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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DEPARTAMENTO ENGENHARIAS E COMPUTAÇÃO


ENGENHARIA CIVIL

IGOR LUIZ DOS SANTOS ROCHA

DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO AGREGADO


MIÚDO

ILHÉUS - BAHIA
2023.2
IGOR LUIZ DOS SANTOS ROCHA

DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO AGREGADO


MIÚDO

Relatório apresentado como parte dos


critérios de avaliação da disciplina CET
1039 - MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II.
Data do experimento: 06 de setembro de
2023.
Professor: Dr. Ruan Carlos de Araújo
Moura

ILHÉUS – BAHIA

2023.2
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO_____________________________________________________________4
2. OBJETIVO________________________________________________________________ 5
3. METODOLOGIA___________________________________________________________5
3.1 Materiais e equipamentos________________________________________________ 5
3.2 Métodos______________________________________________________________ 7
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO_______________________________________________ 8
5. CONCLUSÃO_____________________________________________________________14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS___________________________________________ 14
1. INTRODUÇÃO

O agregado miúdo é, para a construção civil, de fundamental importância enquanto


material de uso em alta demanda e quantidade para a composição e reforço de matrizes
cimentícias, sejam elas concretos ou argamassas. Deste modo, a composição granulométrica
deste agregado urge como parâmetro fundamental na sua aplicação, dado que a superfície de
contato dos grãos e sua capacidade de organização para ter a maior ocupação dos vazios são
determinantes na resistência dos materiais compostos.

Segundo MONTANARI (2016), “Propriedades tais como a granulometria do agregado


miúdo são importantes de serem determinadas visto que a partir dela pode-se verificar se existe
grãos de todas as variações de diâmetros, sendo isto o ideal para uma produção de um concreto
com menor número de vazios”. Ou seja, a preocupação com este indicador pode gerar uma
melhoria nas características de qualidade e desempenho do concreto, gerando, em longo e médio
prazo, economia nos empreendimentos ligados à construção civil.

Neste trabalho supracitado, o método de avaliação da influência da granulometria do


agregado é similar ao utilizado nesta atividade prática, partindo do peneiramento sob a série
normal de peneiras, passando pela construção das curvas granulométricas bem similares àquelas
aqui plotadas e enfim efetuando o cálculo do módulo de finura do agregado miúdo. Contudo,
neste caso foi utilizado para a classificação o referencial fornecido por BAUER (2000), disposta
no quadro 1, distinta da classificação da NBR NM 248, disposta no quadro 2, ambos abaixo:

Quadro 1 - Classificação BAUER. Quadro 2 - Classificação NBR NM 248.

Grossa 2,71 a 4,02 Muito Grosso maior que 3,9

Média 2,11 a 3,38 Grosso 3,3 a 3,9

Fina 1,71 a 2,85 Médio 2,4 a 3,3

Muito fina 1,35 a 2,25 Fino menor que 2,4

Para este trabalho, será utilizada a classificação da NBR NM 248.


2. OBJETIVO

Determinar a composição granulométrica do agregado miúdo (areia) através do método


de peneiramento fino, normalizado pela ABNT NBR NM 248, em seguida classificar o agregado
com base no módulo de finura.

3. METODOLOGIA

3.1 Materiais e equipamentos

● 1000 gramas de agregado miúdo (areia retirada de uma pilha da universidade);

Figura 1 - Amostra, balança e série de peneiras. (Fonte: O autor)

● Peneirador automático;

● Balança analítica com precisão de 0,001 Kg;


Figura 2 - Balança e peneirador automático. (Fonte: Discente Louise Silva)

● Série de peneiras em malha de aço determinada normal (4,75 mm; 2,36 mm; 1,18 mm;
0,600 mm; 0,300 mm; 0,150 mm) e fundo.

Figura 3 - Série de peneiras em malha de aço determinada normal e fundo. (Fonte: Discente Louise Silva)
3.2 Métodos

1) Separou-se a amostra e secou-se em estufa (100 a 105°C) até estabilidade de massa (etapa
previamente realizada pelo professor);
2) pesou-se cada peneira e o fundo separadamente;
3) montou-se a série de peneiras e fundo sobre a bancada e adicionou-se metade da amostra
(500 g); em seguida, a série foi tampada e presa sobre o agitador automático;

Figura 4 - Adição da amostra nas peneiras. (Fonte: O autor)

4) o equipamento foi regulado para a frequência de 12 Hz e o tempo de 5 minutos;


Figura 5 - Peneiramento. (Fonte: O autor)

5) ao fim do tempo de peneiramento, cada peneira e o fundo foram novamente pesados


separadamente, contendo o material retido em suas respectivas granulometrias;
6) as peneiras e fundo foram limpos;
7) as etapas 2) a 6) foram repetidas com a outra metade da amostra.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com os dados das massas retidas nas peneiras e no fundo em ambas as repetições
mensuradas, obtivemos as razões percentuais de partes do todo que são maiores que
determinadas gramaturas, indicadas pela malha de cada peneira [# (mm)], a qual delimita
dimensão mínima de grãos retidos. Assim, foi possível traçar o percentual acumulado de
partículas acima de cada peneira para cada repetição, como indicam as tabelas 1 e 2, nas quais
m1 indica a massa das peneiras vazias, m2 a massa das peneiras com o material retido após
experimentação e m3 a diferença entre m2 e m1, ou seja, a massa de agregado miúdo retida.

Tabela 1 - Peneiramento 1.

# (mm) m1 (g) m2 (g) m3 (g) 𝚺m3 (g) m3 (%) 𝚺m3 (%)

4.750 0.435 0.436 0.001 0.001 0.20 0.20

2.360 0.403 0.406 0.003 0.004 0.60 0.80

1.180 0.376 0.400 0.024 0.028 4.82 5.62

0.600 0.327 0.470 0.143 0.171 28.71 34.34

0.300 0.304 0.584 0.280 0.451 56.22 90.56

0.150 0.297 0.337 0.040 0.491 8.03 98.59

Fundo 0.355 0.362 0.007 0.498 1.41 100.00

Com base nos dados do primeiro peneiramento, foi composto um gráfico (figura 6), em
escala logarítmica, no qual a malha das peneiras [# (mm)] representa o eixo horizontal e a
porcentagem acumulada de material retido está plotada no eixo vertical [𝚺m3 (%)]. Este material
gráfico foi obtido com o auxílio do software Google Sheets (Planilhas do Google).
Figura 6 - Gráfico do peneiramento 1.

Do mesmo modo, o procedimento foi repetido para a segunda amostragem de


peneiramento, obtendo o gráfico plotado na figura 7.

Tabela 2 - Peneiramento 2.

# (mm) m1 (g) m2 (g) m3 (g) 𝚺m3 (g) m3 (%) 𝚺m3 (%)

4.750 0.435 0.435 0.000 0.000 0.00 0.00

2.360 0.402 0.405 0.003 0.003 0.60 0.60

1.180 0.375 0.409 0.034 0.037 6.76 7.36

0.600 0.326 0.456 0.130 0.167 25.84 33.20

0.300 0.303 0.592 0.289 0.456 57.46 90.66

0.150 0.296 0.333 0.037 0.493 7.36 98.01

Fundo 0.355 0.365 0.010 0.503 1.99 100.00


Figura 7 - Gráfico do peneiramento 2.

Com base nos dados das tabelas 1 e 2, foi composta uma média das massas retidas em
ambos os processos, a fim de tornar este um parâmetro representativo da amostra completa;
desta média foram calculadas as percentagens retidas em cada malha e acumuladas, assim como
efetuado nos procedimentos anteriores. Estes valores estão representados na tabela 3 abaixo:

Tabela 3 - Tabela com base na média das massas retidas nos dois peneiramentos.

# (mm) m1 (g) m2 (g) m3 (g) 𝚺m3 (g) m3 (%) 𝚺m3 (%)

4.750 0.435 0.436 0.001 0.001 0.10 0.10

2.360 0.403 0.406 0.003 0.004 0.60 0.70

1.180 0.376 0.405 0.029 0.033 5.79 6.49

0.600 0.327 0.463 0.137 0.169 27.27 33.77

0.300 0.304 0.588 0.285 0.454 56.84 90.61

0.150 0.297 0.335 0.039 0.492 7.69 98.30

Fundo 0.355 0.364 0.009 0.501 1.70 100.00


Assim, com base na tabela 3, foi plotado um gráfico de granulometria média, considerado
representativo do todo, como mostra a figura 8.

Figura 8 - Gráfico médio da constituição granulométrica dos dois peneiramentos.

A representatividade deste gráfico é dada, principalmente em prol da semelhança entre os


dois anteriores, regulando uma variação muito pequena entre diferentes partes da amostra, ou
seja, há existência de uma uniformidade suficiente para que a média de duas amostras seja
representativa.
Figura 9 - Material retido nas peneiras. (Fonte: O autor)

Como é possível perceber na imagem acima, alguns grãos de agregado ficam presos na
malha de aço, a qual chega a ter coloração levemente marrom pelo acúmulo de material fino
preso. Essa pequena influência fez com que a contagem final da primeira repetição contabilizasse
0,498 Kg ao invés de 500 g, registrando uma perda de 0,002 Kg. Já na segunda repetição, parte
do material preso se soltou, fazendo com que a contabilidade final fosse de 0,503 Kg e o
acréscimo de 0,003 Kg. Estes dados estão registrados na tabela 4 abaixo:

Tabela 4 - Tabela do controle de perdas no experimento.


m inicial (Kg) m retida (Kg) Diferença (Kg) Diferença (%)
1 0,5 0,4980 -0,0020 -0,40
2 0,5 0,5030 0,0030 0,60
Média 0,5 0,5005 0,0005 0,10
Total 1,0 1,0010 0,0010 0,10

Com base nesta tabela, percebemos que a diferença percentual total foi de,
aproximadamente, 0,10% o que é considerado uma variação muito pequena, estando dentro do
limite aceitável. Assim, o estudo é considerado válido.
Com base nestes dados, foi calculado o módulo de finura (M.F.), o qual diz respeito à
conclusão a respeito da curva granulométrica de um agregado miúdo. Este módulo é dado pela
equação (1) abaixo:

Σ% 𝑅𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑎𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 − 𝐹𝑢𝑛𝑑𝑜


𝑀. 𝐹. = 100
(1)
Assim, este valor foi calculado para cada um dos peneiramentos e para a média, como
exibe a tabela 5:

Tabela 5 - Módulo de finura.

1 2,3012

2 2,2982

Média 2,2997

5. CONCLUSÃO

Assim, como ambas as repetições e sua média tiveram módulo de finura menor que 2,4; o
agregado deve ser classificado como fino.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR NM 248: Agregados -


Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2003. 6 p.

BAUER, Falcão. Materiais de construção. Volume 1. 5.ed. Uberlândia - MG: LTC. 2000. 447p.

MONTANARI, Nicolas; GONÇALVES, Erika P. ESTUDO DO AGREGADO MIÚDO:


CARACTERIZAÇÃO E EFEITOS DA GRANULOMETRIA NA PRODUÇÃO DO
CONCRETO. XX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica – Universidade do Vale
do Paraíba. São José dos Campos, SP, 2016.

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