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Estudo comparativo entre cimento supersulfatado (CSS) e cimento

Portland (CP V-ARI RS): análise da variação dimensional devido ao


ataque por sulfato de sódio
Comparative study between supersulfated cement (SSC) and Portland cement (CP V-ARI
RS): analysis of length variation due to attack by sodium sulfate

P.O.Trentin (1); I.C. Magro (2); L.R.M. Neubern Souza (2); J.S. Bonini (3); C.Angulski da Luz (4)

(1) Mestranda PPGEC, UTFPR – Pato Branco


(2) Estudante, UTFPR – Pato Branco
(3) PNPD, UTFPR – Pato Branco
(4) Professora Doutora, PPGEC – Pato Branco
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Via do Conhecimento, s/n - KM 01 - Fraron, Pato Branco -
PR, 85503-390

Resumo
Atualmente, o concreto é consumido em grande escala no Brasil. Porém, se aplicado em condições adversas
pode deteriorá-lo. Uma dessas situações é a sua utilização em locais onde há contato direto com agentes
químicos agressivos, como os sulfatos, que, ao reagirem com o concreto, causam expansão, fissuração e
redução gradual de resistência, prejudicando sua durabilidade. Para aprimorar o desempenho e a durabilidade
do concreto, é necessário analisar o componente que tem influência nessas características: o aglomerante,
sendo o cimento Portland (CP) o mais utilizado. O CP, além de consumir grande quantidade de matérias-
primas naturais e não apresentar durabilidade adequada em ambientes agressivos, emite CO2 durante seu
processo produtivo. Um dos aglomerantes que pode ser utilizado em substituição ao CP é o cimento
supersulfatado (CSS), que além de não ter clínquer em sua composição, é produzido a partir de subprodutos
industriais, sendo seus principais constituintes a escória de alto-forno (até 90%), o sulfato de cálcio (10-20%)
e uma pequena quantidade de ativador alcalino (até 5%). O objetivo deste trabalho foi comparar o
comportamento do CSS e do CPV ARI RS quando ao ataque por sulfato de sódio. Os resultados mostram
que que nas primeiras semanas o comportamento entre os cimentos foi semelhante, mas que, em idades
tardias, o CSS apresentou menor variação dimensional, evidenciando seu melhor comportamento em relação
ao ataque por sulfato de sódio.
Palavra-Chave: cimento supersulfatado, ataque por sulfato, durabilidade.

Abstract
Nowadays, the concrete has been consuming on a large scale in Brazil. However, often its application under
adverse conditions can deteriorate it. One of these situations is its use in places where there is direct contact
with aggressive chemical agents, such as sulfates, which, when reacted with concrete, cause expansion,
cracking and gradual reduction of resistance, impairing its durability. To improve the performance and durability
of the concrete, it is necessary to analyze the component that has a direct influence on these characteristics:
the binder, Portland cement (CP) being the most used. In addition to consuming a large quantity of natural raw
materials and not having adequate durability in aggressive environments, the CP emits CO2 during its
production process. One of the binders that can be used as a substitute for CP is supersulfated cement (SSC),
which, besides having no clinker in its composition, is produced from industrial by-products, its main
constituents being blast furnace slag (up to 90 %), calcium sulfate (10-20%) and a small amount of alkaline
activator (up to 5%). The objective of this work was to compare the behavior of CSS and ARV RS CPV when
attacked by sodium sulfate. The results show that in the first weeks the behavior among the cements was
similar, but that, at later ages, the SS presented a smaller dimensional variation, evidencing its better behavior
in relation to the attack by sodium sulfate.
Keywords: supersulfated cement, sulfate attack, durability.
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1 Introdução
Tendo avançado os estudos da propriedade hidráulica da escória granulada de alto-forno,
surge o cimento supersulfatado (CSS) com uma proposta sustentável de cimento. No
processo de obtenção do CSS é observado de maneira significante o impacto ambiental
quando comparado ao do cimento Portland, com a diminuição da emissão de CO2 na
atmosfera, menor extração de recursos naturais pois utiliza subproduto industriais, além da
redução da quantidade de energia (GRACIOLI et al., 2016).O CSS apresenta em sua
constituição uma alta porcentagem de escória de alto-forno (80-85%), subproduto do
beneficiamento do aço, acrescido de sulfato de cálcio (10-15%) e uma pequena quantidade
de ativador alcalino (até 5%) (ANGULSKI DA LUZ; HOOTON, 2019). Os mecanismos de
reação para obtenção e hidratação não são completamente esclarecidos na literatura, mas
a seguir pode-se observar a reação de forma simplificada:

C5S3A+ 3CS + CH + 34H → C6AS3H32+ 3CSH (1)

Os íons presentes na escória (C5S3A) como o alumínio, cálcio e silício são liberados na
presença do ativador alcalino (CH) e reagem com sulfato de cálcio (CS) formando as fases
de etringita (C6AS3H32) e o silicato de cálcio hidratado (CSH), principais produtos da
hidratação do CSS (ANGULSKI DA LUZ; HOOTON, 2015).
O CSS apresenta algumas vantagens em relação ao cimento Portland, se destacando
pelo uso reduzido de matérias-primas, menor calor de hidratação e boa durabilidade em
ambientes com altas concentrações de sulfatos (GRACIOLI et al., 2016).
De acordo com relatos encontrados na literatura, o ataque por sulfatos em materiais
cimentícios ocorre frequentemente em áreas marítimas e de rejeitos industriais devido à
grandes quantidades de sulfatos. Esse processo é desencadeado por reações químicas
entre os produtos de hidratação do cimento já endurecido e os íons sulfatos, originando
produtos expansivos, como a etringita tardia e a gipsita, levando a uma perda de resistência
desses materiais e ocasionando rachaduras severas em suas estruturas (ALEKSIC, 2010;
BASISTA; WEGLEWSKI, 2009; DING et al., 2018).
Segundo Mehta e Monteiro (2008), os componentes do cimento hidratado mais propícios a
ataque de sulfatos são o hidróxido de cálcio e as fases que contêm alumina. Dentre os
sulfatos mais descritos na literatura (Na2SO4, CaSO4, MgSO4 e (NH4)2SO4) o escopo se
direcionará ao sulfato de sódio. Uma das primeiras reações que ocorrem pelo ataque do
sulfato de sódio é a conversão do monossulfoaluminato em etringita, reação 1, a seguir
(ALEKSIC, 2010) :

2Na2SO4 + 3CaO.Al2O3.CaSO4.12H2O + 2Ca(OH)2 → 3CaO.Al2O3.3CaSO4.32H2O + 4NaOH (1)

Destacando que o monossulfoaluminato de cálcio é produto final da hidratação do cimento


gerado a partir da etringita. Mas, quando esse monossulfoaluminato de cálcio é exposto ao
sulfato de sódio, observa-se um deslocamento no equilíbrio da reação, formando etringita
tardia causando a expansão da matriz cimentícia, reação 2 (ALEKSIC, 2010; MEHTA;
MONTEIRO, 2008).

3CaO.Al2O3.3CaSO4.32H2O + 22H2O + 2(3CaO.Al2O3) → 3(4CaO.Al2O3.SO4.18H2O) (2)


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Outro produto da hidratação do cimento, a portlandita ou Ca(OH) 2 também pode reagir com
sulfato de sódio, mas formando a gipsita, igualmente expansiva, reação 3.

Na2SO4 + Ca(OH)2 → CaSO4·2H2O + 2NaOH (3)

Apesar da importância do tema e apresentar bons resultados, existem poucos


trabalhos a respeito do ataque de sulfatos em cimentos sulpersulfatados. Grounds et al.
(2003) obteve bons resultados quando expôs amostras de CSS em solução de sulfato de
sódio, observando a boa resistência das mesmas nessa condição.
No trabalho de Quanlin e Zhang (2015) foi observada a resistência ao sulfato de sódio
em amostras diferentes (CSS, CP e amostra composta pela mistura de CP e escória de
alto-forno). Os resultados apontaram para uma durabilidade significativa nesse meio e uma
expansão menor que 0,06%.
Os resultados de Pinto (2019), corroboram com os resultados anteriores, mostrando
bons resultados de durabilidade das amostras de CSS frente ao sulfato de sódio, que
estariam associados uma menor quantidade de hidratos que reagiriam com o sulfato.
Esse artigo tem como objetivo avaliar os resultados de variação dimensional e de
massa das amostras de CSS comparando aos do cimento Portland (CP V – ARI RS) quando
submetidas ao ataque por sulfato de sódio.

2 Materiais e Métodos
A Figura 1 a seguir relacionada apresenta o fluxograma com as atividades desenvolvidas
nesse trabalho.

Figura 1 – Fluxograma com as etapas da pesquisa

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2.1 Materiais
2.1.1 Escória granulada de alto-forno
A escória utilizada tem massa específica de 2,83 g/cm³ e superfície específica de 4460
cm²/g. A composição química do material foi especificada pelo fornecedor conforme
apresentado na Tabela 1.

Tabela 1- Composição química da escória granulada de alto-forno


Elementos Variação percentual EN 15473:2010
SiO2 31,3% -
Fe2O3 0,7% -
Al2O3 13,3% -
CaO 42,8% -
SO3 2,6% -
MgO 4,8% -
K 2O 0,4% -
TiO2 0,6% -
L.O.I (Loss on Ignition/ perda ao fogo) 2,6% -
Adições inorgânicas do processo 6% -
CaO+MgO+SiO2 78,9 ≥ 66,7
CaO+MgO/SiO2 1,52 ≥1
Fonte: Fornecedor

Analisando a composição química da escória de alto-forno, de acordo com a classificação


da norma EN 15743:2010, verifica-se que a mesma pode ser utilizada na produção de CSS.
Além da composição química, foi realizada a difratometria de raios X, apresentada na
Figura 2, que permitiu atribuir uma característica amorfa à escória, o que é de grande
importância na constituição de aglomerantes com propriedades hidráulicas (GRACIOLI et
al., 2017). A escória apresenta em seu difratograma picos relativos aos compostos de
gipsita, gesso e dióxido de silício, sendo os dois primeiros oriundos da adição de gipsita
durante o processo de moagem da própria escória.

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Figura 2 – DRX da escória granulada de alto forno

2.1.2 Sulfato de Cálcio


A fonte de sulfato de cálcio utilizada foi a gipsita, um mineral com fórmula química
CaSO4.H2O. Ela foi moída em moinho de bolas e peneirada em uma peneira de 150
micrômetros.
Para obter sua forma anidra, foi necessário passar pelo processo de calcinação na mufla
em uma temperatura de 650ºC por 60 minutos, sendo a rampa de aquecimento da mufla
(taxa de elevação de temperatura) de 50ºC/minuto, conforme método descrito por Gracioli
et al. 2017.

Figura 3 – DRX da gipsita in natura e anidra

Fazendo a análise dos difratogramas é possível perceber que, após a calcinação, surgiram
os picos da anidrita (CaSO4), ou seja, significa que o material di-hidratado se tornou anidro.

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2.1.3 Cimento Portland V – ARI
O Cimento Portland tipo V de alta resistência inicial, da marca Itambé, foi utilizado nessa
pesquisa como ativador alcalino no cimento supersulfatado.

2.1.4 Cimento Portland V – ARI RS


O Cimento Portland tipo V de alta resistência inicial e resistente a sulfatos, da Votorantim
Cimentos, foi utilizado como composição padrão para a comparação com o cimento
supersulfatado. É um cimento que ganha resistência muito cedo e apresenta bom
desempenho em meios agressivos, ou seja, é uma indicação para ser utilizado em
ambientes que sofrem o ataque de sulfatos.
De acordo com o fabricante, esse cimento tem massa específica de 2,97 g/cm³ e superfície
específica de 5027 cm²/g. A composição química, também de responsabilidade do
fornecedor, é apresentada na Tabela 2.

Tabela 2 - Composição química do CP V-ARI RS


Caracterização química Teores
Perda ao fogo 4,4%
MgO 5,6%
SO3 2,9%
Resíduo insolúvel 13,4%
Fonte: Fornecedor

2.2 Métodos
2.2.1 Formulação do CSS
Com o objetivo de comparação entre o cimento supersulfatado e o cimento Portland, foram
preparadas pastas de CP V-ARI RS e de CSS (80% de escória de alto-forno, 20% de
anidrita e 5% de CP V-ARI como ativador alcalino).

2.2.2 Preparação das pastas


Nesse trabalho, as pastas foram preparadas com relação a/c 0,45. A Tabela 3 a seguir
relacionada apresenta as proporções dos materiais utilizados na produção das pastas.

Tabela 3 – Quantidade de material das pastas de cimento (em g)


CP V-ARI
CP V-ARI
Cimento Escória Anidrita RS (ativador Água
RS
alcalino)
CSS 80.20 G 76 19 5 - 45
CP V-ARI RS - - - 100 45
Fonte: Fornecedor

2.2.3 Preparação da solução de ataque


A solução de sulfato se sódio foi preparada a fim de simular um ambiente agressivo com
alta concentração de sulfatos. O processo de preparação consistiu na dissolução de 50
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gramas de sulfato de sódio anidro (Na2SO4) em um litro de água destilada, o que
corresponde à concentração de 50 g/L. Para tanto, foi utilizado sulfato de sódio anidro,
granulado, com pureza de 99%, distribuído pela empresa Alphatec (P.A).

2.2.4 Análise da variação dimensional e de massa


O NIST Test, estudado por Aleksic (2010), foi o método utilizado para avaliação da variação
dimensional e de massa dos corpos de prova. O método consiste na moldagem de sete
primas retangulares com dimensões de 10x10x60 mm para cada tipo de cimento. Após a
moldagem, os corpos de prova permaneceram em cura na câmara úmida por 48 horas e,
após esse período, os mesmos foram submersos em água saturada com cal.
No terceiro dia de cura (72 horas), uma mistura de resina epóxi e poliamida foi aplicada nas
extremidades e laterais dos corpos de prova, tendo esse procedimento a função estabilizar
o pino de medição e evitar a entrada de sulfatos nessa região.
Na sequência, os prismas voltam para a cura em água saturada com cal, em câmara úmida
com temperatura de 23±2°C e umidade relativa entre 95 e 100%, até atingirem a idade de
7 dias. Após esse período, os mesmos são submetidos ao ataque por sulfatos (Figura 4
(a)).
No processo de medição, depois de retirados da solução de ataque, os corpos de prova
foram secos e pesados para verificação da variação de massa. Posteriormente, os mesmos
foram medidos no comparador de comprimento com precisão de 0,001 mm.
A medição foi realizada de modo que os corpos de prova ficassem sempre na mesma
posição e mesmo sentido de rotação (Figura 4 (b)). Foi tomado como leitura padrão o menor
valor observado no relógio com uma volta completa de 360 graus. Logo após as medições,
os corpos de prova foram submersos em nova solução de sulfato.
A expansão de cada barra de pasta foi obtida pela diferença entre o valor medido na idade
correspondente e a leitura inicial da mesma barra, dividida pelo seu comprimento efetivo e
multiplicado por 100, sendo utilizada a média de variação dimensional dos sete corpos de
prova.

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(a) (b)
Figura 4 – Corpos de prova submetidos ao ataque por sulfatos (a) corpos de prova em solução; (b)
verificação da variação dimensional

3 Resultados
Considerando-se que o limite de expansão estabelecido pelo NIST Test é de 0,10% em 56
dias, pode-se observar na Figura 5, que o cimento Portland ultrapassa esse limite aos 42
dias de ataque. Já o comportamento do CSS caracteriza-se pela retração desde o início
das análises, o que também pode ser nocivo para as pastas de cimento, pois a retração
causa fissuração da pasta.

Figura 5 – Variação dimensional dos corpos de prova submetidos ao ataque por NaSO4

Quanto a variação de massa, como pode ser observado na Figura 6, ambos os tipos de
cimento encontram-se entre os limites estabelecidos pela metodologia NIST Test, com
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variação inferior a 1%. Analisando o comportamento do CSS nota-se uma pequena redução
da quantidade de massa. Já o cimento Portland apresentou ganho de massa em todas as
verificações realizadas, com aumento mais acentuado a partir dos 14 dias em solução de
NaSO4. De acordo com Pinto (2019), o ganho de massa pode estar associado a formação
de produtos a partir da reação entre os íons sulfatos e fases hidratadas, que se depositam
nos espaços vazios disponíveis e promovem a densificação da amostra. Além disso, a
entrada de maior quantidade de solução nos corpos de prova também acarreta no ganho
de massa.

Figura 6 – Variação de massa dos corpos de prova submetidos ao ataque por NaSO4

(a) (b)
Figura 7 – Corpos de prova submetidos ao ataque por NaSO4: (a) CP V-ARI RS; (b) CSS

Analisando a Figura 7 pode-se justificar a maior expansão e o maior ganho de massa


apresentado pelo CP V-ARI RS em relação ao CSS. A formação de fissuras verificada no
cimento Portland promove a entrada de solução agressiva de NaSO4 nos corpos de prova,
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intensificando o ataque. Já no CSS, em 56 dias de ataque, não foi verificada a formação de
fissuras e nenhum outro indicativo de degradação da pasta.
Grounds, Nowell e Wilburn (2003), estudando o comportamento de prismas de CSS em
diferentes temperaturas e taxas de umidade, durante seis meses de ensaio, também
verificaram maior resistência do CSS ao ataque por sulfato de sódio, quando comparado
ao cimento referência.
Pinto (2019), avaliando o comportamento do CSS exposto ao ataque por sulfatos, verificou
excelente desempenho do mesmo quanto ao ataque por sulfato de sódio. Segundo a
autora, o bom desempenho do CSS deve-se à menor disponibilidade de hidratos
(aluminatos e portlandita) passíveis de reagir com os íons sulfatos.

4 Conclusão
Neste estudo, que buscou comparar o comportamento do cimento supersulfatado em
relação ao cimento Portland frente ao ataque por sulfato de sódio, verificou-se melhor
comportamento apresentado pelo CSS. Embora o comportamento do CSS e do CP sejam
semelhantes quanto à variação de massa, nota-se significativa diferença entre eles na
análise de variação dimensional, sendo que o CP V-ARI RS apresentou expansão acima
do limite permito pelo NIST Test aos 42 dias de ataque por sulfato de sódio. O
comportamento de retração apresentado pelo CSS está de acordo com os resultados
encontrados na literatura, que apontam que o CSS apresenta boa durabilidade em
ambientes agressivos, especialmente quando exposto ao ataque por sulfatos. Apesar disso,
a retração excessiva apresentada pelo CSS também pode causar fissuração das pastas,
prejudicando sua durabilidade. Dessa forma, indica-se que estudos mais longos sejam
realizados para avaliar o comportamento do cimento supersulfatado quando exposto ao
ataque por sulfatos.

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