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Tratamento de Água e Esgoto

Processos Biológicos

 Tratamento e disposição de lodo


 Remoção de nutrientes
Tratamento e disposição de lodo

Os seguintes aspectos principais deverão ser bem conhecidos antes de se


decidir sobre a forma e o local de destino final:

• Produção e caracterização do lodo gerados na estações;

• Presença de esgotos industriais no sistema, capaz de atribuir


características especiais ao lodo;

• Quantidade do lodo gerado na estação de tratamento;

• Características especiais que possam interferir com o sistema de


disposição final, de natureza física, química, e biológica.
Formas de disposição final

Aterros sanitários

Incineração

Usos agrícolas:
 aplicação com fins agrícola;
 aplicação em áreas de reflorestamento;
 produção de compostos ou fertilizantes organo-mineral;
 restauração de terras;
 reúso industrial (construção civil, cimento e cerâmicos)
 lançamento no oceano
Tratamento e disposição de lodo

Lodo de ETAs

• Etapas do tratamento da água

• Caracterização do lodo gerado

• Alternativas de desaguamento/desidratação
Tratamento e disposição de lodo

Etapas que geram lodo:

Clarificação: lodo químico

Desinfecção: produção de lodo desprezível.

Tratamentos complementares: pode ocorrer formação de


precipitados, principalmente na correção do pH da água.
Tratamento e disposição de lodo

Ponto de geração de resíduos em uma ETA convencional


Tratamento e disposição de lodo

Clarificação: DECANTAÇÃO + FILTRAÇÃO

Remoção de sólidos suspensos e coloidais → Lodo químico

(coagulação – floculação – decantação – filtração)

Composição química do lodo relacionada a:

 qualidade da água bruta.

 produtos químicos utilizados na ETA.


Lodo de ETAs

Canal de água filtrada

F1 F2 F8

DECANTAÇÃO

Sedimentação
Gravitacional

CASA DE
QUÍMICA

Canal de água coagulada


Lodo de ETAs
Decantadores Mecanizados
Lodo de ETAs
Etapa de clarificação:
FILTRAÇÃO
Tratamento e disposição de lodo

Disposição final
Até os anos 80 o resíduo era disposto no manancial de água

Atualmente: desaguamento e disposição final adequada

• atendimento a legislação: Resolução CONAMA 357/2005


Cap. IV: Condições e padrões para lançamento
Sólidos Sedimentáveis < 1 mL / L
Tratamento e disposição de lodo

Etapas do tratamento (clássico) com geração de lodos:

• Lodo sedimentado nos decantadores (90 %)


(concentração de 10 a 20 g/L)

• Água de lavagem dos filtros (10 %)


(concentração de 0,1 a 0,4 g/L)

• Rejeitos de produtos químicos (inertes)


Tratamento e disposição de lodo

Caracterização do lodo gerado:

Qualidade

Quantidade

 A quantidade de lodo gerado e suas características físicas,


químicas e biológicas devem ser identificadas para cada caso.
Tratamento e disposição de lodo
Características físicas e químicas dos lodos gerados em ETAs.
Autor/Ano DBO DQO pH ST SV SS
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (% ST) (% ST)

Neubauer (1968) 30 a 150 500 a 15.000 6,0 a 7,6 1.100 a 16.000 20 a 30 -


Sutherland (1969) 100 a 232 669 a 1.100 7,0 4.300 a 14.000 25 80
Bugg (1970) 380 1.162 a 15.800 6,5 a 6,7 4.380 a 28.580 20 -

Albrecht (1972) 30 a 100 500 a 10.000 5,0 a 7,0 3.000 a 15.000 20 75

Culp (1974) 40 a 150 340 a 5.000 7,0 - - -


Nilsen (1974) 100 2.300 - 10.000 30 -
Singer (1974) 30 a 300 30 a 5.000 - - - -
Cordeiro (1981) 320 5.150 6,5 81.575 20,7 -
Vidal (1990) 449 3.487 6,0 a 7,4 21.972 15 -
Vidal (1990) 173 1.776 6,7 a 7,1 6.300 73 -
Cordeiro (1993) - 5.600 6,4 30.275 26,3 -
Patrizze ( 1998) - - 5,55 6.112 19 -

Fonte: PROSAB Tema 4 (1999)


Lodos gerados em ETAs
Metais (mg/L) ETA 1 ETA 2 ETA 3
Alumínio 3.965 391 325
Bário - 0,22 0,18
Cádmio 0,14 0,02 0,02
Cálcio 142 - 0,08
Chumbo 2,32 0,20 0,30
Cloreto - 35 36,3
Cobre 1,47 0,12 0,20
Cromo total 3,82 0,06 0,09
Ferro total 3381 129 166
Ferro solúvel - 6,14 0,12
Magnésio 27 2,87 1,38
Manganês 1,86 7,80 3,44
Manganês solúvel - 4,57 1,00
Mercúrio - - -
Níquel 2,70 0,14 0,12
Potássio 49,97 7,37 7,55
Sódio 311 29,3 63,0
Zinco 2,13 0,70 0,98

Fonte: PROSAB Tema 4 (1999)


Tratamento e disposição de lodo

Estimativa da quantidade de resíduos gerados:

• Lodo da reação química do sulfato de alumínio e alcalinidade:

Da relação estequiométrica acima obtém-se que:

Ou seja:
1 g de sulfato de alumínio → 0,26 g de hidróxido de alumínio.
Valores práticos:
Tratamento e disposição de lodo

Desaguamento/Desidratação

Importante para:

 permitir o aproveitamento e/ou disposição final.


 reduzir o custo do transporte.
 solução mais simples: Disposição aterro sanitário (≥ 25 % de
sólidos).
 alternativas: Co-disposição, aproveitamento industrial, incineração.
Tratamento e disposição de lodo

Alternativas de Desaguamento/Desidratação

MEIOS

NATURAIS MECÂNICOS

LEITOS DE LAGOAS DE FILTRO A


CENTRÍFUGAS FILTRO PRENSA
SECAGEM LODO VÁCUO
Etapas do desaguamento
Condicionamento:
Objetivo: adição de produtos químicos para facilitar separação
água –sólidos.
• cal
• polímeros

Adensamento:
Objetivo: aumento da concentração de 0,1 a 1% para valores
acima de 2%
• gravidade
• flotação

Desaguamento/Desidratação:
Objetivo: acréscimo na concentração de sólidos para valores
acima de 20%.
• centrífugas
• filtro prensa
• prensa desaguador
Etapas do desaguamento

Adensamento:

Objetivo: aumento da concentração de 0,1 a 1% para valores


acima de 2%

Gravidade: o principio é a sedimentação de partículas sólidas,


pode ser um processo continuo ou por batelada.

Flotação: separação da fase sólida e liquida por meio de injeção


de pequeníssimas bolhas de ar. O sólidos flutuam e são
acumulados na superfície do tanque.
Etapas do desaguamento

Adensamento por gravidade:


Etapas do desaguamento

Adensamento por gravidade:


Etapas do desaguamento

Flotador por ar dissolvido:


Etapas do desaguamento

Flotador por ar dissolvido:

Fonte: www.centroprojektbrasil
Etapas do desaguamento

Centrífugas:

• Princípio de funcionamento: obtenção de G até 6000 RPM.

• Diversas configurações mecânicas.

Filtro prensa

• Princípio de funcionamento: pressurização do lodo entre


placas porosas.

• Pressão de operação até 20 bar.


Etapas do desaguamento

Centrífuga
Etapas do desaguamento

Centrífuga
Etapas do desaguamento

Filtro prensa
Etapas do desaguamento

Filtro prensa
Etapas do desaguamento

Prensa desaguadora
Tratamento e disposição de lodo

Lodo de ETEs

• Etapas do tratamento de esgoto

• Caracterização do lodo

• Tratamento

• Disposição final
Tratamento e disposição de lodo

Águas residuárias

- Origem: uso da água para afastamento de resíduos.


• efluentes urbanos
• efluentes industriais
• drenagem urbana
• drenagem agrícola

- Tecnologias de tratamento: selecionadas em função dos resíduos


contidos na água.
Tratamento e disposição de lodo
Tratamento e disposição de lodo

Tipos de lodos: Função do nível de tratamento.

Tratamento convencional

- Preliminar: sólidos grosseiros

- Primário: sólidos suspensos presentes no efluente.

- Secundário: biossólidos.

- Terciário: lodo químico (60 a 80% inorgânicos).


Tratamento e disposição de lodo

Lodo Primário:

 Quantidade e características: em função da origem.

 Esgoto sanitário:

- menos de 0,1% são sólidos suspensos.


- aproximadamente 70% são orgânicos.
- requer tratamento para disposição final.
- potencial para produção de energia
Tratamento e disposição de lodo

Lodo Secundário (biossólidos):

Quantidade e características em função


do tratamento biológico.

80 a 90% são orgânicos.

apresentam maior dificuldade de


biodegradação.
Tratamento e disposição de lodo

Quantificação de lodos

 Massa

 Volume

- O volume de lodo líquido produzido em uma ETE por lodos


ativados corresponde a apenas de 2% do volume de esgoto
tratado.

- O custo do tratamento e disposição final do lodo responde por


cerca de 30 a 50% do custo operacional da ETE.
Tratamento e disposição de lodo

Adensamento Estabilização Desaguamento Reúso e Disposição


Final

Adensador por Digestão


gravidade Centrífuga Reuso Agrícola
Anaeróbia

Adensador por Prensa


Digestão Aeróbia Aterro Sanitário
Flotação Desaguadora

Compostagem Recuperação de Área


Centrífuga Filtro Prensa
Degradada

Leitos de
Incineração
Secagem

Oxidação Úmida
Tratamento e disposição de lodo

Digestores anaeróbios formatos típicos


Tratamento e disposição de lodo
Leito de secagem:

 Método natural para remoção de água dos lodos.

 consiste essencialmente em decantação, percolação (drenagem)


e evaporação.

Esquema do leito (corte)


Tratamento e disposição de lodo
Fluxo de tratamento e disposição de lodo
Tratamento e disposição de lodo
Fluxo de tratamento e disposição de lodo
Aplicações do lodo de ETA´s e ETE´s

• Tijolos ecológicos
O lodo proveniente das estações de tratamento de água (ETAs)
pode ser utilizado para fabricação de tijolos cerâmicos, chamados
‘tijolos ecológicos’.

Resíduo Produto

É necessário um tratamento prévio do lodo antes de um possível


aproveitamento em processos produtivos.

https://www.youtube.com/watch?v=BIohlElQ8Tk
Aplicações do lodo de ETA´s e ETE´s

• Fabricação de cerâmica vermelha e tijolos


Andrade (2005) testou diferentes relações de lodo com argila para
fabricação de blocos cerâmicos. A adição de 7% em massa do lodo
não alterou significativamente as características (dimensões,
esquadro e planeza, absorção de água e de resistência). ETA
Cubatão (SC).

Andrade (2005)
https://www.youtube.com/watch?v=BIohlElQ8Tk
Aplicações do lodo de ETA´s e ETE´s

• Fabricação de cerâmica vermelha e tijolos


Silva (2011) usou cinzas de carvão de usinas termelétricas e lodo de
ETA como matéria prima na produção de tijolos prensados. Os
tijolos com as proporções mássicas cinza:lodo:solo:cimento de
8:20:60:12 atenderam aos requisitos mínimos quanto a
compressão e a absorção de água. ETA Terra Preta (SP).

Silva (2011)
Aplicação de lodos de estações de tratamento de
água e de tratamento de esgoto em solo degradado
Simone, B. et al. (2012)
 Lodos: ETA Passaúna (adensado e desaguado em centrifuga com adição de polímeros
aniônico) e da ETE Padilha Sul (desaguado em centrífuga, com adição de polímero
catiônico e, posteriormente, higienizado por processo de estabilização alcalina prolongada)

 Não houve influência dos tratamentos no desenvolvimento vegetal do milheto;


 A aplicação do lodo de ETA não alterou as características do solo quanto às variáveis
analisadas;
 A mistura dos lodos foi favorável à dinâmica do N no solo.
Aplicação de lodos de estações de tratamento de
água e de tratamento de esgoto em solo degradado
Simone, B. et al. (2012)
Aplicações do lodo de ETA´s e ETE´s

• O Estado de Paraná será o


primeiro do Brasil a colocar em
funcionamento uma usina de
geração de biogás. A companhia
de geração de energia CS
Bioenergia já possui a Licença de
Operação do Instituto Ambiental
do Paraná para operar.
• O objetivo é tratar por dia 600
m3 de lodo de esgoto e 150
toneladas de resíduos orgânicos
(restos de alimentos). 
Foto: Agência Estadual de Notícias – Estado do Paraná
Aplicações do lodo de ETA´s e ETE´s

COPASA MG implantou na ETE Arrudas um sistema de cogeração de


energia.

http://www.copasa.com.br/wps/portal/internet/esgotamento-sanitario/valorizacao-do-esgoto/conteudos/ete-sustentavel
Tratamento e disposição de lodo

• Resolução CONAMA 375 de 2006 - Define critérios e


procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados
em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos,
derivados, e dá outras providências.

• Resolução CONAMA 380 de 2006 – Altera o Anexo I da Resolução


375/06.

• Resolução SEMA/PR 001 de 2007;


Tratamento e disposição de lodo
Normas Técnicas ABNT

NBR 10664 de 1988 - Prescreve métodos de determinação das diversas


formas de resíduos (total, fixo, volátil; não filtrável, não filtrável fixo e não
filtrável volátil, filtrável, filtrável fixo e filtrável volátil) em amostras de
águas, efluentes domésticos e industriais, lodos e sedimentos.

NBR 10006 de 1986 - Fixa condições exigíveis para diferenciar os resíduos


da classe II e III. Aplica-se somente para resíduos no estado físico sólido.

NBR 10007 de 1986 - Fixa condições exigíveis para amostragem,


preservação e estocagem de amostras de resíduos sólidos.

NBR10004 de 2004 - Classifica resíduos sólidos quanto aos seus riscos


potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que estes resíduos
possam ter manuseio e destinação adequados.

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