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Universidade De Santa Cruz do Sul

Departamento de Engenharia, Arquitetura e Ciências Agrárias


Engenharia Civil
PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Corrosão das
Armaduras
em Estruturas de
Concreto Armado
Lucas Alexandre Reginato
lucasreginato@unisc.br lucas.reginato@ufrgs.br
CORROSÃO DAS ARMADURAS

2
Manifestações Patológicas da Corrosão das Armaduras
CORROSÃO DAS ARMADURAS

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CORROSÃO DAS ARMADURAS

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CORROSÃO DAS ARMADURAS
PAPEL DO COBRIMENTO DO
CONCRETO

20
PROTEÇÃO QUÍMICA

COBRIMENTO

21
O cimento hidratado possui um pH de aproximadamente 12,5.
Este pH protege o aço contra a corrosão.
RELEMBRANDO...
REAÇÃO DE HIDRATAÇÃO DO CIMENTO:

• O Silicato de cálcio hidratado [C-S-H] é um composto formado pela


hidratação do C3S e C2S, e o principal responsável pela resistência da
pasta endurecida. Representa 50% a 60% do volume dos sólidos

• O Hidróxido de cálcio [Ca(OH)2] é um subproduto do C3S e C2S,


gerado a devido a grade quantidade de cálcio que possuem, ou seja,
mais do que podem ser acomodados no C-S-H. Representa de 20% a
25% do volume dos sólidos. Aparentemente, o único aspecto positivo
da presença de hidróxido de cálcio é a alcalinidade conferida ao
meio, responsável pela passivação da armadura.

• Os sulfoaluminatos de cálcio são compostos pela etringita e


monossulfato, representam produtos de hidratação dos Aluminatos, 22
formados a partir do C3A + água + gesso. Representam de 15 a 20%
do volume dos sólidos.
ALCALINIDADE DO CONCRETO
• O hidróxido de cálcio Ca(OH)2 é um composto com maior
solubilidade que o C-S-H, que se dissolve elevando o pH
existente nos poros, conferindo as condições necessárias para
formação da película passivadora que protege a armadura da
corrosão.
• O concreto também possui elevada alcalinidade aos íons de
sódio e potássio presentes na solução de poros.

IMPORTANTE: ao concretar barras com


“início de corrosão”, a película pode ser
formada a partir da combinação da
ferrugem superficial Fe(OH)3 com o
hidróxido de cálcio, formando o ferrato de
cálcio, um filme transparente, fino, 23
aderente estável.
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PERDA DA PROTEÇÃO

COMO
OCORRE A
PERDA DA
PROTEÇÃO?

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1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO

Reação com o Hidróxido de Cálcio

Quando o Ca(OH)2 é transformado em carbonato,


este se precipita havendo diminuição da sua
Ca(OH)2 + CO2 → CaCO3 + H2O
concentração na solução de poros, possibilitando a (carbonato de cálcio)
dissolução de maiores quantidade de Ca(OH)2 para 30
restabelecer o equilíbrio, resultando na diminuição
da reversa alcalina.
pH cai de 12,5 para < 9
1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO

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1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO

32
1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Teste com fenolftaleína Profundidade de carbonatação

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1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO

Fatores intervenientes:

• Tipos de cimento

• Umidade relativa

• Relação a/c

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1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Carbonatação X Tipo de cimento

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(WOLF e DAL MOLIN, 1989)


1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Carbonatação X Tipo de cimento

36

(WOLF e DAL MOLIN, 1989)


1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Porque as adições aumentam a profundidade de
carbonatação?
A alcalinidade da pasta é função da composição química do cimento, em
especial do teor de cálcio, e do teor de compostos cálcicos hidratados. Assim,
o cimento Portland, SEM adições minerais, produz um concreto com maior
reserva alcalina, comparado com concretos feitos com cimentos com adições
minerais.

Assim, cimentos com adições minerais resultam em frentes de carbonatação


mais velozes do que no cimento Portland comum, APESAR das adições
propiciarem um maior refinamento dos poros e dos grãos, aumentando a
tortuosidade dos capilares e diminuindo a permeabilidade.
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1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Porque as adições aumentam a profundidade de
carbonatação?

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1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Carbonatação X Umidade relativa

39

(WOLF e DAL MOLIN, 1989)


1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Carbonatação X Umidade relativa

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(WOLF e DAL MOLIN, 1989)


1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Carbonatação X Umidade relativa

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1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Carbonatação X Relação A/C

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(WOLF e DAL MOLIN, 1989)


1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Carbonatação X Relação A/C

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(WOLF e DAL MOLIN, 1989)


1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Carbonatação X Relação A/C

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1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Estimativa da profundidade carbonatada

a/c Profundidade 10 anos (mm) 30 anos (mm)


0,65 𝑦 = 5,8 𝑡 18,3 31,8
0,55 𝑦 = 3,7 𝑡 11,7 20,3
0,48 𝑦 = 2,1 𝑡 6,6 11,5 45
1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Carbonatação X Tempo
Profundidade
Carbonatação
[mm]

Tempo (anos½)

DUPLICANDO A
AUMENTA A VIDA 46
ESPESSURA DO
ÚTIL EM 4 VEZES
COBRIMENTO
1. CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Fatores intervenientes:
• Tipos de cimento
✓Condições de cura.
✓Eficiência das adições.
• Umidade relativa
✓Maiores profundidades de carbonatação com U.R.
entre 60% e 85%.
• Relação a/c
Variável
✓ Variável mais importante! controlada!
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PERDA DA PROTEÇÃO

COMO
OCORRE A
PERDA DA
PROTEÇÃO?

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2. PENETRAÇÃO DE AGENTES AGRESSIVOS

➢ Cloretos (atmosferas marinhas)


➢ Sulfatos
EFEITOS
• Aumentam a capacidade de
condução iônica.
• Dissolução do filme passivo.
• Não são consumidos nas reações.

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2. PENETRAÇÃO DE AGENTES AGRESSIVOS

Molha: H2O + Cl- Seca: H2O

Teor de cloreto varia com a


profundidade no tempo. 50
2. PENETRAÇÃO DE AGENTES AGRESSIVOS

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2. PENETRAÇÃO DE AGENTES AGRESSIVOS

52
2. PENETRAÇÃO DE AGENTES AGRESSIVOS

53
2. PENETRAÇÃO DE AGENTES AGRESSIVOS

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2. PENETRAÇÃO DE AGENTES AGRESSIVOS

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2. PENETRAÇÃO DE AGENTES AGRESSIVOS

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2. PENETRAÇÃO DE AGENTES AGRESSIVOS

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2. PENETRAÇÃO DE AGENTES AGRESSIVOS

58
2. PENETRAÇÃO DE AGENTES AGRESSIVOS

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PERDA DA PROTEÇÃO

COMO
OCORRE A
PERDA DA
PROTEÇÃO?

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3. AGENTES AGRESSIVOS
INCORPORADOS AO CONCRETO
• Aditivos aceleradores de endurecimento (CaCl2).

• Agregados contaminados (NaCl, MgSO4).

• Tratamentos superficiais com ácido muriático (HCl).

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PERDA DA PROTEÇÃO

COMO
OCORRE A
PERDA DA
PROTEÇÃO?

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4. MÁ EXECUÇÃO
• FALHAS ou NINHOS

5. CARACTERÍSTICAS DO MEIO AMBIENTE


Chuvas Ácidas Poeira Sedimentada

(pH ≈ 3) (Fuligem)

(pH ≈ 5) 63
PERDA DA PROTEÇÃO

COMO
OCORRE A
PERDA DA
PROTEÇÃO?

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6. FISSURAÇÃO

NBR 6118

65
PERDA DA PROTEÇÃO

O QUÊ
ACONTECE?

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CORROSÃO ELETROQUÍMICA
Na formação de uma pilha eletroquímica de corrosão, são geradas
DUAS ZONAS, sendo uma que atua como ânodo (+) onde se produz a
oxidação do metal, liberando elétrons; e outra que atua como cátodo
(-) onde, em função da migração de elétrons através do metal,
acontece a redução do oxigênio dissolvido no eletrólito.

Os íons hidroxilas OH- se


movem em direção ao
ânodo e, após alguns
estágios intermediários, se
combinam com os íons do
metal, formando produtos
de corrosão.
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CORROSÃO ELETROQUÍMICA

68
MECANISMO DA CORROSÃO
Necessárias:
• Eletrólito
• Solução eletricamente condutora constituída de água contendo sais,
ácidos ou bases.
• Diferença de potencial
• é responsável pelo movimento de íons do ânodo para o cátodo, com
origem em solicitações mecânicas, diferença na composição química e na
compacidade do concreto, concentração salina diferencial, etc.
• Oxigênio
• essencial para a formação da ferrugem (óxido de ferro), devendo estar no estado
dissolvido para ser consumido na reação catódica.
Favoráveis:
• Agentes agressivos
• Catalisadores da corrosão.
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MECANISMO DA CORROSÃO

Laje

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MECANISMO DA CORROSÃO

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MECANISMO DA CORROSÃO
COBRIMENTO MÍNIMO DE CONCRETO (NBR 6118)

CLASSE DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL


TIPO DE COMPONENTE
I II III IV
ESTRUTURA OU ELEMENTO
COBRIMENTO NOMINAL (mm)

CONCRETO LAJE 20 25 35 45
ARMADO VIGA/PILAR 25 30 40 50
CONCRETO
TODOS 30 35 45 55
PROTENDIDO

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EFEITOS DA CORROSÃO
Redução da Seção Transversal DECRESCE:
• Capacidade de carga
• Aderência
• Segurança

Formação de Fissuras
Paralelas à Armadura
Formação de óxidos de ferro
expansivos gerando altas tensões
de tração no interior do concreto

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Desplacamento
MECANISMO DA CORROSÃO

74
EFEITOS DA CORROSÃO

Aparência superficial da corrosão generalizada desencadeada pela carbonatação do 75


concreto (a) e da corrosão puntiforme desencadeada pela ação dos íons cloreto (b).
RECUPERAÇÃO DE
ESTRUTURAS POR CORROSÃO
DAS ARMADURAS

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DIAGNÓSTICO
CARBONATAÇÃO E/OU COBRIMENTO INSUFICIENTE
• Retirar concreto carbonatado
• Limpar a armadura
• Recompor a seção de concreto

IMPREGNAÇÃO SUPERFICIAL - Cloretos


• Extração de testemunhos para verificar a profundidade de
impregnação;
• Se for superficial, retirar o concreto e recompor a seção;
• Caso contrário, agir como em incorporação.
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DIAGNÓSTICO
ÂNODO DE SACRIFÍCIO

79
DIAGNÓSTICO

80
DIAGNÓSTICO

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RECUPERAÇÃO
ESTAPAS BÁSICAS
1) Limpeza e preparação do substrato

2) Análise da possível redução da seção do aço

3) Reconstrução do cobrimento, que deve:


➢ Impedir a penetração de agentes agressivos

➢ Recompor seção original do concreto

➢ Propiciar um meio passivante


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RECUPERAÇÃO

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RECUPERAÇÃO
PASSO 1

Marcação da área:
Delimite a área com um ângulo reto, de preferência
retangular, com uma folga de 10 cm a 15 cm da área com
bicheira ou com armadura exposta. 84
RECUPERAÇÃO
PASSO 2
Corte:
Cortar a região demarcada
de preferência com disco
de corte apropriado,
tomando cuidado para
efetuar o cruzamento dos
cortes. Isso garante maior
facilidade para a limpeza
do local.

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RECUPERAÇÃO
PASSO 2

86
RECUPERAÇÃO
PASSO 2

87
RECUPERAÇÃO
PASSO 3

Remoção do concreto deteriorado:


Com ponteiro e marreta ou rompedor
elétrico, apicoar e eliminar todas as
áreas deterioradas, criando um
superfície regular e limpa.
88
RECUPERAÇÃO
PASSO 3

89
RECUPERAÇÃO
PASSO 3

90
RECUPERAÇÃO
PASSO 3

91
RECUPERAÇÃO
PASSO 4

Limpeza da área de trabalho:


A superfície do concreto deve estar isenta de partículas soltas e
da presença de graxa e óleos. A área deve estar rugosa para
obter boa aderência.
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RECUPERAÇÃO
PASSO 4

Limpeza da área de trabalho:


A superfície do concreto deve estar isenta de partículas soltas e
da presença de graxa e óleos. A área deve estar rugosa para
obter boa aderência.
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RECUPERAÇÃO
PASSO 4

Limpe a armadura com lixa ou escova de aço para eliminar a


ferrugem. Depois, com um pincel aplique uma camada de um produto
inibidor de corrosão (primer epóxi, rico em zinco) evitando manchar o
concreto. Importante: antes do próximo passo é necessário obedecer o
94
tempo de cura do produto especificado pelo fabricante.
RECUPERAÇÃO
PASSO 5

Preparação da mistura e da
área: Umedeça a área e em seguida
prepare a argamassa ou graute de acordo 95
com a recomendação do fabricante.
RECUPERAÇÃO
PASSO 6

Recomposição do concreto: Imediatamente após a preparação da mistura,


aplique a argamassa na área do reparo moldando com a colher de pedreiro.
Aplique por camadas: com a argamassa, a espessura é de 2 cm, e no caso do
graute é possível criar camadas de até 5 cm. O tempo de cura varia de acordo
com o produto - argamassa ou graute - de cada fabricante. Em média, cada 96
camada de argamassa demora 6 h.
RECUPERAÇÃO
PASSO 6

Materiais de reparo:
• Argamassa de alto desempenho (com adição de sílica ativa)
• Concreto comum
• Argamassa para grauteamento
• Argamassa polimérica 97
• Concreto projetado
RECUPERAÇÃO
PASSO 6

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RECUPERAÇÃO

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RECUPERAÇÃO

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RECUPERAÇÃO

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RECUPERAÇÃO

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RECUPERAÇÃO

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RECUPERAÇÃO

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RECUPERAÇÃO

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