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CEUSA – CERÂMICA URRUSSANGA S.A.
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ELIANE REVESTIMENTOS CERÂMICOS
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INDUSTRIAL CONVENTOS - ICON
Plasticidade é uma propriedade fundamental de uma Tabela 5. Caracterização do Índice de Plasticidade das Argilas.
argila. é a faculdade que esta possui de constituir com a Identificação índice de
água, uma massa ou pasta suficientemente macia e dúctil plasticidade (%)
(flexível - elástica) para deixar-se moldar, conservando
Argila de baixa plasticidade 9,8
perfeitamente a forma criada. As argilas constituem a base
Argila ílitico caulinítica 12,1
plástica de uma massa cerâmica e os demais materiais
de baixa plasticidade
como, por exemplo, feldspato e sílica constituem a base
Argila de média plasticidade 12,7
não plástica.
Quanto à plasticidade, as argilas e materiais plásticos,
se dividem em: altamente plásticos (gordos), plásticos Neste trabalho a PL unida ao diagrama triaxial, auxili-
(média plasticidade) e baixa plasticidade (magros). A am na visualização de uma formulação através dos óxidos
plasticidade varia em função de uma série de fatores, tais presentes. O diagrama triaxial nos fornece a posição das
como: sílica livre (quanto maior o teor, menor a matérias primas, com relação aos três eixos (SiO2 - Al2O3 -
plasticidade), matéria orgânica (quanto maior o teor, mai- RO+R2O) em percentual em massa. A partir daí, a PL pos-
or a plasticidade), tamanho das partículas (quanto menor o sibilita obter diversas soluções possíveis, e também, atra-
tamanho, maior a plasticidade) e o formato dos cristais, vés de restrições registradas no software pode-se identifi-
entre outros. car a formulação que mais adapta-se ao processo com
Na tabela 05 estão apresentados os índices de relação ao percentual de cada óxido e ao percentual em
plasticidade das argilas utilizadas no trabalho. massa desejado no produto acabado.
Na PL também se pode visualizar a formulação de
Programação Linear menor custo de produção através da função minimizar.
A programação Linear (PL) é uma técnica de planeja-
mento considerada como das mais poderosas e capazes de Procedimento Experimental e
produzir resultados expressivos em quase todo ramo da Resultados
tecnologia. Seus benefícios são exatamente aqueles pro- O desenvolvimento das formulações ocorreu em duas
curados por qualquer empresa: a otimização (maximização etapas. Na primeira foram selecionados três pontos alea-
ou minimização) de um custo, de um determinado proces- toriamente dentro da área restringida pelas matérias pri-
so ou de um produto. Em algumas empresas seu uso é fre- mas no diagrama triaxial. Estes três pontos deram origem
qüente e muitas vezes a encontramos embutida em rotinas a três formulações denominadas “A, B, e C”, que foram
diárias de planejamento através de aplicativos de caracterizadas fisicamente.
informática. Em uma segunda etapa foram selecionados outros dois
A PL se originou no final da década de quarenta e, pontos no diagrama triaxial entre os pontos das formula-
com o surgimento do computador na década de cinqüenta, ções “A e B”. Estes dois novos pontos foram denomina-
encontrou o seu aliado natural, tendo então um desenvol- das formulações “D e E”.
vimento acelerado e sendo também muito difundida. Cos- As etapas que precedem o trabalho demonstram todo o
tuma-se dizer, também, que a PL é um tópico da ciência desenvolvimento do mesmo a partir dos pontos
Pesquisa Operacional, a qual contém outros tópicos tais preestabelecidos no diagrama triaxial de todas as formula-
como Teoria das Filas, Simulação, Teoria dos jogos, Pro- ções, para facilitar a exposição da metodologia aplicada.
gramação Dinâmica, etc. A tabela 06 apresenta os resultados das características
Tabela 10. Fração de Custo das M. Primas e Custo Total nas Formulações [R$/ton].
Matéria-prima Argila 1 Argila 2 Argila 3 Talco Filito Anort. Calcário Total
‘A’ 5,65 4,41 1,02 1,86 5,16 0,37 1,39 19,86
‘B’ 9,61 0,53 3,07 1,12 5,10 1,93 0,45 21,80
‘C’ 1,90 0,53 2,65 8,40 1,62 3,05 2,85 21,00
‘D’ 5,90 2,73 2,74 2,19 3,85 0,73 1,33 19,48
‘E’ 8,99 2,31 2,44 1,12 1,40 1,63 1,02 18,92
d’água são os valores mais significativos para as caracte- mulação foi a ‘D’, por apresentar uma melhor relação cus-
rísticas do produto acabado, os resultados obtidos nas aná- to/benefício, uma vez que os resultados obtidos apresenta-
lises físicas, demonstram que a expansão pós prensagem, ram uma melhor eficiência e, ficaram dentro dos parâmetros
o módulo de resistência a flexão e a retração de secagem necessários para o processo com custos competitivos.
apresentaram resultados similares em todas as formulações. A fim de comparar a eficiência da Programação Line-
A partir daí as formulações começaram a demonstrar suas ar, foi realizada uma análise química da formulação ‘D’,
características específicas. A formulação “C”, como já era onde foi comprovado que o método funciona, com peque-
previsto, apresentou os piores resultados. A formulação nas diferenças que podem estar inseridas no
“B” comportou-se muito bem com relação ao módulo de arredondamento dos equipamentos ou na amostragem das
resistência à flexão e absorção d’água, porém teve uma matérias primas. Esses resultados são visualizados na ta-
alta retração de queima (desfavorável à estabilidade bela 13.
dimensional), e alta densidade aparente (indesejável ao
produto monoporoso) e o custo mais alto de todas as for- Agradecimentos
mulações tornando inviável a produção da mesma. Das Agradecemos a UNESC, ao CTC, a Cerâmica Portinari,
outras formulações, a que melhor se comportou foi a “D”, e seus colaboradores sem os quais não seria possível a re-
pois todos os valores apresentaram-se dentro de parâmetros alização deste trabalho.
preestabelecidos para caracterização de um suporte (bis-
coito) para processo monoporoso. Na formulação “E”, Referências Bibliográficas
apesar de ter o menor custo de fabricação, a sua retração 1. Prado, D.; Programação Linear. Série pesquisa
atingiu os limites desejáveis e um módulo de resistência à operacional, volume 01. Editora DG. Belo Horizonte, 1999.
flexão baixo. A formulação “A”, sabendo que o óxido de 2. Anais do 39º congresso brasileiro de cerâmica (vol.
silício estava fora dos padrões da teoria apresentou uma I e II). 10 a 13 de junho de 1995. Águas de Lindóia – SP.
dilatação linear muito alta com um módulo de resistência 3. Norton, F. H.: Introdução a tecnologia em cerâmica.
a flexão baixo. Editora Edgard Blucher Ltda. São Paulo – SP.
4. Van Vlack. L. H.; Propriedades do materiais
Conclusões cerâmicos. Editora Edgard Blucher Ltda. São Paulo – SP.
O método apresentado demonstrou que pode auxiliar 5. Barba, A. & Feliu, C. (et al.).; Materias primas para
no planejamento da formulação de um produto com gran- la fabricacíon de soportes de baldosas cerámicas. Castellón,
de eficácia. Instituto de tecnologia cerámica – AICE, Graficas Castañ.
Segundo a aplicação desta metodologia a melhor for- 1997.