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TRATAMENTO DE EFLUENTES

Prof. Dr. Alexandre Lioi


EFLUENTES INDUSTRIAIS

“Despejo líquido proveniente do estabelecimento industrial,


compreendendo emanações do processo industrial, águas de
refrigeração poluídas (águas servidas de utilidades), águas pluviais
poluídas e esgoto doméstico.”
(ABNT - NBR 9.800/1987)
ESGOTO SANITÁRIO

“Água Residuária proveniente de residências, edifícios comerciais,


instituições ou quaisquer edificações que contenham instalações de
banheiros, lavanderias, cozinhas, ou qualquer dispositivo de
utilização de água para fins domésticos.”
(Jordão e Pessoa, 1995)
POR QUE TRATAR OS EFLUENTES?

Preservar nossos recursos hídricos;


Atender à legislação ambiental;
Promover o reuso de águas.
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA

Parâmetros Físicos

Parâmetros Químicos

Parâmetros Microbiológicos
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Físicos
SÓLIDOS

Sólidos Suspensos
Voláteis
(SSV)
Sólidos Suspensos Totais
(SST)
Sólidos Suspensos Fixos
(SSF)
Sólidos Totais
(ST)
Sólidos Dissolvidos
Voláteis
Sólidos Dissolvidos (SDV)
Totais
(SDT) Sólidos Dissolvidos
Fixos
(SDF)
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Físicos
SÓLIDOS DECANTÁVEIS

A análise de SD permite determinar o volume ocupado pelos


sólidos após sedimentação em cone Inhoff, por um determinado
intervalo de tempo.
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
pH (Potencial Hidrogeniônico)

Representa a concentração de íons hidrogênio, H+, dando uma


indicação das condições de acidez, neutralidade e basicidade da
água.

pH baixo: corrosividade e agressividade nas águas de


abastecimento
pH elevado: possibilidade de incrustações nas águas de
abastecimento
valores de pH afastados da neutralidade afetam a vida aquática e
os microorganismos responsáveis pelo tratamento biológico dos
esgotos
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
OG (ÓLEOS E GRAXAS)

Os óleos e graxas são substâncias orgânicas de origem mineral,


vegetal ou animal. Estas substâncias geralmente são
hidrocarbonetos, gorduras, ésteres, entre outros. São raramente
encontrados em águas naturais, normalmente oriundos de
despejos e resíduos agroindustriais e esgotos domésticos.
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
OD (OXIGÊNIO DISSOLVIDO)

Quantidade de oxigênio presente em uma amostra de água,


expressa em mg/L.

Principal parâmetro de caracterização dos efeitos da poluição das


águas por despejos orgânicos, sendo vital para os seres aquáticos
aeróbios.

Caso o OD de um curso d’água seja totalmente consumido, tem-se


as condições de anaerobiose, com geração de maus odores.

É um parâmetro de controle operacional de ETEs.


PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
DBO (DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO)

Medida indireta utilizada para quantificar a presença de matéria


orgânica biodegradável em uma amostra. Expressa a quantidade de
oxigênio utilizada por microrganismos aeróbios para oxidar
biologicamente a matéria orgânica. É um Importante parâmetro de
controle das atividades poluidoras, sendo utilizado na avaliação de
eficiência de ETEs e na definição de padrões de lançamento.

A DBO é determinada em laboratório, observando-se o consumo


de OD nas amostras durante 5 dias, à temperatura de 20 °C.
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
DBO (DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO)
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
DBO (DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO)
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
DQO (DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO)

Consumo de O2 ocorrido durante a oxidação química da matéria


orgânica, obtida através de um forte oxidante (dicromato de
potássio) em meio ácido.
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
RELAÇÃO DQO / DBO

Pode variar de 1,7 a 2,4 para esgotos sanitários, sendo o valor usual
2,0.

Para efluentes industriais esta relação pode variar amplamente.


Dependendo da magnitude da relação, pode-se tirar conclusões
sobre a biodegradabilidade dos despejos e da adoção de processos
biológicos ou físico-químicos.

NITROGÊNIO

O nitrogênio pode estar presente na água sob várias formas:


orgânico, amônia, nitrito, nitrato e molecular. Em excesso, pode
ocasionar eutrofização de corpos d’água.

São causas do aumento do nitrogênio na água: esgotos domésticos


e industriais, fertilizantes, excrementos de animais.
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
NITROGÊNIO

Nitrogênio orgânico NTK


Nitrogênio Amoniacal (NH4+) Nitrogênio Total Kjeldahl
Nitrito (NO2-)
Nitrato (NO3-)

Ntotal = NTK + Nitrito + Nitrato


PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
FÓSFORO

O fósforo aparece em águas naturais devido principalmente às


descargas de esgotos sanitários. Alguns efluentes industriais, como
os de indústrias de fertilizantes, pesticidas, conservas alimentícias,
abatedouros, frigoríficos e laticínios, apresentam fósforo em
quantidades excessivas, bem como as águas drenadas em áreas
agrícolas.

Alguns efluentes industriais que não possuem nutrientes (N e P)


em suas composições necessitam de dosagem destes elementos
para possibilitar o tratamento biológico.

Processos aeróbios DBO:N:P 100:5:1


Processos anaeróbios DQO:N:P 350:7:1
CONCEITO DE CARGA

Carga = Concentração x Vazão

Carga (kg/d) = DBO (mg/L) x Vazão (m³/d)


1000 (g/kg)

Q = 10 m³/d
DBO = 5.000 mg/L
Carga = 50 kgDBO/d

Q = 100 m³/d
DBO = 300 mg/L
Carga = 30 kgDBO/d
PADRÃO DE LANÇAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS
NOP 45
No Estado de São Paulo o controle é realizado utilizando-se a DBO
como parâmetro. É exigida a redução de DBO em 80% ou
concentração máxima de 60mg/L.

No Estado de Minas Gerais o controle é realizado de duas formas.


Por concentração de DBO e DQO, sendo os limites de 60 e 90
mg/L, respectivamente ou por eficiência de redução da carga
orgânica de 85% e 90% para DBO e DQO, respectivamente.

No Estado do Rio de Janeiro a exigência de controle se dá de forma


escalonada. A eficiência de remoção de DBO é determinada em
função da carga orgânica bruta, conforme a tabela abaixo:

60%
70%
80%
87%
PADRÃO DE LANÇAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS
NOP 45
OG < 50 mg/L
MBAS < 2 mg/L
N amoniacal < 20 mg/L
P total < 4 mg/L (ambientes lóticos)
pH 5 a 9
Temperatura < 40°C
Sólidos Sedimentáveis < 1 mL/L
PADRÃO DE LANÇAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS
NOP 45
VAZÃO PER CAPITA DE ÁGUA E CONTRIBUIÇÃO PER CAPITA DE ESGOTO
PADRÃO DE LANÇAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS
COEFICIENTES DE VARIAÇÃO DE CONSUMO NOP 45

C = 0,8 (coef. de retorno)


K1 = 1,2 (coef. do dia de maior consumo)
K2 = 1,5 (coef. da hora de maior consumo)
K3 = 0,5 (coef. da hora de menor consumo)
fonte: CETESB, 1978

Qmed= Pop x CPC x C


Qmax= Qmed x K1 x K2
Qmin = Qmed x K3

HIDROGRAMA TÍPICO DE UMA ETE


PADRÃO DE LANÇAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS
COEFICIENTES DE VARIAÇÃO DE CONSUMO NOP 45

C = 0,8 (coef. de retorno)


K1 = 1,2 (coef. do dia de maior consumo)
K2 = 1,5 (coef. da hora de maior consumo)
K3 = 0,5 (coef. da hora de menor consumo)
fonte: CETESB, 1978

Qmed= Pop x CPC x C


Qmax= Qmed x K1 x K2
Qmin = Qmed x K3
NÍVEIS DE TRATAMENTO

Tratamento Tratamento Tratamento


preliminar primário secundário

Preliminar: remove sólidos grosseiros e areia;


Primário: remove sólidos em suspensão
sedimentáveis, materiais flutuantes (óleos e graxas) e
Tratamento
parte da matéria orgânica em suspensão;
terciário ou
Secundários: remove matéria orgânica dissolvida e pós-
matéria orgânica em suspensão não removida no tratamento
tratamento primário;
Terciário ou pós-tratamento: remove poluentes
específicos ou poluentes não suficientemente
removidos no tratamento secundário. Ex: nutrientes
ou organismos patogênicos.
TRATAMENTO PRELIMINAR
Gradeamento
• Remoção de sólidos grosseiros capazes de causar
entupimentos e aspecto desagradável nas unidades do
sistema de tratamento são utilizadas grades mecânicas ou
de limpeza manual. O espaçamento entre as barras varia
normalmente entre 0,5 e 2 cm.
Desarenação
• Remoção de partículas minerais inertes (areias).
TRATAMENTO PRELIMINAR
Tratamento Secundário
 Processos
biológicos
 Procura-se repetir,
em ambiente
restrito e em curto
espaço de tempo,
os mesmos
processos que se
verificam ao longo
da correnteza de
um rio, ou na área
de um lago, com
respeito à
autodepuração.
PROCESSOS BIOLÓGICOS
Lagoas de Estabilização
Lagoas Facultativas
PROCESSOS BIOLÓGICOS
Lagoas de Estabilização
Lagoas Facultativas
PROCESSOS BIOLÓGICOS
Lagoas de Estabilização
Lagoas Anaeróbias
PROCESSOS BIOLÓGICOS
Lagoas de Estabilização

Lagoas Anaeróbias + Lagoas Facultativas


PROCESSOS BIOLÓGICOS
Lagoas de Estabilização

Lagoas Aeradas Facultativas


PROCESSOS BIOLÓGICOS
Lagoas de Estabilização

Lagoas Aeradas Facultativas


PROCESSOS BIOLÓGICOS
Lodos Ativados
PROCESSOS BIOLÓGICOS
Lodos Ativados
AR DIFUSO
PROCESSOS BIOLÓGICOS
Lodos Ativados
AERADORES SUPERFICIAIS
PROCESSOS BIOLÓGICOS
Lodos Ativados
AERADORES SUPERFICIAIS
PROCESSOS BIOLÓGICOS
Lodos Ativados
DECANTADOR SECUNDÁRIO
TRATAMENTO DO LODO
Adensamento

Adensamento por gravidade

Adensamento por flotação


TRATAMENTO DO LODO
Estabilização

Digestão Anaeróbia
TRATAMENTO DO LODO
Desidratação

Leitos de Secagem
TRATAMENTO DO LODO
Desidratação

Prensa Desaguadora

Centrífuga

Filtro Prensa
TRATAMENTO DO LODO
Desidratação

Bolsas Geotêxteis, Geobags ou Geotubes


Prof. Dr. Alexandre Lioi

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