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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE QUÍMICA DE SÃO CARLOS

Relatório da Prática Nº 02
LABORATÓRIO DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS
Fator de Atrito e Perda de Carga

Profª. Drª. Elisabete Moreira Assaf

Aluno: João Ricardo Vicente Filho N°USP:10784498

São Carlos, setembro de 2021


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1. OBJETIVOS

1.A – O primeiro objetivo deste relatório é determinar experimentalmente o fator de


atrito e a perda de carga (experimental e teórica) em tubos retos de diferentes
diâmetros e comprimentos.

1.B – O segundo objetivo deste relatório é determinar experimentalmente o fator de


atrito e a perda de carga (experimental e teórica) em tubos retos e em acessórios
específicos.

2. RESULTADOS E DISCUSSÃO

2.A - Fator de atrito e perda de carga em tubos de seção circular

Primeiramente, foram definidos os valores dos dados que foram usados para os
posteriores cálculos, estes estão apresentados na Tabela 2.A.1.

Parâmetros utilizados

Temperatura (°C) 20

Densidade da água
1000
[Kg/m3]
Densidade do Hg
13596
[Kg/m3]
Aceleração
9,8
Gravitacional [m/s2]

Diâmetro do Tubo A [m] 0,0063

Diâmetro do Tubo B [m] 0,0078

Viscosidade Dinâmica
0,001
da água [Kg/m.s]
3

L1-2 [m] 0,5

L1-3 [m] 1

Massa do recipiente
0,272
[Kg]
Tabela 2.A.1: Dados das condições experimentais

Os dados experimentais obtidos no procedimento prático para o tubo A estão


apresentados na Tabela 2.A.2, sendo que a conversão de altura manométrica em
mercúrio para altura manométrica em água foi feita através da equação (2.A.1)

𝜌𝐻𝑔
𝛥𝐻𝐻2 𝑂 = × 𝛥𝐻𝐻𝑔 (2.A.1)
𝜌𝐻2 𝑂

Comprimento M MH2O Tempo Q (m3/s) Qmédio


HHg (m) HH2O (m)
L (kg) (kg) (s) (10-4) (m3/s) (10-4)

4,436 4,164 23,78 1,75


1-2 5,648 5,376 31,25 1,72 1,74291 0,209 2,841564
5,472 5,2 29,59 1,76
4,056 3,784 22,47 1,68
1-3 3,592 3,32 19,82 1,68 1,68269 0,400 5,4384
2,694 2,422 14,34 1,69
2,536 2,264 17,44 1,30
1-2 1,766 1,494 11,87 1,26 1,29391 0,150 2,0394
1,956 1,684 12,71 1,32
2,964 2,692 20,81 1,29
1-3 1,962 1,69 13,69 1,23 1,28502 0,254 3,453384
2,362 2,09 15,75 1,33
1,416 1,144 13,75 0,832
1-2 1,298 1,026 12,53 0,819 0,820492 0,074 1,006104
1,308 1,036 12,78 0,811
1-3 1,146 0,874 10,45 0,836 0,83515 0,127 1,726692
4

1,184 0,912 10,81 0,844


1,298 1,026 12,43 0,825
Tabela 2.A.2: Dados obtidos para o Tubo A

Os dados experimentais obtidos no procedimento prático para o tubo B estão


apresentados na Tabela 2.A.3.

Comprimento MH2O Tempo Q (m3/s) Qmédio


M (kg) -4 HHg (m) HH2O (m)
L (kg) (s) (10 ) (m3/s) (10-4)

5,488 5,216 24,02 2,17


1-2 7,695 7,423 32,18 2,30 2,29867 0,145 1,97142
5,064 4,792 19,82 2,41
5,564 5,292 22,25 2,37
1-3 3,9 3,628 15,84 2,29 2,31811 0,255 3,46698
3,25 2,978 13,03 2,28
2,994 2,722 16,02 1,69
1-2 2,638 2,366 13,5 1,75 1,71322 0,092 1,250832
2,836 2,564 15,19 1,68
2,58 2,308 13,28 1,73
1-3 3,024 2,752 15,81 1,74 1,73651 0,165 2,24334
3,334 3,062 17,69 1,73
1,666 1,394 12,34 1,12
1-2 1,666 1,394 12,72 1,09 1,10712 0,050 0,6798
1,782 1,51 13,78 1,09
2,362 2,09 15,03 1,39
1-3 1,72 1,448 13,34 1,08 1,09948 0,070 0,95172
1,416 1,144 13,91 0,822
Tabela 2.A.3: Dados obtidos para o Tubo B

Para os cálculos dos parâmetros ΔP (carga da pressão do sistema), Re (Número


de Reynolds), Cf (Coeficiente de Atrito em que Re > 4000), hfn-exp (Perda normal
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experimental) e hfn (Perda normal teórica) são calculadas a partir das equações
(2.A.2), (2.A.3), (2.A.4), (2.A.5) e (2.A.6) respectivamente.

𝛥𝑃 = 𝛥𝐻𝐻2 𝑂 × 𝑔 × 𝜌𝐻2 𝑂 (2.A.2)

𝜌𝐻2 𝑂 × 𝑣 × 𝑑𝑡
𝑅𝑒 = (2.A.3)
𝜇

0,3164
𝐶𝑓 = (2.A.4)
𝑅𝑒 0,25

ℎ𝑓𝑛−𝑒𝑥𝑝 = 𝛥𝐻𝐻2 𝑂 (2.A.5)

𝐶𝑓 × 𝐿 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 × 𝑣 2
ℎ𝑓𝑛 = (2.A.6)
𝑑𝑡 × 2 × 𝑔

Realizando todos os cálculos foi possível obter o seguintes valores de perda


carga e os outros parâmetros supracitados para o Tubo A e Tubo B estão organizados
e organizados e dispostos na Tabela 2.A.4 e Tabela 2.A.5.
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Qmédio
Comprimento hfn exp hfn teórica
Medidas ΔP (Pa) (m3/s) v (m/s) Re Cf
L (m) (m)
(10-4)
1-2 27847,32 1,74291 5,59117772 35224,4196 0,023095401 2,841564 2,923516106
1
1-3 53296,32 1,68269 5,39801458 34007,4918 0,023299297 5,4384 5,498121211
1-2 19986,12 1,29391 4,15082437 26150,1935 0,024880995 2,0394 1,735840624
2
1-3 33843,16 1,28502 4,1223049 25970,5209 0,024923918 3,453384 3,430045737
1-2 9859,819 0,82049 2,63210643 16582,2704 0,027882121 1,006104 0,782178277
3
1-3 16921,581 0,83515 2,67912748 16878,5031 0,027758947 1,726692 1,613589768
Tabela 2.A.4: Resultados obtidos para o tubo A

Qmédio
Comprimento hfn exp hfn teórica
Medidas ΔP (Pa) (m3/s) v (m/s) Re Cf
L (m) (m)
(10-4)
1-2 19319,916 2,29867 4,810571208 37522,45542 0,022733362 1,97142 1,720585616
1
1-3 33976,404 2,31811 4,851261721 37839,84142 0,022685541 3,46698 3,492270569
1-2 12258,1536 1,71322 3,585378439 27965,95183 0,024466907 1,250832 1,028651844
2
1-3 21984,732 1,73651 3,634120667 28346,1412 0,024384451 2,24334 2,106497757
1-2 6662,04 1,10712 2,316946196 18072,18033 0,027288762 0,6798 0,479109812
3
1-3 9326,856 1,09948 2,300955232 17947,45081 0,027336051 0,95172 0,946676171

Tabela 2.A.5: Resultados obtidos para o tubo B


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Figura 2.A.1: Gráfico de “Perda vs Vazão” para o Tubo A


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Figura 2.A.2: Gráfico de “Perda vs Vazão” para o Tubo B

Pode-se observar nas figuras 2.A.1 e 2.A.2 as mudanças provocadas na perda


de carga pelo diâmetros do tubos utilizados a figura 2.A.1 mostra o comportamento
da perda de carga em relação a vazão no tubo A que por sua vez possui um diâmetro
de 6,3 mm sendo menor que o diâmetro do tubo B que possui 7,8 mm, a perda de
carga no tubo A se mostra proporcionalmente maior que no tubo B justamente pelo
fato do tubo A ter uma área secção menor que a do tubo B, dessa forma para que o
fluido no tubo A atinja a menos vazão do tubo B é necessário que a velocidade de
transporte do fluido seja maior, consecutivamente a perda por atrito com a parede do
tubo também acaba se tornando maior.
9

Figura 2.A.3: Gráfico de “fator de atrito vs número de Reynolds”

2.B - Fator de atrito e perda de carga em tubulação com acessórios

Para esta segunda parte, seguiu-se a mesma lógica da parte anterior, definindo
os valores dos dados que foram usados para os posteriores cálculos, estes estão
apresentados na Tabela 2.B.1.

Parâmetros utilizados

Temperatura (°C) 20
10

Densidade da água
1000
[Kg/m3]
Densidade do Hg
13596
[Kg/m3]
Aceleração
9,8
Gravitacional [m/s2]

Diâmetro do Tubo [m] 0,026

Viscosidade Dinâmica
0,001
da água [Kg/m.s]

Lreto [m] 1

Ltotal [m] 2,407

Massa do recipiente
1,5
[Kg]
Tabela 2.B.1: Dados das condições experimentais

Para construção e obtenção dos dados das Tabelas 2.B.2, 2.B.3 e 2.B.4 foram
utilizadas a mesma equações apresentadas no tópico 2.A.

Tubo reto 9-10


MH2O Tempo Q (m3/s) Qmédio (m3/s) (10-
M (kg) HH2O (m)
(kg) (s) (10-4) 4
)
Medida

2,720 1,220 2,29 5,3275


1 2,670 1,170 2,06 5,6796 5,41942 0,05
2,650 1,150 2,19 5,2511
3,475 1,975 2,22 8,8964
2 3,420 1,920 2,03 9,4581 8,97984 0,14
3,217 1,717 2,00 8,5850
3,775 2,275 2,13 10,681
3 3,720 2,220 1,75 12,686 11,83644 0,22
3,625 2,125 1,75 12,143

Tabela 2.B.2: Dados obtidos para o Tubo reto 1-10


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Tubo reto 1-2


MH2O Tempo Q (m3/s)
M (kg) Qmédio (m3/s) (10-4) HH2O (m)
(kg) (s) (10-4)
Medida

2,435 0,935 2,03 4,60591


1 2,300 0,800 1,82 4,3956 4,43157 0,103
2,320 0,820 1,91 4,29319
2,780 1,280 2,07 6,18357
2 2,765 1,265 1,85 6,83784 6,50485 0,180
2,922 1,422 2,19 6,49315
3,100 1,600 1,68 9,52381
3 3,195 1,695 1,78 9,52247 9,51726 0,350
3,230 1,730 1,82 9,50549
Tabela 2.B.3: Dados obtidos para o Tubo total 1-2

Q (m3/s) Qmédio
Acessório M (kg) MH2O (kg) Tempo (s) v (m/s) HH2O (m) Re Cf
(10-4) (m3/s) (10-4)
3,460 1,960 2,25 8,7111
Cotovelo
3,965 2,465 2,50 9,86 9,5162 1,792 0,19 46601,53 0,0215346
90° (7-8)
3,715 2,215 2,22 9,9775
Válvula 4,010 2,510 2,62 9,5802
Gaveta (5- 4,010 2,510 2,56 9,8047 9,64828 1,817 0,025 47248,35 0,0214605
6) 3,890 2,390 2,50 9,56
Válvula 3,810 2,310 2,47 9,3522
Gaveta 1/2 3,700 2,200 2,16 10,1852 9,61738 1,811 0,77 47097,02 0,0214777
aberta (5-
6) 3,335 1,835 1,97 9,3147
4,830 3,330 3,50 9,5143
Luva (3-4) 4,440 2,940 3,07 9,5765 9,49088 1,788 0,01 46477,57 0,0215489
4,080 2,580 2,75 9,3818
Tabela 2.B.3: Dados obtidos para os acessórios (1)
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hfl teórica Leq hf


Acessório K ΔP (Pa) v (m/s) hfl exp (m) Leq (m)
(m) teórica
Cotovelo 90°
0,9 1862 1,79236647 0,19 0,1475163 1,086624 0,147516
(7-8)

Válvula Gaveta
0,2 245 1,81724434 0,025 0,0336977 0,242306 0,033698
(5-6)

Válvula Gaveta
1/2 aberta 4,5 7546 1,81142388 0,77 0,7533497 5,447506 0,75335
(5/6)

Luva (3-4) 0,04 98 1,78759888 0,01 0,0065214 0,048262 0,006521

Tabela 2.B.4: Dados obtidos para os acessórios (2)

Tubo reto Hfn


(9-10) Qmédio hfn exp
ΔP (Pa) v (m/s) Re Cf teórico
(m3/s) (10-4) (m)
Medida (m)

1 490 5,419 1,02074284 26539,3139 0,024789288 0,05 0,050684


2 1372 8,98 1,69134457 43974,9588 0,021849179 0,14 0,122651
3 2156 11,836 2,22938233 57963,9407 0,020391398 0,22 0,198878
Tabela 2.B.5: Resultados para perda de carga sem acessórios

Tubo reto Hfn


(9-10) Qmédio hfn exp
ΔP (Pa) v (m/s) Re Cf teórico
(m3/s) (10-4) (m)
Medida (m)

1 1009,4 4,432 0,83468194 21701,7305 0,02606831 0,103 0,085783


2 1764 6,505 1,22518313 31854,7613 0,023683337 0,18 0,167916
3 3430 9,517 1,79256658 46606,731 0,02153398 0,35 0,32683
Tabela 2.B.5: Resultados para perda de carga com acessórios
13

Como pode ser observado nas tabelas apresentadas, alguns pontos tiveram
valores de perda de carga próximos aos valores teóricos calculados, como no caso
dos acessórios, sendo o que apresenta maior perda de carga a válvula gaveta. As
perdas de cargas maiores em alguns acessórios que em outros pontos da tubulação
se devem a energia dissipada devido ao atrito do fluido com estes componentes,
sendo esses valores podem variar a depender de como se encontra a superfície
dessas peças

3. CONCLUSÃO
Em relação a primeira parte da prática nota-se que a perda de carga do fluido é
diretamente proporcional ao aumento do comprimento do tubo, para um mesmo
diâmetro, o que já era esperado, pois o atrito causado pela rugosidade do material
aumenta com a área de contato entre eles. Também é possível destacar que a
redução da vazão diminui a perda de carga, devido a um decréscimo das tensões de
cisalhamento resultantes dos movimentos aleatórios das partículas do fluido. Em
relação a segunda parte pode-se dizer que foi possível observar de forma nítida o
quanto os acessórios (acidentes da tubulação) influenciam na perda de carga do
sistema.

4. REFERÊNCIAS

[1]. LIVI, C. P. Fundamentos de fenômenos de transporte: um texto para cursos


básicos. 1ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2004.

[2]. WHITE,F. Mecánica de Fluidos, 6ª Edição, McGraw-Hill.,2008.

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