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RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
Indústria do papel
e compensados
PROGRAMA EXPERIMENTAL
Materiais
Composto Composto
Composição (%) Composição (%)
químico químico
SiO2 78,34 MnO 0,13
Al2O3 8,55 TiO2 0,50
Fe2O3 3,61 MgO 1,65
CaO 2,15 BaO < 0,16
Na2O 0,12 P2O5 1,07
K2O 3,46 Perda ao fogo* 0,42
* NBR 5743 (ABNT, 1989)
100
80
Passante (%)
60
40
20
0
0,10 1,00 10,00 100,00 1000,00
Diâmetro relativo das partículas (µm)
Metodologia
A primeira moagem (moagem convencional) foi realizada no moinho de bolas rotativo com
carcaça de porcelana (cilindro com 24 cm de diâmetro interno) que gira sobre roletes, volume
de 10 litros e capacidade de 2,5 litros de material por batelada. Os corpos moedores utilizados
foram de alumina, com diâmetros de 10 mm, 15 mm, 20 mm e 30 mm, em proporções iguais,
totalizando 5 litros. A rotação do moinho é de 35 rpm (38% da velocidade crítica) e os tempos
estabelecidos foram 30 min, 60 min, 120 min, 240 min, 480 min e 960 min.
P = I . V . cos φ (1)
Onde:
P: potência (W);
I: corrente elétrica (A);
V: tensão (V);
cos φ: fator de potência.
Para cada condição de moagem foi determinada a composição granulométrica por meio de
analisador de partículas a laser Malvern Martersizer, utilizando-se álcool etílico absoluto P.A.
como meio suspensor e ultra-som durante 60 segundos. As superfícies específicas foram
determinadas pelo método de permeabilidade ao ar Blaine (ABNT, 1998). Na avaliação de um
dado processo de moagem é importante a determinação da superfície específica em conjunto
com a granulometria, pois materiais com a mesma distribuição granulométrica podem
apresentar superfícies específicas diferentes em função de vazios interiores e da forma e
rugosidade das partículas.
A atividade pozolânica das cinzas foi avaliada através da determinação do índice de atividade
pozolânica com cimento Portland (IAP), conforme a NBR 5752 (ABNT, 1992). O IAP é
definido como:
f cp
IAP = × 100 (%) (2)
f cc
Onde:
fcp: resistência à compressão média, aos 28 dias, dos corpos-de-prova moldados com cimento Portland
e material pozolânico (substituição de 35% do volume de cimento);
fcc: resistência à compressão média, aos 28 dias, dos corpos-de-prova moldados somente com cimento
Portland como material cimentício.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Composição Granulométrica
100
S e m m o a ge m
80 30 m in
60 m in
Passante (%)
120 m in
60
240 m in
480 m in
40 960 m in
20
0
0,01 0,10 1,00 10,00 100,00 1000,00
Diâmetro relativo das partículas (µm)
100
S e m m o a ge m
80 8 m in
15 m in
30 m in
Passante (%)
60 60 m in
120 m in
40 240 m in
20
0
0,01 0,10 1,00 10,00 100,00 1000,00
Diâmetro relativo das partículas (µm)
Passante (%)
30 m in
60 60 m in
120 m in
40 240 m in
20
0
0,01 0,10 1,00 10,00 100,00 1000,00
Diâmetro relativo das partículas (µm)
100,0
M o a ge m c o nve nc io na l
M o a ge m vibra tó ria /a lum ina
M o a ge m vibra tó ria /a ç o
10,0
D 10 (µm)
1,0
0,1
0 200 400 600 800 1000
Tempo de moagem (min)
D 50 (µm)
10
M o a ge m c o nve nc io na l
M o a ge m vibra tó ria /a lum ina
M o a ge m vibra tó ria /a ç o
1
0 200 400 600 800 1000
Tempo de moagem (min)
1000
100
D 90 (µm)
10
M o a ge m c o nve nc io na l
M o a ge m vibra tó ria /a lum ina
M o a ge m vibra tó ria /a ç o
1
0 200 400 600 800 1000
Tempo de moagem (min)
Superfície Específica
12000 M o a ge m c o nve nc io na l
8000
6000
4000
2000
0
0 200 400 600 800 1000
Tempo de moagem (min)
A influência da finura da cinza do bagaço na atividade pozolânica com cimento Portland foi
investigada a partir das amostras obtidas pela moagem vibratória com corpos moedores de
alumina. A escolha deste tipo de moagem se deu pelas diferenças pouco significativas
apresentadas em relação à moagem vibratória com corpos moedores de aço, menor
possibilidade de contaminação da cinza e menor massa específica da alumina em relação ao
aço, o que facilita o manuseio durante a operação. Os resultados dos ensaios de resistência à
compressão são apresentados na Tabela 3. A Figura 10 mostra os índices de atividade
pozolânica para os diferentes tempos de moagem empregados.
90
60 m in
80
30 m in
15 m in
8 m in
70
60
2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
2
Superfície específica (cm /g)
FIGURA 10. ÍNDICE DE ATIVIDADE POZOLÂNICA COM CIMENTO PORTLAND VERSUS SUPERFÍCIE
ESPECÍFICA PARA OS DIFERENTES TEMPOS DE MOAGEM ESTABELECIDOS
CONSUMO ENERGÉTICO
Os consumos energéticos medidos nas diferentes moagens são apresentados na Figura 11.
Como os moinhos foram estudados em operação descontínua, sem qualquer classificação do
produto, o consumo observado foi muito elevado, atingindo 570 kWh/t para um D50 de 1,7
µm do produto. Segundo Napier-Munn et al. (1996) a operação contínua do moinho em
circuito fechado com classificador pneumático aumenta significativamente a eficiência
energética de operação, permitindo obter um produto com distribuição granulométrica
controlada e menor consumo energético. Ambos os moinhos apresentaram consumos
específicos (kWh/t) similares, apesar da maior taxa de quebra apresentada pelo moinho
vibratório.
10000
1000
Consumo (kW.h/t)
100
M o a ge m c o nve nc io na l
10
M o a ge m vibra tó ria /a lum ina
M o a ge m vibra tó ria /a ç o
1
1 10 100
D50 (µm)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos neste trabalho indicam que, mesmo sem controle da temperatura de
queima, a cinza do bagaço de cana-de-açúcar residual atende às prescrições da NBR 12653
(ABNT, 1992) para uso como material pozolânico, bastando para isso um adequado processo
de moagem mecânica. Ambos os moinhos apresentaram consumos específicos comparáveis.
No entanto, levando-se em consideração as condições de moagem empregadas, a maior taxa
de quebra de grãos do moinho vibratório o torna a opção mais atrativa uma vez que permitiu a
obtenção de uma cinza com todas as partículas menores que 10 µm em 240 min de moagem.
A operação descontínua revelou-se ineficiente devido aos elevados consumos energéticos
apresentados. Todavia, estudos posteriores serão realizados em operação contínua em circuito
fechado com classificador pneumático visando a redução do tempo de moagem e do consumo
de energia.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas. (1982). NBR 7214 Areia Normal para Ensaio de
Cimento, Rio de Janeiro.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. (1992). NBR 12653 Materiais Pozolânicos, Rio
de Janeiro.
Azevedo, H.J. (2002). Uma Análise da Cadeia Produtiva de Cana-de-Açúcar na Região Norte
Fluminense. Consórcio Universitário de Pesquisa da Região Norte Fluminense, Boletim
Técnico 06, 50 p.
Hernández, J.F.M.; Middeendorf, B.; Gehrke, M.; Budelmann, H. (1998). Use of Wastes of
the Sugar Industry as Pozzolana in Lime-Pozzolana Binders: Study of the Reaction. Cement
and Concrete Research, vol. 28, pp. 1525-1536.
Malhotra, V.M.; Mehta, P.K. (1996). Pozzolanic and Cementitious Materials, 1 ed.,
Amsterdam: Gordon and Breach Publishers, 191 p.
Mehta, P. K. (1977). Properties of Blended Cements Made from Rice Husk Ash. ACI Journal
vol. 74, n. 40, pp. 440-442.
Napier-Munn, T. J.; Morrell, S.; Morrison, R. D.; Kojovic, T. (1996). Mineral Comminution
Circuits: their Operation and Optimisation, 2 ed., JKMRC Monograph Series in Mining and
Mineral Processing.