreto de
cobrimento. A função do cobrimento é, portanto, proteger essa película contra danos
mecânicos e manter a estabilidade. Enquanto a camada de cobrimento se manter íntegra,
com baixa permeabilidade e conseqüentemente, com alta alcalinidade, as armaduras
estarão protegidas contra a corrosão. Assim, essa camada de cobrimento do concreto é um
parâmetro importante nas especificações de projetos e garantia da durabilidade em
estruturas de concreto armado. Isso porque, por meio dela, é possível evitar ou minimizar a
incidência de patologias associadas à corrosão das armaduras pela carbonatação do
concreto.
REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Carbonata%C3%A7%C3%A3o#:~:text=Carbonata%C3%
A7%
C3%A3o%20%C3%A9%20um%20processo%20f%C3%ADsico,3)%2C%20acidifican
do% 20a%20rocha.
• https://www.tecnosilbr.com.br/o-que-e-e-como-ocorre-a-carbonatacao-do-concreto/