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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS – CCE


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA – DQI
QUÍMICA EXPERIMENTAL – 207/06

ESTUDOS DE CORROSÃO E ELETRÓLISE

Alunos: Eduardo Henrique de Oliveira Ra: 108164


Guilherme Bueno Pereira Afonso Ra: 119766
João Vitor Silva Ra: 119793
Pedro Henrique Pazim Da Silva Ra: 112434
Matheus Cesso Ra: 100674

Professora: Dra. Thelma Sley Pacheco Cellet

Maringá, 24 de fevereiro de 2022.


1) INTRODUÇÃO

O objetivo fundamental da Eletroquímica é o estudo de sistemas capazes de


entregar trabalho útil elétrico a partir de reações de oxirredução (células galvânicas)
ou de sistemas nos quais ocorrem processos de oxirredução ao receberem trabalho
útil elétrico - eletrólise.[1]
A eletrólise é o processo em que há a decomposição de uma determinada
substância por meio da ação de uma corrente elétrica. Trata-se de um processo
químico não espontâneo, onde através de uma fonte externa gera-se a corrente
elétrica necessária para essa decomposição. Em termos práticos, pode-se relacionar
o processo de eletrólise como um processo inverso ao de uma pilha. Nas pilhas, a
energia química armazenadas nas substâncias é convertida em energia elétrica,
resultante de uma reação espontânea de oxirredução. Já na eletrólise, ocorre uma
reação de oxirredução não espontâneo, onde uma corrente elétrica é fornecida para
que esta reação ocorra, formando produtos mais energéticos (substância
decomposta). Em resumo, a eletrólise é a conversão de energia elétrica em energia
química.[2]

NÃO ESPONTÂNEA

ENERGIA ELETRÓLISE ENERGIA


ELÉTRICA PILHA QUÍMICA

ESPONTÂNEA

Figura 1: Rotas para obtenção de energia elétrica e energia química.

Fonte: Autor.
Pode-se classificar a eletrólise em dois tipos principais: eletrólise Ígnea e
eletrólise em meio aquoso. A eletrólise Ígnea é o processo em que há a ausência de
água, onde normalmente há a passagem de uma corrente elétrica por uma substância
iônica fundida. Esse tipo de processo requer altas temperaturas. Já a eletrólise em
meio aquoso há a presença de água e esta participa do processo. A célula eletrolítica
onde ocorre a eletrólise é denominada de célula eletrolítica. Tal célula é constituída
por dois eletrodos, ambos presentes no mesmo compartimento, onde há apenas um
eletrólito (que permite a passagem da correte elétrica).[3]

Figura 2: Esquema geral de uma célula eletrolítica.[3]

Um exemplo de eletrólise em meio aquoso é a eletrolise aquosa do cloreto de


sódio. Nesse sistema, há dissolução do sal, ou seja, haverá a presença de Na +(aq) e
Cl- (aq), como representada pela equação abaixo.[4]

NaCl + H2O → Na+(aq) + Cl-(aq)

Um outro ponto de extrema importância é a presença dos íons H + e OH-


resultantes da autoionização da água:[4]

H2O → H+(aq) + OH-(aq)


Assim, no meio haverá a presença de quatro íons: Na+, Cl-, H+ e OH-. Para
determinar qual dos ânions e qual dos cátions sofre o processo recorre-se à ordem
de descarga de ânions e cátions.[4]
CÁTIONS

• Qualquer outro metal > H+> Metais das famílias 1A, 2A


ou 3A.

ÂNIONS

• Ânions sem oxigênio > OH- > F- ou qualquer ânion com


oxigênio.

Figura 3: Ordem de descarga de Íons.[2]

Assim, haverá a redução do H+ no Cátodo:

2H+(aq) + 2e- → H2(g)

E a oxidação do Cl- no Ânodo:

2Cl-(aq) → 2e- + Cl2(g)

1.1) PILHA E CORROSÃO

Pilhas ou células galvânicas (voltaicas) são sistemas eletroquímicos que


através de reações de oxirredução espontâneas, transformam energia química em
energia elétrica, isto é, produzem corrente elétrica por meio do fluxo ordenado. Essas
pilhas possuem três componentes essenciais, o cátodo, o ânodo e o eletrólito. No
cátodo acontece a redução, no ânodo a oxidação, e, por meio do eletrólito, a
corrente elétrica flui do cátodo para o ânodo. Esse fluxo acontece por conta de
uma diferença de potencial associada a diferentes materiais.[1]

Além das pilhas, outro processo que está associado a reações de oxirredução
é a corrosão. Dado o esquema essencial das pilhas, a corrosão
acontece sempre que houverem os três elementos – cátodo, ânodo e eletrólito -e gera
produtos como óxidos, hidróxidos, sais etc. Esses produtos contêm o metal
corroído e podem contribuir para o desgaste de estruturas metálicas.[4]
O estudo desse processo é importante do ponto de vista industrial e ambiental,
uma vez que afeta a durabilidade das estruturas e peças metálicas (ou não),
construções e monumentos, entre outros. A corrosão pode incidir sobre diversos tipos
de materiais, sejam metálicos como os aços ou as ligas de cobre, ou não metálicos,
como plásticos, cerâmicas ou concreto.[4]

1.2) CONCEITO DE CORROSÃO

A corrosão consiste na deterioração dos materiais pela ação química ou


eletroquímica do meio, podendo estar ou não associado a esforços mecânicos.[4]
Esse processo pode incidir sobre diversos tipos de materiais, sejam metálicos
como os aços e ligas de cobre, ou não metálicos, como plásticos, cerâmicas ou
concreto. A ênfase será sobre a corrosão dos materiais metálicos, denominada
corrosão metálica. Dependendo do tipo de ação do meio corrosivo sobre o material,
os processos corrosivos podem ser classificados em dois grandes grupos,
abrangendo todos os casos de deterioração por corrosão: Corrosão Química e
Corrosão Eletroquímica.[4]

1.1.1) CORROSÃO QUÍMICA

Como na corrosão química não se necessita de água líquida, ela também é


denominada em meio não aquoso ou corrosão seca. [4]
Os processos de corrosão química caracterizam-se basicamente por:

• Ausência da água no estado líquido;


• Temperaturas sempre acima do ponto de orvalho da água;
• Interação direta entre o metal e o meio corrosivo.

Os processos de corrosão química são, por vezes, denominados corrosão ou


oxidação em altas temperaturas. Estes processos são menos frequentes na natureza,
envolvendo operações onde as temperaturas são elevadas.[4]
A melhor maneira de prevenir a corrosão química é através da proteção do
material, isto é, por meio de aplicação de tintas (oferecendo proteção por barreira) e
revestimentos metálicos – revestir as peças metálicas com outros metais de maior
potencial de oxidação com a finalidade de provocar a corrosão preferencial deste
revestimento, como a galvanização ou metalização.[5]

1.1.2) CORROSÃO ELETROQUÍMICA

Os processos de corrosão eletroquímica são frequentes na natureza e se


caracterizam por:[4]

• Necessariamente na presença de água no estado líquido;


• Temperaturas abaixo do ponto de orvalho da água, sendo a grande maioria na
temperatura ambiente;
• Formação de uma pilha ou célula de corrosão, com a circulação de elétrons na
superfície metálica;
• Em face da necessidade do eletrólito conter água líquida, a corrosão
eletroquímica é também denominada corrosão em meio aquoso.

A corrosão eletroquímica envolve reações de oxirredução. Este tipo de reação


acontece com a transferência de elétrons e esta transferência pode ocorrer
espontaneamente ou não. No caso da corrosão eletroquímica, as reações de
oxirredução são todas espontâneas.[4]
Corrosão em meio aquoso acontece através da formação de pilha. Numa pilha
de corrosão, precisa acontecer reação de oxidação e de redução juntas. Quatro
elementos fundamentais precisam existir, para que as reações supracitadas
aconteçam: área anódica, área catódica, eletrólito e ligação elétrica entre as áreas
anódicas e catódicas.[4]
Com a finalidade de evitar a corrosão eletrolítica, os métodos mais amplamente
utilizados na indústria são: usar materiais especiais mais resistentes a corrosão, como
o aço inoxidável; aplicação de pinturas (barreiras inertes) e métodos de proteção
catódica ou anódica como aplicação de placas de zinco sobre aço (anodo de
sacrifício), por exemplo.[5]
1.3) PILHAS DE CORROSÃO ELETROQUÍMICA

A pilha de corrosão eletroquímica é constituída de quatro elementos


fundamentais:
• Área anódica: superfície onde verificam-se a corrosão (reações de oxidação).
• Área catódica: superfície protegida onde não há corrosão (reações de
redução).
• Eletrólito: solução condutora ou condutor iônico que envolve simultaneamente
as áreas anódicas e catódicas
• ligação elétrica entre as áreas anódicas e catódicas

Na Figura 4 tem-se esquematizada uma pilha de corrosão eletroquímica.

Figura 4: Pilhas de Corrosão Eletroquímica.[4]

O aparecimento das pilhas de corrosão é consequência de potenciais de


eletrodos diferentes, em dois pontos da superfície metálica, com a devida diferença
de potencial entre eles. Um conceito importante aplicável às pilhas de corrosão é o
da reação de oxidação e redução. As reações da corrosão eletroquímica envolvem
sempre reações de oxirredução. Na área anódica, onde se processa a corrosão,
ocorrem reações de oxidação, sendo a principal a de passagem do metal da forma
reduzida para a forma iônica, como mostrado na Figura 2.[4]
Figura 2: Reação Área Anódica.[4]

Na área catódica, que é uma área protegida (não ocorre corrosão), as reações
são de redução de íons do meio corrosivo, onde as principais reações são:

• Meios aerados: caso normal de água do mar e naturais;

H2O + 12 O2 + 2e- → 2 OH-

• Meios desaerados: caso comum em águas doces industriais

H2O + 2e- → H2 + 2 OH-


2) OBJETIVOS

A prática tem como objetivo estudar o processo de corrosão tanto em mio


aquoso a diferentes valores de pH, bem como em células galvânicas e eletrolíticas,
conhecer e diferenciar reações que se processam em ambas as células, tomar
conhecimento de alguns processos anti-corrosivos e por fim estudar a pilha de
concentração.
3) PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

PARTE I

A) CORROSÃO DE FERRO EM MEIO

Tome 6 tubos de ensaio e em cada um coloque um prego limpo e polido. Em


seguida adicione cerca de 2 mL das seguintes soluções (0,1 mol/L):

NaOH, NaCl, HCl, Na2CO3, KNO3 e H2O (torneira).

Determine aproximadamente a concentração de íons hidrogênio em cada


solução, usando papel indicador universal. Note se a solução é ácida, básica ou
neutra. Após as soluções e os pregos terem permanecido em contato durante uma
hora, junte gotas de solução 0,1 mol/L de ferricianeto de potássio a cada uma das
soluções e observe as mudanças. Junte uma gota de solução 0,1 mol/L de ferricianeto
de potássio a cerca de 1 mL de solução de sulfato ferroso. Compare o resultado com
o de cada um dos testes anteriores. Observe e registre quaisquer transformações,
descrevendo as reações possíveis.

B) PROCESSOS DE DECAPAGEM

Coloque um prego enferrujado em um tubo de ensaio contendo HCl (1 mol/L)


e outro com NaOH (1 mol/L). Após uma hora, observe. Discuta como poderia utilizar-
se de soluções ácidas, básicas e óleos nas indústrias de galvanoplastia, metalurgias
e afins.

C) VERIFICAÇÃO DO SENTIDO ESPONTÂNEO DA REAÇÃO

Coloque em um béquer pequeno aproximadamente 4 mL de solução de FeSO4


0,1 mol/L. Mergulhe nesta solução uma placa de cobre. Em um tubo de ensaio,
coloque um prego de ferro (limpo e polido) e adicionar solução de 1 mol/L de sulfato
de cobre (até a metade do prego). Retire o prego após 5 segundos; observe a
ocorrência da seguinte reação:

Fe2+ + Cu0 ↔ Cu2+ + Fe0


D) ELETRODEPOSIÇÃO DE ZINCO EM UM OBJETO METÁLICO

Monte o seguinte esquema (cuidado com curto circuito):

Figura 1. Esquema envolvendo um circuito de grafite e ferro.[1]

No sistema tem-se corrente contínua, um eletrodo inerte de grafita, um prego


(ferro) e béquer, contendo solução de sulfato de zinco. Coloque em funcionamento o
ferro ligado ao pólo negativo e a grafita ao pólo positivo. Observe. Deixe funcionando
por certo tempo. Cuidado, não permita o fechamento elétrico do circuito. Retire o
prego, lave, pule (de polir) e observe.

E) PILHA DE CORROSÃO / PROTEÇÃO

Coloque em um béquer de 250 mL, 50 mL de solução aquosa de cloreto de


sódio a 3%, 2 gotas de solução alcoólica a 1% de fenolftaleína e 4 gotas de solução
aquosa 1,0 mol/L de ferricianeto de potássio. Obs: prepare 4 soluções idênticas.
Imergir parcialmente dois eletrodos metálicos, sendo um de cobre e outro de ferro
(prego), ligando-os por meio de um fio (de cobre), como mostra o esquema abaixo:
Observar. Em outro béquer, repita o mesmo procedimento, substituindo a placa de
Cu por Zn; observe.
Figura 2. Esquema de pilha de corrosão.[1]

F) APLICAÇÃO DA PROTEÇÃO CATÓDICA (CORRENTE IMPRESSA):

Coloque em um béquer de 250 mL, 50 mL de solução aquosa de cloreto de


sódio a 3%, 2 gotas de solução alcoólica a 1% de fenolftaleína e 4 gotas de solução
aquosa 1,0 mol/L de ferricianeto de potássio (preparação idêntica á anterior, item E).
Imerge parcialmente dois eletrodos, um de ferro (prego) e outro de grafita, ligando-os
respectivamente aos pólos negativo e positivo de uma fonte de corrente contínua.
Tome cuidado com curto circuito. Observe.

G) ACELERAÇÃO DA CORROSÃO POR FORNECIMENTO DE CORRENTE:

Coloque em um béquer de 250 mL, 50 mL de solução aquosa de cloreto de


sódio a 3%, 2 gotas de solução alcoólica a 1% de fenolftaleína e 4 gotas de solução
aquosa 1,0 mol/L de ferricianeto de potássio (ou seja, prepare identicamente ao dos
itens E e F). Proceda como na experiência anterior (F), só que agora o ferro deverá
funcionar como pólo positivo. Cuidado com curto circuito. Observe.
PARTE II

A) PILHA DE CONCENTRAÇÃO

Em um tubo de ensaio, adicione solução concentrada de SnCl2 40% (m/v) em


meio ácido (aproximadamente 1/3 de altura do tubo). Introduza um fio de estanho.
Adicione lentamente e escorrendo pela parede do tubo, solução de SnCl2 diluída
(0,2% em meio ácido). Deixe o sistema em repouso e observe depois de algum tempo.

B) PILHA DE AERAÇÃO DIFERENCIAL

Sobre uma chapa de ferro limpa, deposite 0,5 mL de solução de: NaCl 3%
aquoso contendo uma gota de fenolftaleína e uma gota de ferricianeto de potássio.
Deixe em repouso e observe.
4) REFERÊNCIAS

[1] - NOVAIS, Stéfano Araújo. "Pilhas"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/quimica/pilhas.htm. Acesso em 23 de fevereiro de
2022.
[2] - ELETRÓLISE EM MEIO AQUOSO, Manual da Química. Disponível
em:<https://www.manualdaquimica.com/fisico-quimica/eletrolise-meio- aquoso.htm>
Acesso em: 23, fevereiro, 2022.

[3] – ELETRÓLISE DO CLORETO DE SÓDIO, Mundo da educação. Disponível


em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/eletrolise-cloreto-sodio.htm>
Acesso em: 23, fevereiro, 2022.

[4] - BOCCHI, N., FERRACIN, L.C., BIAGGIO, S.R. Pilhas e baterias: Funcionamento
e impacto ambiental. Quimica Nova na Escola, São Paulo, n. 11, p. 3-9, mai. 2000.
Disponível em:< http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc11/v11a01.pdf>. Acesso em 23
fev 2022.

[5] – Apostila de Físico química.

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